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7 RESULTADOS E DISCUSSÕES

7.3 Capital social emancipatório latente

O capital social gerado no PRECE desenvolveu o empoderamento individual dos seus participantes (GF), a consciência crítica da realidade e a capacidade de tomada de decisões que afetaram o curso de suas vidas, esse fato gerou impacto educacional com um processo de geração de capital humano a partir dos estoques de capital social encapsulado.

Entretanto, não promoveu a conscientização e a capacidade de interferência direta ou indireta nas decisões políticas no âmbito comunitário por parte dos egressos da experiência, ou seja, empoderamento comunitário. Essa questão tem relação com a refutação da hipótese II, ou seja, o processo de empoderamento cidadão não influi (ou influiu em parte) nos níveis de potencial de capital social emancipatório, haja vista que a participação comunitária dos egressos é deficitária, logo há um efeito negativo na predisposição dos mesmos em se envolverem na solução de problemas e na reivindicação de benefícios comuns na comunidade. Podemos incorrer que esse processo gerou um tipo de “capital social emancipatório latente” a nível comunitário.

A partir da análise dos grupos focais (GF) fomos refletindo sobre as causas que geraram esse capital social emancipatório latente na qual abordaremos a seguir.

Todo esse processo está ligado a uma corrosão do capital social comunitário e à desintegração de rede de participação cívica a nível local (capital social de ponte). A percepção que o capital social gerado no PRECE gerou forte impacto educacional é quase que consensual, haja vista os resultados e a geração de capital humano. No entanto, não é perceptível, a partir do discurso dos participantes, o mesmo impacto, no sentido de influenciar de forma positiva a cultura política do município, caracterizada por práticas clientelistas (RODRIGUES, 2007) mantenedora de uma cultura de dependência. Nossa primeira causa para a formação de um “capital social emancipatório latente” a nível comunitário está relacionada a uma falha no processo de socialização política com o arrefecimento de projetos de formação política e a ausência de formação de novas lideranças. Esse período marca do ponto de vista da cronologia histórica do PRECE o final da fase de politização do movimento. Essa falha de uma formação política sistematizada é constante nos discursos (GF)

Uma falha de formação política na base, de fazer a base entender que o objetivo não era só entrar na universidade, e aí isso foi ganhando proporções, e aí a gente ver como tá hoje, que aí eclodiu, até então, quando ainda estávamos lá, ainda tínhamos essa base, a gente conseguia fazer as coisas, tinha programa, nascia projetos e aí, tudo isso fluía, mas aí teve um tempo que a gente não conseguiu mais fazer isso porque a gente já tava fazendo muitas coisas, tinha a universidade e tudo mais, e não tinha ninguém pra fazer isso (OLGA, GF 2).

Muitas pessoas que foram para a universidade mudaram a perspectiva porque passaram a discutir novas coisas, a entender, ah aquilo é diferente – nem todos cursos também né, tem muitos cursos não eram espaços de discussão política né, outros eram – contribuiu para que aquelas pessoas voltassem para a comunidade e tentasse participar e se engajasse na política. Mas assim, o que faltou e eu não consegui mudar minha opinião, foi um curso de formação política pra que todas as pessoas que entrassem no PRECE passassem por isso e pudesse ter realmente essa mudança de perspectiva né (CAETANO, GF 1).

O PRECE produziu muitas cabeças pensantes, produziu muitas pessoas com consciência, muita gente que tem o mesmo pensamento em relação a importância das bandeiras (causas sociais) e a importância de se envolver nelas. Agora o problema maior foi que não conseguiu uma formação política mais expressiva. (FAGNER, GF 2).

Além da percepção de uma falha no processo de formação política, algumas lideranças citaram que o grupo político do PRECE não atentou para a formação sistematizada de novas lideranças. Nesse contexto, Maria (GF 2) chama a atenção para o processo de formação de novos militantes:

[…] tive a experiência do MST, fazem realmente encontros de formação política, formação de lideranças, para assumir a liderança dos outros. Faltou trabalho sistematizado de formação política eu acho em primeiro lugar, desses novos que estão entrando para que eles entendam, por exemplo, a história dos anteriores […] (MARIA, GF 2).

