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Campo magnético gerado por

No documento Fisica_V3_PNLD18_PR (páginas 184-186)

longo (infinito)

Linhas de indução

Na prática, quando nos referimos a “fio muito longo” ou “fio infinito”, estamos considerando as regiões próxi- mas do fio e bem afastadas de suas extremidades.

A figura a seguir sugere um experimento em que será gerado um campo magnético supostamente in- tenso o suficiente para podermos ignorar o campo magnético da Terra.

Um fio retilíneo AB perfura uma placa, de pape- lão, madeira ou plástico, perpendicularmente. Esse fio está ligado a um gerador capaz de produzir nele uma corrente elétrica de grande intensidade i.

Ilustrações:CJT/Zapt placa A B i gerador + –

Observamos que as linhas de indução desse cam- po são circunferências dispostas em um plano per- pendicular ao fio, todas com centro nesse fio.

Para descobrir o sentido dessas linhas de indução, usamos uma bússola em vez de limalha de ferro. Des- locamos a bússola sobre a placa, mantendo-a sempre à mesma distância do fio. Para facilitar essa operação, poderíamos, inicialmente, traçar na placa uma circun- ferência e, depois disso, fazer o fio perfurar a placa no centro da circunferência traçada. Veja, na ilustração a seguir, os posicionamentos da agulha.

i

Se pulverizarmos limalha de ferro sobre a placa, poderemos observar a configuração das linhas de in- dução do campo magnético gerado pelo fio.

Richard Megna/Fundamental Photographs

Padrão do campo magnético gerado pela corrente elétrica em um fio retilíneo. Cada partícula de ferro comporta-se como uma minúscula agulha imantada.

Lembrando que a agulha se alinha com o vetor B, criado pelo fio, com seu polo norte magnético apontando no sentido de B, des- cobrimos a orientação das linhas de indução indicada na figura A: i linhas de indução Figura A B

O vetor B é, em cada ponto, tangente a uma linha de indução e tem o sentido indicado por ela.

Regra da mão direita envolvente.

Para aplicar essa regra, “segure” o fio com a mão di- reita, de modo que seu dedo polegar aponte no sentido da corrente elétrica i, como mostra a figura. Os outros dedos darão, automaticamente, o sentido das linhas de indução.

i

Figura B

mão direita B

Na figura B, observamos uma regra prática para orientar as linhas de indução: a regra da mão direita

Usando essa regra, confirme os sentidos indicados para as linhas de indução nas ilustrações a seguir:

Para as nossas necessidades, ela pode ser apresen- tada da seguinte maneira:

q

i

linha curva fechada

D& à linha, em reta tangente D*

B À esquerda, temos a

representação de um fio perpendicular ao plano do papel, com a corrente “saindo” desse plano.

i

B

À direita, temos a representação de fio estendido no plano do papel. À direita do fio, as linhas de indução têm sentido entrando no papel e, à esquerda do fio, saindo do papel.

i

–B   3 B

Entendendo a experiência de Oersted

Agora, podemos entender melhor o desvio da agu- lha da bússola na experiência de Oersted.

Na ausência de corrente no fio, a agulha se alinha-

va com o vetor indução magnética da Terra, BTerra, su-

posto horizontal, como representado na figura:

N S

i 5 0

BTerra

A agulha alinha-se com BTerra, com seu polo norte apontando no sentido de BTerra.

Quando o fio é percorrido por uma corrente de in-

tensidade i, ela cria um campo Bfio e a agulha se alinha

com o campo B, resultante de BTerra com Bfio, como

ilustra a figura abaixo.

N S i BTerra Bf io B

A agulha alinha-se com B e seu polo norte aponta no sentido de B.

Intensidade do vetor indução magnética

O cálculo da intensidade do vetor B, criado por um condutor retilíneo muito longo, requer o conheci- mento da Lei de Ampère.

Consideremos uma linha curva qualquer, fechada, contida em um meio em que existe um campo mag-

nético B. Vamos representar por D& o comprimento

de um trecho elementar (“pedacinho”) dessa linha e por i a intensidade constante da corrente elétrica que

atravessa a região envolvida pela linha, como mostra a figura acima.

A Lei de Ampère é dada pela seguinte expressão: + B D& cos q 5 m i

em que o somatório deve ser feito ao longo de toda a linha curva fechada.

A grandeza m, que apareceu nessa expressão, é de-

nominada permeabilidade absoluta do meio em que a linha curva foi traçada. Trata-se de uma característica do meio, e sua unidade, no SI, é Tm

A

tesla metro ampère

?

(

)

.

Vamos, então, usar a lei apresentada e determinar a intensidade do vetor B gerado por um condutor retilíneo.

Para isso, aplicaremos essa lei, ao longo de uma li- nha de indução, já que pode ser usada qualquer curva fechada. q 5 0° D& i r cos q 5 1 B Ilustra•›es: CJT/Zapt Temos que:

+ B D& cos q 5 m i V + B D& 5 m i

Por simetria, a intensidade de B é a mesma em to- dos os pontos da linha de indução.

Então: B + D& 5 m i (I)

Note que o somatório de todos os D& é o perímetro

da linha de indução, ou seja:

+ D& 5 2p r (II)

UNIDADE 3 I ELETROMAGNETISMO

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Polos magnéticos da espira

Como vimos no Capítulo 8, externamente aos ímãs as linhas de indução orientam-se do polo magnético norte para o sul.

O mesmo acontece em uma espira percorrida por corrente elétrica, na qual uma face é polo norte magné- tico e a outra é polo sul.

S N face norte face norte face sul face sul i i i i B B

Em todos os casos, as linhas de indução vão, externamente, do norte para o sul.

Veja, agora, uma regra prática para a identificação dos polos magnéticos das faces das espiras:

i

i

B

Ilustrações: CJT/Zapt

Padrão, obtido com limalha de ferro, do campo magnético gerado pela corrente elétrica em uma espira circular.

Richard Megna/Fundamental Photographs

Face norte: você “vê” a corrente

circulando no sentido anti-

-horário. O vetor indução

magnética, no centro da espira, está “saindo” do papel. Observe a orientação das “pernas” do N (de

norte), concordando com o sentido

da corrente.

Substituindo (II) em (I), obtemos:

B 2p r 5 m i V B i 2 r 5 m p 2 r 2 r

Permeabilidade absoluta do vácuo

Suponha que o meio ao redor do condutor seja o vácuo. A permeabilidade absoluta do vácuo, cujo

símbolo é m0, tem, no SI, o seguinte valor, simplesmen-

te adotado:

m

0 5 4p ? 10–7 TmA

O fato de o valor de m0 ter sido adotado causa

estranheza. Entretanto, você vai entender por que foi feita essa adoção ao estudar a definição do ampère no Capítulo 10.

Mais adiante, veremos que o valor da permeabilida-

de absoluta m de muitos outros meios, como o ar, a água

e o óleo, por exemplo, são praticamente iguais a m0.

3. Campo magnétiCo gerado

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