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5. PROPOSIÇÕES DE APERFEIÇOAMENTO DO PROGRAMA

5.3 PROPOSIÇÕES DA AUTORA E DA EQUIPE DE GESTÃO

O acompanhamento ou monitoramento de um programa e/ou projeto é “o exame contínuo ou periódico efetuado pela administração, em todos os seus níveis hierárquicos, do modo como se está executando uma atividade”. Com esta definição adotada pela ONU, Cohen & Franco (1999) relacionam o processo de acompanhamento ou monitoramento a uma atividade gerencial interna que se realiza durante o período de execução da ação. Carvalho (2005) denomina esse processo de acompanhamento e monitoramento avaliativo, por consolidar informações que subsidiam avaliações mais consistentes e estruturadas.

Nesta perspectiva teórica, as sugestões aqui relacionadas são o produto de acompanhamento processual do Programa, ao longo dos anos de sua execução, realizado pela equipe técnica-administrativa, gestora operacional do Programa, no âmbito da UFPE. Teve por base relatórios anuais apresentados à FACEPE e constatações da prática cotidiana na execução operacional do Programa.

Assim, as proposições da equipe gestora consubstanciam-se nas duas dimensões da gestão abordadas: político-institucional e administrativa-operacional (gerencial).

A primeira proposta, de ordem macro estratégica, pois envolve decisões políticas, a cargo dos agentes institucionais financiadores e formuladores do Programa, incluindo-se a

direção da FACEPE. Destacamos ainda nesta dimensão, sugestões na forma de gestão interna do Programa, que por envolver outras Unidades da UFPE implica em decisões de ordem político-institucional por parte da administração central da Universidade.

A COVEST, conforme já destacamos no item 3.2.2, representa pela sua missão institucional, a principal fonte de geração de informações e de consulta de dados sobre o vestibular e sobre a caracterização qualitativa e quantitativa do público ingressante nos cursos de graduação da UFPE.

Neste sentido deve se instrumentalizar de ferramentas gerenciais qualificadas, em parceria com o Núcleo de Tecnologia da Informação – NTI, para fornecer relatórios com dados sistematizados sobre a população universitária oriunda de escolas públicas, e outras, que atualmente se enquadram no segmento de cotistas, a moldes da categoria étnico-racial. Tais informações são o insumo para a identificação e qualificação do público potencial do Programa BIA, e de outros, de natureza inclusiva.

Na sequencia, propomos a implantação de um módulo de informações gerenciais no sistema SIG@ com a possibilidade de emissão de relatórios diversos sobre a situação acadêmica por categorias e/ou grupos específicos, tais como índices de aprovação, retenção e evasão.

Essa ferramenta, se implantada, em muito contribuirá para subsidiar estudos, pesquisas, relatórios técnicos e gerenciais mais detalhados, auxiliando as instâncias gestoras na tomada de decisões de ordem político-institucional e na formulação e/ou alinhamento de políticas acadêmicas e de assistência estudantil; e outros programas de consolidação do acesso, da permanência e do sucesso acadêmico do estudante oriundo de EP.

Dados mais consistentes podem subsidiar tomadas de decisão no rumo de mudanças mais abrangentes.

Com base, portanto, nos dados disponíveis apresentados no quadro 8 apontando para evidências da ineficácia do programa BIA quanto à sua cobertura (5% do público potencial beneficiado versus uma demanda reprimida de 95%) é que propomos que os agentes institucionais envolvidos - a FACEPE e as IES públicas ( UFPE, UFRPE, UNIVASF, IFPE e UPE) envidem esforços juntos às instâncias políticas decisórias, a nível federal e estadual para transformação do Programa em uma política de caráter universalizante, acessível a todos os estudantes oriundos de Escolas Públicas da rede estadual ou municipal, independente da nota do processo seletivo. Essa iniciativa materializaria a condição de acesso com equidade ao estudante e de eficácia ao Programa BIA, quanto à sua cobertura.

