CAPITULO 6. Resultados e discussão
5. Resultados posteriores à implementação do programa
De seguida apresentamos os resultados obtidos no momento de pós-teste.
5.1. Percepção dos níveis de stress e do seu impacto na vida quotidiana e académica após o programa
Pela análise da tabela 5 podemos comparar os resultados que os participantes obtêm em relação à percepção dos seus níveis de stress e do seu impacto na vida quotidiana e académica, comparando os momentos de pré e pós-teste.
Tabela 15 Auto-avaliação dos níveis de stress e do seu impacto no bem estar antes e depois do programa N (antes) Média (antes) DP (antes) N (depois) Média (depois) DP (depois) Nível de stress é 23 2,91 1,041 19 2,58 1,261 Percepção do impacto do stress na vida académica
23 3,52 ,994 19 3,26 1,098
Percepção do impacto do stress na vida quotidiana
23 3,35 ,832 19 3,05 1,224
Adequado controlo do stress
23 2,65 1,071 19 3,11 ,937
Avaliações constituem situações de muito stress
23 3,87 ,920 19 3,00 1,155
Interferência do stress com desempenho
académico
23 3,57 1,080 19 2,74 1,368
Comparando a avaliação que os estudantes fazem, verificamos que os valores diminuem no segundo momento de avaliação, à excepção do item “Tenho um adequado controlo de stress”, que aumenta de 2, 65 num primeiro momento para 3,00.
5.2. Avaliação da ansiedade após o programa
Na tabela 16 encontramos os resultados da estatística descritiva referente à avaliação da ansiedade, através do Beck Anxiety Inventory (BAI), no momento posterior à implementação do programa.
Tabela 16: Resultados BAI – depois da intervenção
Instrumento Depois da intervenção
N 19 BAI Média 18,21 Mediana 18,00 Desvio-Padrão 12,479 Mínimo 2 Máximo 49 Percentis 25 7,00 50 18,00 75 24,00 Skewness ,773 Std. Error of Skewness ,524 Kurtosis ,381 Std. Error of Kurtosis 1,014
Relativamente à avaliação da ansiedade, como se pode constatar fazendo uma análise comparativa das tabelas 9 e 16 (que indicam os resultados do Beck Anxiety
Inventory, nas fases de pré e pós teste, respectivamente), verificamos que a distribuição
dos resultados na fase de pré-teste apresenta uma Média de 24,52, diminuindo aquele valor para 18,21 na fase de avaliação de pós-teste. Também os valores da Mediana baixam após a intervenção (Mediana=18,00 no pós-teste, comparativamente com 21,00 no pré-teste). Os valores do Desvio-Padrão são de 10,841 e de 12,479 para as fases de pré e de pós-teste, respectivamente.
Estes dados revelam que a intensidade da sintomatologia ansiosa diminuiu no segundo momento de aplicação deste instrumento, ou seja, após o desenvolvimento da intervenção, o que parece confirmar a necessidade de se realizarem programas que promovam a saúde mental em contexto académico (Jardim, 2007).
De referir que, dos 23 alunos que iniciaram esta intervenção, 4 tiveram uma participação irregular e não estiveram presentes na última sessão, motivo pelo qual não preencheram os instrumentos de recolha de dados no segundo momento de avaliação.
Para a comparação da sintomatologia ansiosa antes e depois da aplicação do programa, relativamente aos 19 participantes que estiveram presentes nos dois momentos de avaliação, os dados emergentes da tabela 17 evidenciam a existência de diferenças estatisticamente significativas entre os dois momentos de aplicação do instrumento de avaliação da sintomatologia ansiosa (inicio e final do programa).
Tabela 17: Comparação da sintomatologia ansiosa antes e depois da intervenção
Escala N Antes/Depois Média Desvio Padrão t-test p
BAI 19
19 Depois Antes 23,95 18,21 10,549 12,479 4,063 ,001
Estes resultados parecem indicar que as actividades desenvolvidas ao longo do programa podem ser importantes para uma diminuição da ansiedade, cujos elevados níveis costumam estar associados a um stress intenso, frequente e/ou prolongado.
