• Nenhum resultado encontrado

Avaliação da atividade antioxidante dos mioinositóis produzidos

CAPÍTULO II PRODUÇÃO, PURIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA

5. Avaliação da atividade antioxidante dos mioinositóis produzidos

Os ensaios de DPPH e ORAC são utilizados como indicadores de atividade antioxidante in vitro, mas possuem diferentes mecanismos reacionais. O

A

B

C F

E D

DPPH é um radical livre estável com um elétron não pareado, de onde vem sua ação oxidante. Quando um composto antioxidante doa um próton, o radical é eliminado (GAO; CAO; LI, 2010). O ensaio ORAC estima a atividade antioxidante perante o radical peroxil induzido pela decomposição do AAPH (SHARMA; BHAT, 2009). Este radical livre ataca a sonda fluorescente, diminuindo sua intensidade. Compostos antioxidantes protegem a sonda de perder sua fluorescência (MACEDO et al., 2011).

A avaliação do potencial antioxidante do fitato hidrolisado pela fitase de P.

variotii (após 8h de reação, quando havia maior diversidade de mioinositóis)

apresentou significativa relevância quando comparado à solução de fitato, porém não diferiu estatisticamente quando comparado ao controle (0h de reação, Tabela 13), sugerindo que outros compostos além dos mioinositóis possam estar envolvidos. O fitato e os mioinositóis podem apresentar potencial antioxidante (GREINER; KONIETZNY, 2007), contudo o mecanismo de ação, parece ser diferente daqueles relacionados ao DPPH e ORAC. Os mioinositóis agem inibindo a formação do radical hidroxil (OH’) catalisada pelo ferro em reações envolvendo peróxido (H2O2), pelo sequestro dos íons Fe3+ (PHILLIPPY; GRAFF, 1996;

SCHLEMMER et al., 2009). Esse fenômeno pode ser observado pela diminuição da taxa de oxidação do ácido ascórbico em ácido deídroascórbico, bem como pela inibição da formação de malonaldeído durante a peroxidação lipídica em presença de Ins(1,2,3)P3 e Ins(1,2,3,6)P4 (PHILLIPPY; GRAFF, 1996). Outro estudo demonstrou que o ácido fítico não apresentou atividade antioxidante frente ao radical DPPH, porém após degradação por irradiação com raios gama, sua estrutura foi alterada e então passou a eliminar o radical livre (AHN et al., 2003). Por outro lado, o fitato apresentou importante papel na atividade antioxidante de feijões canadenses quando submetidos à teste ORAC (OOMAH; BLANCHARD; BALASUBRAMANIAN, 2008).

De qualquer forma, é evidente a ação antioxidante quando adicionada a enzima à solução de fitato, seja após hidrólise ou no controle. Uma explicação plausível pode ser a presença de compostos fenólicos produzidos durante a fermentação, bem como peptídeos, e que permaneceram no preparado enzimático mesmo após as etapas de purificação. Estudos têm demonstrado que o P. variotii produz tanase de forma concomitante com a fitase, e que esta é capaz de biotransformar o substrato utilizado na FES, liberando estes compostos tanto na

forma glicosilada como de agliconas, exibindo atividade antioxidante frente aos ensaios de DPPH e ORAC (MADEIRA et al., 2014; NAKAJIMA et al., 2016). Esses demais compostos podem ter encoberto uma possível ação antioxidante dos mioinositóis produzidos durante a desfosforilação do fitato.

Tabela 13: Potencial antioxidante do fitato hidrolisado com a enzima produzida por

P. variotii. Amostra ORAC DPPH Equivalente Trolox (µmol/mg) Concentração da amostra (mg/mL) Equivalente Trolox (µmol/mg) Fitato + preparado enzimático P. variotii (0h) 3295,7 ± 160,3a 0,5 – 2,5 0,99 138,1 ± 6,6a Fitato + preparado enzimático P. variotii (8h) 3819,2 ± 511,0a 0,5 – 2,5 0,98 135,4 ± 1,8a Fitato 0,0 ± 0,0 0,5 – 2,5 - 0,0 ± 0,0

*Letras iguais significam médias estatisticamente iguais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho confirmou a produção de fitase e fosfatases pelo fungo P.

variotii em FES empregando substratos como farelo de arroz e trigo, sendo que

neste último, após otimização por planejamento fatorial pode-se aumentar em 2,5 vezes a produção de fosfatase, ao passo que de fitase manteve-se igual.