Para Gilberto (GF 1) que também conviveu com o MST, o grupo político do PRECE tinha acesso ao conhecimento elaborado e um grau de militância, no entanto, lhes faltavam essa percepção, a mística do MST em relação aos militantes “[…] Aí eu fiquei pensando, se o MST (grupo do assentamento) tivesse o que o PRECE tinha, e se o PRECE tivesse o que o MST tinha, não tinha quem segurasse […]” (GILBERTO, GF 1). Segundo o Professor Jocélio Moraes (EN 2) um ponto negativo do movimento foi não ter atentado para a formação de novas lideranças, “não ter dado continuidade com outras pessoas que estavam entrando na universidade, pra digamos assim, dar oportunidade para um projeto de participação política no município” (EN 2, p. 4). O fato é que muitos precistas ao terminarem a graduação na universidade foram se desligando por conta da inserção no mercado do trabalho, na maioria das vezes fora da região, por não conseguirem se estabelecer no município como profissional. Como podemos observar no comentário de Manoel Andrade (EN 1):

[…] há uma evasão de cérebros, aqui não tem como viver e o cara vai embora. Tem um menino aqui, por exemplo, mora bem aqui (Cipó), mas trabalha em Itapipoca, vai se envolver com alguma coisa aqui? Ele não vai se envolver não, chega aqui final de semana vai descansar. Nem todo mundo vem final de semana como eu pra chegar aqui e ficar trabalhado, fazendo uma coisa ou outra, o cara vai é descansar, tomar de conta da família (ANDRADE, EN1, p. 8-9).

O Programa de Desenvolvimento Político do PRECE era pautado em ações práticas e projetos de controle social e comunicação social onde quem tinha mais afinidade com a área assumia a responsabilidade dos projetos. O processo de socialização política do PRECE durante a maior parte do tempo ocorreu de forma latente, ou seja, quando a transmissão de atitudes e orientações políticas é feita de maneira difusa e não programada

(ALMOND; COLEMAN, 1969). Apesar de um momento de parceria com a EFG para a implementação de cursos de formação política, no geral, a formação política do PRECE era uma questão mais prática do que teórica como relata Leonardo (GF 1) “[…] A gente naquele momento não tinha uma formação política especializada, mas a gente aprendia politicamente na prática, aprendia a lutar não só por nossos interesses […]”. Nesse contexto, não existia uma preocupação com uma formação política sistematizada com a intenção de formação de novas lideranças.

Vale salientar que o maior canal de divulgação do PRECE e que atraía os jovens para o programa era o projeto vestibular cooperativo que funciona com a “porta de entrada” no movimento educacional. Ou seja, as lideranças que desenvolveram os projetos nas áreas de desenvolvimento comunitário vinham todos das fileiras das associações estudantis do PRECE. Entretanto, nos últimos anos, o ingresso de estudantes diminuiu consideravelmente, e esse fato tem relação direta com o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), como podemos observar no discurso de Fagner (GF 2):

[…] um dos principais responsáveis do enfraquecimento das EPCs foi a questão da mudança do sistema de ingresso na universidade de vestibular para o Enem. Porque a gente juntava tantas pessoas? Porque era só o PRECE que trabalhava vestibular, então não existia concorrência das escolas, então no momento em que o governo decide que, eu acho que foi um passo positivo, mudar o sistema de ingresso, então não era mais novidade, todas as escolas passariam obrigatoriamente a trabalhar o Enem. Então assim, o grande público do PRECE, em certa medida vinha das escolas, então se na escola já tá trabalhando o Enem pra quê que serve o PRECE, só um reforço? Paralelo a isso, as principais lideranças saíram das EPCs, sem ter feito a história da formação. Então junta todas essas coisas […].

