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Gustavo Adolfo Rocha - DNPM/ GO, Tel.: (62) 3230 5232, E-mail: gustavo.rocha@dnpm.gov.br

1 OFERTA MUNDIAL – 2009

O cristal de quartzo pode ser obtido na natureza (ocorrências ou jazidas) ou por crescimento hidrotérmico (cultured quartz) na indústria de cristais cultivados. Os recursos mundiais de grandes cristais naturais ocorrem quase exclusivamente no Brasil e, em quantidades menores, em Madagascar. Cristais menores e lascas também são encontrados nos Estados Unidos da América (EUA) e na Namíbia. China, Japão e Rússia são os fornecedores eventuais para os Estados Unidos. No exercício de 2009, o consumo de lascas e cristais piezelétricos pela indústria norte-americana foi atendido pelos estoques existentes e pelas importações. Em 2009, a produção de cristal cultivado no Brasil foi bem limitada, continuando assim a dependência brasileira deste produto de importância estratégica para a indústria eletrônica nacional. O continente asiático continua sendo o maior produtor mundial de quartzo cultivado.

2 PRODUÇÃO INTERNA

Os recursos e reservas de quartzo no Brasil estão associados a dois tipos de jazimentos: depósitos primários (quartzo de veios hidrotermais e de pegmatitos) e secundários (quartzo em sedimentos eluviais, coluviais e aluviões). Nos depósitos primários este é extraído na forma de lascas (fragmentos de quartzo selecionados manualmente pesando menos de 200 gramas), de cristais bem formados ou de blocos naturais. O quartzo também pode ser produzido pela indústria, através do processo de cultivo.

Em 2009, a produção nacional de quartzo (cristal de quartzo) foi de 11.588 t, com destaque para os estados de Bahia, Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo. No processo de produção brasileira de quartzo (cristal) predomina o pequeno minerador e o minerador informal. Os cristais usados na indústria de cristal cultivado (cristais de grau eletrônico) são mais raros e de produção esporádica.

O Brasil é o único produtor de blocos de quartzo natural com propriedades piezelétricas, especialmente nos estados de Goiás, Minas Gerais e Bahia. Estes são usados na produção principalmente de ligas de silício para a indústria metalúrgica e para uma pequena produção de silício metálico. Desde os anos 1930 até o final da década de 1970, o país se destacava como fornecedor do quartzo natural, sendo substituído pelo quartzo cultivado, que passou a obter ampla aceitação na maioria das aplicações. Os fabricantes nacionais de cristais osciladores e filtros de cristal continuam importando as barras de cristais cultivados.

3 IMPORTAÇÃO

Em 2009, as importações de cristal de quartzo em todas as suas formas totalizaram US$ 22.395. As importações de cristal de quartzo não industrializados decresceram 62,07% em relação a 2008. As principais importações de quartzo no Brasil são de produtos manufaturados: cristais piezelétricos montados e suas partes, e em menor quantidade cristal cultivado bruto e usinado. O dispêndio com importações de quartzo de manufaturados foi de US$ FOB 21.779.000 e decresceram 23,07% no exercício de 2009, em relação a 2008; enquanto a quantidade diminuiu 57,48%. Estes decréscimos ocorreram em função da valorização do dólar frente ao real e da crise econômica mundial no segundo semestre de 2008, se acentuando no primeiro semestre de 2009. Os dados oficiais de importação incluem outros tipos de quartzo além daqueles com propriedade piezelétrica e devem ser observados com cautela.

Os principais países exportadores de manufaturados de quartzo para o Brasil foram: China (50%), Coréia do Sul (17%), Taiwan (Formosa) (11%), Japão (7%) e Cingapura (5%). No exercício de 2009, a quase totalidade das importações de manufaturados (99,9%) foram de cristais piezelétricos para a indústria eletroeletrônica, usados em computadores pessoais, telefones celulares, jogos eletrônicos, GPS, equipamentos médicos e na indústria automotiva.

