• Nenhum resultado encontrado

São várias as tabelas (ficheiros) que constituem a base de dados da rede MS e que têm servido de input aos diferentes programas para estimar as populações sob observação (PMSO e PSOE) e calcular as taxas de incidência dos eventos, estando essas bases de dados apresentadas no quadro 3.1. Estes ficheiros dizem respeito a diferentes tipos de informação a ser utilizada na análise, sendo que, atualmente, são manipulados pelo DBase de forma a organizar os dados da forma mais prática. Alguns destes ficheiros são apenas utilizados para obter a informação enquanto outros são editados, ou até mesmo criados integralmente, através do DBase.

3.2.1 Ficheiros com a distribuição do número de utentes por médico sentinela

Por cada um dos médicos sentinela, existem dois tipos de ficheiro com a distribuição do número de utentes por idade, um com a distribuição em termos absolutos, ou seja, com o número de homens e mulheres que fazem parte da lista do médico com cada uma das idades entre os 0 e os 99 anos e outro com a distribuição de homens e mulheres por classes etárias que se passará a designar também por idade categorizada.

Relativamente ao ficheiro com o número 2 (2), essa informação é enviada pelos médicos, idealmente, quando estes entram na rede e no início de cada ano, podendo, no entanto, ser enviada em qualquer altura. Após serem recebidas as diversas listas, um membro da equipa de responsáveis pela rede faz a inserção destes dados no DBase, e que com essa informação cria um ficheiro com uma aparência semelhante ao que é apresentado no Quadro 3.2.

23

No que se refere aos ficheiros com os números 2 e 3, (2) e (3) respetivamente, é incluída informação no nome que permite a sua identificação. Por exemplo os ficheiros (2) são designados genericamente Mddxxxyy, onde: ‘dd’ representa o código do distrito a que o médico pertence, estando atribuído a cada um dos distritos um código numérico entre 1 e 209. ‘xxx’ indica o número do médico dentro do distrito,

sendo ‘001’ atribuído ao primeiro médico a entrar na rede em cada um dos distritos, admitindo-se um máximo de 999 para esse código. ‘yy’ indica o ano a que se refere o ficheiro.

Exemplificando tem-se:

(i) M0100115.DBF – ficheiro com a distribuição do nº de utentes no ano de 2015 do 1º médico que entrou na rede do distrito de Aveiro.

(ii) M1501717.DBF – ficheiro com a distribuição do nº de utentes no ano de 2017 do 17º médico que entrou na rede do distrito de Setúbal.

Em relação (3), ficheiro com a distribuição do número de utentes de cada um dos médicos sentinela em função da idade categorizada, esse ficheiro não é inserido nem pelos médicos nem pelos profissionais responsáveis pela rede MS. Este ficheiro é criado automaticamente pelo DBase sob a forma de tabela, com base nas listas de utentes enviadas pelos médicos Esta tabela é guardada num novo ficheiro designado genericamente por Dddxxxyy, onde, mais uma vez: ‘dd’ representa o distrito a que pertence o médico, ‘xxx’ é o código do médico dentro desse distrito e ‘yy’ o ano a que diz respeito a lista. Esta composição do nome é semelhante à do ficheiro enviado pelos médicos, uma vez que apenas altera a letra inicial, sendo que o ‘M’ é para os ficheiros enviados e o ‘D’ para os ficheiros criados pelo DBase com as idades categorizadas. Assim, de forma a facilitar a nomenclatura, daqui em diante os ficheiros enviados pelos profissionais de saúde serão chamadas ‘Tabelas M’ e os ficheiros com os dados categorizados por idade serão chamadas de ‘Tabelas D’.

9 Nos Anexos – Quadro A.1 contém os códigos para cada distrito.

Número do Ficheiro

Nome do

Ficheiro Descrição

1 MSNOTyy Ficheiro de controlo de Notificações.

2 Mddxxxyy Ficheiro com a distribuição do nº de utentes em função da idade para cada um dos médicos sentinela.

3 Dddxxxyy Ficheiro com a distribuição do nº de utentes de cada um dos médicos sentinela em função da idade categorizada.

4 MSeeeyy Ficheiros com os eventos notificados pelos médicos sentinela.

5 MSFICH Ficheiro que contém a lista do MS e os seus atributos.

Quadro 3.1* – Ficheiros utilizados como input no programa DBase.

* ‘Número do Ficheiro’ indica o nome pelo qual o ficheiro será designado ao longo do texto.

yy: Ano do ficheiro;

dd: Distrito do médico a que diz respeito o ficheiro; xxx: Código do médico dentro de cada um dos distritos; eee: Código de 3 letras para cada um dos eventos em estudo.