Como podemos perceber, a mudança do sistema de ingresso na universidade permitindo através da nota do ENEM, as políticas de ação afirmativa do Governo Federal e uma política de ingresso de estudantes da escola pública na universidade por parte da SEDUC-CE colaborou na diminuição do número de estudantes que procuravam as EPCs e por conseguinte, as quantidades de projetos desenvolvidos nas associações que necessitavam de capital humano. Esse também foi um dos fatores que propiciaram a diminuição do ativismo comunitário na Rede PRECE.

Como vimos, o PRECE passou um longo período de sua história a margem da arena política no município. A partir de 2005, passou a atuar de forma mais atuante em projetos de intervenção comunitária contando com a parceria do NUCOM. Em 2008, o Movimento em Defesa da Escola Pública foi o momento de maior efervescência política do PRECE a nível municipal com a criação de uma rede de participação cívica em prol da educação pública, vale ressaltar que se tratava de um movimento suprapartidário. Entretanto,

a partir de 2010, as lideranças do programa político decidiram atuar através do movimento partidário MQQ visando uma atuação direta na política do município. Na nossa visão, uma das causas que também propiciaram a formação de um “capital social emancipatório latente” a nível comunitário tem relação com o fracasso desse movimento político, haja vista que naquele momento as lideranças políticas do PRECE não conseguiam agregar parceiros locais em prol de um novo projeto político para o município, processo que envolve, também, a derrota nas eleições municipais de 2012 do primeiro candidato do movimento a vereador em Pentecoste.

O PRECE se notabilizou pelo impacto educacional fomentado através de sua metodologia de aprendizagem cooperativa gerando um ciclo de reciprocidade que propiciou oportunidades para jovens de origem popular. No entanto, como vimos no capítulo IV, as motivações das lideranças do PRECE sempre estiveram ligadas a uma educação que fosse emancipatória, ou seja, ligada a uma transformação da realidade. Nesse contexto, existia a expectativa que o estoque de capital social gerado no PRECE gerasse impacto político nas comunidades, ou seja, transmutasse em um capital social de emancipação. No entanto, as estratégias de ação política do movimento não geraram o resultado esperado e essa questão está fortemente ligada à maneira como a política partidária foi socializada no movimento.

Segundo Rodrigues (2007), existia no discurso de lideranças do PRECE uma concepção pejorativa de política, que reforçava uma imagem negativa da esfera estatal, como se a sociedade civil por si só pudesse resolver os problemas, as necessidades e demandas da população. Essa visão de que a sociedade civil garantirá por si só a solução de suas mazelas, ocultando a posição fundamental do Estado de ser o garantidor dos direitos básicos conquistados e sacramentados por lei, é criticada por Rodrigues (2007, p. 121):

Essa visão equivocada da sociedade civil e, por conseguinte do Estado privilegia a proposição neoliberal. Tal visão insinua que o mercado pode ser uma boa saída para a crise social; e a participação concentrar-se-ia apenas no sentido de excluir os excluídos de acesso aos bens considerados importantes pela sociedade globalizada. Não há nesse modelo uma perspectiva de transformação social.

Entretanto, a motivação para essa visão negativa de política estava ligada a um sentimento do idealizador do PRECE, Professor Manoel Andrade (EN 1), influenciada pela relação com a própria conjuntura política local:

[…] era o preconceito que eu tinha contra a política né, eu tinha esse preconceito e passava isso pras pessoas, a ideia de que a política não era coisa pra gente honesta e tal […] eu acreditava que se a sociedade se transformasse ia transformar a política né, a minha crença era essa, se ela mudasse, a política mudaria né (EN1, p. 3).

Segundo Ana Maria (EN 4), as pessoas nunca viram o PRECE como movimento político partidário. As pessoas da comunidade, e os políticos de Pentecoste estimulavam essa não participação do PRECE na política dizendo para as pessoas que o PRECE não deveria se envolver com política partidária. Essa ideia encontrava ressonância no próprio idealizador do movimento (Manoel Andrade), entretanto, para Ana Maria (EN 4) existia um motivo para esse distanciamento:

[…] realmente foi implantado um chip na cabeça das pessoas desde o começo, na verdade a conscientização de que o PRECE não era um movimento político partidário, porque isso? Pra que ele fosse aceito, porque as pessoas de Pentecoste tinha uma cultura de que tudo que se faz em Pentecoste é porque quer se candidatar, é porque tem interesse pessoal na política (EN 4, p. 11).