Pela primeira vez, o extrato enzimático bruto foi parcialmente purificado após precipitação em sulfato de amônio e duas etapas de cromatografia de troca aniônica em matriz Mono-Q. A caracterização demonstra que a enzima é estável em temperaturas de até 60°C e pH 2,0-8,0, e é pouco afetada por íons metálicos e mais ativa em 55°C e pH ácido (4,0-5,0). A enzima hidrolisou diversos substratos, apresentando maior atividade frente à AMP, podendo ser classificada como uma fosfatase do tipo ecto-5’-nucleotidase e que apresenta atividade de fitase. A análise dos mioinositóis produzidos pelo tratamento com o preparado enzimático revela a

existência de quatro vias de desfosforilação, sendo uma principal e as demais secundárias, com destaque para a hidrólise do fosfato na posição C-2.

Os ensaios ORAC e DPPH apontaram para um potencial antioxidante dos preparados enzimáticos e mistura de mioinositóis, contudo, essa ação parece estar relacionada muito mais ao preparado enzimático que, por estar parcialmente purificado, pode conter outros compostos como fenólicos ou peptídeos, do que aos mioinositóis propriamente ditos produzidos durante a hidrólise.

As características bioquímicas da enzima produzida por P. variotii tornam- na uma alternativa interessante para disponibilização de fosfato a partir de diferentes substratos, gerando variados mioinositóis e também para uma possível aplicação em rações para animais monogástricos, pois possui estabilidade suficiente para suportar os processos de produção. Contudo mais estudos devem ser realizados para comprovar sua eficácia, além de testes alergênicos e toxicológicos. Para uma purificação completa da fitase outros métodos cromatográficos podem ser empregados, piorém é possível que a enzima purificada, assim como as demais descritas na literatura, não seja capaz de degradar completamente o fitato.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AFINAH, S.; YAZID, A. M.; ANIS SHOBIRIN, M. H.; SHUHAIMI, M. Phytase: application in food industry. International Food Research Journal, v. 17, p. 13-21, 2010.

AHN, H.J.; KIM, J.H.; YOOK, H.S.; BYUN, M.W. Irradiation effects on free radical scavenging and antioxidant activity of phytic acid. Journal of Food Science: Food Chemistry and Toxicology, v. 68, n. 7, p. 2221-2224, 2003.

AOAC. Official Methods of Analysis of AOAC International. HORWITZ, W.; LATIMER G. W. Gaithersburg, Maryland: AOAC, Cap. 50, methods 985.35 e 984.27, 2005, p. 15-18.

AZEKE, M.A.; GREINER, R.; JANY, K.D. Purification and characterization of two intracellular phytase from the tempeh fungus Rhizopus oligosporus. Journal of Food Biochemistry, v. 35, p. 213–227, 2011.

BALA, A.; SAPNA; JAIN, J.; KUMARI, A.; SINGH, B. Production of extracellular phytase from a thermofilic mould Humicola nigrescens in solid state fermentation and its application in dephytinization. Biocatalysis and Agricultural Biotechnology, v. 3, p. 259-264, 2014.

BHAVSAR, K.; KHIRE, J. M. Current research and future perspectives of phytase bioprocessing. Royal Society of Chemistry Advances, n. 4, p. 26677–26691, 2014.

BOYCE, A.; WALSH, G. Purification and characterisation of an acid phosphatase with phytase activity from Mucor hiemalis Wehmer. Journal of Biotechnology, v.132, p. 82–87, 2007.

BRADFORD, M. M. A rapid and sensitive method for the quantitation of microgram quantities of protein utilizing the principle of protein-dye binding. Analytical Biochemistry, v. 72, p. 248-54, 1976.

CASEY, A.; WALSH, G. Identification and characterization of a phytase of potential commercial interest. Journal of Biotechnology, v. 110, p. 313–322, 2004.

CHADHA, B.S.; HARMEET, G.; MANDEEP, M.; SAINI, H.S.; SINGH, N. Phytase production by the thermophilic fungus Rhizomucor pusillus. World Journal of Microbiology & Biotechnology, v. 20, p. 105–109, 2004.

CHAN, S.Y.; NG, T.B. Bauhinia variegata var. variegata lectin: isolation, characterization and comparison. Applied Biochemistry Biotechnology, v. 175, p. 75-84, 2015.

GAIND, S; SINGH, S. Production, purification and characterization of neutral phytase from thermotolerant Aspergillus flavus ITCC 6720. International Biodeterioration & Biodegradation, v. 99, p. 15-22, 2015.

GAO, D.; CAO, Y.; LI, H. Antioxidant activity of peptide fractions derived from cottonseed protein hydrolysate. Journal of the Science of Food and Agriculture, v. 90, n. 11, p. 1855-1860, 2010.

GREINER, R.; DA SILVA, L. G.; COURI, S. Purification and Characterisation of an Extracellular phytase from Aspergillus niger 11t53a9. Brazilian Journal of Microbiology, v. 40, n. 4, p. 795-807, 2009.