O valor das importações de bens primários (quartzo) foi de US$ FOB 616.000 em 2009, inferior à 2008. Os principais países exportadores de bens primários de quartzo para o Brasil foram: Alemanha (63%), Espanha (21%), Estados Unidos (13) e Bélgica (3%).

4 EXPORTAÇÃO

As exportações brasileiras de quartzo atingiram o montante de 11.588 t e divisas de US$ FOB 3.424.000. As exportações de cristais piezelétricos montados totalizaram uma tonelada, correspondendo a cifra de US$ FOB 597.000. O total das exportações brasileiras de quartzo (bens primários e manufaturados) foi de US$ FOB 4.021.000. O destino dos bens primários de quartzo exportados foi: Espanha (29%), Israel (28%), Bélgica (19%), Itália (6%) e Japão (3%).

Com a crise econômica no 2º semestre de 2008 e no 1º semestre de 2009, houve uma diminuição considerável nas exportações, em torno de 54%, em relação ao exercício de 2008. Continua sendo forte a concorrência dos mercados estrangeiros alternativos, tais como: Alemanha, Espanha, China, Coréia do Sul, Taiwan (Formosa), Japão, Estados Unidos, e Bélgica.

5 CONSUMO INTERNO

No Brasil, em 2009, não houve consumo de lascas para crescimento de cristal sintético. O cristal de quartzo é utilizado na confecção de dispositivos piezelétricos controladores de frequência. A indústria de cristais osciladores,

QUARTZO - Cristal

osciladores de quartzo e filtros de quartzo são os consumidores das barras de quartzo cultivado importadas. Os principais setores de consumo dos cristais osciladores e filtros de quartzo produzidos no Brasil são as indústrias de relógios eletrônicos, jogos eletrônicos, automóveis, equipamentos de telecomunicações, computadores e equipamentos médicos. Em 2009 foi observada uma queda de 23% no consumo aparente em relação ao ano anterior.

Tabela 1 Principais estatísticas – Brasil

Discriminação Unidade 2007 (r) 2008 (r) 2009 (p)

Produção Quartzo Cristal (1) t 22.561 21.511 11.588

Importação

Bens Primários

Lascas e quartzo em bruto t 1.081 878 333

10³ US$ FOB 613,00 794,00 616,00

Manufaturados

Quartzo Piezoelétrico Kg 45,49 140,62 78,58

10³ US$ FOB 11 34 19

Cristais Piezo. Mont. e partes t 130 117 90

10³ US$ FOB 33.550 34.725 21.760 Exportação Bens Primários t 22.561 21.511 11.588 10³ US$ FOB 4.901 4.925 3.424 Manufaturados t 3 1 1 10³ US$ FOB 148 138 597

Consumo Aparente Cristal Cultivado Bruto (2) t 130 117 90

Preço

Lascas e quartzo em bruto (3) US$-FOB / t 217 228 295

Cristal cultivado barra bruta (4) US$-FOB / t 550,00 552,00 597,00 Cristal cultivado barra usinada (5) US$-FOB / kg 215,00 297,00 199,00 Fonte: DNPM/DIPLAM; MDIC; USGS: Mineral Commodity Summaries - 2010.

(1) produção = quantidade exportada + consumo interno estimado (exceto p/ fins ornamentais), (2) considerando e convertendo para barras brutas, as importações de cristais osciladores montados, considerando uma relação de 1 kg = 1.000 peças, (3) preço médio FOB das exportações de lascas e quartzo em bruto, (4) preço médio (FOB) das importações brasileiras de cristal cultivado (barra bruta), (5) preços médios de cristal a usinada) – EUA, (r) revisado, (p) dados preliminares, (-) dado não disponível.

