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AVALIAÇÃO TRANSDISCIPLINAR DAS LEITURAS INDICADAS

No documento Um conto e vários encontros (páginas 61-105)

CAPÍTULO 4 LUZES SOBRE O CONTO DE ESCOLA

4.5 AVALIAÇÃO TRANSDISCIPLINAR DAS LEITURAS INDICADAS

4.5.1 Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997.

Assis, Machado de. Conto de escola, em 50 contos de Machado de Assis. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

Questões para serem respondidas em duplas:

1. “Não resolvemos bem, ainda, a tensão que a contradição autoridade-liberdade nos coloca e confundimos autoridade com autoritarismo, licença com liberdade.” Com base nesse trecho do livro de Paulo Freire, apontar, no conto de Machado de Assis, trechos em que, por parte do professor Policarpo, há manifestações de autoritarismo e, por parte do aluno Pilar, há manifestações de liberdade.

2. Segundo Paulo Freire, “o bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento de seu pensamento. Sua aula é assim um desafio. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento”. Com base nesse trecho do livro de Paulo Freire, pode-se dizer que o professor Policarpo, personagem do conto de Machado de Assis, é um bom professor? Justificar a resposta com exemplos extraídos do conto.

3. No último parágrafo do conto de Machado de Assis, o narrador ---Pilar--- diz que “Raimundo e Curvelo me deram o primeiro conhecimento, um da corrupção, outro da delação”. Paulo Freire chamaria esse “conhecimento”, construído pelo aluno Pilar, de “ingênuo” ou de “epistemológico”? Justificar a resposta com trechos do livro de Paulo Freire.

4. Paulo Freire classificaria o professor Policarpo, personagem do conto de Machado de Assis, como educador “bancário” ou “problematizador”? Segundo a dupla, o perfil pedagógico dos professores do curso de Pedagogia da Facsul está mais para o perfil pedagógico do educador “bancário” ou do educador “problematizador”? Justificar as respostas.

4.5.2 Bagno, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. São Paulo, Edições Loyola, 2000

Assis, Machado de. Conto de escola, em 50 contos de Machado de Assis. São Paulo, Companhia das letras, 2007.

Questões para serem respondidas em duplas:

1. “Raimundo propôs-me um negócio, uma troca de serviços; ele me daria a moeda, eu lhe explicaria um ponto da lição de sintaxe. Não conseguira reter nada do livro, e estava com medo do pai.” Justificar, com trechos do livro de Marcos Bagno, a inconveniência de se ensinar português com base apenas em normas da gramática tradicional, como certamente faz o professor Policarpo, pai de Raimundo, personagens do conto de Machado de Assis.

2. Segundo o professor Pasquale Cipro Neto, citado por Marcos Bagno, “Uma grande parcela da população é mantida na ignorância, com o propósito de distanciá-la da sintaxe dominante. E é na sintaxe dominante que são redigidos os contratos e as leis, um exemplo cabal de que língua é poder. Sem ter acesso a ela, o povo é facilmente manobrado”. A partir dessa afirmação, destacar, no conto de Machado de Assis, trechos que revelem o poder e o controle exercidos, sobre os seus alunos, pelo professor Policarpo, suposto detentor do conhecimento da sintaxe dominante.

3. Segundo Marcos Bagno, “do ponto de vista científico, não existe erro de

português. Todo falante nativo de uma língua é capaz de discernir intuitivamente

a gramaticalidade ou agramaticalidade de um enunciado. Ninguém comete erros ao falar sua própria língua materna. Só se erra naquilo que é aprendido, naquilo que constitui um saber secundário, erra-se ao falar/escrever uma língua estrangeira. Em relação à língua escrita, seria pedagogicamente proveitoso substituir a noção de erro pela de tentativa de acerto”. De que modo, na opinião

da dupla, o professor Policarpo, a partir de suas ações e reações como personagem do conto de Machado de Assis, encararia essas afirmações do professor Marcos Bagno? Justificar a resposta.

4. “O bom professor” ---segundo Marcos Bagno--- “age como o filósofo Spinoza, que escreveu: „Tenho me esforçado para não rir das ações humanas, por não deplorá- -las nem odiá-las, mas por entendê-las’.” No conto de Machado de Assis, a quais palavras e atos o professor Policarpo submete Pilar e Raimundo, e que um bom professor jamais deveria infligir a seus alunos?

