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CAPITULO 6. Resultados e discussão

6. Avaliação global do programa

No final do programa, os participantes avaliaram a intervenção, mediante o preenchimento da “Escala de Avaliação da Implementação de Programas” – EAIP (Jardim e Pereira, 2006). Desta avaliação, optámos por apresentar os resultados relativos aos itens com pontuações mais elevadas, uma vez que os restantes se situam entre o”razoável” e o “bom”.

Dos dados que emergem da tabela 22, podemos verificar que “o relacionamento entre o dinamizador e os participantes”, item que obteve a pontuação mais elevada, foi avaliado por 15 individuos como “Muito Bom” e por 2 como “Bom”.

O segundo item com melhor avaliação, respeitante à “competência técnica do orientador”, foi avaliado por 12 participantes como “Muito bom”, 4 consideraram-no “Bom” e apenas 1 o percepcionou como “Razoável”.

O terceiro item com maior pontuação correspondeu à “motivação dos participantes”: 10 individuos classificaram-na como “Muito Boa”, 6 como “Boa”e apenas um elemento como “Razoável”.

A “participação do grupo nas actividades” e a “utilidade futura das técnicas aprendidas” obtiveram o mesmo valor médio, situado, maioritariamente entre os parâmetros “Bom” e “Muito Bom”, tal como aconteceu com os itens “actividades realizadas nas sessões”, “modo como os conteúdos foram abordados”e “adequação dos exercícios”.

Tabela 22 – Avaliação global do programa

Itens Média Desvio

Padrão Qualificação “Razoável” Qualificação “Bom” Qualificação “Muito Bom” Omissões “Relacionamento entre dinamizador e participantes” 4,88 ,332 --- 2 15 6 “Competência técnica do orientador” 4,65 ,606 1 4 12 6 “Motivação dos participantes” 4,53 ,624 1 6 10 6 “Participação do grupo nas actividades” 4,35 ,702 2 7 8 6

“Utilidade futura das técnicas aprendidas” 4,35 ,786 3 5 9 6 “Actividades realizadas nas sessões” 4,24 ,664 2 9 6 6 “Modo como os conteúdos foram abordados” 4,24 ,831 4 5 8 6 “Adequação dos exercícios” 4,24 ,752 3 7 7 6

Apesar de considerarmos que a avaliação global do programa feita por aqueles que nele participaram é bastante positiva, não podemos deixar de reflectir sobre o facto de 6 individuos da nossa amostra não terem respondido a este instrumento de avaliação, o que condiciona a nossa leitura dos resultados obtidos, obrigando-nos a fazê-la com maior cautela, uma vez que numa amostra com esta dimensão a ausência de 6 sujeitos é significativa. Estes correspondem à soma dos 4 individuos que faltaram no momento de pós-teste com 2 indivíduos que preencheram incorrectamente os questionários.

No sentido de completarmos esta avaliação, questionámos os participantes sobre os aspectos que consideraram mais importantes, as principais limitações desta intervenção e sugestões para programas futuros. Os dados recolhidos foram gravados

com o consentimento dos sujeitos e posteriormente submetidos a análise de conteúdo, encontrando-se descritos na tabela 23.

Tabela 23 – Categorias de resposta relativas à avaliação qualitativa do programa

Dimensão Categoria Exemplos N N

total Aspectos mais positivos do programa Relacionamento interpessoal Temática e modo como os conteúdos foram abordados. Formato de blended-learning.

“Sem dúvida o que mais gostei foram os temas abordados e a motivação que as formadoras transmitiram logo no início.

Gostei também bastante das partilhas e das sessões on-line”

17 19 Aspectos mais negativos do programa Altura de realização do programa. Duração. Sessões on-line. Publico não diferenciado

“Não gostei que o programa tivesse coincidido com uma fase de extremo trabalho, com relatórios, exames e muitos trabalhos para entregar”

“O que menos me agradou foi a duração do programa

“Acho que, na formação on-line a dinamizadora devia ter marcado 10 a 15 minutos exclusivamente com cada aluno”

13 19 Sugestões para programas futuros Timing. Duração Público diferenciado

“Estes programas deviam ter início perto do começo do primeiro semestre ou então talvez no segundo semestre. Também é importante aumentar a duração do curso, haver mais sessões”.

15 19

Pela análise da tabela 22, constatamos que, para os participantes da nossa amostra, os aspectos mais positivos do programa prendem-se, em termos gerais, com as relações interpessoais que permitiu construir entre os alunos e entre estes e a dinamizadora. Salientam o formato seleccionado (o trabalho em grupo), as actividades de partilha (que permitiram aprofundar as relações interpessoais) e competências da dinamizadora (disponibilidade, empatia e calor humano). Nesta dimensão sublinham também as temáticas abordadas (sobretudo a sessão dedicada ao relaxamento), o modo

como os conteúdos foram trabalhados e o recurso a uma combinação mista de formação presencial e on-line.

Estes dados são estão em consonância com os referidos na literatura que referem que o formato grupal é uma boa maneira de promover o desenvolvimento de programas e que nestes a interacção e as dinâmicas criadas entre os elementos do grupo, bem como as competências do dinamizador são de extrema importância (Jardim, 2007).

Relativamente aos aspectos menos positivos do programa os alunos que reflectiram sobre esta questão, salientaram: a altura da sua realização (o facto de ter coincidido com o final do ano lectivo, marcado por uma sobrecarga significativa de trabalho); a duração do programa, que consideraram ser insuficiente face às suas necessidades; o facto de o público-alvo não ser diferenciado (o programa incluiu alunos de diversos ciclos do ensino superior) e o facto de, nas sessões on-line haver a necessidade de, em intervenções futuras, dedicar mais atenção exclusiva aos alunos.

Quando questionados sobre possíveis sugestões para intervenções futuras, os participantes da nossa amostra consideram que a sua implementação deve acontecer no início do ano lectivo ou do semestre, de modo a não coincidir com a época de avaliações. Referem também que devem ser desenvolvidos programas diferentes consoante o publico a que se destinam e que tais programas devem ter uma duração maior do que o nosso, incorporando um número maior de sessões presenciais e on-line.

Os resultados obtidos referentes à avaliação que os participantes fazem do programa, sugerem que, em termos gerais e à semelhança do que acontece com outros programas implementados em contexto académico (Jardim, 2007), essa avaliação é bastante positiva.

Os estudantes manifestaram um elevado grau de motivação para participarem na intervenção e sublinharam aspectos como a competência do dinamizador, o modo como as actividades foram desenvolvidas, a participação do grupo, o que aponta para a importância de implementar programas de desenvolvimento de competências para promover o sucesso académico, tal como referido na literatura (Chickering & Reisser, 1993; Pereira, 1999; Jardim, 2007).