• Nenhum resultado encontrado

CAPITULO LX A CURA DO CRIME

No documento Um Habitante de Dois Planetas (páginas 100-128)

CAPÍTULO V A VIDA EM CAIPHUL

CAPITULO LX A CURA DO CRIME

Nos quatro anos que se seguiram ao meu estranho encontro i om o homem alto e ereto, de cabelos brancos, que havia profetizado acontecimentos a mim ligados, estes se sucederam em harmonia com sua predição. Nunca mais nos havíamos visto, a não ser uma vez, antes de minha morte.

Antes de continuar, devo lembrar e em seguida tirar de cena meus sócios na mina de ouro e o homem que comprou o ouro sabendo que esse ato era ilegal.

Vários meses tinham se passado desde minha entrevista com i > Rai Gwauxln em seus aposentos particulares, quando um jovem usando um turbante de cor laranja com um alfinete de ouro e uma granada nele engastada, o que o distinguia como um guarda do serviço imperial, entrou na sala de geologia do Xioquithlon < , dirigindo-se ao instrutor-chefe, falou com ele em voz baixa. Ba-u-ndo na mesa para chamar a atenção dos noventa ou mais alunos que assistiam à aula sobre minerais, o chefe perguntou se um Xioquene de nome Zailm Numinos estava presente.

Levantei em resposta à pergunta, apresentando-me. "Vem até aqui."

Os outros Xioquene observaram com interesse quando me dirigi à frente da sala, não sem alguma agitação pois eu sabia muito lum qual serviço era representado pelo mensageiro, e o instrutor Lilara num tom severo nada agradável.

"Este mensageiro deseja que o acompanhes à presença do Rai, |x)is este assim ordenou. Ele está nas Tribunas da Corte Criminal c precisa de ti como testemunha."

Lembrando o que o Rai havia dito, fiquei mais confiante pela importância das palavras a mim dirigidas e, já não estando tão ipreensivo, fiz o que pediam. Chegando à Corte dos Tribunos, vi

meus sócios ali, sob custódia, junto com o comprador do ouro que também havia sido indiciado. O juiz estava sentado no diva judicial em sua plataforma elevada e ao seu lado estava sentado, com simples dignidade, o Rai Gwauxln, Rai da maior nação da Terra-, apesar de sua posição, ele observava respeitosamente o feito de que o juiz tinha a precedência enquanto na corte. Vários espectadores estavam sentados nos assentos providenciados para o público no auditório.

Só podia ser dado um veredito relativo aos contraventores -"Culpados". Esta decisão foi tomada rapidamente e os réus admitiram esse fato. Imediatamente um dos funcionários judiciais levou os prisioneiros a outra parte do edifício onde havia um aposento bem iluminado, aparelhado com vários instrumentos portáteis e fixos. Ele foi acompanhado por todos os presentes.

Uma cadeira com encosto para a cabeça, com presilhas, e outros encostos com presilhas e tiras de couro para prender os membros e o corpo do ocupante estava no centro da sala. Um guarda fez sentar um dos prisioneiros e prendeu-o firmemente na cadeira. Tendo sido tomada essa medida preliminar, um Xioqa se aproximou, trazendo nas mãos um pequeno instrumento que percebi ser de natureza magnética, por sua aparência. Ele colocou os dois pólos do mesmo nas mãos do homem condenado e, após uma breve manipulação, ouviu-se um som leve e ronronante. No mesmo instante os olhos do prisioneiro se fecharam e sua aparência denotou um profundo estupor. Na realidade, ele fora magneti- camente anestesiado. Então o operador apalpou cuidadosamente todo o crânio do homem inconsciente; concluído o exame, ordenou ao seu atendente que raspasse todo o cabelo. Quando essa ordem tinha sido cumprida, ele fez uma marca azul na superfície raspada, na frente e acima das orelhas. Continuando a apalpar, escreveu o numerai poseidano 2, acima e um pouco atrás de cada orelha. Feito isso, voltou a atenção para os espectadores mas, ouvindo as palavras do Rai Gwauxln, fez uma pausa antes do discurso que se propusera fazer aos presentes e me chamou para o seu lado, para onde me dirigi, deixando o local onde estava, além da grade. Então ele falou:

"Neste prisioneiro, verifiquei que as faculdades dominantes e mais positivas são as que marquei um e dois; o número um é um ambicioso desejo de ter propriedades, e sua disposição é fazer todas as coisas secretamente, como se pode ver pela proemi-nência excessiva dos órgãos do sigilo. Como o crânio não se alon-

IÍ;I muito para cima, mas é bastante largo entre as orelhas, no número dois, concluo que temos aqui um indivíduo muito ganancio-s<», a quem faltam consciência e espiritualidade e, por conseqüência, a natureza moral, quase que totalmente. Como ele também possui um temperamento muito destrutivo, temos aqui uma pessoa muito perigosa e me surpreende que ainda não tenha vindo a este lugar para ser corrigido. Por que alguém hesitaria em se submeter a um tratamento corretivo voluntário, causa-me estranheza. Suponho que seja algo explicável pela teoria de que alguém que esteja no baixo plano moral deste pobre homem é incapaz de perceber a vantagem de se encontrar num plano superior, mas é capaz de ver as vantagens imediatas de seguir métodos exe-< râveis. Em resumo, trata-se de um homem que não hesitaria em cometer um assassinato se isso lhe desse um ganho imediato, sem ler idéia das conseqüências futuras. Isto é verdade, Zo Rai?"

"Sim", respondeu o Rai.

"Tendo meu diagnóstico deste caso", continuou o Xioqa, "sido confirmado por tão alta autoridade, farei a aplicação da cura".

Ele chamou um atendente, que se aproximou com outro aparelho magnético sobre rodas, contido numa pesada caixa de metal, lendo colocado o mesmo em atividade de forma satisfatória. O Xioqa aplicou seu pólo positivo no ponto marcado pelo número um na cabeça do prisioneiro e o outro pólo na nuca. Então pe-j^ou seu marcador de tempo e colocou-o sobre a caixa de metal do instrumento, perto de um dial cujo ponteiro ele ajustou. Houve silêncio geral, a não ser por conversas em voz muito baixa em várias partes da sala, durante a meia hora seguinte. Ao fim desse ixríodo o Xioqa se levantou de sua cadeira e mudou o pólo posi-(ivo para o lado oposto da cabeça do réu, onde estava a duplicata do número um. Houve outra meia hora de espera silenciosa, só interrompida pela saída de alguns espectadores e entrada de outros. Quando a segunda meia hora passou, o operador passou o pólo para o local marcado "dois". Desta vez só meia hora foi dada para os dois lados da cabeça. O imperador tinha me ordenado que ficasse na sala. Ele só havia ficado alguns instantes após o início da operação que não tinha novidades para ele. Ao final da sessão com o primeiro homem, este foi tirado da anestesia pela influência do aparelho magnético, cuja operação foi invertida numa segunda aplicação. O Xioqa fez uma preleção sobre o tema da operação enquanto o primeiro paciente era removido do local. Ele disse o seguinte ao grupo de espectadores que tinha aumentado bastante:

"Vistes o tratamento das qualidades mentais que tendiam, por sua proeminência, a distorcer sua natureza moral apenas parcialmente desenvolvida. O processo consistiu em atrofiar parcialmente os canais vasculares que irrigam a parte do cérebro onde se localizam os órgãos da ganância e da destruição. Mas dito isso, de-veis observar que a alma é superior ao cérebro físico e é na alma, na natureza do homem, que residem essas tendências criminosas (sendo o cérebro e outros órgãos a sede da expressão psíquica) -o escritório administrativo, por assim dizer. Portanto, a mera hip-notização desse homem não cumpriria nosso propósito. No estado hipnótico há uma atração para dentro, e os vasos sangüíneos do cérebro se contraem e ficam parcialmente sem sangue; podem, inclusive, tornar-se fatalmente esvaziados. Esta arte é verdadeiramente muito perigosa. Mas o efeito oposto é produzido no afaís-mo (o equivalente poseidano de "mesmerismo"). O cérebro fica cheio de sangue e a reversão do instrumento inicia o processo afái-co. Nesse momento a mente do operador pode assumir o controle da mente do paciente e sugerir à alma pecadora uma permanente cessação do pecado. Este homem foi tratado dessa forma, duplamente, porque o suprimento de sangue foi parcialmente interrompido para os órgãos que sediam sua fraqueza, mas também, através de minha vontade, comuniquei à alma que deixasse de errar e incumbi-a de executar um trabalho que terá uma ação contrária. Ele poderá se sentir adoentado por alguns dias, mas suas tendências pecaminosas terão desaparecido. É preciso uma mente superior, que tenha cometido erros de diferentes espécies, para termos um malfeitor bem-sucedido, e onde estiver a natureza mais baixa, principalmente uma natureza sexual pervertida, estará o criminoso. Na Atlântida ele não tem saída, pois, se uma pessoa denota essa disposição, o Estado a toma pela mão e age sobre os órgãos pertinentes. Mas creio que não é necessário que eu me alongue mais sobre este assunto."

Tendo o primeiro homem sido levado para receber cuidados, o segundo dos meus sócios foi colocado na cadeira. O exame do desenvolvimento cerebral revelou que ele era mais um fraco que um malvado: prevaricador habitual e com tendências libertinas; tinha um crânio que estava colocado principalmente para trás e para cima das orelhas. Não acho necessário descrever meu tratamento, que seguiu as mesmas linhas do anterior; a sugestão mes-mérica foi o principal método de cura.

Ao voltar para casa aquela tarde, decidi acrescentar a ciência da frenologia profilática ao meu currículo. E assim fiz. Pela práti-

,,,!<, conhecimento que assim adquiri interferi no carma de não ,„,!<> LonneLunca H comprovaram os resultados, em

...\"^Z eTsa Serfncia foi dLinha; por isso nâo tenho •»■"'»"" casoe"

rauaiauer injúria desse jaez. Por vezes de-

'T^Z^u^^T^Z^^o nas mãos do Estado, mV cria^lo menos evitado o cometimento de erros que me

H»is una peio mei outras pessoas por meu intermé-

r^r ™z o xss e rm, nE

cor ^ no

^

, U aue n^reino de nosso Pai tudo que acontece é para o bem

l ,S^nbém porque ninguém P^^^^TnSes . „-„,<. .-,,-. rüratpr nelo carma de todas as encarnaçoes ;!::Í^SST™ÍSS^ ao «««««o teria sido uma eva- , necSárias provações, uma espécie de tentativa covarde se- í' mteTdò auto-assassino que procura evitar problemas na ^ meto ^suicídio e acaba não fugindo de coisa alguma, in^umT^tra ou artigo da lei de Deus. Pelo contrário, acumu- ', afirlas e penal iíades em *™^™£ ^^gJZ m-ústia através do inexorável carma e de outras encarnaçoes na rr^s mTcom os que morrem por autodestruiçao Po* os ,: moÍrem por causas inevitáveis, involuntariamente, nao sofrem - K semido dentes do dragão em meu caminho. As punições, !

V^rvl bTm, não se referem àqueles que sabem e, sabendo, fc-„-,n a vontade de Deus.