Neste Capítulo 4 , o da apresentação do Conto de escola como eixo do Projeto de Leitura , focalizaram-se, à luz da trandisciplinaridade, os encontros entre a Literatura e as disciplinas do primeiro semestre do curso de Pedagogia da FACSUL/Itanhaém: Leitura e Produção de Textos, Sociologia, História da Educação, Filosofia e Psicologia. Para agregar valor à análise do conto, indicou-se aos alunos a leitura dos livros Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática

educativa, de Paulo Freire, e Preconceito linguístico: o que é, como se faz, de

Marcos Bagno.

Observe-se que as considerações enfatizadas na análise do conto, bem como nas leituras dirigidas, fixam-se nos três eixos fundamentais, constituintes de sua composição: as reflexões pedagógicas, os recursos de natureza literária e os expedientes de ordem linguística.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este projeto nasceu do interesse do pesquisador por novos paradigmas para o ensino superior e por implementar uma proposta de Leitura cujo eixo foi o Conto

de escola, de Machado de Assis, numa abordagem transdisciplinar, integrando as

disciplinas constantes da matriz curricular do curso de Pedagogia da FACSUL/Itanhaém.

Transdisciplinaridade é a teoria-prática que não separa o uno e o múltiplo no processo de construção do conhecimento. Ela pressupõe a utilização de diversas abordagens: neste caso, tratou-se da leitura de um conto através de diferentes perspectivas.

A bibliografia da área pedagógica selecionada com os professores, e apresentada aos alunos, constituiu pano de fundo para o estabelecimento de uma linguagem comum. A colaboração da coordenadora do curso de Pedagogia evidenciou-se por ações que demonstraram seu apreço à iniciativa didática: reuniões pedagógicas remuneradas, Seminários de Leitura, aquisições de livros necessários, o que proporcionou a professores e alunos subsídios importantes para estudos sobre transdisciplinaridade e sobre o conto escolhido para o Projeto.

A análise literária do Conto de escola, de Machado de Assis --- texto- base dos trabalhos transdisciplinares no curso de Pedagogia da FACSUL, durante o primeiro semestre de 2010 ---, esteve a cargo da professora de Leitura e Produção de Textos e do coordenador de AACC, colocando-se em destaque um dos mais respeitados escritores brasileiros, a quem, aliás, Monteiro Lobato se referiu como o “nosso grande mestre” (LAJOLO 2010, p.102).

Posturas pedagógicas frente ao encaminhamento e à orientação da Leitura foram valorizadas pelos professores, no intuito de atingir-se o objetivo de atualizar o conceito de leitura. Segundo Carlos Ceia, a leitura vai muito além do texto, ligando- -se à interpretação dos sentidos. Deve-se lembrar que os sentidos, no caso, foram procurados sob diferentes pontos de vista, o que contribuiu para a maior

profundidade da análise do conto, que se iniciou pela análise literária e percorreu outras “paradas” da disciplina-ônibus AACC.

Neste ponto, convém lembrar Dominique Maingueneau e Umberto Eco (autor, este último, de Lector in fabula, livro citado, abaixo, entre aspas), para os quais

A superfície do texto narrativo aparece como uma rede complexa de artifícios que organizam a decifração, condicionam o movimento da leitura. Mesmo que não tenha consciência disso (é geralmente uma habilidade adquirida por impregnação), para elaborar sua obra o autor deve presumir que o leitor vai colaborar para superar a “reticência” do texto. O objetivo do analista é então estudar “a atividade cooperativa que leva o destinatário a tirar do texto o que o texto não diz, mas pressupõe, promete, implica ou implicita, a preencher espaços vazios, a ligar o que existe nesse texto com o

resto da intertextualidade de onde ele nasce e onde irá se fundir”

(MAINGUENEAU, 1996, p.39).

No Projeto Pedagógico do curso de Pedagogia da FACSUL/Itanhaém, destacam-se, é sempre bom ressaltar, as ações didáticas baseadas em leituras transdisciplinares, passos necessários à formação de leitores críticos --- de textos e de contextos (Apêndice E).

É gratificante constatar que os professores (Apêndice F) e alunos envolveram-se de tal forma no Projeto que pediram a continuidade da abordagem transdisciplinar: por isso, seguiram-se, no segundo e terceiro semestres do curso, as leituras dos livros Infância, de Graciliano Ramos, e O Ateneu, de Raul Pompéia, escolhidos pelos professores.

Durante todo o primeiro semestre letivo, postulou-se a complexidade das relações entre as diferentes áreas do conhecimento, e questionou-se o ensino fragmentado e reducionista. Nesse sentido, as ideias de Edgar Morin e de Paulo Freire, dentre outros estudiosos, foram de importância fundamental.

