• Nenhum resultado encontrado

Fórmula 4 Índice de Qualificação do Corpo Docente (IQCD)

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.4 Setor de Educação Superior no Distrito Federal: Indicadores Educacionais

4.4.3 Avaliação do Corpo Docente

A análise dos resultados das Avaliações das Condições de Ensino (ACE) demonstrou que a dimensão que obteve o pior resultado na média de todas as IESP/DF foi a relativa ao corpo docente.

Considerando que são os professores os principais atores em todo o processo de ensino-aprendizagem, foi feita uma análise sobre os dados disponíveis sobre essa dimensão.

A Tabela 10, apresenta a evolução do número de funções docentes no setor nos sistemas público e privado.

Tabela 10 – Número de total de funções docentes na Educação Superior do Distrito Federal

Docentes Docentes %

Sistema Público Privado TOTAL Público Privado

1996 1.245 1.611 2.856 43,59% 56,41% 1997 1.614 1.588 3.202 50,41% 49,59% 1998 1.307 1.849 3.156 41,41% 58,59% 1999 1.308 2.256 3.564 36,70% 63,30% 2000 1.627 3.166 4.793 33,95% 66,05% 2001 1.626 3.968 5.594 29,07% 70,93% 2002 1.623 4.724 6.347 25,57% 74,43% 2003 1.746 5.744 7.490 23,31% 76,69% 2004 1.765 6.067 7.832 22,54% 77,46%

Fonte: INEP/Censo da Educação Superior Elaboração do autor.

Nota: um mesmo professor pode exercer diferentes funções docentes em uma ou mais instituições.

Acompanhando a evolução da oferta de vagas, houve um proporcional aumento no número de funções docentes, principalmente no sistema privado. Enquanto que no sistema público o aumento de funções docentes foi de 42%, no sistema privado foi de 276%, sendo que no total dos dois sistemas o aumento foi de 174%.

privado. Segundo Gaetani e Schwartzman (1991) as interpretações desse indicador conduzem a uma possível tensão nas perspectivas educacional e técnica. Para a perspectiva educacional, em principio uma menor relação de alunos por professor deveria contribuir para a melhoria da qualidade do ensino, já que o professor pode dar mais atenção aos seus alunos. Há uma concepção que turmas reduzidas permitem um melhor aprendizado.

Porém, na perspectiva técnica, uma instituição com uma maior relação alunos/professor estará aproveitando melhor os recursos humanos de que dispõe. Isso tem impacto no lucro por aluno: quanto mais alunos por professor, menor o custo por aluno.

Tabela 11 – Relação entre o número de alunos matriculados e o número de funções docentes nas IESP/DF

Ano Matriculados Docentes Funções Alunos/Função Relação Docente 1996 27.419 1.611 17,0 1997 29.399 1.588 18,5 1998 33.651 1.849 18,2 1999 39.581 2.256 17,5 2000 49.969 3.166 15,8 2001 62.243 3.968 15,7 2002 75.633 4.724 16,0 2003 90.207 5.744 15,7 2004 92.123 6.067 15,2

Fonte: INEP/Censo da Educação Superior Elaboração do autor.

Nota: um mesmo professor pode exercer diferentes funções docentes em uma ou mais instituições.

O aumento do número de funções docentes teve um ritmo maior que o aumento das matriculas, fazendo com que a relação entre as duas grandezas caia em 10%.

Verifica-se pela

Tabela 12 que a diferença entra os sistemas público e privado, que era significativa entre 1996 e 1998, cai em 1999, volta a subir e se mantém praticamente constante entre 1999

e 2002, para iniciar uma queda e chegar ao seu menor valor em 2004. Porém, uma conclusão é clara: o sistema privado possui mais alunos por professor que o sistema público.

Tabela 12 – Relação número de matrículas/docente na Educação Superior do Distrito Federal nos sistemas público e privado.