Continuou no exercício de 2009 a dependência brasileira de “vidro ótico” (vidro de precisão utilizado em instrumentos, lentes, microscópios, etc.). Este material é produzido a partir de pó de quartzo de alta pureza física e química, normalmente fabricados no exterior a partir das lascas de quartzo. Neste mercado, os Estados Unidos concorrem com um produto chamado IOTA QUARTZ, resultante de processos de beneficiamentos de rochas ígneas do Arkansas – EUA.

6 PROJETOS EM ANDAMENTO E/OU PREVISTOS

Em 2009, houve a continuidade do Projeto “Cooperativismo Mineral na Província Pegmatítica Borborema, Região Seridó”, fruto do “Projeto Desenvolvimento Rede do Arranjo Produtivo em Pegmatitos – RN/PB”, convênio entre MME, MCTI, UFRN, CEFET, SEDEC/RN e cooperativas de garimpeiros, com o objetivo de capacitação tecnológica aos mineradores para agregar valor ao bem mineral nas etapas de lavra e beneficiamento.

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) vem desenvolvendo pesquisas para obter silício grau solar (SiGS), utilizado na confecção de células fotovoltaicas, responsáveis pela transformação de energia solar em energia elétrica. Trata-se da rota metalúrgica, uma alternativa à produção tradicional desse tipo de silício que dará ao Brasil, país não produtor de SiGS, a chance de entrar nesse ramo do mercado.

Nos Estados Unidos, continua a pesquisa visando substituir o quartzo piezelétrico por cristais alternativos, tais como: ortofosfato de alumínio (a partir da berlinita), tantalato de lítio, niobato de lítio, óxido de germânio e bismuto. 7 OUTROS FATORES RELEVANTES

Permanece vigente em 4% a alíquota ad valorem do imposto de importação incidente sobre quartzo piezelétricos (TEC 25 06.10 00) e de tubos de quartzo ou fundidos de quartzo (TEC 70 02.31 00) para o Brasil.

As importações de areia de alta pureza, quartzo (blocos piezelétricos e lascas) continuam livres de taxas de importação pelo governo dos Estados Unidos. Somente a importação de quartzo piezelétrico cultivado (cultured quartz) continua taxada com alíquota 3,0% ad valorem.

ROCHAS ORNAMENTAIS E DE REVESTIMENTOS

Paulo Magno da Matta – DNPM/BA, Tel.: (71) 3371-4010, E-mail: paulo.matta@dnpm.gov.br

Mathias Heider – DNPM/Sede, Tel.: (61) 3312-6779, E-mail: mathias.heider@dnpm.gov.br Fernando Antônio Costa Roberto – DNPM/CE, Tel.: (85) 3261-8960, E-mail: fernando.antonio@dnpm.gov.br

1 OFERTA MUNDIAL - 2009

A produção mundial de rochas ornamentais atingiu em 2009 cerca de 106,8 milhões de toneladas com a China respondendo por quase 22% deste total. As exportações mundiais foram estimadas em 43,1 milhões de toneladas (rochas brutas e beneficiadas). Segundo dados do Anuário Mineral Brasileiro (AMB), as reservas recuperáveis (30% das reservas medidas), são da ordem de 6 bilhões de m³ de rochas ornamentais no Brasil. Não existem estatísticas consolidadas sobre as reservas mundiais de rochas ornamentais. Conforme dados estimados pela Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais (Abirochas), que considera índices do desempenho das exportações e do consumo interno, o Brasil se colocaria em 6° lugar em produção no ranking mundial de rochas e nas exportações (atingindo 1.672,6 mil toneladas e US$ 724 milhões). Tabela 1 Produção, exportação e importação – dados mundiais 2009

Discriminação Produção Exportações Importações

Países (1000 t) % (1000 t) % Países (1000 t)

