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Avaliação das estratégias utilizadas na intervenção pedagógica no 1.° Ciclo

3.3. Avaliação da intervenção

3.3.1. Avaliação das estratégias utilizadas na intervenção pedagógica no 1.° Ciclo

No 1.º ciclo, o questionário aplicado aos alunos era composto por 6 questões de natureza aberta e uma de escolha múltipla. De modo a organizar a informação, as respostas dos alunos foram agrupadas em cinco dimensões de análise: (i) Apreciação das aulas; (ii) Momentos da aula; (iii) Justificação de respostas; (iv) Estratégias utilizadas; e (v) Dificuldades sentidas.

Apreciação das aulas. Os alunos referiram aspetos que mais e menos gostaram ao longo das aulas. Uma vez que nenhum dos aspetos teve destaque, optou-se por fazer uma análise comparativa dos aspetos que menos e mais os alunos gostaram de fazer. A tabela seguinte faz uma comparação entre esses aspetos.

Tabela 10. Aspetos que os alunos mais e menos gostaram de fazer ao longo das aulas. O que mais gostaram de fazer O que menos gostaram de fazer

Trabalhar em grupo Discutir com a turma

Algum problema específico Trabalhar em grupo

Os alunos dividiram-se sobre o trabalho de grupo, tendo metade considerado que gostaram deste modo de trabalho e a outra metade que não gostou. Este aspeto pode ter a ver com a dinâmica dos grupos que em alguns casos não funcionou tão bem quanto noutros.

A discussão na turma foi relevado como outro aspeto que mais gostaram de fazer. Alguns alunos consideraram que “foi bom” poder discutir as respostas e de que “gosto mais do que corrigir”. Realçam assim que conferem mais importância a uma discussão de respostas do que a uma simples correção das mesmas.

0 5 10 15 20

Interpretação Exploração Discussão

Momento mais importante das aulas

Momento mais importante 35% 35% 30% Estratégias utilizadas Textos Desenhos Tabelas

Momentos da aula. As aulas deste ciclo de ensino pautaram-se por uma dinâmica na sala de aula onde os momentos de interpretação em grande turma, exploração em grupo e discussão das tarefas estiveram presentes. Foi importante perceber que momento da aula os alunos consideraram ser mais importante para a sua aprendizagem (Figura 67).

Figura 67. Frequência de respostas sobre os momentos que os alunos consideraram mais importantes no decorrer das aulas.

Pela observação da Figura 67, relativamente ao momento que os alunos consideram mais importante, verifica-se que os alunos realçam a importância do momento de exploração, seguida do momento de discussão e, por fim, o momento de interpretação, que apenas 3 dos 21 alunos consideram ser o mais importante.

Justificação de respostas. As questões das tarefas e as perguntas de sala de aula, pautavam-se muitas vezes por uma estrutura aberta e apelavam à justificação de raciocínios e respostas. Quando questionados sobre se consideravam que estas aulas tivessem ajudado na melhoria da justificação de respostas todos os alunos afirmaram que sim.

Estratégias de representação utilizadas. A capacidade de representar noções matemáticas e de estabelecer conexões entre múltiplas representações foi uma preocupação que esteve sempre presente nas experiências de ensino. Com o intuito de recolher as perceções dos alunos, estes foram questionados sobre as representações que mais recorreram (Figura 68). Atendendo à sua escolaridade, as representações foram nomeadas de estratégias de resolução.

Entre as estratégias que os alunos mais recorreram para resolver as tarefas propostas foram os textos e desenhos. Apesar de ter uma percentagem menor que as estratégias referidas, as tabelas também foram utilizadas por uma parte considerável dos alunos. Para se perceber o que os levou à escolha dessas estratégias, os alunos foram inquiridos a justificar as razões dessa escolha (Tabela 11).

Tabela 11. Aspetos referidos na justificação da escolha da estratégia mais utilizada. Estratégias Aspetos referidos

Textos Melhor compreensão

Facilidade

Desenhos Facilidade

Melhor compreensão Tabelas Melhor organização

Melhor compreensão

Os alunos que utilizaram mais textos para responder às tarefas consideraram que esta foi a melhor estratégia porque era mais fácil ou porque permitia uma melhor compreensão da tarefa (ou das questões), como ilustram as afirmações de dois alunos: “eu usei mais textos porque é mais fácil para mim”; “usei textos porque assim percebia melhor as perguntas”.

Os aspetos referidos pelos alunos que optaram por utilizar desenhos como estratégia de eleição focam-se numa maior facilidade para os alunos compreenderem e comunicarem, como exemplifica a resposta de um aluno: “com os desenhos é mais fácil para os outros perceberem”. Os alunos que utilizaram tabelas como estratégia de resolução predileta apontam que esta forma de representação permite uma melhor compreensão e organização de ideias, como referem dois alunos: “usei tabelas porque ficava tudo direitinho”; “usei tabelas porque se percebia bem só de olhar”.

Dificuldades sentidas. Os alunos identificaram algumas dificuldades que sentiram nas aulas que lecionei, como mostra a Tabela 12.

Tabela 12. Percentagens das dificuldades sentidas pelos alunos do 1.º ciclo.

Aspetos referidos % de respostas

Justificações orais e escritas 50%

Utilização de tabelas 35%

Dinâmica de grupo 10%

As dificuldades apresentadas são direcionadas fortemente para a justificação de respostas, quer oralmente quer por registo escrito. Os alunos sentiram dificuldades em responder a questões mais abertas que implicavam a justificação das suas respostas, como refere um aluno: “foi difícil explicar aos meus colegas e escrever as respostas longas”.

A utilização de tabelas também foi um aspeto referido como uma dificuldade à aprendizagem dos alunos. Apesar de ser uma das representações que os alunos utilizaram bastante, alguns alunos sentiram dificuldades em perceber, organizar e extrair informação: “as tabelas foram difíceis porque não sabia ao início como por os números e onde ia buscar a resposta”.

A dinâmica de grupo e ruído da sala de aula foram referidos, embora numa percentagem diminuta.