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7. PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DE SISTEMAS MUNICIPAIS DE MEIO

7.6. AVALIAÇÃO DA PROPOSTA DE CATEGORIAS, DIMENSÕES E

7.6.3. Avaliação das categorias de municípios

Nesse grupo de perguntas, inicialmente, foi realizada uma explanação acerca do objetivo de categorização dos municípios quanto à estruturação dos Sistemas Municipais de Meio Ambiente, e, na sequência, foram realizadas 3 (três) perguntas aos participantes no que tange às variáveis consideradas para essas categorizações e as categorias em si.

A primeira questão teve como objetivo indagar aos participantes se as variáveis consideradas para criação das categorias são suficientes e/ou pertinentes - “As variáveis (porte populacional, taxa de urbanização, PIB Industrial, PIB Agrícola e município com potencial turístico) que fundamentaram a criação dessas categorias podem ser consideradas suficientes e/ou pertinentes?”. Obteve-se nessa questão a concordância total das variáveis de 29% (16) dos participantes, a concordância parcial de 64% (36) e a discordância total de 2% (1) dos participantes, os outros 5% (3) optaram por “Não gostaria de responder” e “Não tenho opinião a respeito”. A seguir, traz-se o Gráfico 7-7, ilustrando as informações apresentadas.

Na sequência, questionou-se aos gestores e especialistas se havia alguma outra variável a ser acrescentada para definição das categorias de municípios. Como resultado, 57% (32) se manifestaram quanto à necessidade de incorporar outra(s) variável(is) à categorização e 23% (13) não. Os demais 20% (11) dos participantes optaram por “Não gostaria de responder” e “Não tenho opinião a respeito”. As referidas avaliações estão apresentadas no Gráfico 7-8.

Não tenho opnião a respeito 18% (10 ) Não gostaria de responder 2% (1 ) Não 23% (13 ) Sim 57% (32 )

Gráfico 7-7 - Nível de concordância e discordância quanto as variáveis propostas para categorização dos municípios.

Gráfico 7-8 - Avaliação quanto à necessidade de adicionar variável(is) a categorização dos municípios.

Por fim, em relação a categorias de municípios, apresentaram-se aos participantes as 4 categorias criadas (A, B, C e D), com base nas variáveis porte populacional, taxa de urbanização, PIB Industrial, PIB Agrícola e Município ser considerado turístico ou não. As categorias foram apresentadas na forma gráfica e de tabela, com intuito de auxiliar no

Não tenho opnião a respeito 3% (2 ) Não gostaria de responder 2% (1 ) Discordo Totalmente 2% (1) Concordo Totalmente 29% (16) Concordo Parcialmente 64% (36 )

Não tenho opnião a respeito 2% (1) Não gostaria de responder 12% (7 ) Discordo Totalmente 9% (5 ) Concordo Totalmente 29% (16 ) Concordo Parcialmente 48% (27 )

entendimento das categorias, conforme se pode verificar no Apêndice C. Os gestores e especialistas ao avaliarem concordaram, parcialmente, em 48% (27) com as categorias propostas, 29% (16) concordaram totalmente, 9% (5) discordaram totalmente, 12 % (7) assinalaram a opção de “não gostariam de responder” e 2% (1) afirmou não ter opinião a respeito. O Gráfico 7-9 ilustra as avaliações dos participantes.

Gráfico 7-9 - Avaliação dos participantes quanto às categorias de municípios.

Para cada uma das 3 questões, que compôs esse grupo do questionário, referente à criação das categorias de municípios, foi deixando campo aberto para comentários, com intuito de que o participante justificasse sua avaliação, em especial quanto à discordância ou concordância parcial em relação às variáveis adotadas e as categorias apresentadas. Totalizando, nas 3 questões, foram realizados 67 comentários pelos participantes, os quais foram analisados cuidadosamente a fim de avaliar a pertinência das avaliações e a eventual necessidade de agregar as informações ao modelo de avaliação.

Após análise verificou-se a existência de comentários gerais, acerca do trabalho desenvolvido, e aspectos relacionados à gestão ambiental municipal e à descentralização, outros que eram pertinentes para a próxima etapa da pesquisa referente as variáveis, mencionando a necessidade de avaliar, por exemplo, a tipologia da Secretaria, a existência

28% 3% 3% 16% 3% 7% 13% 3% 3% 3% 3% 6% 3% 6% Variávels ambientais (9) Área do município (1)

Fiscalização do poder público (1) Escolaridade da população (5) Participação da população (1) Classe de população entre 100 e 500 mil ou > 500 mil / > 1 milhão (2) Localização geográfica (4)

Legislação, CMMA ou estruturas (1) Principal fonte de renda (1) Potencial poluidor (1) Fatores políticos (1)

Potencial de exploração dos recursos naturais do município (1)

Capital empregado/ número de empregos gerados (1)

Equipamentos Sociais (1)

como equipe técnica e outros elementos. No entanto, dado ao objetivo deste tópico, focou- se na análise dos comentários relacionados à proposição de variáveis para categorização dos municípios.

Após análise inicial, e sentindo a predominância de algumas variáveis, buscou-se tabular os comentários de forma a quantificar as principais variáveis observadas ao longo dos comentários dos participantes.