24

Exemplificando, uma vez mais tem-se:

(i) D1100114.DBF – Tabela D do ano de 2014 do 1º médico que entrou na rede do distrito de Lisboa.

(ii) D0300617.DBF – Tabela D do ano de 2017 do 6º médico que entrou na rede do distrito de Braga.

É expectável que cada médico tenha uma Tabela M e a sua respetiva Tabela D (Quadro 3.3) por cada ano em que este se encontra a colaborar com a Rede MS. Quando os médicos não procedem ao envio da tabela com a distribuição dos seus utentes em função da idade (Tabela M), o que por vezes acontece, o DBase fica impossibilitado de construir a respetiva Tabela D desse médico para esse ano. No DBase

MES ANO DIST CS MED NASC H M

… … … … 12 17 dd 1 dd001 12 7 11 12 17 dd 1 dd001 13 11 15 12 17 dd 1 dd001 14 8 5 12 17 dd 1 dd001 15 9 14 12 17 dd 1 dd001 16 5 7 12 17 dd 1 dd001 17 3 7 MÊS ANO GETARIO H M HM 12 14 00-04 27 44 71 12 14 05-09 59 43 102 12 14 10-14 66 73 139 12 14 15-24 130 141 271 12 14 25-34 163 179 342 12 14 35-44 162 210 372 12 14 45-54 137 170 307 12 14 55-64 113 130 243 12 14 65-74 69 73 142 12 14 75+ 53 74 127

* MES/ANO: Mês e Ano em que foi feito o envio da informação por parte dos médicos sentinela; DIST: Distrito a que pertence o médico;

CS: Centro de saúde do médico sentinela;

MED: Código do médico com indicação do distrito e número do médico dentro desse distrito; NASC: Ano de nascimento dos utentes (neste quadro temos de 2012 a 2017);

H/M: Número de utentes do sexo masculino e feminino, respetivamente.

Quadro 3.2* – Exemplo (fictício) da distribuição do número de utentes em função da idade para um médico

sentinela pertencente ao distrito ‘dd’.

Quadro 3.3* – Exemplo (fictício) da distribuição do número de utentes em função da idade categorizada

para um médico sentinela (Tabela D).

*MES/ANO: Mês e Ano em que foi feito o envio da lista por parte do MS;

GETARIO: Categorias em que está dividida a idade;

H/M: Número de utentes do sexo Masculino e Feminino, respetivamente;

HM: Número total de utentes em cada uma das categorias (H+M).

25

o processo utilizado para contornar este problema é usar a última informação enviada pelo médico em causa.

3.2.2 Ficheiro com as notificações dos eventos

O processo de notificação consiste em cada médico sentinela, à medida que verifica a presença de um dos eventos em estudo num utente da sua lista, reportar através da plataforma RIOS ou em formato papel os dados relativos ao utente e ao evento (Anexo A – plataforma na figura A.2 e formulário em papel na Figura A5). Essa informação fica então registada na plataforma, havendo posteriormente a possibilidade de ser extraída pelos profissionais responsáveis pele rede.

Para cada um dos eventos em estudo, em cada um dos anos, existe um ficheiro diferente que pode ser extraído do RIOS designado por MSeeeyy (Quadro 3.1 – 4) em que o ‘eee’ é o código do evento a que diz respeito o ficheiro e o ‘yy’ indica o ano. Relativamente ao código do evento, este é atribuído consoante uma sequência de caracteres com três letras que, de forma intuitiva, está relacionada com o evento em causa. No entanto este código nem sempre é igual de ano para ano uma vez que as informações pedidas podem variar de um ano para o outro, por exemplo para a Diabetes Mellitus existe, em dois anos consecutivos, diferentes códigos (‘DBT’ em 2015 e ‘DBM’ em 2016) o que não é limitativo para o DBase uma vez que este não calcula as taxas de incidência para este evento. No entanto, numa perspetiva de mudança na metodologia, a utilização de diferentes nomenclaturas para o mesmo evento deve ser tida em atenção.

Cada ficheiro contém informações relativas ao utente e dados sobre o episódio verificado no utente. Nos dados associados ao utente, são registadas, para além dos dados solicitados no formulário, as datas de ocorrência do episódio e de envio por parte dos médicos sentinela da notificação. Em alguns casos a data de envio da notificação difere em algumas semanas da data de ocorrência. Os ficheiros com estes dados são extraídos ‘em bruto’, ou seja, com toda a informação inserida na plataforma, podendo assim haver casos repetidos ou erros na inserção. Para estes casos é necessário que exista uma validação ‘humana’ dos dados de forma a minimizar um possível enviesamento causado por erros existentes nos dados.

