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A JUSTIÇA BRASILEIRA FRENTE À COOPERAÇÃO TÉCNICA INTERNACIONAL Os projetos da Cooperação Técnica Internacional são extremante abrangentes e

CAPÍTULO 3 A COOPERAÇÃO TÉCNICA INTERNACIONAL E SEUS EFEITOS

3.1 A JUSTIÇA BRASILEIRA FRENTE À COOPERAÇÃO TÉCNICA INTERNACIONAL Os projetos da Cooperação Técnica Internacional são extremante abrangentes e

relevantes para o Estado Brasileiro, mas isso não pode ser motivo para o cometimento de ilegalidades que chegam ao Poder Judiciário, que não busca obstar as contratações e sim punir os responsáveis e fazer justiça com os trabalhadores que buscam o reconhecimento de anos de trabalho junto aos Organismos Internacionais.

Outra questão suscitada é a natureza das atividades desenvolvidas pelos funcionários como serviços de motoristas, operadores de computador e secretárias. Funções estas que são de apoio e que estão previstas nos Planos de Carreira dos Servidores ficando evidenciada a contratação indireta de pessoal como violação das disposições constitucionais que dispõem sobre contratação no serviço público.

A Juíza Rosarita Machado de Barros, da 15ª Vara do Trabalho de Brasília determinou, em dezembro de 2001, que o Governo não contratasse mais consultores através das Agências Internacionais e fixou uma multa de R$ 500 por trabalhador contratado irregularmente, vez que segundo a magistrada, consultores não passam de 5% dos atuais contratos. Os outros 8.500 precisam ser contratados por concurso.

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BRASIL. Ministério Público do Trabalho. Procuradoria Regional do Trabalho. 10ª região. Coordenadoria da Defesa dos Interesses Individuais Homogêneos, Coletivos e Difuso. Ata da Reunião realizada entre o Ministério Publico do Trabalho e Advocacia Geral da União. Brasília, maio. 2002.

O problema gerado é que ações estão sendo interpostas diariamente exigindo direitos trabalhistas como férias, 13º e Fundo de Garantia que não são recebidos pelos servidores temporários, cujos seus contratos são renovados trimestralmente permanecendo em média 08 anos no serviço público. O ministro do Planejamento, Guido Mantega, confirmou ontem que o governo planeja a contratação de 40 mil novos servidores em 2004. A medida está prevista no Orçamento do ano que vem — serão R$ 400,6 milhões destinados a nove áreas diferentes do Poder Executivo. Para Auditoria, Finanças e Fiscalização, estão previstas até 2.902 vagas. Para Regulamentação e Fiscalização do Sistema Financeiro, até 300. Gestão e Diplomacia, até 2.527 vagas. A área jurídica tem a indicação de até 711 vagas. Cultura, Meio Ambiente, e Ciência e Tecnologia, até 3.353. Regulação, até 3.100 vagas. Indústria e Comércio, Infra-estrutura, Agricultura e Reforma Agrária, até 3.433 cargos. Defesa, Justiça e Segurança Pública, até 8.232 vagas. Seguridade Social e Trabalho, Educação e Esportes prevêem até 16.822 vagas101.

Diante deste quadro, que se delineava a imunidade de jurisdição, que surgiu o principal argumento postulado na Justiça Brasileira focado na impossibilidade jurídica do Estado de aplicar sua legislação e jurisdição sobre outro Estado Soberano e como agravante a eventual execução também não aconteceria em face da ausência de coercitividade do Direito Brasileiro no âmbito espacial.

