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O campo e os participantes da pesquisa

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CAPÍTULO III – HISTORIANDO E CONTEXTUALIZANDO A

2 O campo e os participantes da pesquisa

A escolha da escola como campo da pesquisa iniciou-se considerando que uma das condições para realizar o experimento didático formativo é a participação de um professor que ensine o conceito tratado, e que possa atuar como colaborador da pesquisa. No caso dessa pesquisa, definiu-se que o professor colaborador, além de conhecimento de Física, também deveria ter um conhecimento básico da teoria de Davydov, pois se considerou ser esse um fator importante para se realizar o experimento didático formativo e colocar em prática o plano de ensino experimental. Definido o professor colaborador, seus alunos seriam os participantes da pesquisa.

Instituição de Ensino, ao professor e aos alunos, para participação na pesquisa. Os critérios de inclusão foram os seguintes:

- quanto à escola: ser pública, oferecer Ensino Médio, estar localizada no estado de Goiás, aceitar participar da pesquisa;

- quanto ao professor: ser professor na disciplina de Física no primeiro ano do Ensino Médio, ter conhecimentos básicos da teoria de Davydov, aceitar participar da pesquisa;

- quanto aos alunos: estar matriculado e cursando o primeiro ano do Ensino Médio na escola; aceitar participar da pesquisa; ter o termo de consentimento para participação na pesquisa assinado por um dos pais ou responsável(eis).

Os critérios de exclusão foram os seguintes:

- quanto aos alunos: não participar de qualquer das etapas do experimento didático formativo, desvincular-se da escola durante a pesquisa.

Com esses critérios, a busca da escola e professor iniciou-se pela cidade de Goiânia e região metropolitana e não se localizou nelas um professor que atendesse aos critérios de inclusão. Partiu-se para uma busca em escolas públicas de Ensino Médio na região metropolitana de Goiânia e localizou-se no município de Hidrolândia (a 35 quilômetros da capital), no Instituto Federal Goiano Câmpus Avançado Hidrolândia, um professor que atendeu a todos os critérios de inclusão. Este professor encontrava-se ensinando a disciplina de Física para estudantes do primeiro ano do curso Técnico Integrado em Manutenção e Suporte em Informática e prontamente aceitou o convite a participar da pesquisa. Verificou-se que também aquele Instituto atendia aos critérios de inclusão e assim encerrou-se a busca.

Portanto, ficaram definidos como campo da pesquisa o Instituto Federal Goiano Câmpus Avançado Hidrolândia, como professor colaborador da pesquisa o professor de Física do curso Técnico Integrado em Manutenção e Suporte em Informática, e como participantes, alunos matriculados nessa disciplina.

Para a entrada em campo foram cumpridas algumas exigências prévias. A primeira foi a solicitação oficial de permissão para entrada do pesquisador na escola com fins de pesquisa e a autorização da direção do Câmpus, professora mestre Alessandra Edna de Paula. Após, o projeto da pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética da PUC Goiás e com sua aprovação deu-se início à pesquisa de campo.

2.1 PERFIL DO PROFESSOR

(PPGE) da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás). Possui bacharelado em Física pela Universidade Federal de Goiás (UFG) concluído no ano de 1999, mestrado em Física pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) finalizado no ano de 2003 e especialização em Educação Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos - PROEJA concluída em 2010. Atualmente é professor efetivo do IF Goiano câmpus avançado de Hidrolândia. Possui conhecimentos em Física e experiência docente nos Ensinos Médio e Superior a mais de 10 anos. Ao longo deste período ele teve a oportunidade de ministrar aulas sobre as leis de Newton em três níveis/modalidades de ensino concomitantemente: no Ensino Superior, na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e no Ensino Médio Integrado. Esta experiência permitiu que ministrasse o mesmo conteúdo em diferentes linguagens e com diferentes abordagens, possibilitando-lhe melhor compreensão das dificuldades de aprendizagem na disciplina Física. Um critério importante para a participação na pesquisa foi o fato do professor ter adquirido conhecimento da teoria do ensino desenvolvimental ao ter cursado a disciplina optativa Didática Avançada, que aprofunda o estudo dessa teoria.

