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Fórmula 4 Índice de Qualificação do Corpo Docente (IQCD)

3. METODOLOGIA

3.2. Delineamento da Pesquisa

A seguir é feita a classificação quanto aos critérios de delineamento utilizados na literatura.

1. Tipo de pesquisa. O estudo pode ser classificado como exploratório por tender em direção a estruturas frouxas, soltas, com o objetivo de descobrir futuras tarefas de pesquisa. O objetivo imediato da exploração é geralmente desenvolver hipóteses ou perguntas para futuras pesquisas. Segundo Río (1997), um estudo exploratório deve ser considerado, sempre como primeiro passo a investigação e é utilizado quando se deseja investigar temas sobre os quais existe pouco conhecimento científico, sendo que esses estudos devem ser simples, porém muito completos.

2. Controle de Variáveis. Este aspecto refere-se à possibilidade do pesquisador manipular as variáveis estudadas, Cooper e Shcindler (2000) diferenciam os estudos em experimentais e ex post facto. Em pesquisas experimentais, o pesquisador tenta controlar e/ou manipular as variáveis em estudo; entretanto, nas pesquisas denominadas ex post facto, os investigadores não têm controle sobre as variáveis no sentido de serem capazes de manipulá- las, podendo apenas relatar o que aconteceu ou o que está acontecendo. Desta forma, quanto ao controle de variáveis, esta pesquisa se classifica como ex post facto.

3. Objeto de Estudo. Classificam-se em descritivas as pesquisas que estão preocupadas em descobrir quem, o que/qual, onde, quando, ou quanto. Também podem ser classificadas, quanto a este critério, em pesquisas causais, caso o estudo esteja preocupado em investigar o motivo de certos comportamentos, ou seja, como uma variável produz mudanças em outras (COOPER e SCHINDLER, 2000). Sob este prisma, a pesquisa em questão está classificada como descritiva.

4. Aspecto Temporal. Com relação à dimensão temporal, as pesquisas podem ser classificadas em transversais e longitudinais. Segundo Cooper e Schindler (2000) os estudos transversais são realizados uma vez e representam uma foto instantânea de um ponto no tempo; entretanto, nas pesquisas longitudinais os dados são coletados periodicamente durante um determinado período, permitindo que o investigador detecte mudanças ao longo do período investigado. Considerando que os dados utilizados na pesquisa (secundários, como será explicado a seguir) foram coletados anualmente por instituições governamentais e de classe, a presente pesquisa pode ser classificada como sendo longitudinal. Yin (2005) também acrescenta ao aspecto temporal quanto à classificação quanto a eventos passados e eventos contemporâneos. A presente pesquisa trata de eventos relativamente contemporâneos, já que o período analisado é de 1996 a 2004.

5. Escopo da pesquisa. Trata-se este aspecto da amplitude e profundidade da investigação realizada. Rio (1997) afirma que os estudos exploratórios devem ser simples, porém completos. Com isso, a pesquisa realizada ganhou em amplitude, com o levantamento de um grande número de informações e a análise da associação entre essas, porém perde em profundidade, pela simplificação das análises.

6. Fonte de dados. As fontes de dados podem ser primárias ou secundárias. Segundo Rio (1997), quando o levantamento de dados é feito especificamente para uma pesquisa, são denominados de dados primários. Quando se utiliza de dados já existentes, coletados para outros propósitos que não os da pesquisa em questão, são chamados dados secundários (ROESCH, 2005). Considerando a existência de uma grande base de dados sobre a educação

superior, principalmente nos órgãos reguladores do Estado, decidiu-se pela utilização de dados secundários.

Os dados principais da pesquisa foram obtidos junto ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP - órgão oficial do Ministério da Educação – MEC. Foram utilizados informações de diversas bases de dados e sistemas de informações dessa instituição, descritos na seção 3.4.

Também foram utilizadas informações obtidas junto a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) e do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos Particulares de Ensino Superior do Distrito Federal (SINDEPES). Durante o período de solicitação dos dados junto a essas instituições foram obtidas várias informações importantes para a pesquisa, junto aos representantes e funcionários dessas instituições, por meio de conversas informais. Também professores e dirigentes de instituições de ensino superior contribuíram com informações. Apesar de não terem sido sistematizadas, essas informações contribuíram para o desenvolvimento da pesquisa.

A utilização de dados secundários se justifica pela disponibilidade de uma série histórica com dados suficientes para atender aos objetivos da pesquisa. A base de dados do INEP possui alto nível de padronização e abrange todo o universo estudado, conforme será discutido na seção 3.4. A base de dados do INEP já tem sido utilizada em várias pesquisas (PEREIRA, 2003, PIMENTEL e FONSECA, 2004; SCHWARTZMAN & SCHWARTZMAN, 2001) e sua utilização representa economia de recursos e uniformidade nas informações.

Uma nova coleta de dados com a finalidade de se trabalhar com dados primários não se justifica, pois seria exigir das organizações o preenchimento de um novo questionário contendo praticamente as mesmas informações que são enviadas ao MEC anualmente no Censo da Educação Superior, por exemplo. Além disso, existem os riscos de baixo retorno dos questionários e de baixa confiabilidade nas respostas, já que a pesquisa não possui a força institucional do MEC.

Os dados foram complementados por pesquisa documental por meio de publicações oficiais (MEC e INEP) sobre o tema e da legislação do setor.

7. Método. Adotando uma classificação bastante ampla, existem dois grandes métodos: o quantitativo e o qualitativo. A presente pesquisa adotou a abordagem quantitativa. Segundo Richardson et al (1999), método em pesquisa significa “a escolha de procedimentos sistemáticos para a descrição e explicação de fenômenos”. O autor afirma que o método científico consiste em delimitar um problema, realizar observações e interpretá-las com base

nas relações encontradas, fundamentando-se, se possível, nas teorias existentes. A presente pesquisa utilizou-se de grande quantidade de dados métricos, o que implica na utilização de métodos quantitativos.

Para Roesch (2005), a pesquisa quantitativa é adequada quando o propósito do projeto implica medir relações entre variáveis, sejam relações de associação ou relações de causa- efeito. Exemplos incluem estudos longitudinais, seja através de testes antes e depois; seja através de estudos de séries temporais.

Amplamente utilizado na condução de pesquisas, o método quantitativo representa em princípio, a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de análise e interpretação, possibilitando, consequentemente, uma margem de segurança quanto às inferências. É freqüentemente aplicado nos estudos descritivos, naqueles que procuram descobrir e classificar a relação entre variáveis, bem como nos que investigam a relação de causalidade entre fenômenos (RICHARDSON, 1999).

Segundo Roesch (2005), a pesquisa quantitativa é apropriada para avaliar mudanças em grandes organizações. Extrapolando essa afirmação, ela também pode ser aplicada para avaliar mudanças em setores ou campos organizacionais, como no caso do setor de educação superior privada.

Os estudos que procuram investigar as correlações entre variáveis são fundamentais para as diversas Ciências Sociais porque permitem controlar, simultaneamente, grande número de variáveis e, por meio de técnicas estatísticas de correlação especificar o grau pelo qual diferentes variáveis estão relacionadas, oferecendo ao pesquisador entendimento do modo pelo qual as variáveis estão operando (RICHARDSON, 1999). Através de técnicas estatísticas é possível verificar se existe associação entre duas ou mais variáveis, a natureza dessa associação (positiva ou negativa) e sua força, ou seja, o grau em que uma variável interfere no valor da outra.

Dessa forma, a presente pesquisa acompanhou a evolução dos indicadores selecionados e a associação entre eles em um determinado período.