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B Quadro clínico e diagnósB Quadro clínico e diagnós tt co co

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B - Quadro clínico e diagnós

tt

coco

A síndrome mielodisplásica é geralmente assintomát- ca e pode manifestar sintomas relacionados a citopenias, sendo mais comuns as queixas relacionadas à síndrome anêmica, como fadiga, intolerância ao exercício, tontura ou déficit de atenção. Raramente, pode apresentar fenômenos

autoimunes como manifestações paraneoplásicas (artrite, pleurite, vasculite, miosite).

Há alteração importante da imunidade por vários mo-

tvos: neutropenia, disfunção de neutrófilos, linfopenia e hipogamaglobulinemia. Pode ocorrer hipergamaglobuline- mia poli ou monoclonal.

No examef sico, a única situação em que se encontra esplenomegalia é na LMMC (que, por sua vez, como já dito, pertence às doenças mieloproliferatvas/mielodisplásicas), podendo apresentar inclusive hepatomegalia e linfonodo- megalia; as demais classes não apresentam outras altera- ções ao examef sico além da palidez cutâneo-mucosa e, a

PANCITOPENIAS

H E M A T O L O G I A

depender da plaquetometria, petéquias e equimoses. O diagnóstco é realizado por meio de vários exames. Os principais são:

a) Hemograma:

a) Hemograma: podem-se encontrar anemia (macrocí t- ca, normocí tca ou microcí tca) e leucopenia à custa de neu- tropenia e/ou plaquetopenia. As alterações podem afetar apenas 1 ou 2 das séries, ou todas, e as alterações morfoló- gicas dos eritrócitos variam. Na LMMC, há leucocitose com monocitose (>1.000/mm3).

b) Mielograma:

b) Mielograma: as alterações morfológicas podem afe- tar 1 ou mais séries, com aparecimento de eritroblastos com falhas de hemoglobinização, elementos megaloblastoides, presença de pontes internucleares, granulócitos com fa- lhas na segmentação nuclear (formas pseudo-Pelger-Huet), hipogranularidade, megacariócitos com núcleos hipolo- bulados e outras aberrações, além da presença de células imaturas (blastos). A coloração para ferro medular (Perls) é fundamental para a distnção dos sideroblastos em anel.

Figura 2 - Sideroblasto em anel

c) Imunofeno

c) Imunofenottpagem:pagem: importante para quantficar e definir a etologia dos blastos.

d) Biópsia de medula óssea:

d) Biópsia de medula óssea: o método de escolha para avaliar a celularidade medular, que geralmente está aumen- tada, pela eritropoese ineficaz (medula hipercelular). Tam- bém pode evidenciar localização anormal de células ima- turas (ALIP) e revelar a existência defibrose associada. O

mielograma pode ser realizado, porém sempre se deve con-

rmar os achados de SMD pela biópsia de medula óssea.

e) Carió

e) Carióttpo:po: as aberrações cromossômicas são frequen-

tes nas mielodisplasias e se comportam como fatores prog- nóstcos importantes.

C - Tratamento

C - Tratamento

A orientação terapêutca deve levar em conta a idade do paciente, o performance status e o sistema de escore prog-

nóstco internacional (IPSS), que divide as mielodisplasia em risco alto, intermediário 2, intermediário 1 e baixo, por meio da pontuação de fatores como porcentagem de blastos na medula, alteração citogenétca e número de citopenias.

Tabela 3 - Sistema de escore prognóst co internacional (IPSS) para

mielodisplasia EEssccoorree 00 00,,55 11 11,,55 22 % blastos na medula óssea <5% 5 a 10% - 11 a 19% 20 a 30% (leucemia)

Cariótpo* Bom

Interme-

diário Ruim - -

Citopenias** 0 a 1 2 a 3 - - -

* Cariót po:

- Bom: normal, - Y, del (5q), del (20q);

- Ruim: complexo (acima de 3 anormalidades) ou anormalidade do cromossomo 7;

- Intermediário: qualquer outra anormalidade. ** Citopenias:

- Hb <10g/dL;

- Neutró fi los <1.800/mL;

- Plaquetas <100.000/mL.

Atualmente existem vários outros modelos prognóstcos que tentam, de uma forma ou de outra, a melhor avaliação possível para o correto tratamento das mielodisplasias.

Pacientes com idade≤60 anos, ótmo performance sta- tus e IPSS intermediário 2 ou alto, beneficiam-se de terapias

agressivas; os demais devem receber quimioterapia de bai- xa intensidade e/ou tratamento de suporte.

Tabela 4 - Avaliação do performance status

Performance

status DeDefiniçãonição

0 Totalmente atvo, sem quaisquer restrições.

1 Sintomas da doença, porém leva seu cot-

diano normalmente. 2

Fora do leito por mais de 50% do tempo, ca- paz de realizar autocuidado, porém incapaz

de realizar atvidades extras.

3 No leito por mais de 50% do tempo, depen-

dente de cuidados mais intensivos.