Note-se que, apesar de os Parâmetros Curriculares Nacionais preconizarem o ensino contextualizado para o nível básico (infantil, fundamental e médio), há certa dificuldade de diálogo e integração de conteúdos no nível superior. Talvez isso ocorra pela falta de apoio administrativo. Na FACSUL/Itanhaém contou-se com todo

o apoio necessário para que eventuais problemas fossem superados. A partir da construção de uma linguagem comum, o diálogo entre a coordenadoria e os professores fluiu de modo mais que satisfatório.

Contextualizar e integrar foram justamente os objetivos do trabalho desenvolvido com os professores de Leitura e Produção de Textos, Filosofia, Sociologia, Psicologia, História da Educação e AACC, disciplinas que compõem a matriz curricular do curso de Pedagogia da Faculdade de Ciências Aplicadas e Tecnológicas do Litoral Sul (FACSUL).

Os sujeitos da pesquisa, alunos do primeiro semestre de Pedagogia, interessados em educação, didática e no processo ensino-aprendizagem, colaboraram ativamente. Espera-se que, a partir do exemplo de seus professores, outros projetos, adaptados, possam ser implementados nos níveis de ensino onde os alunos já atuam ou irão atuar.

O que se procura, no curso de Pedagogia da FACSUL/Itanhaém é formar educadores polivalentes, abertos, capazes de refletir sobre conhecimento e cultura, em seus sentidos amplos. Reformas substanciais iniciam-se a partir da educação, o que justifica a preocupação do pesquisador em fazer cabeças bem-feitas que possam contribuir para melhorar a qualidade do ensino no Brasil.

Projetos transdisciplinares como este, aplicáveis em todos os níveis, objetivam religar as disciplinas e áreas do conhecimento, podendo, no limite, antecipar reformas curriculares que valorizem a Leitura e o diálogo entre os saberes, de forma significativa e contextualizadora.

No questionário respondido pelos alunos envolvidos neste Projeto (Apêndice G), apurou-se que muitos frutos poderão advir, no sentido de, eles mesmos, promoverem o diálogo entre as diversas áreas de estudo e as disciplinas sob as suas responsabilidades.

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APÊNDICES

APÊNDICE A - Projeto Formando Leitores

Disciplinas: Leitura e Produção de Textos, Atividades Acadêmico-Científico- -Culturais (AACC) e Educação, Comunicação e Novas Tecnologias.

Objetivo geral: levar os alunos a se interessarem pelos livros e pela leitura. Objetivos específicos:

1- acompanhar os alunos a uma visita à Biblioteca Municipal Paulo Bomfim; 2- divulgar entre eles os eventos promovidos pela Biblioteca;

3- atribuir horas de atividades acadêmico-científico-culturais aos alunos que prestigiem tais iniciativas;

4- proporcionar aos alunos leituras condizentes com a função de futuros educadores;

5- desenvolver, neles, o gosto pela literatura; 6- formar leitores críticos.

Estratégias:

a) convite à bibliotecária Leia para ministrar a Aula Inaugural sobre a importância da biblioteca na formação de leitores;

b) convite ao poeta Pedro Miguel, membro da Academia Itanhaense de Letras para conhecer nossa biblioteca e declamar seus poemas aos nossos alunos;

c) presença dos alunos em eventos com autores brasileiros, na Biblioteca, como, por exemplo, Márcia Tiburi;

d) participação em oficinas de redação , promovidas pela Biblioteca Municipal Paulo Bomfim, como, por exemplo, a ministrada por João Anzanello Carrascoza; e) leitura transdisciplinar de obras escolhidas pelos professores: Conto de escola,

de Machado de Assis, Infância, de Graciliano Ramos, e O Ateneu, de Raul Pompéia;

Avaliação: análise de fichas individuais de AACC para verificar-se quais e quantas leituras foram realizadas e quantas vezes visitou-se a Biblioteca.

Observação: conforme consta do Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia da FACSUL, parcerias com instituições culturais municipais são de suma importância porque contribuem para a qualidade do ensino oferecido aos nossos alunos.

Nilton Nicola Coordenador de AACC

Sílvia Siqueira

APÊNDICE B - Trajetória Profissional

Sou professor de Atividades Acadêmico-Científico-Culturais do curso de Pedagogia da FACSUL, Itanhaém, desde o início do primeiro semestre de 2010. Durante a fase de planejamento do curso, muito se falou sobre a necessidade de reunirmos todas as disciplinas numa abordagem transdisciplinar. Fui escolhido para coordenar tais atividades, responsabilidade que assumi com prazer e comprometimento.

Sou bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Em seguida, estudei, no Departamento de História da FFCLH da USP, os fatores econômico-políticos determinantes de nossa cultura, sem deixar de lado a licenciatura, na Faculdade de Educação da USP.