5.3. Avaliação da depressão após o programa
De seguida, apresentamos os dados da estatística descritiva relativos ao Beck
Depression Inventory – second edition, no momento posterior à intervenção (tabela 18).
Tabela 18: Resultados BDI-II – depois da intervenção
Instrumento Depois N 19 BDI Média 13,37 Mediana 10,00 Desvio-Padrão 10,940 Mínimo 0 Máximo 42 Percentis 25 5,00 50 10,00 75 20,00 Skewness 1,088 Std. Error of Skewness ,524 Kurtosis 1,087 Std. Error of Kurtosis 1,014
Comparando os dados da tabela 18 com os da tabela 10 (resultados do Beck
Depression Inventory –II, antes da intervenção), verificamos que os sujeitos da nossa
amostra, antes da intervenção, apresentam uma Média de 22,37, valor que diminui para 13,37 após a intervenção. Os valores da Mediana, que antes da intervenção são de 18,00, baixam para 10,00 depois da intervenção. Antes da intervenção os valores do Desvio-Padrão são de 13,246, diminuindo, depois da intervenção, para 10,940.
Estes dados indicam que os sujeitos da nossa amostra apresentaram melhorias na sua sintomatologia depressiva após a intervenção.
A comparação efectuada em relação à sintomatologia depressiva nos dois momentos (cf. Tabela 19), evidenciam a existência de diferenças estatisticamente significativas.
Tabela 19: Comparação da sintomatologia depressiva antes e depois da intervenção
Escala N Antes/Depois Média Desvio Padrão t-test p
BDI 19
19 Depois Antes 22,37 13,37 13,246 10,940 4,678 ,000
Estes dados sugerem que o trabalho desenvolvido foi importante em termos de diminuição do humor negativo, habitualmente associado a níveis excessivos de stress, confirmando dados de outras investigações (Seligman, De Rubeis e Hollon, 1999; Clarke e Lewinshon, 1995).
5.4. Avaliação das queixas e sintomas psiquiátricos após o programa
A tabela 20 contém os resultados da estatística descritiva referentes à avaliação de sintomas psiquiátricos, através do Symptoms Checklist, após a implementação da intervenção.
Tabela 20: Resultados SC – após a intervenção Intrumento Depois N 18 SC Média 17,50 Mediana 16,00 Desvio-Padrão 11,927 Mínimo 4 Máximo 47 Percentis 25 7,75 50 16,00 75 22,75 Skewness 1,121 Std. Error of Skewness ,536 Kurtosis ,985 Std. Error of Kurtosis 1,038
Comparando os dados emergentes da tabela 20 com os da tabela 11 (resultados
Symptoms Checklist, antes da intervenção) verificamos que estes evidencíam a
existência de diferenças nos sintomas psiquiátricos, entre os dois momentos de aplicação do instrumento de avaliação.
Antes da intervenção, os sujeitos apresentam uma Média de 25,04 e uma Mediana de 24,00, valores que diminuem para 17,50 e 16,00, respectivamente, no momento de pós-intervenção. Os valores do Desvio-Padrão aumentam de 10,182, antes da intervenção, para 11,927, após a intervenção.
Estes dados revelam que o grupo de sujeitos apresentou melhorias nas suas queixas psiquiátricas, após a intervenção.
De referir que no segundo momento de avaliação apenas 18 participantes preencheram este instrumento de avaliação: como já referimos, faltaram 4 elementos e a estes acresceu um questionário que considerámos sem efeito porque não estava correctamente preenchido.
Os dados da comparação efectuada em relação às queixas e sintomas psiquiátricos (cf. Tabela 21), evidencíam diferenças estatisticamente significativas antes e após o trabalho desenvolvido.
Tabela 21: Comparação das queixas psiquiátricas, antes e depois da intervenção Escala N Antes/Depois Média Desvio Padrão t-test p
SC 18
18 Depois Antes 25,22 17,50 10,109 11,927 4,182 ,001
Estes resultados parecem sugerir que as actividades realizadas durante as sessões do programa ajudaram a que se verificasse uma diminuição dos sintomas psiquiátricos, habitualmente associados a níveis prejudiciais de stress.