Alcebíades Lopes Sacramento Filho - DNPM/Sede, Tel.: (61) 3312-6710, E-mail: alcebiades.filho@dnpm.gov.br
1 OFERTA MUNDIAL – 2009
O elemento berílio (Be) está presente em diversos minerais, porém, o mineral berilo (Be3Al2Si6O18) é
comercialmente, o mais importante. As reservas oficiais desse minério em nosso país são pouco representativas, com teores entre 10 a 12% de BeO e se encontra em rochas pegmatíticas distribuídas principalmente, nos estados de Minas Gerais, Goiás, Bahia e Ceará.
De acordo com o United States Geological Survey (USGS), estima-se que a reserva mundial de berílio em 2009 seja superior a 80.000 toneladas (t), encontradas, principalmente em depósitos pegmatíticos. Os Estados Unidos da América (EUA), principais consumidores e fornecedores de concentrado e de produtos manufaturados de berílio, são detentores de 65% da reserva mundial de berílio. Destaque deve ser dado ao depósito não pegmatítico de Spor Mountain, no Estado de Utah, EUA, onde as reservas medidas estão em torno de 16.000 t de berílio contido, provenientes do mineral bertrandita (Be4Si2O7).
Tabela 1 Reserva e produção mundial
Discriminação Reservas (t) Produção(t)
Países 2009 2008 2009 (%)
Brasil 6.000(1) 0,0 0,0 0,0
Estados Unidos da América 52.000 176,0 120,0 85,7
China nd 20,0 20,0 14,3
Outros países 27.500 0,0 0,0 0,0
TOTAL 85.500 196,0 140,0 100,0
Fontes: DNPM/DIPLAM; USGS: Mineral Commodity Summaries – 2010: Dados em metal contido; (1) Reserva lavrável, Vide apêndice, (nd) dados não disponíveis.
2 PRODUÇÃO INTERNA
Não existe produção de óxido de berílio (BeO) no país, entretanto no grupo do mineral berilo, a variedade berilo industrial apresenta grande potencial de uso, por se constituir, geralmente um rejeito da extração de esmeralda, água marinha e outras, em diversas jazidas no país.
A produção de esmeralda no ano de 2009 foi de 225.6 kg. A empresa, Belmont Ltda, com atuação em Itabira, MG, responde por cerca de 90% dessa produção.
3 IMPORTAÇÃO
As importações brasileiras em 2009 foram de produtos manufaturados de berílio, provenientes, dos EUA (40%) e Japão (50%), totalizando US$ 11.350. Em 2008 as importações somaram US$ 26.336. Como se trata de manufaturados, essa queda, em relação ao ano anterior, se deve a produtos de menor valor agregado.
4 EXPORTAÇÃO
As exportações de berilo resumem-se à esmeralda (gema). Do total produzido pelas empresas de mineração, 90% foram destinadas para EUA (20%), Índia (50%) e Israel (20%).
5 CONSUMO INTERNO
Associado ao cobre (ligas de cobre-berílio), o berílio têm diversos usos como em escovas de contato elétrico, instrumentos que produzem fagulhas (explosivos), armas automáticas de rápido acionamento, etc. O berílio, por possuir grande rigidez, é de grande utilidade em sistemas de orientação, giroscópios, plataformas estáveis e acelerômetros. É principalmente usado em: aplicações aeroespaciais, moderador de nêutrons em usinas nucleares, componentes elétricos e eletrônicos, que são as principais fontes de consumo de produtos de berílio no mundo, e representam, por exemplo, 80% do consumo nos EUA.
BERÍLIO
Tabela 2 Principais estatísticas - Brasil
Discriminação Unidade 2007 2008 2009(p)
Produção Concentrado (BeO) (kg) 0 0 0
Importação Berílio em bruto (kg) - - - (US$-FOB) - - - Manuf. de Berílio (kg) 4 3 2 (US$-FOB) 25.661 26.336 11.350 Exportação Berílio em bruto (kg) - - - (US$-FOB) - - - Manuf. de Berílio (kg) - - - (US$-FOB) - - - Consumo Aparente (2) Concentrado (BeO) (kg) - - - Manufaturados (kg) 4 3 2 Semimanufaturado (kg) - - - Preço Médio (3)
Ligas de berílio/cobre US$/kg 144 159 120
Óxido de berílio US$/kg … … …
Metal berílio US$/kg … ... ...
