• Nenhum resultado encontrado

O transporte ferroviário para passageiros surgiu no século XIX e tem relação direta com a época da Revolução Industrial. Foi um movimento iniciado na Inglaterra no século XVIII que

Transporte

43

causou profundas mudanças tecnológicas, sociais e econômicas, expandindo-se para o restante do mundo no século XIX, como apontam historiadores.

Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1182381

Parece que o desenvolvimento na esfera dos transportes terrestres foi lento. No entanto, se observarmos o exemplo a seguir, verifi caremos quão signifi cativos foram os avanços tec-nológicos da Revolução Industrial para impulsionar a atividade turística através do aprimoramento tecnológico dos modos de transporte.

Vamos imaginar o período antes da Revolução Industrial. O deslocamento só era possível através de modos tracionados por animais, como a carruagem puxada por força animal (cava-los) com velocidade média de aproximadamente 12km/h. Com a Revolução Industrial, o trem atingia a velocidade de 45km/h, isto graças ao motor a vapor, desenvolvido com os avanços tecnoló-gicos da época.

Mar

Aula 2 • Histórico dos transportes em interface com o turismo

Podemos afi rmar que os transportes ferroviários foram os pioneiros no transporte de massa, sendo capazes de transportar grande número de passageiros em ambiente terrestre até a che-gada dos transportes rodoviários.

Os avanços tecnológicos referentes ao modo ferroviário podem ser percebidos inclusive com a segregação que existe en-tre os veículos e os projetos ferroviários. São considerados veí-culos ferroviários o trem e o bonde, entre outros.

Os veículos se subdividem também de acordo com a abrangência geográfi ca, sendo rurais ou urbanos; pela extensão do trajeto, sendo de curto, médio e longo percurso; de acordo com o que transporta, podendo ser para carga ou passageiro in-dividualmente, ou ainda mistos.

Além dos trens tracionados a vapor, mais conhecidos no Brasil como marias-fumaça, com a evolução tecnológica a força motriz foi se diferenciando e os trens passaram a ser tracionados também por bateria e diesel, entre outros. Os trens eletrifi cados promoveram um grande avanço em termos de velocidade por quilômetro percorrido. Um destaque fi ca por conta dos Trens de Grande Velocidade (TGV) ou Trens de Alta Velocidade (TAV), mui-to comuns no continente europeu, que podem chegar a mais de 250km/h.

Atualmente existe um modelo de trem ainda mais rápido, o que se movimenta através de levitação magnética (Maglev). Esse é um trem capaz de concorrer com o transporte aéreo, já que sua velocidade pode atingir até 650km/h.

A partir de 1930, verifi ca-se um declínio da atividade fer-roviária em vários países, isso devido à expansão do transporte rodoviário, em especial os carros particulares.

No Brasil, a primeira ferrovia data de 1854 e foi construída por Irineu Evangelista de Souza, mais conhecido como barão de Mauá. Essa ferrovia interligava os fundos da baía de Guanabara a Raiz da Serra, próximo a Petrópolis, na região serrana do estado do Rio de Janeiro.

Transporte

45

Chegando a ter mais de 37 mil quilômetros de extensão, a malha ferroviária no fi nal do século XX contava apenas com aproximadamente 28 mil quilômetros. No fi nal da década de 1990, com a privatização ferroviária, os trens de passageiros foram quase que totalmente erradicados. Atualmente no Brasil existem duas opções de transporte ferroviário de passageiros de longa distância. O restante são trens de interesse turístico e cul-turais ou sistemas ferroviários urbanos.

O fi lme Mauá, o imperador e o rei retrata a vida de Irineu Evange-lista de Souza, o barão de Mauá. O diretor Sérgio Resende mostra desde a infância até a falência desse importante personagem da his-tória brasileira. O fi lme foi lançado em 1999, com Paulo Betti e Malu Mader no elenco principal. Para assistir ao trailer, visite o site http:// www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=164

Fonte: http://www.meucine-mabrasileiro.com.br/filmes/ maua/maua.asp

Em alguns países do continente europeu, observa-se que os transportes ferroviários para passageiros criaram um outro tipo de mobilidade e acessibilidade aos destinos turísticos.

Aula 2 • Histórico dos transportes em interface com o turismo

Atividade

Atende ao Objetivo 2

3. A Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF) ope-racionaliza uma série de trens turísticos que apresentam como principais valores a história e a cultura. Em geral, são locomo-tivas a vapor dos séculos XIX e XX ainda em perfeito estado de conservação que atraem a atenção dos turistas. Com base na análise sobre o contexto histórico dos avanços tecnológicos dos transportes, explique a importância das locomotivas a vapor para o desenvolvimento do turismo ferroviário.

____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Resposta Comentada

O avanço tecnológico dos transportes pode gerar um valor nostál-gico no uso de transportes com tecnologias pouco empregadas na atualidade, tornando-se os verdadeiros atrativos turísticos. Os trans-portes ferroviários apresentam avanços tecnológicos que os tornam competitivos com os aviões, através do Maglev. No entanto, o uso das locomotivas a vapor funciona devido à atratividade e não neces-sariamente à acessibilidade e mobilidade geradas. Porém, para essa atratividade relacionada à história e à cultura ser percebida, foi fun-damental novos avanços tecnológicos, pois, se as locomotivas a va-por fossem as únicas opções de transva-porte ferroviário, difi cilmente seriam percebidas além dos atributos relacionados à acessibilidade e à atratividade.

Transporte

47