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3. TRAJETÓRIA METODOLÓGICA

3.4 COLETA DOS DADOS: TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

A coleta de dados é a etapa dedicada à obtenção das informações necessárias para responder às perguntas da pesquisa, em que são aplicados os instrumentos elaborados e as técnicas selecionadas.

Gil (2008) identifica como um dos elementos mais importantes na estruturação metodológica de uma pesquisa o delineamento dos procedimentos adotados para a coleta de dados, que segundo o autor podem ser definidos em dois grandes grupos : aqueles que se valem das chamadas fontes de "papel" e aqueles cujos dados são fornecidos por pessoas. No primeiro grupo situam-se a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental; e no segundo grupo está a pesquisa experimental, a pesquisa ex-post-facto, o levantamento, o estudo de campo e o estudo de caso (GIL, 2008, p.50).

Assim, para a coleta de dados dessa pesquisa nos utilizamos dos dois grupos referenciados por Gil (Ibidem). Para a fundamentação do arcabouço teórico e metodológico nos utilizamos quanto aos meios, da pesquisa bibliográfica a livros, revistas acadêmicas, artigos e trabalhos científicos publicados por via impressa e/ou eletrônica; e da pesquisa documental e de campo, na obtenção das informações diretamente com o objeto estudado – os ex-bolsistas e orientadores-tutores do Programa BIA.

A coleta dos dados se processou em fontes primárias e secundárias mediante a utilização dos seguintes instrumentos:

Pesquisa Bibliográfica → a pesquisa bibliográfica foi utilizada a partir de consultas à produção acadêmico-científica de vários autores, publicadas em meios impressos ou digitais, em livros, artigos, coletâneas, revistas, teses e dissertações, para formatar o embasamento teórico dos temas fundantes e transversais da dissertação: políticas públicas e suas derivações na política social, em especifico na política educacional do ensino superior público; e a avaliação e sua polissemia conceitual e tipológica.

Pesquisa documental → A pesquisa documental processou-se em três fontes institucionais: 1) Base normativa da UFPE, constituída pelos relatórios de gestão, planejamento estratégico institucional (PEI), Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) relatório da comissão permanente de avaliação (CPA) e plano político pedagógico institucional (PPPI);

2) Base documental do Programa BIA, formada pelo conjunto de documentos institucionais de gestão (diretrizes, instrumento de convênio, editais, planos, relatórios, fichas cadastrais dos bolsistas), elaborados pela FACEPE e/ou Coordenação de Gestão da Extensão, unidade responsável pela operacionalização do programa BIA, no âmbito da UFPE, e disponíveis nos acervos da PROEXT;

3) Sistema de Gestão Acadêmica da UFPE (SIG@) para identificar, através de consulta ao cadastro individual , o desempenho e a situação acadêmica do grupo pesquisado, quanto à retenção ou evasão, assim como sua média de aprovação final , em caso de conclusão do curso.

Pesquisa de campo quantitativa-descritiva → Marconi e Lakatos (2007) definem a pesquisa de campo enquanto técnica utilizada com o objetivo de obter informações sobre o problema que se deseja solucionar, de uma hipótese que se almeja comprovar, ou descobrir fenômenos e relações entre eles (Ibidem, 2007 p.188)

Gil (2008) complementa a abordagem anterior ao afirmar que os estudos de campo procuram mais o aprofundamento das questões propostas relativas a um único grupo ou comunidade em termos de sua estrutura social, ou seja, ressaltando a interação de seus componentes.

No caso desta pesquisa, buscamos responder à pergunta objeto da investigação junto ao grupo específico dos ex-bolsistas do Programa BIA.

Marconi e Lakatos (Ibidem) referenciam Tripodi et al ao dividirem a pesquisa de campo em três grupos: quantitativo-descritivo, exploratórios e experimentais.

A modalidade quantitativo-descritiva, grupo no qual elencamos a natureza da nossa pesquisa consiste em investigação empírica com a finalidade, dentre outras, a de estudos de avaliação de programas. Procuram efeitos e resultados de um programa e empregam recursos quantitativos para coleta de dados sobre populações ou amostras de populações e programas e se utilizam de técnicas de coleta de informações, a moldes de questionários.

O questionário é definido por Gil (2008) como a técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações.

Adotamos o questionário enquanto técnica para a coleta dos dados junto aos sujeitos da pesquisa: os ex-bolsistas BIA e os orientadores-tutores.