GREINER, R.; FAROUK, A. E. Purification and characterization of a bacterial phytase whose properties make it exceptionally useful as a feed supplement. Protein Journal, v. 26, n. 7, p. 467-474, 2007.

GREINER, R.; KONIETZNY, U. Functional properties of phytate. Nutrire: revista Sociedade Brasileira Alimentação e Nutrição = Journal of Brazilian Society Food and Nutrition, v. 32, n. 2, p. 75-89, 2007.

HAROS M.; ROSELL C.M.; BENEDITO, C. Fungal phytase as a potential breadmaking additive. European Food Research Technology, v. 213, p. 317-322, 2001.

HEINONEN J.K.; LAHTI, R.J. A new convenient colorimetric determination of inorganic orthophosphate and its application to the assay of inorganic pyrophosphatase. Annals of Biochemistry, v. 113, n. 2, p. 313-317, 1981.

HERTER, T.; BEREZINA, O.V.; ZININ, N.V.; VELIKODVORSKAYA, G.A.; GREINER, R.; BORRIS, R. Glucose-1-phosphatase (AgpE) from Enterobacter cloacae displays enhanced phytase activity. Applied Microbiology and Biotechnology, v. 70, p. 60- 64, 2006.

IAL. Instituto Adolfo Lutz. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. 4 ed. São Paulo: Instituto Adolfo Lutz, 2008, 1020p.

JAIN, S.; SAPNA.; SINGH, B. Characteristics and biotechnological applications of bacterial phytases. Process Biochemistry, v. 51, p. 159–169, 2016.

JAVED, M.M.; AHMED, W.; ZAHOOR, S.; UL-HAQ, I.; Solid state culturing of thermophilic fungi for phytase production. Pakistan Journal of Botany, v. 42, n. 5, p. 3605-3611, 2010.

KAMMOUN, R.; FARHAT, A.; CHOUAYEKH, H.; BOUCHAALA, K.; BEJAR, S. Phytase production by Bacillus subtilis US417 in submerged and solid state fermentations. Annals of Microbiology, v. 62, n.1, p. 155-164, 2012.

KONIETZNY, U.; GREINER, R. Molecular and catalytic properties of phytate- degrading enzymes (phytases). International Journal of Food Science and Technology, v. 37, p. 791–812, 2002.

LAEMMLI, U. K. Cleavage of structural proteins during the assembly of the head of bacteriophage T4. Nature, v. 227, n. 5259, p. 680-685, 1970.

LEHRFELD, J. HPLC separation and quantitation of phytic acid and some inositol phosphates in foods: problems and solutions. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 42, p. 2726-2731, 1994.

MACEDO, J.A.; BATTESTIN, V.; RIBEIRO, M.L.; MACEDO, G.A. Increasing the antioxidant power of tea extracts by biotransformation of polyphenols. Food Chemistry, v. 126, n. 2, p. 491-497, 2011.

MADEIRA JR, J. V.; MACEDO, J. A.; MACEDO, G. A. Detoxification of castor bean residues and the simultaneous production of tannase and phytase by solid-state fermentation using Paecilomyces variotii. Bioresource Technology, v. 102, n. 15, p. 7343-7348, 2011.

MADEIRA JR, J. V.; MACEDO, J. A.; MACEDO, G. A. A new process for simultaneous production of tannase and phytase by Paecilomyces variotii in solid- state fermentation of orange pomace. Bioprocess and Biosystem Engineering, v. 35, p. 477-482, 2012.

MADEIRA JR, J.V.; NAKAJIMA, V.M.; MACEDO, J.A.; MACEDO, G.A. Rich bioactive phenolic extract production bymicrobial biotransformation of Brazilian Citrus residues. Chemical Engineering Research and Design, v. 92, p. 1802-1810, 2014.

MUKHAMETZYANOVA, A. D.; AKHMETOVA, A. I.; SHARIPOVA, M. R. Microorganisms as phytase producers. Microbiology, v. 81, n. 3, p. 267–275, 2012.

NAKAJIMA, V.M.; MADEIRA JR, J.V.; MACEDO, G.A.; MACEDO, J.A. Biotransformation effects on anti lipogenic activity of citrus extracts. Food Chemistry, v. 197, p. 1045-1053, 2016.

OOMAH, B.D.; BLANCHARD, C.; BALASUBRAMANIAN, P. Phytic acid, phytase, minerals, and antioxidant activity in Canadian dry bean (Phaseolus vulgaris L.) cultivars. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 10, n. 56, p. 11312- 11319, 2008.

OU, B.; HUANG, D.; HAMPSCH-WOODILL, M.; FLANAGAN, J.A.; DEEMER, E.K. Analysis of antioxidant activities of common vegetables employing oxygen radical absorbance capacity (ORAC) and ferric reducing antioxidant power (FRAP) assays: A comparative study. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 50, p. 3122 3128, 2002.

