• Nenhum resultado encontrado

O Brasil cumpre a obrigação da promoção no acesso e permanência das crianças

Sobre este aspecto, Camila Sombra pontua relevantes elementos:

ACNUR : “O direito à educação, assim como direito à saúde, são dois eixos que têm um acesso universal no Brasil, independente da situação de documentação que você tem. Então, a educação é um direito fundamental e está garantido para qualquer pessoa, mesmo que seja uma criança refugiada, uma criança que tenha acabado de chegar ao país ou uma criança que não saiba falar o idioma. Podemos afirmar que essa é uma grande prática do B ”

Em um recorte mais específico, o ACNUR complementa:

“O Brasil tem uma lei bem avançada nesta seara, por isso a criança tem direito a educação desde o início ao receber o protocolo provisório de solicitação de refúgio emitido pelo Departamento da Polícia Federal. A educação no Brasil é um direito universal, assim como a saúde. Todos têm direito a educação independente do seu status. … O acesso à educação não é um problema no Brasil. A educação no nosso país tem acesso universal, todos têm direito à educação. As dificuldades de acesso à escola para as crianças refugiadas são as mesmas encontradas para as crianças brasileiras. O acesso é garantido e igualitário. Neste aspecto nós temos uma excelente política ed ”

Corroborando com a perspectiva proferida pelo ACNUR, a Secretaria Municipal da Educação de São Paulo afirma:

SME / SÃO PAULO: “ perspectiva de imigrante adotada tanto na Secretaria Municipal de Educação, quanto na Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania abarca as definições acima e outras existentes na lei e na prática (como asilados, expatriados, portadores de visto humanitário, apátridas, etc.). Ao se falar em “ ” ou “ ”, este último termo bastante usado na literatura internacional, refere-se a toda pessoa que circula dentro de um país ou internacionalmente, independente de suas razões, origem ou documentação, superando a visão de cidadania e direitos restritos por fronteiras ”

“A Lei º 16.478/16 determina a implementação transversal às políticas e serviços públicos sob a articulação da Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Cidadania. Destacamos os seguintes princípios norteadores da lei:

A) Igualdade de direitos e oportunidades, de acordo com as necessidades específicas das populações imigrantes;

B) Universalidade, indivisibilidade e interdependência dos direitos humanos dos ” Neste sentido, a Sra. Vera Benedito destaca o artigo 7°:

“referente às ações prioritárias da Lei acima que o papel da Rede Municipal de Ensino aparece de forma inequívoca, ao:

A) garantir a todas as crianças, adolescentes, jovens e pessoas adultas imigrantes o direito à educação na REME, por meio do acesso, permanência e terminalidade (isto é, conclusão bem sucedida da trajetória escolar)”

4.2.1 Dificuldade encontrada pelas crianças em situação de refúgio ao efetivo acesso à educação no Brasil

Neste aspecto, o ACNUR pronuncia-se da seguinte forma:

ACNUR: “O que acontece, às vezes, é uma escola, por desconhecimento do termo de proteção ao refugiado, principalmente quando a criança recém chegada ao Brasil e está como solicitante de refúgio, que é um documento chamado protocolo provisório de solicitação de refúgio emitido pelo Departamento de Polícia Federal, quando a criança ainda está esperando a avaliação sobre o caso. Este protocolo autoriza a estada da família até a decisão final do processo, o referido documento tem quinze dígito e às vezes alguns sistemas nas escolas não estão aptos para o seu devido preenchimento, mas isto é uma questão operacional, não é uma questão de direito, em que pese dificulte a matrícula da crianç ”

“ um Comitê Estadual de Refugiado para atender aos interesses dos Refugiados, em São Paulo, bem como a autuação de parceiros do ACNUR e órgãos públicos em prol da preservação das garantias dos refugiados, que tem sido bem sucedido, pois em uma visão prática, o ACNUR vem encontrando menos obstáculos. O ACNUR em parceria com o referido Comitê e com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo produziu uma cartilha que informa sobre o direito dos solicitantes de refúgio quanto as questões práticas ao acesso às escolas públicas de ensino fundamental e médio, além dos direitos de participar dos programas públicos de capacitação técnica e profissional. No estado do Rio de Janeiro também há uma forte atuação nesse sentido.