4 Preso ao leito, incapaz de qualquer autocui-dado ou a

tvidade.

Observação: essa escala pode ser ut lizada para avaliação de

qualquer estado de paciente em doenças oncológicas.

Como terapia agressiva, entendem-se esquemas qui- mioterápicos agressivos e transplante de células-tronco he- matopoétcas. O tratamento curatvo e de escolha é o trans- plante alogênico, porém a maioria dos pacientes está além da 6ª década de vida, e esse procedimento é de maior risco nessa população, mesmo considerando a introdução de no- vas modalidades de transplante menos agressivas (como o transplante de intensidade reduzida).

A terapêutca de suporte consiste em transfusões, uso de eritropoetna e fator estmulador de colônia de granuló-

HEMATOLOGIA

citos, antbiotcoterapia perante quadros infecciosos e que- lação do ferro em pacientes politransfundidos.

Quimioterapia de baixa intensidade consiste em agen- tes indutores de maturação celular e diferenciadores, como os hipometlantes (azacitdina e decitabina) e os imunomo- duladores (por exemplo, a talidomida e lenalidomida), po- rém nenhum destes apresenta resposta curatva. Entretan- to, a melhor resposta atual se dá com os primeiros agentes, que, mesmo não curando o paciente, conseguem um exce- lente controle de citopenias na grande maioria dos casos.

Deve-se destacar a síndrome do 5q-, que acomete prin- cipalmente mulheres com média de idade de 68 anos. Esse grupo apresenta, frequentemente, alta necessidade de transfusão de hemácias e responde drastcamente à lena- lidomida (derivada da talidomida).

D - Diagnós

D - Diagnós

tt

co diferencialco diferencial

No diagnóstco da mielodisplasia, deve-se ter o cuidado de afastar todas as situações que possam cursar com altera- ções displásicas das células sanguíneas, como medicamen- tos (tuberculostátcos, quimioterápicos, ácido valproico, an-

trretrovirais), alcoolismo crônico, uso de drogas, infecções virais (principalmente o HIV).

A deficiência de B12 e folato cursa com hiperplasia eri- troide e sinais de displasia nessa série, manifestando-se como pancitopenia, logo a dosagem do nível sérico dessas vitaminas deve ser feita de rotna.

Aplasia de medula também cursa com pancitopenia, mas não apresenta displasia, e deve ser considerada diag- nóstco diferencial da mielodisplasia hipocelular – rara si- tuação em que ocorre pancitopenia + medula óssea hipo- celular.

O diagnóstco diferencial com as leucemias agudas é feito pela contagem de blastos no sangue e na medula, considerando-se que na leucemia aguda os blastos obriga- toriamente devem estar acima de 20% na medula óssea.

A LMMC deve ser diferenciada das mieloproliferações crônicas, principalmente a mielofibrose e a leucemia mie-

loide crônica.

4. Resumo

4. Resumo

Quadro-resumo Quadro-resumo Anemia aplásica Anemia aplásica

- Diminuição da quantdade das células-tronco hematopoétcas, com

substtuição de grande parte do tecido hematopoétco por tecido

gorduroso.

Fisiopatologia Fisiopatologia

- Atvação de linfócitos T e liberação de citocinas, capazes de ini-

bir e induzir a apoptose das stem cells.

Critérios indica Critérios indicattvosvos

- Hemoglobina <10g/dL;

- Contagem de plaquetas <50.000/mm3;

- Contagem de neutrófilos <1.500/mm3;

- Retculocitopenia;

- Biópsia de medula óssea hipocelular.

Classi Classificaçãocação

Mode- Mode- rada rada

Pode ser dependente de transfusão ou não. Segue os

critérios diagnóstcos.

Grave Grave

Neutrófilos <500/mm3, plaquetas <20.000/mm3, retculó-

cito <20.000/mm3 ou celularidade da medula óssea <25

a 30%. Muito Muito grave

grave Neutrófilos <200/mm

3.

Tratamento Tratamento

Suporte transfusional – o mínimo possível –, imunossupressão

(ciclosporina, cortcoide, globulina anttmocí tca ou combinação

desses), transplante de medula óssea alogênico.

Mielodisplasia Mielodisplasia

Doenças hematológicas clonais malignas caracterizadas por al- terações displásicas das células da medula óssea, hematopoese

ineficaz e citopenias.

Diagnós Diagnósttcoco

Citopenias + medula óssea hipercelular com sinais de displasia,

muitas vezes, alteração citogenétca + exclusão de condições que

cursam com displasia (medicamentos, alcoolismo crônico, uso

de drogas, infecções virais – principalmente o HIV, deficiência de

B12 e folato).

Tratamento Tratamento

- Considerar a idade do paciente, o performance status e o siste-

ma de escore prognóstco internacional (IPSS). Pode ser:

· Transplante de célula-tronco alogênico; · Quimioterapia em altas doses;

· Agentes hipometlantes;

· Lenalidomida/talidomida;

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