Quando se trata de direitos sociais, não se pode utilizar a imunidade para o enriquecimento sem causa do empregador ou tomador de serviços, prejudicando as garantias trabalhistas e previdenciárias do cidadão. Colacionamos a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal que norteia este entendimento:

EMENTA: IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO – RECLAMAÇÃO TRABALHISTA - LITÍGIO ENTRE ESTADO ESTRANGEIRO E EMPREGADO BRASILEIRO - EVOLUÇÃO DO TEMA NA DOUTRINA, NA LEGISLAÇÃO COMPARADA E NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: DA IMUNIDADE JURISDICIONAL ABSOLUTA À IMUNIDADE JURISDICIONAL MERAMENTE RELATIVA - RECURSO EXTRAORDINÁRIO NÃO CONHECIDO. OS ESTADOS ESTRANGEIROS NÃO DISPÕEM DE IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO, PERANTE O PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO, NAS CAUSAS DE NATUREZA TRABALHISTA, POIS ESSA PRERROGATIVA DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO TEM CARÁTER MERAMENTE RELATIVO. - O Estado estrangeiro não dispõe de imunidade de jurisdição, perante órgãos do Poder Judiciário brasileiro, quando se tratar de causa de natureza trabalhista. Doutrina. Precedentes do STF (RTJ 133/159 e RTJ 161/643- 644). - Privilégios diplomáticos não podem ser invocados, em processos trabalhistas, para coonestar o enriquecimento sem causa de Estados estrangeiros, em inaceitável detrimento de trabalhadores residentes em território brasileiro, sob pena de essa prática consagrar censurável desvio ético-jurídico, incompatível com o princípio da boa-fé e inconciliável com os grandes postulados do direito internacional. O PRIVILÉGIO RESULTANTE DA IMUNIDADE DE EXECUÇÃO NÃO INIBE A JUSTIÇA BRASILEIRA DE EXERCER JURISDIÇÃO NOS PROCESSOS DE CONHECIMENTO INSTAURADOS CONTRA ESTADOS ESTRANGEIROS. - A imunidade de jurisdição, de um lado, e a imunidade de execução, de outro,

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SILVA, A. S. Trenzinho federal. Isto É, n. 1697, abr. 2002. Disponível em: <http://www.terra.com.br/istoe/>. Acesso em: 27 jan. 2007.

constituem categorias autônomas, juridicamente inconfundíveis, pois - ainda que guardem estreitas relações entre si - traduzem realidades independentes e distintas, assim reconhecidas quer no plano conceitual, quer, ainda, no âmbito de desenvolvimento das próprias relações internacionais. A eventual impossibilidade jurídica de ulterior realização prática do título judicial condenatório, em decorrência da prerrogativa da imunidade de execução, não se revela suficiente para obstar, só por si, a instauração, perante Tribunais brasileiros, de processos de conhecimento contra Estados estrangeiros, notadamente quando se tratar de litígio de natureza trabalhista. Doutrina. Precedentes102.

Outra tarefa é promover o verdadeiro enquadramento dos organismos internacionais, como missão diplomática ou como repartição consular de carreiras estrangeiras. O Professor Francisco Rezek entende que:

[...] O diplomata representa o Estado de origem junto à soberania local, e para o trato bilateral dos assuntos de Estado. Já o cônsul representa o Estado de origem para o fim de cuidar, no território onde atue, de interesses privados – os de seus compatriotas que ali se encontram a qualquer título, e os de elementos locais que tencionem, por exemplo, visitar aquele país, de lá importar bens, ou para lá exportar103.

Então se não se reconhece a imunidade dos Organismos Internacionais, no aspecto de contratação de consultores, pois as ações interpostas demonstram falta de critérios e até um certo descaso com a legislação trabalhista brasileira. Os contratos realizados entre os Organismos e consultores possuem 03 a 12 meses de duração e os funcionários que estão acionando o PNUD e a União solidariamente possuem de 02 a 09 anos de trabalho realizado.

A consulta realizada no endereço eletrônico do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, do dia 13 de dezembro, mostrou 143 ocorrências na jurisprudência com o critério Organismos Internacionais, só o PNUD possuía 119 registros.

