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3. TRAJETÓRIA METODOLÓGICA

4.2 DIMENSÕES DA GESTÃO POLÍTICO-INSTITUCIONAL E GERENCIAL

4.2.3 Avaliação do programa: a visão dos orientadores

As perguntas não estruturadas constantes do questionário, que nortearam a avaliação dos orientadores-tutores, foram respondidas por 38% da população amostral, o equivalente a 16 dos 42 pesquisados.

As perguntas objeto da análise foram: 1) qual a sua avaliação geral do Programa BIA? 2) aponte uma ou mais deficiências/ fragilidades do Programa 3) Apresente uma ou mais sugestões para o aperfeiçoamento do Programa BIA no âmbito da FACEPE e/ou da UFPE Para efeito de melhor compreensão dos aspectos apontados, e evitar perdas de conteúdo qualitativo das informações, adotamos, como já explicitado anteriormente a sistemática de agrupar as respostas nos quadros posteriores, seguido da análise interpretativa dos principais pontos de destaque de cada dimensão abordada.

Para melhor análise e interpretação optamos por agrupar, no quadro referente às fragilidades, as respostas por eixos conceituais, considerados de igual ou natureza semelhante.

Quadro 9 - Avaliação geral do programa BIA – visão do orientador Comentários

“O programa é muito importante para o crescimento e qualidade profissional dos estudantes”.

“Excelente oportunidade para o aluno oriundo de escola pública ampliar sua participação nas atividades universitárias [...] este aluno é imediatamente inserido nos projetos dos professores, o que eleva a auto estima desse aluno”.

“Avalio como um grande incentivo acadêmico para os alunos em situação de necessidade social que objetivam ampliar seus conhecimentos universitários e profissionais”.

“O programa é excelente oportunidade acadêmica, porém [...] o valor das bolsas e a quantidade de bolsas disponibilizadas é insuficiente. [...], além disso, o programa deveria ser até o término do curso”.

“A Avaliação é de excelência”

“Minha avaliação é muito positiva. O aluno, além de obter um apoio financeiro que precisa, entra na dinâmica da pesquisa/extensão se debruçando em aspectos teóricos e práticos que vão muito além dos conteúdos ministrados na sala de aula. Assim, o aluno não vai ter apenas o incentivo financeiro, mas também o incentivo derivado da própria atividade universitária e intelectual”.

“Minha avaliação é muito positiva. Não coloquei totalmente satisfatória porque às vezes temos um ou outro aluno que não corresponde, mas no geral eles são muito interessados. É importante já facilitar a permanência e o interesse em atividades extraclasse desde o primeiro período.

“Muito importante, visto a influência positiva no engajamento de alunos vindos de escolas públicas em projetos, muitas vezes ignorados por alunos de escolas particulares, o que leva o aluno do programa BIA a ter maior comprometimento em suas atividades acadêmicas”.

“Muito bom”.

“Depois de feitos alguns ajustes, considero o Programa BIA muito bom.

“Precisa ser mais conhecido dos professores, o que provavelmente depende de ampliação do Programa.” “Considero a iniciativa inovadora e válida para criar as condições financeiras necessárias de permanência dos estudantes de baixa renda na universidade pública. É muito importante ainda, no que concerne a criação de vínculos destes estudantes com a universidade a partir do seu ingresso em projetos, programas e/ou atividades, que efetivamente contribuem para melhorar o desempenho acadêmico e a autoestima do estudante recém- chegado ao ambiente universitário”

“Representa um programa importante na medida em que possibilita uma iniciação ativa da vida acadêmica” “É uma boa iniciativa, mas creio que a vinculação dos alunos aos projetos, bem como sua efetiva colaboração nas atividades extensionistas, precisa ser melhor avaliada/pensada.”

Fonte: questionários respondidos no google.doc, 2012.

Os depoimentos reproduzidos nos quadro acima nos levam a interpretar que o programa BIA obteve uma avaliação positiva da totalidade dos orientadores que responderam ao questionário da pesquisa.

O foco da avaliação foi predominantemente centrado na relevância de seus aspectos acadêmicos e sociais, ressaltados pela sua contribuição à permanência do estudante oriundo de escola pública, tanto pela concessão de incentivo financeiro, quanto pela oportunidade da iniciação e adaptação na vida universitária; e com reflexos positivos na dinâmica acadêmica, por meio do seu engajamento em atividades de pesquisa e/ou extensão. Um dos orientadores, apesar de avaliar o programa como uma boa iniciativa, destacou a importância de se repensar a colaboração do estudante em projetos extensionistas, opinião que expressou com mais clareza no quadro das fragilidades, alínea e.

Observamos que o foco da gestão político-institucional, propriamente dita, foi timidamente abordado pelos orientadores na avaliação geral do programa, fazendo-se presente em algumas citações referentes ao quantitativo insuficiente e ao valor da bolsa concedida. Esses aspectos se apresentaram em maior quantidade de posicionamentos e com abordagem mais aprofundada nas indicações relacionadas no quadro abaixo, das fragilidades.