Matriculas/docente

Ano Pública Privada Diferença

1996 8,0 12,9 61% 1997 8,8 18,5 110% 1998 11,7 18,9 62% 1999 12,9 17,5 36% 2000 10,9 15,8 45% 2001 10,9 15,7 44% 2002 11,0 16,0 45% 2003 11,3 15,7 39% 2004 11,4 15,2 33%

Fonte: INEP/Censo da Educação Superior Elaboração do autor.

Nos primeiros anos pós LBD há um crescimento na relação alunos/docente, chegando ao pico em 1998, nas instituições privadas. Infere-se que isso se deve a entrada no setor de novas IESP que tiveram nesses primeiros anos quase a totalidade de suas vagas preenchidas.

A partir de 1999 inicia-se uma queda nessa relação. Uma explicação para isso é o aumento da evasão e diminuição do preenchimento de vagas no vestibular (vide Gráfico 14). As turmas de ingressantes são inferiores ao número de vagas oferecidas e com a evasão, as turmas dos últimos anos vão ficando cada vez menores, diminuindo o número de matrículas,

diminuindo também a relação alunos/docentes.

A Tabela 13 demonstra a evolução do número de docentes trabalhando em tempo integral nas Instituições de ensino superior do Distrito Federal e sua relação com o número total de docentes. Verifica-se que enquanto nosistema público houve uma variação entre 74% a 89% na proporção de docentes trabalhando em tempo integral, no sistema privado essa variação é entre 7% e 16%.

Quando analisados os dados por ano e por organização acadêmica, verificou-se que foi somente a partir de 1997 que as instituições não universitárias passaram a ter professores com dedicação integral. Os professores com dedicação em tempo integral em 1996 pertenciam a Universidade Privada. Nos anos seguintes, o número de professores em tempo integral nas instituições não universitárias continua a crescer.

Tabela 13 – Número de docentes trabalhando em tempo integral na Educação Superior do Distrito Federal

Tempo Integral Tempo Integral

Sistema Público Privado Público Privado

1996 1.105 106 89% 7% 1997 1.239 111 77% 7% 1998 1.135 287 87% 16% 1999 1.162 269 89% 12% 2000 1.212 360 74% 11% 2001 1.405 525 86% 13% 2002 1.404 516 87% 11% 2003 1.514 744 87% 13% 2004 1.415 561 80% 9% Fonte: INEP/Censo da Educação Superior

Elaboração do autor.

Nota: um mesmo professor pode exercer diferentes funções docentes em uma ou mais instituições.

Um motivo para esse movimento, pode ter sido a busca das organizações em se adequarem ao novo marco legal e ao sistema de avaliação implementado pelo Estado a partir de 1995.

quando as primeiras instituições pós LDB iniciam suas atividades. Nos anos seguintes há uma oscilação na participação do número de docentes em tempo integral entre 11% e 13%. Porém há uma queda acentuada em 2004, quando o número cai para 9%.

Tabela 14 – Índice de Qualificação do Corpo Docente na Educação Superior do Distrito Federal

Ano Pública Privada Diferença

1996 3,7 2,0 46% 1997 3,2 2,2 31% 1998 3,9 2,3 41% 1999 3,7 2,5 32% 2000 3,8 2,5 34% 2001 3,8 2,5 34% 2002 4,0 2,6 35% 2003 4,0 2,6 35% 2004 4,0 2,7 33%

Fonte: INEP/Censo da Educação Superior Elaboração do autor.

Conforme demonstrado na Metodologia, foi feito o cálculo do Índice de Qualificação do Corpo Docente – IQCD para os sistemas públicos e privados. No sistema público observa- se um aumento desse índice pela admissão de mais doutores.

Os resultados demonstram a diminuição da diferença do IQCD entre os sistemas privado e público. As pressões governamentais no controle da qualidade levaram as IESP a contratarem professores com titulação de mestre ou doutor.