O distanciamento com a política partidária era uma estratégia de sobrevivência segundo Ana Maria, uma forma se resguardar. Manoel Andrade (EN 1) faz questão de ressaltar sua mudança de perspectiva em relação à política partidária: “[…] Antigamente eu tinha muito preconceito com a política; hoje, eu não tenho preconceito, eu me envolveria numa política, se tivesse um grupo eu me envolveria tranquilamente, sem problema […]” (ANDRADE, EN1, p. 10).

No entanto, essa visão pejorativa de política influenciou toda uma geração do PRECE de que a política era algo sujo e que se deveria buscar desenvolver o trabalho de forma separada, ou seja, a militância do PRECE se restringia somente à luta por uma educação pública de qualidade. Nesse contexto, a decisão de ingressar na política partidária por parte do grupo que estava à frente do movimento não foi consenso entre lideranças que faziam parte de EPCs gerando um grande conflito no seio do movimento. Podemos observar esse atrito entre lideranças no discurso de Luís (GF 2) e um incômodo de pessoas da comunidade como atesta Alberto (GF 2):

Por mais que a gente pensasse, poxa a gente tem que ter também um viés político de interferir na dinâmica local, na política local, mas isso gerou um grande atrito dentro do grupo, gerou uma grande cisão. Então tinha um grupo, por não ter essa formação política, que achava estranha a política né, negava a política, que a política era uma coisa suja, aquela visão né, e muitas lideranças. Aí começou a gerar muita cisão dentro do grupo e confundiam também, “agora o PRECE é um partido político”, até hoje tem pessoa que tem visão assim “ah enveredou pela política”, é a criminalização local da política, a gente criminalizou a política como uma coisa ruim, que a gente nunca poderia entendeu. Então acho também gerou uma cisão no grupo, e de lideranças antigas a gente percebe, que quando entrou a questão política aí houve esse rompimento (LUÍS, GF 2).

Houve conflitos, muitas pessoas que confiam na gente, continuam com a mesma imagem, mas tem pessoas, inclusive pessoas próximas, amigos, e às vezes até familiares que acabam mudando completamente a relação que eles têm com você e com o grupo que você faz parte, começam a falar de uma forma completamente

diferente do que falavam antes, então existem conflitos e não são fáceis de lidar não (ALBERTO, GF 2).

Essa cisão interferiu na dinâmica do movimento como um todo, e dividiu opiniões na rede PRECE. Paulatinamente, o PRECE foi perdendo o caráter de movimento social. Esclarecendo que o PRECE até aquele momento tinha uma atuação como movimento político de ação afirmativa que pautava a inclusão de estudantes de origem popular na universidade e a defesa de uma escola pública de qualidade. O conflito é causado por uma mudança de perspectiva nas estratégias de ação política do movimento. O fato é que a aproximação com a política partidária foi fomentada pela insatisfação de lideranças do movimento com o poder público local à época. Como podemos perceber no discurso de Fagner (GF 2):

A participação dos precistas na política partidária eu avalio como um ponto chave na história do PRECE, uma das formas d’gente interferir, causar impacto na nossa comunidade […] Eu tive essa certeza principalmente depois dos episódios que eu e muitos que estão aqui vivenciamos daquilo que aconteceu lá, do prefeito cortar os transportes do pessoal do interior, cara aquele dia foi um dos dias que eu mais tive nojo não é nem do prefeito em si, mas da política do nosso município […] historicamente falando, foi acertado porque era uma coisa que a gente precisava fazer, essa coisa de ficar dependendo da vontade de prefeito do interior não vai (FAGNER, GF 2).