Entendo ser interessante partilhar com todos os presentes o resultado de um levantamento que fiz, no Sistema de cadastramento e andamentos dos processos do TRT da 10ª Região, sobre o número de processos que dá entrada no Tribunal da 10ª Região contra Estados estrangeiros e organizações internacionais.

O levantamento foi realizado abrangendo o período que vai de 1990 até o final de 2001. Nesse período, o TRT recebeu um total de 383 ações contra Estados estrangeiros e/ou organizações internacional. Se considerarmos que, em média, as Varas do Trabalho recebem 41.000(quarenta e um mil) novas ações por ano, teremos

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BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Imunidade de jurisdição – reclamação trabalhista - litígio entre estado estrangeiro e empregado brasileiro - evolução do tema na doutrina, na legislação comparada e na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: da imunidade jurisdicional absoluta à imunidade jurisdicional meramente relativa - recurso extraordinário não conhecido. Os estados estrangeiros não dispõem de imunidade de jurisdição, perante o poder judiciário brasileiro, nas causas de natureza trabalhista, pois essa prerrogativa de direito internacional público tem caráter meramente relativo. Revista Trimestral de Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, Brasília, v. 133, jul. 1990.

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que as apresentadas contra Estados estrangeiros e/ou organizações internacionais representam, apenas, 0,07% do total de ações propostas, 350 foram propostas contra Estados estrangeiros e 33 contra organizações internacionais104.

Sem confrontar com a posição da Magistrada, já que não interessa o número de ações, mas sim o problema para ser enfrentado, visto que a cada encerramento de contrato, o obreiro vai acionar o Organismo Internacional para reconhecimento do vínculo e o pagamento das verbas rescisórias. É preciso encontrar critérios definidos para o trabalho da Cooperação Técnica Internacional no Brasil e definir realmente o que deve ser estimulado para o desenvolvimento do País.

Privilégios diplomáticos não podem ser invocados, em processos trabalhistas, para coonestar o enriquecimento sem causa de Estados estrangeiros, em injusto detrimento de trabalhadores residentes em território brasileiro, sob pena de essa prática consagrar inaceitável desvio ético-jurídico, incompatível com o princípio da boa-fé e com os grandes postulados do direito internacional105.

O que se busca é uma jurisprudência de valores e interesses em favor de decisões práticas com objetivo de solucionar lides com responsabilidade, nos quais a justiça não se transforme em mais um problema, no entanto não abandone suas funções de justiça e igualdade.

Agora, no Século XXI, essa nova jurisprudência está se construindo da perspectiva de um sistema nacional tendo como vértice a Constituição, mas partindo também da idéia da universalização dos direitos fundamentais. Assim, o papel do juiz, como intérprete do ordenamento jurídico, não pode ficar alheio aos ditames jus-filosóficos que informam a compreensão do ordenamento jurídico106.

É de notório conhecimento que não mais subsiste a imunidade de jurisdição trabalhista para pessoas de direito externo e imunidade de execução, para isso a Constituição trouxe uma norma visando à competência da justiça do trabalho:

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta dos Municípios, do Distrito Federal, dos Estados e da União, e, na forma da lei, outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, bem como os litígios que tenham origem no cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive coletivas107.

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CALSING, M. A. Distinção entre a imunidade de Estado estrangeiro e das organizações internacionais, em matéria trabalhista. Brasília: CEDI, 2002. p. 202.

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ARAÚJO, N. Direitos fundamentais e imunidades de jurisdição: comentários tópicos ao RE nº 222.368, do STF. BRASÍLIA: CEDI, 2002. p. 187.

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Ibid. p. 18.

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BRASIL. Constituição Federal (1988), de 5 de outubro de 1988. Diário Oficial da União, Poder Legislativo. Brasília, DF, 5 dez. 1988. Anexo.