As variáveis mais expressivas, ou seja, aquelas que diversos participantes citaram ao longo dos comentários, referem-se à incorporação de variável ambiental (28%), escolaridade da população (16%) e localização geográfica (13%). No Gráfico 7-10, pode-se observar as principais variáveis observadas nos comentários dos gestores e especialistas da área ambiental.

Gráfico 7-10 - Principais variáveis sugeridas pelos participantes para composição das categorias de municípios.

As variáveis ambientais podem estar associadas à variável localização geográfica, uma vez que os participantes sugeriram como fator para agregar a categorização:

 Município conter em seu território Unidades de Conservação ou outras áreas protegidas;

 Município estar localizado em área de fragilidade ou interesse ambiental ou sensibilidade ambiental;

 Município estar situado em áreas prioritárias para conservação da biodiversidade;  Municípios com espécies ameaçadas de extinção ou legalmente protegidas, tais

como Manguezais, Mata Atlântica, Recifes, Corais etc.;  Bioma no qual o município está inserido;

 Dentre outras.

As variáveis ambientais sugeridas foram analisadas quanto à existência de dados em nível municipal, de fácil acesso, e quanto à pertinência, no intuito de verificar se alguma variável agregaria valor às categorias propostas e se, ao incluí-la, haveria uma melhor correlação dos dados.

Soma-se a isso o fato de o objetivo da categorização dos municípios ser a de disponibilizar uma ferramenta em que um gestor ambiental possa, com dados disponíveis, como são os do IBGE, definir a categoria na qual o município se enquadra e realizar a avaliação da Estrutura Municipal de Meio Ambiente. Dessa forma, adotar variáveis mais complexas, ou que o acesso seja restrito, demandando uma análise mais aprofundada, poderia inviabilizar uma possível aplicação da metodologia.

Nesse sentido, uma variável que seria facilmente verificada pelos gestores ambientais é a existência de Unidades de Conservação no Município. Assim, foi realizado levantamento das Unidades de Conservação dos Municípios da RIDE DF- Entorno, conforme se pode verificar no mapa do Anexo A.

Ao analisar os dados obtidos, não se verificou a existência de Unidade de Conservação como sendo um fato propulsor de desenvolvimento das Estruturas Municipais de Meio Ambiente. Tal fato vem corroborar com o apresentado por Idesp (2011), que conclui, em sua pesquisa, que os municípios que apresentaram menor estruturação em gestão ambiental

foram aqueles considerados de base florestal (municípios com mais de 70% de sua cobertura florestal original) e os municípios consolidados (cobertura florestal de aproximadamente 30%), e os que apresentaram maior estruturação foram aqueles considerados na pesquisa como embargados (municípios que mais desmataram nos últimos anos) ou sob pressão (localizados sobre influência de grandes projetos no Estado).

Em relação à variável referente à escolaridade da população, na primeira versão da metodologia proposta, foi testada a variável IDH-M, com destaque para o componente Educação, a fim de se verificar se havia uma relação positiva entre a estruturação dos Sistemas Municipais de Meio Ambiente e a Educação, uma vez que alguns estudos já haviam realizado este tipo de análise, como De Carlo (2006), Toledo (2005) e Barcellos e Carvalho (2009). Na ocasião, optou-se por não adotar esta variável por não apresentar uma correlação superior a categoria ora em análise.

Outro aspecto importante, que foi reavaliado, mediante as observações apresentadas (7% dos participantes), foi quanto às classes populacionais e a necessidade de haver outros níveis populacionais, acima de 50.000 habitantes, como por exemplo, municípios entre 100.000 e 500.000 habitantes, entre 500.000 e 1.000.000 de habitantes e com mais de 1.000.000 de habitantes. Também, à época da criação da primeira proposta de categorização dos municípios, avaliou-se a distribuição populacional dos municípios brasileiros, no entanto, pelo fato de esses municípios, com mais de 50.000 habitantes, representarem apenas 10,95% dos municípios brasileiros, optou-se por não adotar mais classes populacionais. Esses 10,95% estão distribuídos conforme apresentado na Tabela 7- 17 a seguir:

Tabela 7-22 - Classes populacionais x percentuais

Classe populacional % de municípios brasileiros 50.000 a 100.000 habitantes 5,50% 100.000 a 200.000 habitantes 2,65% 200.000 a 500.000 habitantes 1,71% 500.000 à 1.000.000 habitantes 0,40% Acima de 1.000.000 habitantes 0,29% Fonte: IBGE, 2011.

Adotar mais classes populacionais significaria mais categorias de municípios, o que poderia tornar a metodologia muito segmentada e de difícil avaliação dos resultados obtidos entre os municípios das diversas categorias. Apesar de haver diferenças significativas entre municípios de 50.000 habitantes e municípios com 500.000 habitantes, por exemplo, entende-se que municípios com mais de 50.000 habitantes já demandam uma estrutura de meio ambiente sólida e que pode ser utilizada também para municípios maiores, guardadas as devidas proporções e precauções.

Dessa forma, as categorias de municípios propostas inicialmente permaneceram inalteradas. Essas foram verificadas e confirmadas com a obtenção de dados e aplicação da metodologia, conforme descrito no item 8.