Metal US$/kg ... ... ...
Fontes: DNPM/ DIPLAM, MDIC;
(1) trata-se Berílio (BeO) contido na produção bruta, (2) produção + importação – exportação, (3) refere-se aos preços internos norte-americanos, (...) Dados desconhecidos.
6 PROJETOS EM ANDAMENTO E/OU PREVISTOS
A Empresa Esmeralda de Conquista Ltda, no Município de Anagé, BA, vem desenvolvendo um programa de reavaliação de sua jazida, com base em aberturas de galerias e poços, além da análise de elementos indicadores que podem levar a novas áreas de produção.
7 OUTROS FATORES RELEVANTES
O processamento do berílio requer um rígido controle de qualidade por causa da sua natureza tóxica, por isso, as indústrias que trabalham com o berílio são muito rigorosas no cumprimento das normas de segurança. Essas possuem equipamentos que medem o controle de poluição atmosférica (coletores de poeira e fumaça), adotam o uso de máscara, nebulizadores e outros procedimentos que visam dar maior segurança ao trabalhador.
O Brasil não possui usina de transformação de berilo para a obtenção de BeO. O alto custo para o seu aparelhamento, devido a natureza tóxica e altamente cancerígena do produto, a associação com outros minerais de difícil separação, aliados a resíduos que podem aumentar o índice de contaminação e degradação ambiental, tornam pouco atrativa a sua transformação pelas indústrias nacionais.
CAL
Juliana Ayres de Almeida Bião Teixeira - DNPM/BA, Tel.: (71) 3444-5523, E-mail: juliana.teixeira@dnpm.gov.br
Osmar Almeida da Silva – DNPM/BA, Tel.: (71) 3444-5552, E-mail: osmar.silva@dnpm.gov.br
1 OFERTA MUNDIAL - 2009
Dados preliminares sobre a oferta mundial de cal em 2009 apontam para uma queda de 4,20% em relação a 2008. A China continua liderando o ranking da produção mundial de cal, com uma participação de 67,01%, seguida pelos Estados Unidos da América (EUA), que responde por 5,29% deste mercado. Nesse panorama, a produção de cal brasileira foi de 6,6 milhões de toneladas (Mt), uma queda de 10,51% em relação ao ano anterior, respondendo por 2,34% da produção mundial, mantendo a quinta posição do ranking dos países produtores de cal.
Tabela 1 Reserva e produção mundial
Discriminação Reservas (t) Produção 1000(t)
Países 2008 (r) 2009 (p) %
Brasil
As reservas de calcário e dolomito são suficientes para
a indústria de cal
7.425 6.645 2,3%
China 180.000 190.000 67,0%
Estados Unidos da América 19.900 15.000 5,3%
Japão (somente cal virgem) 9.500 8.000 2,8%
Rússia 8.200 7.000 2,5% Alemanha 7.000 5.000 1,8% Itália (1) 6.000 5.000 1,8% México 6.500 5.000 1,8% França 4.000 3.000 1,1% Turquia (comercializado) 3.600 3.000 1,1% Irã 2.700 2.200 0,8% Vietnã 2.200 2.000 0,7% Bélgica 2.200 1.800 0,6% Reino Unido 2.000 1.800 0,6% Áustria 2.000 1.700 0,6% Polônia 1.900 1.600 0,6% Canadá 2.070 1.500 0,5%
África do Sul (comercializado) 1.590 1.300 0,5%
Outros países 27.200 22.000 7,8%
TOTAL 295.985 283.545 100,0%
Fontes: USGS - Mineral Commodity Summaries – 2010; Associação Brasileira dos Produtores de Cal – ABPC; (r) dados revisados, (p) dados preliminares, (1) Inclusive cal hidráulica.