Comecei a lecionar na rede particular, prestei concurso para a rede estadual de ensino e assumi uma cadeira na periferia e, depois, no centro da cidade de São Paulo. Cursei especialização em Comunicação e Educação, na Universidade Anhembi Morumbi, onde fazia parte do corpo docente. Lá, trabalhei por dezoito anos, ministrando disciplinas em diferentes cursos, como por exemplo: Noções de Direito (Administração, Economia), Cultura dos Povos de Língua Inglesa (Letras), Organização da Produção e do Trabalho (Administração), Cultura Brasileira (Letras) e Gestão Empresarial (Direito). Sou Mestre em Educação pelo Instituto Superior de Educação e Teologia.

Na Faculdade Santa Marcelina, curso de Relações Internacionais, lecionei disciplinas relacionadas ao Direito: Direito Internacional Privado e Introdução ao Estudo do Direito

Adotei, na disciplina Introdução ao Estudo do Direito, a seguinte abordagem: distribuía aos alunos recortes selecionados de jornais e revistas, para que lessem, sintetizassem e criticassem os assuntos constantes nos recortes.

Procurei, também, ligar minha disciplina a outras, tais como: Língua Portuguesa, História, Economia e Ciência Política.

Esta era uma atividade transdisciplinar. Alguns colegas se interessaram pelo diálogo entre as disciplinas e seus conteúdos. Passamos juntos a pesquisar, mais profundamente, os fundamentos teóricos da transdisciplinaridade.

Lemos, de forma crítica, algumas obras: de Hilton Japiassu, O Sonho

Transdisciplinar e as Razões da Filosofia (Editora Imago); de Edgar Morin, Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro (Cortez Editora); de Nilson José

Machado, Conhecimento e Valor (Editora Moderna); e de Ana Gracinda Queluz,

Interdisciplinaridade – Formação de Profissionais da Educação (Pioneira

Educação).

Participei do grupo de estudos transdisciplinares da Faculdade Santa Marcelina. Lá apresentei, aos colegas, dois seminários, nos anos de 2007 e 2008. Frequentei, em 2007, os Seminários de Estudos em Epistemologia e Didática da FEUSP, coordenados pelo professor Nilson José Machado, que me convidou a apresentar, aos participantes interessados no diálogo entre disciplinas do ensino superior, meu trabalho desenvolvido na Faculdade Santa Marcelina.

APÊNDICE F - Fotografias

Alunos da Faculdade de Ciências Aplicadas e Tecnológicas do Litoral Sul FACSUL

Maio/2010

Professores da Faculdade de Ciências Aplicadas e Tecnológicas do Litoral Sul FACSUL

APÊNDICE G - Sondagem da Atividade Transdisciplinar

FACSUL/2010 Curso de Pedagogia Prof. Nilton Nicola/AACC

Nome: ______________________________________ Data:

1 – Em que medida esta atividade contribuiu para você “filosofar”?

em parte significativamente não contribuiu

2 – Você conseguiu relacionar os tópicos a outras disciplinas? sim não

3 – Você adaptaria o teor desta atividade ao nível médio?

talvez com certeza nunca 4 – Você adaptaria o teor desta atividade ao nível fundamental?

talvez com certeza nunca 5 – E quanto à Educação Infantil?

talvez com certeza nunca

6 – Atribua uma nota de 0 a 3 para a atividade realizada em dupla: 0 – fraca 1 – regular 2 – interessante 3 – muito interessante

ANEXOS

ANEXO A – Folder FACSUL Frente

ANEXO B – Conto de escola, de Machado de Assis

A escola era na rua do Costa, um sobradinho de grade de pau. O ano era de 1840. Naquele dia ---uma segunda-feira, do mês de maio--- deixei-me estar alguns instantes na rua da Princesa a ver onde iria brincar a manhã. Hesitava entre o morro de S. Diogo e o campo de Sant’Ana, que não era então esse parque atual, construção de gentleman, mas um espaço rústico, mais ou menos infinito, alastrado de lavadeiras, capim e burros soltos. Morro ou campo? Tal era o problema. De repente disse comigo que o melhor era a escola. E guiei para a escola. Aqui vai a razão.

Na semana anterior tinha feito dois suetos, e, descoberto o caso, e recebi o pagamento das mãos de meu pai, que me deu uma sova de vara de marmeleiro. As sovas de meu pai doíam por muito tempo. Era um velho empregado do arsenal de guerra, ríspido e intolerante. Sonhava para mim uma grande posição comercial, e tinha ânsia de me ver com os elementos mercantis, ler, escrever e contar, para me

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