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CAPÍTULO 2 FUNDOS CONSTITUCIONAIS DE FINANCIAMENTO: ORIGEM E

2.2. A Constituição Federal e o marco legal dos Fundos Constitucionais: fundamentos em

2.2.2 Beneficiários, setores e delimitação geográfica

O artigo 40, da Lei n0 7.827, de 1989, em seu caput, estabelece quem são os beneficiários dos Fundos Constitucionais de Financiamento - produtores e empresas, pessoas físicas e jurídicas, além de cooperativas de produção30 -, bem como quais setores produtivos poderão receber empréstimos: agropecuário, mineral, industrial e agroindustrial das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

A partir da Lei nº 12.716, de 21 de setembro de 2012, o caput do artigo foi modificado no tocante aos setores beneficiários, acrescentando-se os de empreendimentos comerciais e de serviços, com o que a redação final ficou como se segue:

Art. 40

São beneficiários dos recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste os produtores e empresas, pessoas físicas e jurídicas, além das cooperativas de produção, que desenvolvam atividades produtivas nos setores agropecuário, mineral, industrial, agroindustrial, de empreendimentos comerciais e de serviços das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, de acordo com as prioridades estabelecidas nos respectivos planos regionais de desenvolvimento (BRASIL, Lei nº 7.827, de 27 de setembro de 1989, art. 40).

Ainda no artigo 40, da Lei n0 7.827, de 27 de setembro de 1989, o parágrafo 1o

estabelecia que um limite de até 25% (vinte e cinco por cento) dos recursos dos Fundos poderia financiar projetos de infraestrutura econômica em áreas pioneiras e de expansão da Fronteira Agrícola das regiões Norte e Centro-Oeste.

30

Para ser possível o enquadramento dos beneficiários nos programas, eles são classificados segundo o porte, de acordo com o seu setor de atividade. A partir dessa classificação são definidos os limites de financiamento, com o objetivo de destinar mais recursos para as áreas mais carentes, com beneficiários de menor porte.

§ 1° No caso de áreas pioneiras e de expansão da Fronteira Agrícola das regiões Norte e Centro-Oeste, poderão ser financiados projetos de infra- estrutura econômica até o limite de 25% (vinte e cinco por cento) dos recursos previstos para os respectivos Fundos (BRASIL, Lei nº 7.827, de 27 de setembro de 1989, art. 40).

Com a Lei nº 10.177, de 12 de janeiro de 2001, esse parágrafo passou a estabelecer que os Fundos Constitucionais de Financiamento podem financiar empreendimentos não governamentais de infraestrutura econômica até o limite de 10% (dez por cento) dos recursos previstos, em cada ano, para os respectivos Fundos. A partir da Lei Complementar n0 125, de 03 de janeiro de 2007, permitiu-se que fossem incluídos, dentre os empreendimentos de infraestrutura financiados pelos Fundos, os de iniciativa de empresas públicas não dependentes de transferências financeiras do Poder Público, como se pode ver no trecho a seguir, que traz a redação final do parágrafo, dada pela Lei n0 11.775, de 17 de setembro de 2008.

§ 1° Os Fundos Constitucionais de Financiamento poderão financiar empreendimentos de infra-estrutura econômica, inclusive os de iniciativa de empresas públicas não dependentes de transferências financeiras do Poder Público, considerados prioritários para a economia em decisão do respectivo conselho deliberativo (BRASIL, Lei nº 7.827, de 27 de setembro de 1989, art. 40).

O parágrafo 20 estabelece que, tanto produtores quanto empresas beneficiárias de fundos de incentivos regionais ou setoriais, devem estar com situação regularizada com a Comissão de Valores Imobiliários, sob pena de não obterem a concessão de financiamento em caso contrário.

§ 20 No caso de produtores e empresas beneficiárias de fundos de incentivos regionais ou setoriais, a concessão de financiamentos de que trata esta Lei fica condicionada à regularidade da situação para com a Comissão de Valores Mobiliários - CVM e os citados Fundos de incentivos (BRASIL, Lei nº 7.827, de 27 de setembro de 1989, art. 40).

Em 2001, a Lei nº 10.177 incluiu, no artigo 40, o parágrafo 30, que previa o financiamento de empreendimentos comerciais e de serviços até o limite de 10% (dez por cento) dos recursos previstos, em cada ano, a partir dos Fundos. Esse percentual já esteve em 20% (vinte por cento), de acordo com a Lei 11.775, de 2008, admitindo-se a diferenciação dos valores aplicados nas diversas Unidades da Federação. Ao final, esse parágrafo foi revogado pela Lei nº 12.716, de 2012.

O artigo 50 da Lei n0 7.827, de 1989, especifica a delimitação geográfica onde os recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento poderão ser aplicados.

Art. 50 Para efeito de aplicação dos recursos, entende-se por:

I - Norte, a região compreendida pelos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Roraima, Rondônia, e Tocantins;

II - Nordeste, a região abrangida pelos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, além da Parte do estado de Minas Gerais incluída na área de atuação da SUDENE; III - Centro-Oeste, a região de abrangência dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal;

IV - Semi-árido, a região inserida na área de atuação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste - Sudene, com precipitação pluviométrica média anual igual ou inferior a 800 mm (oitocentos milímetros), definida em portaria daquela Autarquia (BRASIL, Lei nº 7.827, de 27 de setembro de 1989, art. 50).

A Lei nº 9.808, de 20 de julho de 1999, alterou o inciso II acrescentando aos estados do Nordeste, além da parte do estado de Minas Gerais, também parte do estado do Espírito Santo, incluída na área de atuação da Sudene. Também sofreu alteração o inciso IV, dada pela Lei Complementar nº 125/2007. As redações finais dos referidos incisos:

II - Nordeste, a região abrangida pelos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, além das partes dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo incluídas na área de atuação da Sudene;

III... IV - semi-árido, a região natural inserida na área de atuação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste - Sudene, definida em portaria daquela Autarquia (BRASIL, Lei nº 7.827, de 27 de setembro de 1989, art. 50).