• Nenhum resultado encontrado

2.2 TECHNOLOGY ROADMAPPING

2.2.1 Camadas do roadmap

Technology Roadmaps possuem inúmeros formatos de acordo com a neces- sidade e os objetivos da equipe que realiza o processo. Seu formato básico inclui três camadas e uma linha do tempo. O conteúdo esperado nestas camadas é des- crito por Phaal (2009) da seguinte forma:

 Camada superior. Relaciona-se com as tendências e diretrizes que governam os objetivos ou propósitos associados ao TRM, incluindo mercado externo, tendências da indústria e diretrizes sociais, tecnológicas, ambientais, econômi- cas, políticas e de infraestrutura, além de tendências e diretrizes de negócio in- ternas, marcos, objetivos e restrições. O tipo de informação contido na camada

superior pode ser entendido como uma representação da dimensão know-why do conhecimento. Esta camada tem por objetivo justificar o processo de TRM, identificando as necessidades e oportunidades de negócio que constituirão os direcionadores para a camada imediatamente inferior;

 Camada intermediária. Geralmente relaciona-se com sistemas tangíveis que devem ser desenvolvidos para responder as necessidades identificadas nas tendências e diretrizes. Com frequência relaciona-se ao desenvolvimento ou implementação de funcionalidades em produtos (funções, performance, etc.). Pode também representar o desenvolvimento de serviços, infraestrutura ou ou- tros mecanismos para integrar tecnologias, capacidades, conhecimentos e re- cursos de maneira que entregue benefícios aos clientes e aos demais interes- sados, resultando em agregação de valor para a organização. Esta camada contém informação que pode ser relacionada com a dimensão know-what do conhecimento. Este é o espaço do documento onde se encontram as respostas para as questões identificadas na camada superior.

 Camada inferior. Nesta camada encontram-se, geralmente, os recursos que devem ser mesclados para o desenvolvimento de produtos, serviços e siste- mas, incluindo recursos baseados em conhecimento, como tecnologia, habili- dades, competências e demais recursos como financeiro, instalações e parce- rias. Ela pode ser compreendida como a dimensão know-how do conhecimen- to. Nesta camada são identificados os elementos que sustentarão toda a estru- tura do planejamento, estes elementos serão a base para o fornecimento das capacidades ou a construção dos componentes da camada imediatamente su- perior.

A linha do tempo localiza-se, normalmente, no eixo horizontal do Technology Roadmap. No entanto, não existe uma forma padrão para a definição do horizonte temporal. Isto irá variar de acordo com o assunto abordado e o interesse organizaci- onal. Por exemplo, em setores mais dinâmicos, como a indústria de software ou ele- trônicos, o horizonte temporal será mais curto do que o encontrado em um Techno- logy Roadmap para a indústria aeroespacial (PHAAL, 2009).

Mesmo considerando a flexibilidade do documento e do processo, existem boas práticas e, segundo Phaal (2009), recomenda-se que o horizonte temporal seja divido em cinco grandes faixas:

sualizar o passado, preferindo o futuro. Mas a inclusão do passado ajuda a compreender os elementos e eventos que levaram a situação atual (onde a or- ganização encontra-se, presente) e o que irá influenciar o sucesso dos planos futuros;

 Curto prazo. Tipicamente, representa o horizonte de um ano. Esta faixa do ho- rizonte temporal é a mais importante saída do TRM, pois é transformada em planos e ações tangíveis, no caso da decisão pela efetivação das mudanças. Esta faixa é também chamada “horizonte orçamentário”, pois as ações defini- das neste momento implicam em reserva de recursos para seu sucesso;

 Médio prazo. Representado, tipicamente, por um espaço de 3 anos, ligado ao planejamento estratégico, destaca de forma geral as diretrizes e opções que in- fluenciam as ações de curto prazo;

 Longo prazo. Faixa temporal que, normalmente, representa um espaço tempo- ral de 10 anos. Provê a ligação entre as ações de médio prazo e a visão ou as- piração da organização. Permitindo que cenários e incertezas sejam articula- dos, e mudanças de longo prazo na tecnologia, mercado ou negócio sejam avaliadas. Funciona como um radar para capturar e avaliar assuntos que, no longo prazo, podem afetar as decisões e planos do presente;

 Visão. Identifica aonde se quer chegar; quais as aspirações da organização. Inclui a sua missão. Geralmente as aspirações podem ser convertidas em obje- tivos, alvos e marcos quantificáveis no curto, médio e longo prazo, criando pon- tos de controle que sinalizam o andamento da situação atual para a situação futura, desejada pela organização.

Albright (2003) expõe a arquitetura comum de um Technology Roadmap apresentando o que seriam as principais estruturas que o documento deve possuir. O autor descreve estas estruturas, camadas e os relacionamentos, identificando as questões (Porque, o que, como e quando) às quais o documento deve responder pa- ra a confecção de um plano de ação para atingir os objetivos da organização.

Às camadas propostas por Phaal (superior, intermediária e inferior, mais a li- nha do tempo), dispostas horizontalmente, junta-se outra representando as ações a serem tomadas durante o tempo. As camadas propostas por Albright (2003) são as seguintes:

 Parte 1 – Definição e Escopo. Corresponde à Camada Superior de Phaal. Defi-

estes objetivos. As informações contidas nesta camada, geralmente, são pro- duzidas a partir de avaliações do mercado e ambiente competitivo.

 Parte 2 – Direção. Corresponde à Camada Intermediária de Phaal. Inclui os

desafios, a arquitetura e evolução da solução identificada pela equipe e alvos mensuráveis de performance para atingimento dos objetivos.

 Parte 3 – Technology Roadmap. Corresponde à Camada Inferior de Phaal.

Descreve a evolução das tecnologias que serão utilizadas para alcançar os ob- jetivos, esta camada define as tecnologias que serão necessárias para imple- mentar cada parte da arquitetura.

 Parte 4 – Plano de ação e Estratégia de Investimentos. Identifica as ações cha-

ve de desenvolvimento, recursos necessários, riscos e estratégia de investi- mentos.

Todas estas partes (camadas) são dispostas sobre uma linha do tempo, item importante dentro do documento, pois adiciona o elemento temporal que caracteriza a existência de um cronograma, mesmo que preliminar, para o planejamento defini- do. A Figura 4 apresenta disposição das camadas e a linha do tempo, pode-se ob- servar ainda outros elementos como, por exemplo, a origem da iniciativa para cons- trução do TRM – Technology Push e Technology Pull – que será abordado na se- quência.

Figura 4: Camadas do Roadmap

Documentos relacionados