Quadro 10 - Fragilidades do programa BIA - visão do orientador Comentários agrupados por categoria temática

A) Cobertura do programa

Reduzido número de estudantes contemplados (“deveria contemplar um número maior de alunos, isto é, ampliar os critérios de seleção e oferecer mais bolsas nesses primeiros momentos de incorporação à Academia dos novos estudantes”).

Critério de acesso ao Programa (“penso que seria ideal atender a todos os alunos oriundos de escola pública e não apenas os mais bem classificados no vestibular”).

B) Valor da Bolsa

O valor da bolsa é muito baixo para um bom desenvolvimento das atividades. Baixo custo da bolsa.

A bolsa poderia ser um pouco maior.

Valor da bolsa (“A principal é a de ser limitado. O valor da bolsa deve ser ampliado, em associação com outras providências para melhor inserção acadêmica do Programa”).

Os recursos financeiros voltados para as bolsas são insuficientes dados os elevados custos para os alunos se manterem na universidade durante o semestre letivo.

C) Tempo de permanência do estudante no Programa

Tempo de permanência do estudante no programa (“A bolsa deveria ser por um ano, renovável por mais um, pois os alunos estudam e aprendem a fazer certas atividades, mas aí chega o fim do ano e o aluno é desvinculado. Poderia ser como o PIBIC, que é renovável”).

Tempo insuficiente do bolsista no projeto

D) Visibilidade do Programa

Pouca divulgação do programa (“poderia ter maior divulgação junto aos Departamentos”).

E) Gestão do programa e sistemática de acompanhamento.

Engajamento dos alunos nos projetos ( “ No ano passado um aluno [...] me procurou pois queria trabalhar no que eu desenvolvia. Eu fiz um projeto para ele, que levou na PROEXT , mas a PROEXT não o reencaminhou para mim. Ele continuou onde estava mas muito chateado. Não sei como isso poderia ser resolvido.”)

Sistemática de vinculação dos estudantes aos projetos (“ O principal problema, a meu ver, é justamente o modo como se dá a vinculação dos alunos aos projetos. Entre os bolsistas que acolhi, com exceção dos alunos que já haviam sido egressos dos cursos de extensão ofertados, os demais pareciam estar mais interessados na bolsa que no aprendizado. "Caíram de paraquedas” no projeto sem, muitas vezes, demonstrar qualquer vocação e/ou disposição para intervenções sociais/ ações extensionistas. Como a bolsa é ofertada logo nos primeiros períodos, os bolsistas, muitas vezes, também estão ainda muito imaturos para as atividades com as quais devem se envolver.”)

Falta de monitoramento e avaliação.

Pouco diálogo entre os participantes do programa e pouca troca entre os estudantes para promover mais integração e um melhor aproveitamento da experiência.

F) Valorização da extensão/apoio financeiro aos projetos

Desvalorização da extensão (“Talvez a maior fragilidade não seja exatamente do Programa, mas do fato de que não se valoriza a Extensão. A pesquisa do PIBIC vale, mas a do programa BIA não é vista da mesma forma. Por isso seria bom que os bolsistas BIA pudessem ficar dois anos, ele faria um trabalho extensionista agregando a questão da pesquisa também”.

Falta de incentivo financeiro ao trabalho de campo.

Falta de apoio financeiro aos projetos. (“As fragilidades estão na extensão dos projetos, que não tem respaldo econômico para a sua realização. Por exemplo, aulas para comunidades carentes requer material didático para ser utilizado, quem bancará este material?)

Restrição de verbas para o programa.

Fonte: questionários respondidos no google.doc, 2012

As deficiências e/ou fragilidades evidenciadas, em sua grande maioria apontam para a natureza político-institucional do Programa, pois referem-se aos objetivos, população-meta, critérios de participação, valores das bolsas, período de duração, sistemática de acompanhamento e avaliação e de financiamento aos projetos. Tais aspectos, por envolverem questões de ordem conceitual, programática e financeira, implicam em decisões de caráter macro político-institucional, no âmbito da FACEPE, para sua implementação. 12% dos orientadores pesquisados posicionaram-se favoravelmente à situação atual do Programa e não identificaram fragilidades no seu funcionamento.

Aspectos da gestão operacional, tais como comunicação institucional, dificuldades na operacionalização dos procedimentos administrativos do programa e manejo dos dados no AgilFAP junto à FACEPE, não foram citados, o que nos leva supor que as dificuldades iniciais foram superadas, principalmente porque tais atribuições vem sendo desenvolvidas de forma eficiente pela equipe coordenadora do programa , a cargo da PROEXT.

4.2.4 Avaliação do programa: a visão da equipe operacional de gestão do programa na