Importante se faz registrar a jurisprudência sobre o assunto que nega qualquer forma de imunidade de jurisdição invocada e que muitas Embaixadas renunciam a imunidade para litigarem no Poder Judiciário nas causas de natureza trabalhista:

É de se registrar que a jurisprudência citada tanto se refere às situações anteriores como posteriores à Constituição de outubro de 1988.

Reclamação trabalhista. Empregado de embaixada estrangeira, no caso a dos Estados Unidos da América – Não há que se falar em imunidade de jurisdição se o próprio país estrangeiro, louvavelmente, declarou expressamente que não a invocava, e que aceitava a jurisdição da justiça brasileira. Afastada a questão referente à imunidade de jurisdição, cabe a devolução dos autos à Vara Federal de origem – pois a competência é da Justiça Federal – para prosseguimento da demanda108

O Ministro Celso de Melo do Supremo Tribunal Federal reforçou a tese da imunidade relativa consoante com a ordem internacional para que a Justiça interna de cada País possa solucionar seus conflitos, uma vez que a atuação de Estado Estrangeiro não deve estar de Inconformidade com a ordem interna.

A imunidade de jurisdição do Estado estrangeiro, quando se tratar de litígios trabalhistas, revestir-se-á de caráter meramente relativo e, em conseqüência, não impedirá que os juízes e tribunais brasileiros conheçam de tais controvérsias e sobre elas exerçam o poder jurisdicional que lhes é inerente. Atuação do Estado Estrangeiro em Matéria de Ordem Privada – Incidência da Teoria da Imunidade Jurisdicional Relativa ou Limitada – o novo quadro normativo que se delineou no plano do direito internacional, e também no âmbito do direito comparado, permitiu – ante a realidade do sistema de direito positivo dele emergente – que se construísse a teoria da imunidade jurisdicional relativa dos Estados soberanos, tendo-se presente, para esse específico efeito, a natureza do ato motivador da instauração da causa em juízo, de tal modo que deixa de prevalecer, ainda que excepcionalmente, a prerrogativa institucional da imunidade de jurisdição sempre que o Estado estrangeiro, atuando em matéria de ordem estritamente privada, intervier em domínio estranho àquele em que se praticam os atos jure imperii. Doutrina. Legislação comparada. Precedente do STF109.

Normalmente, entretanto, argüir-se a imunidade de jurisdição com base na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas ou na Convenção de Viena sobre Relações Consulares110.

As Convenções tratam, especificamente, das imunidades e privilégios dos agentes diplomáticos e dos agentes consulares e não do Estado em si. Porquanto para essa última há norma escrita específica prevendo a inviolabilidade dos bens do Estado.

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BRASIL. Supremo Tribunal Federal. AC 9707-RJ. Relator: Ministro Aldir Passarinho. Diário da Justiça, Brasília, DF, 11 mar. 1988.

109

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. AI 139.671-8, 1ª T. Relator Ministro Celso de Mello. Diário da Justiça, 29 mar. 1996.

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CALSING, M. A. Distinção entre a imunidade de Estado estrangeiro e das organizações internacionais, em matéria trabalhista. Brasília: CEDI, 2002. p. 205.

Acho que a possibilidade da jurisdição, que a medida da jurisdição deva ser o resultado. Por que esse demandado só será suscetível à jurisdição em virtude da natureza do ato? Que direito tem o Estado de, em solo alheio, em território alheio, praticar um prejuízo e não indenizar111?

Estas considerações me levam à conclusão de que a velha regra consuetudinária do Direito das Gentes de que par in parem non habet imperium (ou judicium) vem sendo modificada no correr dos anos, a tal ponto que me permite dizer que, em matéria trabalhista, o costume internacional vigente, para um número respeitável e razoável de países, é pela não- aceitação da imunidade jurisdicional do Estado112.

O Brasil está inserido um grupo de países com legislação avançada e tudo foi construído com muita luta e não deve ser desprezada ou mitigada pela necessidade de manutenção da Cooperação Técnica Internacional, o Brasil mantêm relações especiais com O Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento – PNUD desenvolvendo inúmeros projetos viáveis e relevantes.

