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4. REALIZAÇÃO

4.5. Avaliação, o processo contínuo

A avaliação é muito importante para conferir uma direção ao ensino- aprendizagem, e é a partir do qual que identificamos qual o momento de intervir e corrigir os desvios do processo planeado, permitindo-nos assim verificar em que medida os objetivos são alcançados (Portela, 2009).

Avaliar foi um dos desafios mais difíceis e complexos com que me deparei durante a minha atuação na qualidade de professora estagiária. Este

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processo fez com que tivesse de estabelecer metas ambiciosas, realistas, alcançáveis e reajustáveis, capazes de demonstrar os resultados da aprendizagem dos alunos durante uma UD, um período, ou um ano. Quando isso era conseguido, havia uma ficha de registo para calcular a média e a classificação no final do período onde eram colocados os valores. A mesma é dividida em três domínios:

• Domínio motor (modalidades dadas durante o período) – 60%; • Domínio cognitivo (testes escritos) – 20%;

• Domínio sócio-afetivo (assiduidade e comportamento) – 20%.

4.5.1. Avaliação Diagnóstica

“O sucesso do ensino depende tanto da atividade do docente como das atividades da aprendizagem dos alunos” (Bento, 2003, p.176). Como

professora a minha grande preocupação é atingir o sucesso da aprendizagem do aluno e, para tal, com a prática, apercebi-me que a Avaliação Diagnóstica (AD) é uma ferramenta fulcral para o bom planeamento da UD. Como o próprio nome indica, AD “não é «formalizar um juízo» mas recolher informação para

estabelecer prioridades e ajustar a atividade dos alunos ao sentido do seu desenvolvimento. Permite identificar as competências dos alunos no início de uma fase de trabalho e colocar o aluno num grupo ou nível de aprendizagem ajustado às suas capacidades.” (Gonçalves et al, 2010, p. 47).

A AD deve ser realizada em todas as modalidades no sentido de perceber se a turma já possui conhecimentos sobre a unidade que se vai iniciar e se é possível começar o trabalho numa fase mais adiantada do que era previsto (Ribeiro, 1999). Era através dela que eu conseguia planear a UD para as aulas, definir os objetivos, estratégias e metodologias para iniciar o processo de ensino-aprendizagem. No entanto, havia certas UDs pequenas, como o ténis de mesa, em que não houve a necessidade de fazer a AD e, ao introduzir os conteúdos básicos na primeira aula, conseguia perceber se nas próximas aulas simplificava ou complexificava os conteúdos. Também havia modalidades, nomeadamente nos desportos coletivos, em que para mim a AD serviu apenas para confirmar o nível em que eles se encontravam, devido ao

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transfer que há de modalidade para modalidade. Porém a AD é bastante

precisa e consegue retirar qualquer dúvida existencial sobre o nível dos alunos. Inicialmente, as nossas tabelas de AD eram complexas, isto é, continham bastantes conteúdos a observar. Com a ajuda do PC, percebi que as mesmas tinham que ser objetivas e curtas para assim conseguir compreender rapidamente o nível em que os alunos se encontravam. Isto foi depressa ultrapassado e a AD fluiu bem ao longo dos períodos.

“(…) Quanto à AD deveria ter simplificado a ficha, de modo, a ser mais fácil o registo diagnóstico de todos os alunos e poderia ter feito equipas com mais elementos para que não ficassem tantos à espera de entrar. (…) O objetivo da aula foi cumprido, assim sendo, a turma, de forma geral, apresenta-se no nível básico da modalidade. Porém, quando planear as aulas de andebol, tenho de ter em conta que terei de «dificultar» algumas ações para aqueles alunos que se encontram acima deste nível básico.” (Reflexão da

aula de Avaliação Diagnóstica de Andebol, 1ºPeriodo, 8ºano)

4.5.2. Avaliação Formativa

Durante as aulas ainda acontece a Avaliação Formativa (AF), onde procedi a uma observação cuidada e sistemática das tarefas que os alunos iam realizando ao longo do ano (Gonçalves et al, 2010). Segundo Ribeiro e Ribeiro (1990), a AF deve acompanhar todo o processo de ensino-aprendizagem, uma vez que permite identificar as aprendizagens bem-sucedidas e as que provocam dificuldades, para que as últimas possam ser ultrapassadas e os alunos sejam capazes de obter sucesso na tarefa. É na AF que o professor dá a conhecer ao aluno o que está bem e o que precisa de ser melhorado, interpretando os seus desempenhos. Desta forma, mais do que avaliar, os professores têm o dever de propor soluções aos problemas dos alunos, sendo avaliadores e orientadores em simultâneo.

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4.5.3. AvaliaçãoSumativa

O momento da Avaliação Sumativa (AS) é aquele em que se tem de “desligar a ficha do coração” e olhar para o aluno apenas com a razão e atribuir-lhe um número. A AS não permite um controlo do processo de ensino- aprendizagem, por isso, a sua função principal é constatar o sucesso ou insucesso escolar, colocando de lado a promoção da aquisição de competências.

Segundo Gonçalves et al (2010), a AS recorre a instrumentos e procedimentos de avaliação final, realizados segundo uma estrutura de síntese. O professor observa os comportamentos motores, avalia e de seguida atribui uma classificação, verificando se houve uma evolução no processo de ensino- aprendizagem, de acordo com o que foi planeado lecionar à turma.

Concluindo, considero que a parte mais difícil da avaliação foi atribuir um número no final de cada UD e período, pois a mesma não deve ser somente focada na atribuição de uma classificação aos alunos, mas também deve servir de ferramenta de reflexão em relação ao trabalho que o professor efetua durante a sua atividade, e como busca constante da excelência. A preparação de critérios, a observação em aula, o registo e o ajuste de instrumentos, contribuíram para uma aprendizagem e melhoria na forma de estruturar e organizar este processo contínuo de avaliação.

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5. PARTICIPAÇÃO NA ESCOLA E RELAÇÃO COM A