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O Bilhete Único no Celular – O Futuro cada vez mais perto

No documento A São Paulo Transporte SPTrans (páginas 150-156)

A implantação do Bilhete Único trouxe várias melhorias ao Sistema, as quais são facilmente percebidas pelos usuários e recebem deles uma avaliação bastante positiva. Dentre elas, entendo que as mais significativas do ponto de vista do usuário são as seguintes:

• Melhorou a empregabilidade daqueles que residem distante dos locais de alta concentração de empregos. Isso se deve, principalmente, ao fato de que, desde a implantação do BU, a contratação de um empregado que resida perto ou longe do trabalho não faz diferença financeira para o empregador. De modo geral, o custo será o mesmo, já que com uma única tarifa, simples ou integrada, o empregado fará o trajeto residência/

trabalho.

• O usuário passou a decidir onde realizar o transbordo para o próximo ônibus, sem precisar se dirigir a um Terminal a fim de economizar na tarifa.

Isso porque, mediante o pagamento de uma única passagem, o usuário pode embarcar em até 4 ônibus no período de 3 horas.

• O custo para utilizar o transporte coletivo na cidade de São Paulo diminuiu significativamente. O direito de utilizar até 4 ônibus mediante o pagamento de uma só passagem gerou uma economia considerável para o bolso daqueles usuários que antes precisavam pagar pela utilização de dois, três ou quatro ônibus. Na sequência, a integração do ônibus com o sistema metro-ferroviário por meio do Bilhete Único tornou tudo ainda melhor, reduzindo o custo para aqueles que utilizam ônibus + Metrô para se deslocar dentro da cidade, ou ônibus + trem para se deslocar inclusive entre a capital e municípios vizinhos.

Foto: Elisa Rodrigues

Um desejo frequentemente associado ao Bilhete Único diz respeito à existência de mecanismos de facilitação do seu uso, particularmente quanto à forma de carregamento dos créditos. Nessa questão, apesar da existência de mais de 10 mil pontos de venda, ainda há relatos de longas filas em locais de altíssima concentração de pessoas, como é o caso das estações do Metrô. Algumas medidas foram tomadas no sentido de sanar esse problema, tal como o aumento do número de vendedores nas bilheterias, e a instalação de diversas máquinas automáticas de venda nas estações.

Como não poderia deixar de ser, a DG/SAC tem como objetivo recorrente proporcionar cada vez mais facilidade e comodidade aos usuários do Sistema no processo de compra e recarga dos créditos eletrônicos do Bilhete Único.

Nesse sentido, as principais ações que serão tomadas em breve são:

• Facilitar a forma de o usuário efetuar o pedido

• Facilitar a forma de pagamento

• Facilitar a forma de carregamento dos créditos

De modo geral, essas ações podem se transformar em realidade a partir de algumas providências:

• Utilização de sites de empresas e bancos credenciados para viabilizar a efetivação de pedidos, inclusive via celular.

• Aceitação do pagamento por meio de cartão de débito, e, possivelmente, até de crédito.

• Viabilização de sistemas de liquidação sem a necessidade de emissão de boleto bancário.

• Carregamento dos créditos diretamente no aparelho celular do usuário, providência essa que depende do uso da tecnologia NFC.

Sobre esse último item, pretendemos implementar um mecanismo que permita ao usuário não só adquirir os créditos eletrônicos, mas também carregá-los no próprio celular, sem a necessidade de deslocamento para que esse processo seja concluído. Isso será possível por meio da adoção da tecnologia Near Field Communications– NFC, a qual exigirá que se percorra um longo caminho, constituído de várias tarefas, como:

• A criação de um mecanismo para habilitação do aplicativo Bilhete Único no chip do aparelho celular, chip esse já no formato NFC. Para tanto, talvez seja necessário gravar o aplicativo no chip antes de a operadora distribuí-lo no comércio varejista.

Coletivo - Revista Técnica da SPTrans - Edição nº 1 / dezembro de 2012

• Utilização do SMS para realização da compra de créditos eletrônicos, devendo ser adotada uma mensagem, que será enviada com a palavra comprar e o valor desejado, para um determinado número.

• Carregamento dos créditos diretamente no chip do aparelho celular: o crédito poderá chegar pelo mesmo caminho da mensagem, ou seja, uma mensagem criptografada em SMS seguro permitirá que o aparelho se autocarregue com o crédito que veio na mensagem.

Você provavelmente deve estar se perguntando: “como tudo isso poderá se tornar realidade, e por que não aconteceu antes em nenhum sistema de bilhetagem no Brasil?” Pois bem. Até o advento dos Contactless Smart Cards, ou cartões inteligentes sem contato, a cobrança de passagem nos sistemas de transporte coletivo de todo o país era feita na forma de passes de papel, e, em alguns casos, por meio de bilhetes magnéticos. Com a adoção dos cartões sem contato, os sistemas de bilhetagem passaram a utilizar créditos eletrônicos gravados nos chips desses cartões.

