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Os terminais portuários são indispensáveis para o desen-volvimento e operação do setor de cruzeiros. Sobretudo no Bra-sil, muitos portos estavam preparados para atender somente o embarque e desembarque de cargas e precisaram se adaptar para atender milhares de passageiros por dia, embarcando e de-sembarcando dos meganavios de cruzeiros. Vale relembrar que a navegação de cabotagem somente foi liberada no Brasil em 1995 por meio da Emenda Constitucional nº 7/95 do Embratur (Insti-tuto Brasileiro de Turismo), o que atrasou o desenvolvimento do setor de cruzeiros no Brasil.

Sem dúvida, a organização e a qualidade da infraestrutura oferecida pelos terminais portuários são levadas em conta para a determinação dos portos utilizados pelas empresas operadoras de cruzeiros. Segundo Lima (2010), diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários – Antaq –, os terminais portuários de uso privativo para turismo podem ser de dois tipos: terminais de uso privado com atracação ou terminais de uso privado sem

atra-Aula 8 • Introdução aos transportes hidroviários – parte II

cação. Os primeiros estão preparados para realizar operações de embarque, desembarque e trânsito de passageiros, tripulantes e bagagens ou apenas trânsito de passageiros e tripulantes. Mas quais são as facilidades necessárias para atender a esta deman-da? Alguns dos principais requisitos são os seguintes:

Quadro 8.1: Facilidades nos terminais portuários com atracação de

navios

• Infraestrutura aquaviária adequada ao projeto do terminal e com-patível com as embarcações.

• Plataformas próprias para embarque e desembarque de passagei-ros.

• Instalações para recepção e atendimento, tais como registro de entrada e saída, alfândega, dentre outros.

• Recinto provido de assentos individuais em número compatível para embarque e desembarque de passageiros.

• Recinto para recepção e restituição de bagagens com controle eletrônico.

• Instalações para pessoas com necessidades especiais.

• Instalações para órgãos públicos e privados de atendimento ao passageiro como Polícia Federal, Receita Federal, Capitania dos Portos, Ministério do Trabalho, Vigilância Sanitária, etc.

• Oferta de meios de transportes que permitam o deslocamento dos turistas na região tais como táxis, ônibus, trens, locadoras de automóveis, etc.

• Local destinado aos prestadores de serviços de manutenção e reabastecimento dos navios (fornecedores, limpeza, tratamento e disposição de resíduos, dentre outros).

Fonte: Lima (1999) apud Palhares, 2002; Lima, 2010.

A imagem a seguir mostra um navio de cruzeiro atracado em um porto e interligado ao terminal de passageiros por meio de uma ponte de embarque que, inclusive, é a mesma utilizada também nos aeroportos:

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Figura 8.3: Navio ancorado em um porto.

Fonte: http://www.sxc.hu/pic/l/h/hb/hbrinkman/1068111_78836789.jpg

Entretanto, muitos portos de escala ainda não estão pre-parados para receber passageiros como os de Florianópolis, por exemplo. Quando em escala nesta cidade, os navios fi cam anco-rados a certa distância da praia e os passageiros desembarcam por meio das diversas lanchas que os navios trazem consigo. Neste caso, são necessários os portos de uso privado sem atra-cação com os seguintes requisitos:

Aula 8 • Introdução aos transportes hidroviários – parte II

Quadro 8.2: Facilidades nos terminais portuários sem atracação

• Cais ou píer com capacidade para receber as embarcações que realizam o traslado de passageiros e tripulantes;

• Instalações para recepção e atendimento dos usuários; • Instalações para administração e autoridades do governo; • Área abrigada de espera para acomodar passageiros e

tripulan-tes provida de assentos em número compatível com o fl uxo de pessoas;

• Áreas para circulação e estacionamento;

• Instalações para pessoas com necessidades especiais. Fonte: Lima, 2010.