Brasil 7.600(1) 7,1 1.672,6(*) 3,9 Alemanha 1.554,40

China 23.000 21,5 18.817,40 43,6 China 7.964,30

Índia 21.000 19,7 4.906,40 11,4 Coréia do Sul 5.387,30

Turquia 11.500 10,7 6.004,00 13,9 EUA 4.375,10 Irã 11.000 10,3 - - Italia 1.967,20 Itália 9.100 8,5 4.408,00 10,2 Japão 1.838,50 Espanha 7.200 6,7 1.840,00 4,3 Taiwan 1.315,90 Egito 3.600 3,4 - - Bélgica 1.070,90 Portugal 3.100 2,9 813,2 1,9 Espanha 983,5

EUA 1.830 1,7 407,6 0,9 Reino Unido 767,6

Grécia 1.500 1,4 469,2 1,1 França 634,9

França 1.100 1,0 119,5 0,3 Polonia 612,2

Outros países 5.228,80 5,0 3.669,10 8,5 Outros países 5.952,10

TOTAL 106.810,90 100,0 43.127,00 100 TOTAL 34.423,90

Fonte: Dados mundiais segundo estimativas da IMM Carrara – Relatório 2008 a 2009. (1) produção não oficial - estimativa da ABIROCHAS; (*) MDIC -base Alice.

2 PRODUÇÃO INTERNA

A produção estimada de 7,6 Mt (queda de 2,6%) pela Abirochas, em 2009, foi determinada pela redução das exportações em cerca de 17%. O crescimento do mercado interno (5 a 10%) foi sustentado pelo desempenho do setor da construção civil, pela maior facilidade de crédito, pela redução de juros, pelas obras do PAC e pela expansão da renda interna. Como comparação, os setores de revestimento cerâmico e de cimento tiveram um crescimento estimado da ordem de 14 a 14,5%, respectivamente.

Cerca de 90% da produção nacional está representada pelos estados ES, MG, BA, CE, PR, RJ, GO e PB. Apesar de MG produzir um percentual menor de granitos, destaca-se especialmente pela produção de ardósias, quartzitos folheados e pedra-sabão (esteatito). Existem no Brasil dezoito Arranjos Produtivos Locais (APL) ligados as rochas ornamentais em 10 estados. Segundo a Abirochas, estima-se que a cadeia produtiva de rochas no Brasil tenha cerca de 7.000 marmorarias, 2.200 empresas de beneficiamento, 1.600 teares, 1.000 empresas dedicadas à lavra, com cerca de 1.800 frentes ativas e legalizadas (em um total de 400 municípios) e cerca de 135.000 empregos diretos.

3 IMPORTAÇÃO

De acordo com o MDIC, em 2009 as importações totais de rochas ornamentais reduziram-se 27% em peso com 66.614 toneladas (91.244 toneladas em 2008) e US$ 36,1 milhões (-30,1%). Os mármores beneficiados (NCM 68022100 e 680291.00) atingiram US$ 27,155 milhões e 48,3 mil toneladas. Os mármores em bruto atingiram US$ 6,6 milhões.

4 EXPORTAÇÃO

De acordo com o MDIC, em 2009 as exportações brasileiras somaram 1,67 milhões de toneladas, correspondendo a US$ 724,06 milhões (-24,15% em relação a 2008). As exportações de granitos brutos (blocos) alcançaram US$ 142,1 milhões (803.952 t) e as de mármores brutos (blocos) US$ 896 mil e 5,6 mil toneladas. A pedra sabão apresentou variação positiva em 2009 (+8,8%) com US$ 14,9 milhões e preço médio de 1.482,30 US$/t. A ardósia caiu para US$ 66,6 milhões em 2009, (-34,1%). Para o quartzito folheado, a queda foi de 22,8%, com US$ 27,7 milhões. As rochas silicáticas (granitos) beneficiadas tiveram redução em 2009 (721,2 mil toneladas em 2008) atingindo 592,3 mil toneladas com queda de US$ 611,9 milhões para US$ 463,8 milhões, configurando o terceiro ano consecutivo de recuo. Em janeiro de 2009, as exportações mensais de rochas atingiram US$ 33,6 milhões, e em dezembro de 2009, já mostraram uma recuperação, com um total de US$ 70 milhões.