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Banco de dados do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho SFIT

4 – Materiais e Métodos

4.1.1 Banco de dados do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho SFIT

A principal fonte de informações utilizada nesta dissertação será o banco de análise de acidentes do trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. Ao contrário do banco de dados das CATs do MPS, que é administrado pela Dataprev, o banco de dados do MTE não é um banco de registro de acidentes, mas sim de inclusão de análises.

O referido banco está inserido no Sistema Federal de Inspeção do Trabalho – SFIT, que pertence ao MTE, sendo administrado pelo Serpro com as informações disponibilizadas ao corpo fiscal do MTE, do qual esta autora faz parte.

Foram utilizados neste estudo os registros dos acidentes de trabalho fatais, ocorridos no Estado de São Paulo entre os anos de 2001 e 2006 e analisados e incluídos no SFIT pelos Auditores-Fiscais do MTE. Consideramos todos os acidentes registrados no banco de dados que continham as características descritas anteriormente.

A população estudada é composta de trabalhadores acidentados, com predomínio do trabalho formal, porém em algumas situações o trabalhador não estava registrado, fato este que não impede a intervenção do MTE, ao contrário, esta irregularidade é sanada no curso da ação fiscal.

No que se refere ao acidente de trabalho, o SFIT fornece dois módulos de informações que serão descritos a seguir: informações sobre o acidente de trabalho e informações sobre os acidentados.

A numeração entre parênteses que utilizaremos nos módulos de informações descritas abaixo refere-se aos dados necessários para alcançar os objetivos específicos

do capítulo 2 deste trabalho, bem como para efetuar o tratamento de dados que apresentamos neste capítulo, na página 96. Desta forma, associamos a informação que é necessária extrair do banco de dados para alcançar os objetivos específicos apresentados anteriormente.

As informações identificadas pelas letras A e B são parâmetros básicos para a seleção dos dados, já que serão considerados nesta pesquisa apenas os acidentes típicos e fatais.

Acidente de Trabalho

Informações que podem ser extraídas:

x Data da inclusão dos dados (tratamento dados 1)

x Gerência Regional onde foi feita a análise do AT (tratamento dados 2) x Total de Acidentados

x Data do Acidente

x Hora e minuto do acidente

x Tipo do acidente de trabalho (típico, trajeto, doença) (A) x Descrição sucinta do AT (objetivo 4); (tratamento dados 6)

x Fatores causais envolvidos no acidente (objetivos 2, 3 e 4) (tratamento dados 5 e 6)

Acidentado

Informações que podem ser extraídas:

x Data da inclusão dos dados (tratamento dados 1)

x Gerência Regional onde foi feita a análise do AT (tratamento dados 2) x Total de Acidentados

x Indicador de acidente fatal (se foi fatal ou não) (B)

x Fator imediato causador do acidente (impacto, queda, choque, etc.) (objetivo 1) (tratamento dados 4)

x Sexo do acidentado (tratamento dados 3) x Idade do acidentado (tratamento dados 3)

x Empregador do acidentado (se pertence à empresa onde ocorreu o acidente ou é terceirizado)

x Código de atividade econômica da empresa contratada quando o trabalhador é terceiro

x Tipo da relação de trabalho (celetista, autônomo, etc.) x Situação da relação de trabalho (regular, irregular) x Data de Admissão

x Tempo na função (tratamento dados 3)

x Ocupação do acidentado (código da Classificação Brasileira de Ocupação) (tratamento dados 3)

x Hora do acidente após início da jornada (tratamento dados 3) x Parte do corpo atingida (tratamento dados 3)

O módulo de inserção de análises de acidentes do trabalho no SFIT foi criado no decorrer do ano de 2001, sendo que neste ano os primeiros registros aqui analisados foram lançados em junho. Entre 2001 e 2006 foram inseridas neste banco de dados 1.729 análises de acidentes ocorridos no Estado de São Paulo, sendo destes 580 fatais. No entanto foram excluídos 46 registros e portanto foram objeto de análise 534 acidentes, registrados entre os anos de 2001 e 2006.