É interessante fazermos uma analogia com o antigo sistema de telefonia, no qual eram utilizadas fichas metálicas nos orelhões, e não existiam os aparelhos de telefonia móvel. Os primeiros celulares não possuíam o chip chamado de SIM Card, aquele cartãozinho da operadora que é inserido no aparelho, e cuja tecnologia atual já permite, inclusive, a utilização simultânea de vários chips, de operadoras diferentes.

Vale lembrar que no início da operação da telefonia móvel no Brasil, não existiam os celulares pré-pagos, e esse produto é justamente o motivo do grande sucesso da massificação da telefonia móvel em nosso país.

A telefonia móvel e os Sistemas de Bilhetagem possuem várias características semelhantes, e que permitem a interação entre si. Vejamos: o Bilhete Único utiliza créditos eletrônicos pré-pagos para pagamento da passagem nos ônibus, no Metrô e nos trens. Já as operadoras de telefonia vendem créditos eletrônicos pré e pós-pagos para serem utilizados para falar, enviar mensagens e acessar a internet. O principal ponto de convergência entre eles é que tanto o Bilhete Único quanto o celular estão nas mãos dos usuários, diariamente.

Então, por que não juntá-los?

Mas, para que o Bilhete Único possa ser encapsulado no SIM Card dos aparelhos celulares, possibilitando que o próprio aparelho se comporte como um Bilhete Único ou, dependendo da situação, como um terminal de venda e

recarga de créditos eletrônicos, é fundamental que se adote um conjunto de providências para viabilizar o que os especialistas chamam de ecossistema para o NFC. Isso significa estabelecer uma espécie de consenso para que todas as entidades envolvidas promovam a disponibilização de seus produtos nos celulares dos usuários.

O ecossistema do qual estamos falando seria formado pelas empresas de telefonia móvel, pela SPTrans e por seus parceiros no Bilhete Único, pelos bancos, pelas redes de captura e operadoras de cartão de crédito - de forma a permitir o pagamento por intermédio do número do cartão de crédito ou de débito bancário - pelos fabricantes de aparelhos celulares, pelos fabricantes de cartões devidamente homologados pelas operadoras de telefonia, e, possivelmente, pela rede de venda de aparelhos celulares, em especial os grandes varejistas. Isso pode parecer uma tarefa complicada, e talvez seja mesmo. Mas é perfeitamente possível de ser executada, pouco a pouco, até que se obtenha um grande ecossistema. A questão crucial está em como queremos participar desse processo: se pretendemos figurar entre seus grandes formadores, ou se vamos esperar para ser convidados a participar quando ele já estiver formado.

Para poder se engajar e contribuir de maneira efetiva em ações inovadoras como essa, a equipe técnica da SPTrans está se capacitando, por meio de pesquisas sobre o tema. Isso nos possibilitará, em um futuro próximo, subsidiar o processo de decisão sobre qual momento e de que forma iremos implantar a ferramenta Bilhete Único nos aparelhos celulares, propiciando aos usuários do Sistema de Transporte Coletivo um grande salto de modernidade e de comodidade, que, a meu ver, será extremamente bem avaliado pela população e representará um modelo a ser seguido pela maioria dos sistemas de bilhetagem do País.

Coletivo - Revista Técnica da SPTrans - Edição nº 1 / dezembro de 2012

Os números são expressivos e, porque não dizer, impressionantes...

1 trilhão de execuções de vídeos feitas pelo Youtube em 2011, média de 140 vídeos por habitante no mundo. Hoje são 60 horas de vídeos baixados por minuto pelo Youtube.

No Facebook são gastos 700 bilhões de minutos por mês por seus usuários, que baixaram 100 bilhões de fotos somente no primeiro semestre de 2011.

2 milhões de usuários do Twitter seguem mais de 500 contas.

Se estes números apontam para uma juventude capaz de realizar muitas tarefas ao mesmo tempo no futuro próximo, ou se o oposto - que eles terão dificuldades para reter informações ou para se engajar com outras pessoas na busca do conhecimento -, isso não importa aqui. O que temos diante de nossos olhos é uma geração incluída no universo das redes sociais.

Compete aos órgãos públicos, cada vez mais, penetrar neste universo como forma de ampliar sua prestação de serviços e, mais que isto, captar informações valiosas para melhorar sua gestão e atendimento.

Compete aos órgãos públicos, cada vez mais, penetrar neste universo como forma de ampliar sua prestação de serviços e, mais que isto, captar informações valiosas para melhorar sua gestão e atendimento.

Alexandre Pelegi e Lana Dias

São Paulo Transporte S/A – SPTrans – DP/MKT Assessoria de Marketing

Rua Boa Vista, 236 - São Paulo - SP - CEP 01014-000 Fone (11) 3396-6800 - marketing@sptrans.com.br

No documento A São Paulo Transporte SPTrans (páginas 150-156)