Diante disso, é possível afirmar que a matrícula não é um problema e, quando surge alguma dificuldade, é prontamente resolvida, especialmente com o auxílio da mencionada cartilha e dos agentes parceiros do ACNUR. Por exemplo: o histórico escolar traduzido e outros dados, quando as crianças detêm esses documentos, facilitam a atuação das escolas, pois, sabe-se exatamente o que a criança estudou, quais disciplinas cursou, mas não pode ser um pré-requisito para a efetivação de sua matrícula.

Não há um procedimento particular para as crianças refugiadas, pois a matrícula ocorre na mesma dinâmica que ocorreria com uma criança brasileira, ela vai até a escola do bairro e efetua a inscrição. Quando há alguma dificuldade, por vezes pelo idioma ou pelo desconhecimento de documentos, é prontamente sanada, especialmente na realidade de São Paulo, que detém um alto índice de imigrantes, cada dia as escolas públicas estão mais operacionais quanto às questões dos ”

Em contraste, a ONG I Know My Rights apresenta outra perspectiva sobre as mesmas dificuldades apresentadas pelo ACNUR:

IKMR: “Uma das grandes dificuldades encontradas pelas escolas, em relação aos refugiados, é a falta do histórico escolar, porque esse grupo de pessoas, na maioria das vezes deixam seus países e não trazem nenhum documento da escola onde a criança estudava ou algumas delas nunca estiveram em uma escola, posto que estão há mais de um ano em trânsito, o Brasil pode ter sido o terceiro ou quarto país pelo qual ela passou e que ela não teve como frequentar uma escola ou se frequentou não conseguiu trazer a documentação de transferência. Diferentemente ocorre com os imigrantes, que em muitos casos possuem um tempo para se programarem quanto à transferência para outro país, por mais precária que a sua situação possa ser, ele trás o histórico escolar ou um documento informando que a criança estudava na escola e a que série ela ”

“ obstáculo para a escola está no número do protocolo de refúgio, por ser grande o funcionário não consegue inseri-lo no sistema de vagas da rede de ensino no sistema educacional, neste caso como se deve proceder? A orientação que temos em relação à documentação: toda criança tem direito a escola, independente da falta de documentação ela deve ser matriculada, ela deve ser inserida naquele dia que os familiares procuraram a escola e por consequência deve ser gerado um Registro do Aluno (RA) fazendo uma intenção de matricula para que o sistema coloque esta criança em uma escola mais próximo possível da sua residência, isto é um dos critérios do sistema.

Agora quando o funcionário não é orientado quanto à validade deste protocolo e não se disponibiliza entrar em contato com a diretoria de ensino para tirar dúvidas e inserir a criança no sistema, geralmente causa muita dificuldade para esses familiares, porque na maioria das vezes orientam essa mãe ou esse pai a procurar a diretoria de ensino e pela dificuldade de entendimento do idioma não sabem nem o que pleitear no local. Com isto essa família acaba desistindo de matricular a criança com a impressão de que o acesso à educação no país foi negado. A falta de informação da validade do protocolo de refúgio termina prejudicando o acesso da criança à escola, isto porque o protocolo é um papel com os dados

do refugiado e com uma foto, tem refugiado que permanece com este documento por dois anos ou mais, até que receba o Registro Nacional de Estrangeiro – RNE. Estas informações já se encontram oficialmente publicado através de uma cartilha e todas as escolas do estado de São Paulo receberam e esperamos que este tipo de situação não se ”

4.3 O Estado fornece as condições necessárias para o efetivo acesso e permanência ao