PANDEY, A.; SZAKACS, G.; SOCCOL, C. R.; RODRIGUEZ-LEON, J. A.; SOCCOL, V. T. Production, purification and properties of microbial phytases. Bioresource Technology, v. 77, p. 203-214, 2001.

PESCHEL, W.; RABANEDA, F.S.; DIEKMANN, W.; PLESCHER, A.; GARTZIA, I.; JIMENEZ, D.; LAMUELA-RAVENTÓS, R.; BUXADERAS, S.; CODINA, C. An industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit wastes. Food Chemistry, v. 97, p. 137–150, 2006.

PHILLIPPY B. Q.; GRAF, E. Antioxidant functions of inositol 1,2,3-trisphosphate and inositol 1,2,3,6-tetrakisphosphate. Free Radical Biology & Medicine, v. 22, n. 6, p. 939–946, 1997.

REDDY, N, R. Occurrence, distribuition, contente, and dietary intake of phytate. In: REDDY, N. R.; SATHE, S. K. Food Phytates. Boca Raton: CRC Press, 2002, 25-51 p.

SAPNA; SINGH, B. Phytase Production by Aspergillus oryzae in solid-state fermentation and its applicability in dephytinization of wheat bran. Applied Biochemistry and Biotechnology, v. 173, p1885-1895, 2014.

SARIYSCA, M.V.; GARGOVAL, S.A.; KOLEVA, L.A.; ANGELOV, A.I. Aspergillus

niger phytase: purification and characterization. Biotechnology & Biotechnological

Equipment, v. 19, n. 3, p.98-105, 2005.

SCHLEMMER, U.; FRØLICH, W.; PRIETO, R. M.; GRASES, F. Phytate in foods and significance for humans: Food sources, intake, processing, bioavailability, protective role and analysis. Molecular Nutrition & Food Research, v. 53, p. 330 –375, 2009.

SCHLEMMER, U.; JANY, K.D.; BERK, A.; SCHULZ, E.; RECHKEMMER, G. Degradation of phytate in the gut of pigs – Pathway of gastrointestinal inositol phosphate hydrolysis and enzymes involved. Archives of Animal Nutrition, v. 55, p. 255-280, 2001.

SELLE, P. H.; RAVINDRAN, V. Microbial phytase in poultry nutrition. Animal Feed Science and Technology, v. 135, p. 1-41, 2007.

SHARMA, O. P.; BHAT, T. K. DPPH antioxidant assay revisited. Food Chemistry, v. 113, n. 4, p. 1202-1205, 2009.

SHIMIZU, M. Purification and characterization of phytase from Bacillus subtilis (natto) N-77. Bioscience Biotechnology and Biochemistry, v. 56, n. 8, p. 1266-1269, 1992.

STÖCKMAN, C.; LOSEN, M.; DAHLEMS, U.; KNOCKE, C.; GELLISSEN, G.; BÜCHS, J. Effect of oxygen supply on passaging, stabilizing and screening of

recombinant Hansenula polymorpha production strains in test tube cultures. FEMS Yeast Research, v.4, p. 195-205, 2003.

VATS, P.; BANERJEE, U.C. Production studies and catalytic properties of phytases (myoinositolhexakisphosphate phosphohydrolases): an overview. Enzyme and Microbial Technology, v. 35, p. 3-14, 2004.

WANG, C.C. Nucleic Acid Metabolism in Trichomonas vaginalis. In: HONIGBERG, B.M (Ed.) Trichomonads parasitic in humans. New York: Springer-Verlag, 1990. p. 84-90.

WANG, S. YE, X. RAO, P. Isolation of a novel leguminous lysozyme and study on the antifungal activity. Food Research International, v. 47, p.341–347, 2012.

WYSS, M.; BRUGGER, R.; KRONENBERGER, A.; RÉMY, R.; FIMBEL, R.; OESTERHELT, G.; LEHMANN, M.; van LOON, A.P.G.M. Biochemical characterization of fungal phytases (myoinositol hexakisphosphate phosphohydrolases): catalytic properties. Applied and Environmental Microbiology, v. 65, n.2, p. 367-373, 1999.

XU, L.; ZHANG, G.; WANG, H.; NG, T.B. Purification and characterization of phytase with a wide pH adaptation from common edible mushroom Volvariella volvacea (Straw mushroom). Indian Journal of Biochemistry & Biophysics, v. 49, p. 49-54, 2012.

ZHU, M.J.; WANG, H.X.; NG, T.B. Purification and identification of a phytase from fruity bodies of the winter mushroom, Flammulina velutipes. African Journal of