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O DBase já não se encontra integralmente igual ao que havia sido criada no início da rede na década de 90, tendo sofrido algumas atualizações e ajustes necessários ao seu correto funcionamento. Um desses ajustes – e talvez o maior – aconteceu na mudança de milénio de 1999 para 2000 pois o código criado deixou de funcionar corretamente. Essas correções foram pontuais e unicamente com o objetivo de corrigir falhas para que a ferramenta voltasse a funcionar, mantendo as capacidades iniciais do programa.

A interface desta ferramenta não tem um aspeto ‘amigável’, tendo mesmo uma aparência pouco moderna e de difícil compreensão. Na Figura 3.1 temos o aspeto inicial do DBase, sendo necessário ao utilizador, através de algumas execuções, indicar o que pretende fazer. O aspeto e interface é muito semelhante à linha de comandos do Windows.

3.3.1 Funcionamento da ferramenta DBase

Relativamente ao processo de análise através do DBase tem-se de ter em atenção que os dados dos diferentes eventos podem ser extraídos do RIOS10 de três formas: (i) extrair dados de um período

específico; (ii) extrair os dados que ainda não foram extraídos; (iii) extrair todos os dados (por evento). Na Figura 3.2 está representado esquematicamente, sob a forma de diagrama, o funcionamento do

DBase.

Regularmente é utilizada a segunda forma de extração dos dados, em que diariamente são extraídos os dados que ainda não haviam sido extraídos, ou seja, que dizem respeito ao período de tempo entre a última extração e o momento em que se vai fazer uma nova extração. Após essa extração os dados são

10 Plataforma onde é feita a notificação via web (secção 3.4.3)

Figura 3.1 – Interface inicial da ferramenta DBase com o utilizador.

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introduzidos no DBase e procede-se à execução dos comandos, que colocam essa nova informação junto à que já havia sido extraída.

Pontualmente são feitas limpezas às bases de dados pelos profissionais que coordenam a rede com o objetivo de despistar erros de inserção e alguns casos duplicados de informação. Quando o ficheiro que tem toda a informação está atualizado, é possível obter as estimativas para as taxas de incidência da síndrome gripal e a distribuição das populações (PMSO e PSOE) por idade, estando esta em categorias fixas (Quadro 3.5). Quando algum destes dois possíveis outputs (Taxas de Incidência e População) são extraídos através do DBase, a extração é feita em forma de um documento impresso (Figura 3.2).

3.3.2 Limitações do DBase

O DBase é uma ferramenta antiga que, como é natural, tem algumas limitações no seu funcionamento que provocam com que não vá ao encontro de todas as necessidades e potencialidades da Rede MS. Com o passar dos anos o software foi ficando desatualizado em alguns campos e foram surgindo outras análises para o qual o algoritmo existente no DBase não está preparado.

Foram encontrados vários tipos de lacunas no programa, algumas relativas a erros localizados – em que são apresentados resultados que não são tão precisos quanto seria de esperar – e outras que dizem respeito às limitações na análise por parte do DBase.

A necessidade de recorrer a outros softwares para algumas das análises é talvez a maior limitação do

DBase. No caso das taxas de incidência dos vários eventos em estudo, apenas as relativas à síndrome

gripal são feitas através do DBase. No entanto, o cálculo da dimensão da população que esteve sob vigilância no período de análise pode ser obtido no DBase, para os diferentes eventos em estudo.

Figura 3.2 – Diagrama representativo do funcionamento do programa DBase.

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São dez, os grupos possíveis que são utilizados na criação das Tabelas D (Quadro 3.5)

Um dos problemas da formação destes grupos tem a ver com o facto das faixas etárias terem os seus limites fixos, impossibilitando a hipótese da escolha dos mesmos consoante o que for mais relevante para cada um dos eventos em estudo (Quadro 3.5). Por exemplo, na análise dos casos de gravidez a categoria que contempla a idade que representa a entrada na maioridade (18 anos) está na categoria 15- 24 (Quadro 3.5). Para este evento o facto de se não poder alterar os limites da classe não é benéfico uma vez que uma jovem ser mãe aos 15 ou aos 24 não é igual, tornando assim este grupo muito pouco homogéneo quanto à sua constituição em relação ao evento em estudo.

Esta restrição é também limitativa na comparação dos resultados da Rede MS com outros estudos nacionais ou internacionais que tenham categorizações da idade diferentes. São dez grupos possíveis que são utilizados na criação das Tabelas D (Quadro 3.3), no entanto para os outputs, o programa em DBase junta alguns desses dez grupos formando outros grupos com maior amplitude de idade (Quadro 3.5 – coluna da direita).

Por outro lado, esta restrição nas categorias de idade fixas é também limitativa na comparação dos resultados da Rede MS com outros estudos nacionais ou internacionais que tenham categorizações da idade diferentes.

No caso da Diabetes Mellitus, a taxa de incidência é calculada dividindo o número de novos casos notificados num ano pela população dos médicos que notificaram eventos durante esse ano. No entanto, sendo a diabetes uma doença crónica, existe na população indivíduos que efetivamente não estão em risco de que lhes seja diagnosticada esta doença, uma vez que já a têm. Assim, o denominador do cálculo da taxa de incidência de diabetes deveria ser inferior ao utilizado, facto que provocaria um aumento nos valores da taxa de incidência. Apesar desta limitação enviesar os resultados, a sua resolução não é simples uma vez que implicaria que teriam de ser solicitados mais dados aos médicos. Desta forma, assume-se o pressuposto que no início todos os utentes que integram as listas estão livres da doença em estudo.

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