Resta agora saber se esta quebra da imunidade de jurisdição para o Estado estrangeiro quanto ao processo de conhecimento em matéria trabalhista pode também ser aplicada às organizações internacionais aqui acreditadas.

O que se vislumbra no caso concreto, é que não estamos tratando de regra costumeira, já que as organizações internacionais possuem estatuto próprio e são regidas por regras internas podendo se instalar em qualquer país, assinam tratado com o mesmo que acredita e necessita da transferência de tecnologia onde são fixadas as normas que deverão ser cumpridas.

Estes tratados normalmente prevêem a imunidade de jurisdição da organização internacional tanto para o processo de conhecimento quanto para o de execução. Portanto, no que diz respeito às organizações internacionais, não se cogita de norma consuetudinária a ser seguida, mas de norma escrita, consubstanciada num tratado internacional, pelo qual o Brasil se obriga, inclusive com a chancela do Congresso Nacional. Ora, se há norma escrita prevendo a imunidade de jurisdição da organização internacional, cai por terra o argumento utilizado para não se reconhecer mais a imunidade do Estado, porque este argumento se

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TORRES, E. B. Questões procedimentais das ações contra o Estados e organizações internacionais. Brasília: CEDI, 2002. p. 272.

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baseia exatamente num costume internacional que não mais vem sendo aplicado, o que, como visto, não é o caso das organizações internacionais113.

Toda construção caminha para seguintes conclusões:

a) As Convenções assinadas pelo Brasil não estipulam imunidade de jurisdição ao Estado, mas sim aos seus “consultores” que trabalham na Cooperação Técnica Internacional.

b) O Supremo Tribunal sedimentou a imunidade relativa modificando a regra consuetudinária em matéria trabalhista.

c) A Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas não admite qualquer forma de execução, pois dos Bens do Estado Estrangeiro são totalmente invioláveis, que sejam eles de Embaixada ou de um Consulado.

d) Existem normas escritas e não costumeiras entre o Estado e as Organizações Internacionais no que tange à Cooperação Técnica Internacional prevendo a imunidade de jurisdição.

Deixam de existir, porquanto ficam substituídas por lei escrita. Como sabemos, o costume se derroga pela norma do tratado, porque pacta sunt servanda114.

Por outro lado outras correntes não aceitam estas considerações, já que estaria criando uma condição desigual e ilegal com o ordenamento interno, pois se são atos de gestão a contratação de consultores, observa-se que os critérios não foram bem selecionados provocando prejuízo ao cidadão.

Na conformidade deste critério, não importa se o ato é de gestão ou se o ato é de império; se houve a prática de um dano, que esse prejuízo seja indenizado. Penso até que, se não for dessa maneira, não estará sendo respeitado o velho princípio do par in parem non

habet imperium. Ora, na medida em que fique dispensado de indenizar, estar-se-á concedendo

ao Estado acreditante um privilégio em relação ao Estado acreditado. E, neste caso, termina por ser quebrada a igualdade115.

É natural que atitudes de submeter países desenvolvidos às jurisdições de países em desenvolvimento criam desconfianças, mas reforçam o amadurecimento dos países e contribuem para maior segurança jurídica das relações, o Programa das Nações Unidas continua em ampla atividade no Brasil, apenas os critérios estão mais claros para contratação de equipes de trabalho para estimular o desenvolvimento do Estado Brasileiro.

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CALSING, M. A. Distinção entre a imunidade de Estado estrangeiro e das organizações internacionais, em matéria trabalhista. Brasília: CEDI, 2002. p. 212.

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TORRES, E. B. Questões procedimentais das ações contra o Estados e organizações internacionais. Brasília: CEDI, 2002. p. 276.

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3.3. A TRIBUTAÇÃO DA RENDA DAS PESSOAS FÍSICAS E SEUS REFLEXOS PARA