3.2.3 Ficheiro de controlo das notificações dos médicos

Na génese da rede, todas as notificações eram feitas em formato de papel, sendo posteriormente inseridas diretamente no DBase – que por sua vez compilava os dados de cada um dos eventos num ficheiro separado. Para o reporte de um novo caso, cada médico recebia, no início de cada ano, alguns formulários de notificação, havendo a necessidade de enviar mais formulários quando estes estivessem a terminar.

Deste modo, tornou-se fundamental saber quantas notificações cada um dos médicos havia feito, de forma a saber aproximadamente quando é que cada um destes iria necessitar de mais formulários. Para este controlo do número de notificações existe o ficheiro de notação (Quadro 3.1 – 1) que regista – para além do número total de notificações – o número de notificações que cada médico enviou por semana, fazendo assim um controlo de atividade do médico, uma vez que também regista se este se encontra ausente ou se não fez qualquer tipo de notificação numa dada semana. Este ficheiro faz o controlo de quando foi enviada a notificação de um evento e não quando é que este ocorreu, ou seja, se um dado médico enviar uma notificação de um novo caso algumas semanas após a ocorrência do mesmo, essa notificação fica alocada à semana de envio e não à de ocorrência.

26

Com o passar do tempo, as notificações passaram a ser feitas maioritariamente por meios digitais, deixando de ser necessário reenviar formulários à maioria dos médicos que integra a rede. Esta mudança altera a aceção deste ficheiro, atribuindo-lhe como única função o controlo de atividade dos médicos, para que se saiba quais os médicos que estão ativos em cada uma das semanas do ano. No paradigma atual, os eventos vão sendo alocados à semana em que são notificados, considerando que nessa semana o médico se encontra ativo.

A este ficheiro o DBase atribui o nome genérico de ‘MSNOTyy’, sendo que em ‘yy’ fica o ano do ficheiro de notação. Para cada ano haverá um ficheiro diferente de notação que vai sendo atualizado ao longo das semanas conforme as notificações vão sendo recebidas. O médico pode reportar não ter estado em atividade numa dada semana, ou não ter tido casos a notificar, sendo estas duas condições que ficam registadas no ficheiro de notação.

No Quadro 3.4 é apresentado um exemplo fictício com os códigos de todos os médicos que integram a rede em cada um dos anos, o número de notificações feitas durante esse ano e a distribuição dessas notificações ao longo das semanas que integram o ano em causa. Existe a possibilidade de o médico reportar que não teve eventos numa dada semana ou não dizer nada, sendo atribuído nestes casos os valores 0 ou 99, respetivamente. Para ambas as situações o número de casos é zero, no entanto apenas quando o médico reporta que não teve casos, a sua população é tida em consideração. Os médicos podem entrar na rede a meio do ano, nestes casos apenas podem efetuar notificações a partir do momento em que integram a rede, sendo atribuído as todas as semanas anteriores à sua entrada o valor 95. Existem ainda outros valores atribuídos (94, 96, 97 e 98) que são utilizados quando os médicos informam que não estão em atividade numa dada semana podendo essa ausência ser provocada por vários motivos (ex: Férias, baixa médica, formação, etc.).

MED RESERVA ENVIO S0104 S0111 S0118 S0125 S0201 S0208

01501 579 01/01/1916 11 21 23 18 17 22 … 01602 14 01/01/1916 99 1 99 3 99 99 … 01799 46 01/01/1916 1 99 1 3 10 2 … 06802 43 01/01/1916 2 1 2 23 2 99 … 06920 270 01/01/1916 94 99 99 99 99 99 … 08108 23 01/01/1916 99 98 98 99 1 99 … 10204 16 01/01/1916 99 1 99 99 99 99 … 11324 22 01/01/1916 99 1 99 99 3 4 … 11449 10 01/01/1916 97 97 97 99 99 99 … 11556 0 01/01/1916 95 95 99 99 99 99 … 12620 110 01/01/1916 95 95 95 95 95 95 … … … … …

Quadro 3.4* – Exemplo (fictício) da apresentação de uma tabela de notação com o número de notificações e controlo de

atividade por médico sentinela.

*MED: Código do médico: ‘ddxxx’, em que ‘dd’ e ‘xxx’ correspondem ao código do distrito e código dentro desse distrito, respetivamente.

RESERVA: Número de notificações feitas num ano (até ao momento) ENVIO: Data em que foi enviada a Tabela M por parte dos médicos.

Smmkk: Colunas relativas a cada uma das semanas de um ano. ‘mm’ corresponde ao mês e ‘kk’ ao dia desse mês.

27

Documentos relacionados