Vale ressaltar que essa possibilidade existe somente quan-do o cruzeiro faz escala em determinaquan-do local, pois para ope-rações de embarque e desembarque dos passageiros, de suas bagagens e de toda a carga que deve ser embarcada (alimentos, bebidas, produtos de higiene, dentre outros) é preciso que o por-to tenha estrutura específi ca.

Após entender toda a estrutura existente nos navios, os serviços oferecidos aos hóspedes e a importância dos portos para o desenvolvimento da atividade de cruzeiros, é essencial conhecermos um pouco mais sobre as principais empresas ope-radoras de cruzeiros. Este será um dos assuntos da próxima aula, além de trazermos dados estatísticos do setor no mundo.

Atividade Final

Atende ao Objetivo 2

Leia o texto a seguir sobre o Terminal Marítimo de Passageiros, do Porto de Santos, São Paulo (CONCAIS, 2010):

O Terminal Marítimo de Passageiros – Concais, possui uma Área de Operação no Porto de Santos de 37,5 mil m². Na área interna de 19,5 mil m², o Terminal dispõe de sete

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salões, sendo um para recepção, e seis para espera, check--in, embarque e desembarque de passageiros e tripulantes, utilizados de acordo com o movimento de passageiros. Todos os espaços são climatizados e têm acesso à inter-net. Além do conforto e da comodidade, os passageiros são atendidos por recepcionistas bilíngues e o Terminal conta com acessos adaptados para pessoas com neces-sidades especiais.

Em termos de estrutura operacional, o Concais possui um salão exclusivo para recepção de bagagens e oferece área com lojas de conveniência, cafeteria, lanchonetes, agências de viagens e outros serviços úteis, como Posto Bancário de Câmbio e Caixas Eletrônicos.

O Concais também disponibiliza o serviço de fretamento de ônibus, microônibus, vans, veículos de passeio e helicópte-ros e táxis. A retroárea do Terminal tem 18 mil m² e é desti-nada para atender o fl uxo de veículos de passeio, ônibus e vans, garantindo logística efi ciente no embarque e desem-barque de passageiros. E ainda conta com estacionamento com mais de 75 vagas para ônibus.

O passageiro também tem onde deixar o carro durante a viagem. O estacionamento 7-A, que integra o Terminal, é o único credenciado pela Codesp (Companhia Docas do Es-tado de São Paulo) para receber os veículos dos turistas de cruzeiros no Porto de Santos.

A partir das características do terminal marítimo de passageiros do porto de Santos apresentadas há pouco, responda: este termi-nal caracteriza-se como um termitermi-nal de uso privado com atraca-ção ou sem atracaatraca-ção? Justifi que a sua resposta.

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Aula 8 • Introdução aos transportes hidroviários – parte II ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Resposta Comentada

O terminal de passageiros do porto de Santos é um terminal de uso privado com atracação. Além de toda a estrutura aquaviária presen-te para apresen-tender os navios que atracam ali todos os anos, o presen-terminal possui ampla estrutura destinada ao atendimento de passageiros, tais como áreas para despacho e restituição de bagagens, áreas para processamento dos passageiros; estacionamentos e diversas outras citadas no texto anterior.

Resumo

As estruturas existentes nos navios de cruzeiros são complexas, uma vez que dependem do planejamento e execução de diversos tipos de atividades que envolvem desde a parte de restaurantes e culinária, o setor de excursões em terra e, principalmente, o entre-tenimento a bordo. Há vários tipos de cabines vendidas nos navios e cada companhia operadora estabelece as categorias. Os termi-nais de passageiros nos portos podem ser do tipo uso privado com atracação, que possui uma estrutura muito maior de atendimento às empresas e aos passageiros, ou de uso privado sem atracação, com uma estrutura bastante reduzida.

Informação sobre a próxima aula

Na próxima aula, falaremos sobre o panorama do mercado de cruzeiros marítimos no mundo. Conheceremos mais sobre as principais companhias operando neste mercado e alguns dos ro-teiros comercializados pelas mesmas. Veremos também algumas estatísticas do setor.

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Panorama internacional dos transportes