Decisão de igual valorização político-institucional do Programa será a sua equiparação aos demais programas apoiados pela FACEPE, seja no valor da bolsa concedida ao estudante; na possibilidade de prolongamento de sua duração total para dois anos; no fomento a projetos de pesquisa e/ou extensão; e na concessão de uma bolsa-tutoria para o orientador-tutor, preferencialmente aos diplomados com o titulo de mestre, como incentivo à pontuação na carreira docente e/ou profissional.

Esta proposta, se aceita, certamente contribuirá na valorização político-institucional e acadêmica do Programa, com a possibilidade de ampliar o interesse na adesão de novos orientadores, agentes educacionais importantes no acompanhamento do processo formativo do estudante de EP, especialmente no início de sua vida universitária.

Neste caso, o Programa BIA teria sua denominação original ampliada para Programa de Incentivo Acadêmico e Tutorial – Programa BIA-T.

No âmbito da UFPE, considerando que os objetivos do Programa BIA, em sua dimensão acadêmica e assistencial compatibilizam-se com a missão institucional das Pró- Reitorias para Assuntos Acadêmicos (PROACAD) e para Assuntos Estudantis (PROAES) entendemos necessária a sua gestão, atualmente só a cargo da PROEXT, ser efetivamente exercida de forma colegiada com as demais Pró-Reitorias, com a incorporação do BIA ao elenco programático e financeiro de suas competências institucionais e planos anuais de ação, de forma que o estudante beneficiário do Programa tenha um olhar integral e integrado dos diversos programas constantes do cardápio institucional.

É imperiosa a articulação e o envolvimento das demais unidades gestoras de informações, como COVEST, NTI e Corpo Discente para produção e sistematização de dados em relatórios gerenciais, que subsidiem consultas das Pró-Reitorias, dos gestores institucionais e operacionais do Programa BIA, de pesquisadores e outros sujeitos interessados.

Ao assim proceder, propomos um modelo de gestão integrado e inovador, compatível com os ditames modernos de gestão de políticas e programas públicos, de compartilhamento de decisões e responsabilidades, em que cada instituição e cada unidade envolvida, em seu nível decisório, assumem as atribuições político-institucionais e operacionais para potencializar resultados mais eficazes à ação.

A segunda proposição reúne, a nosso ver, condições de revisão e ajustes por parte de instâncias decisórias institucionais de nível técnico, uma vez que muitas das mudanças já implementadas no decorrer do programa, na perspectiva de melhoria da sua gestão, ocorreram a partir de relatórios técnicos apresentados.

Na dimensão da gestão operacional as dificuldades de ordem administrativa e burocrática vêm sendo paulatinamente solucionadas, mas reafirmamos a necessidade de aperfeiçoamento do sistema AgilFAP/FACEPE para agilizar os procedimentos de cadastro, inserção de planos de trabalho e relatórios e atualizar de imediato as pendências atendidas. A revisão nos procedimentos de remessa de documentos impressos, a exemplo de currículos dos orientadores-tutores é imperiosa, considerando que há possibilidade de acesso on-line aos mesmos na plataforma do CNPQ.

A revisão no fluxograma das informações UFPE FACEPE, que atualmente ocorre via documentação impressa e via eletrônica pelo AgilFAP, facilitará o trânsito da comunicação interinstitucional, o que certamente repercutirá na diminuição de procedimentos operacionais e na agilização do processo de implantação da bolsa.

O acompanhamento sistemático torna-se neste modelo de gestão colegiada instrumento de fundamental importância na avaliação do desempenho do Programa, a partir de metodologia construída com todos os partícipes, para empreender ações, identificar problemas, corrigir rumos e atingir resultados eficazes junto aos beneficiários.

Parte desta proposta vem na esteira de sugestões já apresentadas em relatórios institucionais à FACEPE para promover encontros periódicos de avaliação entre gestores do Programa BIA em todos os níveis; inclusive entre os coordenadores das demais IES executoras do Programa BIA, como a UFRPE, UPE, UNIVASF e IFPE, na perspectiva da reflexão coletiva, do intercâmbio de experiências e práticas de gestão, com vistas à melhoria no desempenho do Programa e de seus resultados para o principal sujeito do programa – os estudantes de graduação, oriundos de escolas públicas.