2 PRODUÇÃO INTERNA
Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Cal (ABPC), que congrega 58,9% dos produtores no país, apontam para uma queda de 10,51% da produção interna de cal do país em 2009, quando comparada a 2008. A estrutura de produção permaneceu praticamente inalterada, com a cal virgem correspondendo a 69% e a cal hidratada, 31% da produção nacional.
A ABPC classifica os produtores de cal como: integrados, que produzem cal (virgem e hidratada) a partir de calcário produzido em minas próprias; não integrados, que produzem cal (virgem e hidratada) a partir de calcário comprado de terceiros; transformadores, que realizam a moagem e/ou produzem cal hidratada a partir de cal virgem adquirida; e cativos, que produzem a cal para consumo próprio, como as siderúrgicas.
Eliminando-se a produção cativa do totalproduzido, chega-se ao chamado mercado livre que representa 86,16% do total e o mercado cativo, 13,84%. No mercado livre, a indústria responde por 61% da cal produzida em 2009 e a construção civil, 39%. A queda de 25% na produção cativa da cal para uso industrial em 2009, quando comparado a 2008, foi influenciada tanto pela crise mundial que afetou fortemente o setor siderúrgico, como pela gradual substituição da cal própria pela cal adquirida no mercado. Em 2010 estima-se que a produção recupere os níveis de pré-crise.
3 IMPORTAÇÃO
As importações de semimanufaturados de rochas calcárias (cal viva, apagada e hidráulica) em 2009 somaram 2,25 mil toneladas, o que representa um desembolso de US$ 676 mil. A procedência dos semimanufaturados foram: Argentina (49%), China (30%), Bélgica (11%), Espanha (3%) e Suíça (3%).
4 EXPORTAÇÃO
Em 2009 as exportações brasileiras de semimanufaturados de rochas calcárias foram predominantemente de cal (viva, apagada e hidráulica), totalizando 2,33 mil toneladas, no valor de US$ 362 mil, uma redução de 59,88% do volume exportado em relação a 2008, sendo os principais destinos: Uruguai (44%), Paraguai (27%), Chile (25%), Argentina (3%) e Angola (1%).
CAL
5 CONSUMO INTERNO
Dada a pouca expressão das exportações e importações de cal, o consumo aparente acompanhou o nível de produção que é quase integralmente absorvida pelo mercado interno.
Tabela 2 Principais estatísticas – Brasil
Discriminação Unidade 2007(r) 2008(r) 2009(p)
Produção Calcário bruto (1.000t) 102.568 115.183 98.753
Cal (1.000t) 7.393 7.425 6.645
Importação Semimanufaturados Cal (1.000t) 4,22 2,81 2,25
(10 3 US$ FOB) 1.007 769 676
Exportação Semimanufaturados Cal (1.000t) 4,77 5,07 2,33
(10 3 US$ FOB) 902 1.172 362
Consumo Aparente (e) Cal (1.000t) 7.393 7.425 6.645
Preço Médio (c) Cal virgem (R$/t) 168,00 184,80 220,00
Cal hidratada (R$/t) 281,00 228,80 284,12
Fontes: DNPM/DIPLAM ; MDIC; ABPC; USGS - Mineral Commodity Summaries – 2010;
(e) Produção + importação – exportação, (r) dados revisados, (p) dados preliminares sujeitos a revisão, (c) Cotação FOB planta de beneficiamento. 6 PROJETOS EM ANDAMENTO E/OU PREVISTOS
Dados não relevantes. 7 OUTROS FATORES RELEVANTES
Extremamente relevantes para o setor consumidor de cal são as iniciativas do setor produtor, via ABPC, como o Programa Setorial da Qualidade da Cal Hidratada para a Construção Civil, programa registrado junto ao Governo Federal no âmbito do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, em que o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), realiza a auditoria dos produtos das empresas associadas e de outras marcas adquiridas em revendas, abrangendo aproximadamente 83% de toda a produção nacional e o Programa de Monitoramento da Cal Industrial, voltado especificamente ao controle dos produtos destinados à indústria de rações animais.