O professor colaborador iniciou o ano letivo ensinando os alunos com o método convencionalmente utilizado por ele: aulas expositivas magistocêntricas e pouco dialogadas. Embora buscasse trazer a experiência e vivência cotidiana dos alunos para a aula, obtinha deles pouca participação e, por outro lado, a abertura da palavra aos alunos sem a adequada mediação do professor resultava em muita conversa entre eles sobre outros assuntos, prejudicando as aulas e provocando descontentamento daqueles que se interessavam pela aprendizagem.

2.2 PERFIL DOS ALUNOS

Tendo em vista contemplar, ainda que de modo aproximado, o cotidiano dos alunos e suas experiências, buscou-se conhecer alguns elementos de sua vida individual.

De acordo com o apêndice 11, que traz os dados familiares dos alunos, apenas a aluna A14 mora na capital do estado, Goiânia, dois alunos (A04 e A12) moram na zona rural e os demais moram na cidade de Hidrolândia. Todos os alunos vivem com a família. Buscou-se conhecer qual a escolaridade dos pais e obteve-se que seis pais possuem Ensino Fundamental, oito possuem Ensino Médio, um estava cursando graduação, três possuem graduação e um possui pós graduação. Entre as mães, quatro possuem Ensino Fundamental, nove possuem Ensino Médio, uma estava cursando graduação, cinco possuem graduação e cinco possuem

pós graduação. Quanto à atividade remuneradas, identificou-se que apenas 5 dos alunos encontravam-se exercendo algum trabalho remunerado (A15, A16, A17, A24, A25).

Para conhecer brevemente a vida escolar dos alunos, foram coletadas algumas informações (Apêndice 12) que permitiram identificar treze alunos cursaram o Ensino Fundamental em escola pública, quatro em escola particular e oito em escolas públicas e particulares.

Sobre dificuldade de aprendizagem em Física, apenas a aluna A16 respondeu afirmativamente; outros 16 alunos indicaram dificuldade em Matemática e os demais não referiram dificuldade. Esse dado chama à atenção pelo contraste que apresenta em relação à literatura sobre o tema, que aponta a Física como disciplina considerada muito difícil pelos estudantes (VEIT; TEODORO, 2002), e, inclusive, que os alunos “odeiam” a disciplina (SOUZA JÚNIOR, 2006). Uma possível explicação para os participantes dessa pesquisa não terem expressado a existência de dificuldade pode ser a de que talvez se sentiram envergonhados em revelar dificuldades ou talvez não quisessem “desagradar” o pesquisador, por saberem ele um professor de Física.

Acerca das horas de estudo fora da escola, quatro alunos não responderam a pergunta (A01, A05, A13, A26) E cinco responderam que não estudam (A17, A20, A21, A23 e A24); 18 referiram estudar de 1 a 2 horas por semana (A02, A03, A04, A06, A07, A08, A09, A10, A11, A12, A14, A15, A16, A18, A19, A22, A25 e A27) e apenas um (A03) referiu estudar de 3 a 5 horas por semana. Sobre o valor da escola em sua vida, duas alunas não responderam (A07 e A21) enquanto os demais responderam afirmativamente. E quanto ao valor do saber escolar para suas vidas, todos responderam afirmativamente.

A respeito da crença religiosa e do lazer (Apêndice 13), três alunos responderam não possuir uma crença e os demais responderam que sim. Quanto a passeios e viagens, onze alunos responderam não ter costume de viajar e os demais responderam afirmativamente.

Sobre o uso de aparelho celular, de computador e de internet, uma aluna (A12) afirmou não ter celular e duas (A02 e A15) responderam não utilizar computador. Catorze alunos responderam que utilizam o computador apenas às vezes; 10 alunos responderam que o utilizam sempre e ou frequentemente. Os alunos A12, A15, A16 e A20 referiram não ter acesso à internet em casa. Em relação ao conhecimento de informática, 2 consideraram seu conhecimento muito bom, dezenove consideraram ter um bom conhecimento e 3 consideraram ter um conhecimento ruim ou pouco.

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