No entanto, o movimento partidário não conseguiu se consolidar. A rede social comunitária outrora formada por centrais de associações, sindicatos, e outras organizações da sociedade civil foi sendo desintegrada com a aproximação das lideranças precistas com a política partidária. O movimento partidário não conseguiu articular outras lideranças políticas, e a ideia de liderar um processo pautando um novo modelo político para o município não se efetivou. O movimento não conseguiu agregar nem mesmo o consenso das lideranças na própria rede de associações do PRECE. Restou o lançamento da candidatura para vereador. Entretanto, na visão de Jocélio Moraes (EN 2), a candidatura era um amadurecimento das ideias de interferência direta no município “muitos de nossos projetos não serem colocados em prática no município, e a gente queria colocar em prática, nós tínhamos limitações políticas, aí um representante poderia dar uma contribuição” (EN 2, p. 7). Alguns demonstraram otimismo como podemos observar no discurso de Francisco (GF 1):

[…] eu vejo isso como uma coisa necessária que tem que ter, eu fiquei muito feliz e contente em dar meu voto não numa candidatura individual, mas numa candidatura participativa, acreditando naquilo ali seria um passo abrindo as portas pra muitos outros […].

No entanto, a candidatura do movimento não obteve êxito, para alguns por conta da cultura política local, por falta de experiência na arena política, outros, pelo modelo de campanha apregoado contra a compra de votos. Vale ressaltar a relação próxima de muitos

familiares de precistas com políticos da região, o que coagia os mesmos a não se envolverem na campanha, ou mesmo, filhos de empregados da prefeitura que tinham receio de retaliação por parte do poder público se “levantassem bandeira” para o candidato do movimento. Soma- se a insatisfação de alguns membros da rede PRECE com a candidatura de um precista a um cargo eletivo na arena política partidária.

Os eleitores do nosso município ainda não estão preparados para uma campanha do tipo que a gente propôs, não é culpa deles necessariamente, é culpa de um processo faltoso, e eu acho que a gente tem que continuar fazendo, a gente tem que continuar dar esse tipo de alternativa para a população (FERNANDO GF 1).

A nossa política está muito arraigada muito presa aquela questão do coronelismo, do medo de mexer com os poderosos, então, estudante como eu com 20 anos na época, pra me envolver com isso aqui, pra me chocar com a minha mãe, me chocar com a minha irmã, a minha mãe que trabalhava na prefeitura, a minha irmã que trabalhava numa escola particular onde o diretor do colégio era assim com o prefeito, era complicado (FRED, GF 1).

A prova de toda essa crise, é o apoio dos precistas nas campanhas, nós não tivemos, é o indicador negativo dessa crise política dentro do PRECE, que foi a falta de formação política, que foi o chip implantado de que nós éramos apartidários, e justamente degringolou nessa falta e apatia né (MARIA, GF 2).

Para Jocélio Moraes (EN 2), o PRECE não conseguiu fazer com que a população de Pentecoste pudesse romper as barreiras do conservadorismo, da política tradicional, da política velha, da política da compra de votos “[…] não conseguimos alcançar um público que pudesse pensar junto com a gente” (EN 2, p. 10). Manoel Andrade (EN 1) refletindo sobre o processo eleitoral afirma:

[…] se nós tivéssemos se envolvido politicamente, tivesse ganho a eleição, tivesse pressionado o poder público pra botar o nosso pessoal aqui dentro, nós teríamos um monte de gente morando aqui em Pentecoste e exercendo posições de liderança, e com uma liderança menor discutindo desenvolvimento de acordo com a perspectiva que a gente tinha […].

A principal consequência do fracasso do movimento político foi a corrosão de um capital social de ponte (PUTNAM, 1995) gerado pela rede PRECE na fase de politização com a formação de uma rede de engajamento cívico que envolvia centrais de associações comunitárias, sindicatos, e outras organizações da sociedade civil. Além da desarticulação de projetos de desenvolvimento político como o Programa de Rádio Coração de Estudante e o