As exclusões ocorreram pelos seguintes motivos:

1. Tratavam-se de acidentes de trajeto e, portanto, não representavam o objetivo deste trabalho de analisar os acidentes típicos. É importante salientar que os casos de acidentes de trânsito envolvendo colisão de veículos com trabalhadores que apresentavam a função de motorista foram incluídos, já que estes acidentes na realidade são considerados típicos, já que o trabalhador estava executando a função laboral para o qual foi contratado.

Os acidentes envolvendo o transporte de trabalhadores rurais, apesar de segundo o conceito previdenciário em muitas situações ser considerado como

de trajeto, também foram incluídos, já que o transporte destes trabalhadores seja em vias públicas ou dentro de propriedades particulares é um quesito importante de segurança a ser observado, além de existir normatização do MTE que trata desta situação4. Foram, portanto, excluídos os acidentes de trajeto propriamente ditos, onde no percurso da casa ao trabalho ou vice-versa o trabalhador urbano se envolveu em acidente que resultou sua morte.

2. A descrição demonstrava que na realidade tratavam-se de acidentes não fatais, normalmente com lesões em mãos, pés, braços e pernas dos trabalhadores. Provavelmente os analistas equivocaram-se no momento da inserção dos dados.

3. Tratava-se de acidente repetido, ou seja, ocorrido na mesma empresa, envolvendo o mesmo trabalhador e por alguma razão foi incluído mais de uma vez no sistema.

Além dos conjuntos descritos anteriormente, serão úteis a este estudo as informações extraídas do módulo Relatório de Inspeção, que também faz parte do SFIT.

Relatório de Inspeção

É o terceiro módulo de informação fornecido pelo SFIT que será utilizado nesta dissertação, contendo informações sobre as empresas e condutas adotadas pela fiscalização.

Quando é feita a extração dos relatórios de inspeção do trabalho podem ser obtidas diversas informações, uma boa parte delas não relacionadas ao acidente de trabalho (dados sobre FGTS, menores, deficientes, resultados da fiscalização dentre outros). Listaremos a seguir as informações que serão úteis a este estudo.

x Data da inclusão dos dados (tratamento dados 1)

x Gerência Regional onde foi feita a análise do AT (tratamento dados 2) x Número de trabalhadores (objetivos 1, 2, 3 e 4); (tratamento dados 1)

4

É importante observar que as exceções aos acidentes de trajeto que foram consideradas neste trabalho representam um número muito pequeno de casos (cerca de 2% do total).

x Código de Atividade Econômica da empresa (rural, metalúrgica, construção civil, etc.) (objetivos 1 e 3); (tratamento dados 2)

4.1.2 RAIS

A RAIS - Relação Anual de Informações Sociais foi instituída pelo Decreto n.º 76.900, de 23/12/75 e define que todo estabelecimento deve fornecer anualmente ao Ministério do Trabalho e Emprego as informações referentes a cada um de seus empregados.

Todos os empregadores, com ou sem empregados devem declarar a RAIS e devem ser relacionados todos os empregados contratados sob o regime da CLT, por prazo indeterminado ou determinado, inclusive a título de experiência, bem como servidores, trabalhadores avulsos contratados por órgão gestor de mão-de-obra, trabalhadores temporários, aprendizes, enfim, todas as pessoas contratadas de forma regular por determinado estabelecimento para prestar serviço.

O empregador fornece por meio da RAIS informações referentes ao estabelecimento, inclusive o porte, atividade econômica, contribuições sindicais, dados pessoais do empregado, como remuneração, jornada, tipo de vínculo, afastamentos, dados relacionados ao desligamento de trabalhadores, dentre outras.

O acesso às informações da RAIS é livre, dependendo apenas de registro no site da instituição responsável (www.mte.gov.br), permitindo a obtenção das seguintes informações:

x Quantidade de estabelecimentos com determinado número de funcionários x Quantidade de trabalhadores empregados no conjunto de estabelecimentos de

4.2 Métodos