Possibilidade de alcançar o universo delimitado (361 estudantes e 42 orientadores) simultaneamente;

Facilidade de resposta on line diretamente no corpo do e-mail; Expectativa de obter maiores índices de respostas;

Possibilidade de obtenção das respostas mais rápidas; Recebimento das respostas já catalogadas pelo aplicativo;

Maior uniformidade na avaliação, considerando a natureza impessoal do instrumento; Maior liberdade ao pesquisado nas respostas, protegido pelo anonimato e pela facilidade de escolha do dia e hora mais favorável do envio da resposta;

Maior facilidade na tabulação dos dados pelo pesquisador.

A remessa do questionário se deu através de correspondência eletrônica (e-mail), com uso da ferramenta disponível no Google.doc24, acompanhado de uma carta de apresentação da pesquisa, seus objetivos e propósitos, conclamando a colaboração dos informantes a respondê-los em prazo estipulado.

Quanto à forma das perguntas, utilizamos a classificação adotada por Marconi e Lakatos (2007) para a elaboração do questionário. O mesmo foi construído com perguntas abertas (possibilita ampla liberdade na resposta), fechadas (limita a resposta entre duas opções) e de múltipla escolha (permitem a escolha de uma ou mais alternativa dentre as que são apresentadas), na perspectiva de possibilitar tanto a emissão de opiniões e comentários, quanto de julgamentos, através de escalas com graus de intensidade e prioridade para um mesmo item.

No ato da inserção das perguntas na ferramenta auxiliar escolhida (google.doc) nos deparamos com uma limitação do aplicativo, que nos impediu de utilizar a técnica do escalonamento de respostas por ordem crescente de priorização, o que exigiu a reformulação de algumas perguntas.

Na fase da coleta dos dados, por meio do google.doc, ao relacionarmos os endereços eletrônicos dos estudantes para remessa do questionário, constatamos que 30 participantes do período 2004 a 2006 não possuíam e-mail, ou seja, o equivalente a 30% a menos do

24 O Google Docs é um pacote de aplicativos do Google que se compõe de processador de texto, editor de

apresentações, editor de planilhas e editor de formulários e possibilita a criação e o compartilhamento de documentos, planilhas e apresentações. Possibilita o agrupamento de dados, a tabulação e a representação estística e gráfica dos resultados.

quantitativo previsto; o que nos levou a fazer contatos via telefone residencial e/ou móvel, no caso dos disponíveis em suas fichas cadastrais.

Contabilizamos ainda devoluções de e-mails na ordem de 32%, correspondente a aproximadamente 115 estudantes, provavelmente em função de endereços eletrônicos desatualizados e/ou desinteresse em responder ao questionário.

Deparamo-nos assim com uma das limitações do uso do questionário apontada por Gil (Ibidem) quanto à falta de garantia de respostas e devolução pela maioria das pessoas, o que pode implicar na significativa diminuição do universo pesquisado e/ou da representatividade da amostra.

Em razão disso, consideramos para efeito de correspondências válidas enviadas o total de 216 estudantes efetivamente consultados, o que representa 60% do universo anteriormente definido de 361 estudantes. Desse quantitativo, 40 questionários foram devidamente respondidos e devolvidos, conforme demonstramos na tabela abaixo.

Tabela 1 – Nº de questionários respondidos pelos egressos do BIA

Ano / participação Nº de questionários

respondidos Percentual 2004 07 18% 2005 01 3% 2006 04 10% 2007 01 3% 2008 08 20% 2009 06 15% 2010 13 33% Total 40 100%

Fonte: questionários preenchidos e recebidos no google.doc

Conforme a tabela, as respostas obtidas foram na ordem de 18,5% do universo consultado, o que a nosso ver, considerando a natureza da pesquisa (não censitária), não implica em distorções nos resultados a serem analisados; além de não distanciar-se em excessivo do índice médio de devoluções de questionários, que alcançam índices em torno de 25% (MARCONI E LAKATOS, 2007, p.203).

Em relação aos orientadores-tutores, cuja população amostral foi de 42 orientadores os questionários foram integralmente remetidos com a utilização da mesma ferramenta

explicitada no item 2.4. Foram respondidos 16 questionários, o equivalente a 38% da meta desejada, o que consideramos satisfatório, por ter sido superior aos índices de respostas fornecidas pelos ex-bolsistas, e por estar acima da média histórica de respostas a questionários de pesquisas.