CAPITULO X REALIZAÇÃO

O governo estava acostumado a fiscalizar sistematicamente os mais proeminentes Xioqueni a quem concedia bolsas de estudo, mas a supervisão não era ostensiva; na verdade mal era percebida pelos que estavam sob sua paternal vigilância. Aqueles que ulém de serem inteligentes e estudiosos, aproximavam-se do final

< l< > sep-termo colegial, eram admitidos às sessões do Conselho

dos Noventa que não fossem de caráter executivo ou secreto. Ha via alguns favoritos especiais que, mediante votos estritos, não riam excluídos de qualquer reunião dos conselheiros. Nenhum <los muitos milhares de estudantes deixava de dar valor ao menor «Icsses privilégios, pois além da honra que eles conferiam, as li- i.oes sobre a arte de governar que eles aprendiam representavam uma incalculável vantagem.

Na segunda metade de meu quarto ano de freqüência à escola, procurou-me um certo Príncipe Menax que desejava saber se eu aceitaria o cargo de Secretário dos Registros, o qual me daria a

< >portunidade de me familiarizar com todos os detalhes do gover

no de Poseid. Ele assim falou:

"Este é um privilégio verdadeiramente importante, que estou liliz em te oferecer porque tens capacidade de desempenhá-lo de modo a satisfazer o conselho. Esse cargo te colocará em estreito contato com o Rai e todos os príncipes, e também te dará cer-io grau de autoridade. Que me respondes?"

"Príncipe Menax, estou ciente de que esta é uma grande honra. Mas permite-me perguntar por que ofereces tão grande oportunidade a alguém que se considera um quase completo estranho para ti?"

"Porque, Zailm Numinos, decidi que és digno e agora te dou ocasião para provar isso. Não és desconhecido para mim, embora eu o seja para ti; tenho confiança em ti; não queres me provar que essa confiança está bem fundamentada?"

"Pois então ergue tua mão direita para o fulgurante Incal e por esse símbolo sublime declara que em caso algum revelarás coisa alguma que se passe nas sessões secretas, nenhum dos atos acontecidos no Salão Nobre das Leis."

Fiz o voto e, ao fazê-lo, fiquei obrigado por um juramento inviolável aos olhos de todos os poseidanos. Dessa forma tornei-me um dos sete secretários não eleitos e nãooflciais, que eram incumbidos de escrever os relatórios especiais e cuidar de muitos documentos de estado importantes. Certamente não era pequena essa distinção conferida a um dentre nove mil Xioqueni, um homem ainda sem direito a voto numa nação de trezentos milhões de habitantes. Se por algum motivo eu pudesse atribuir esse fato ao meu mérito, nem por isso me consideraria melhor que cem dos meus colegas. O oferecimento se deveu em grande parte à minha popularidade pessoal junto aos poderosos, uma popularidade, entretanto, que eu não teria se não tivesse demonstrado em todos os campos a mesma sólida determinação que havia regido minhas ações no solitário pico do Rhok, a grande montanha.

O Príncipe Menax continuou, dizendo:

"Gostaria de ver-te esta noite no meu palácio, se te for conveniente, pois tenho algumas coisas para te dizer. Agradar-me-ia provar teu erro em acreditar que me és desconhecido, apenas porque és um entre os muitos estudantes Xioqueni, cada um deles perseguindo igualmente o conhecimento. Partiu de mim e não do teu Xioql (preceptor-chefe), como imaginaste, o convite para assistires às sessões do conselho ordinário. Os Astiki (príncipes de estado) estão sempre muito interessados nos Xioqueni de maior mérito; por isso tantos pequenos deveres te foram dados a cumprir. Mas nada mais direi agora, para não atrapalhar tuas aulas. Lembra-te da hora marcada, a oitava."

Menax exercia o mais alto cargo ministerial de todos os Astiki, pois era o primeiro-ministro e, como tal, principal consultor do Rai. Minha auto- estima aumentou quando percebi que era contemplado com tão elevado favorecimento, mas isso me encheu de gratidão e não de convencimento. Tratava-se realmente de auto-estima, não de vaidade.

Embora aquela não fosse minha primeira visita ao palácio desse príncipe, de forma alguma eu poderia dizer que estava familiarizado com o interior de seu astikithlon. Enrolando meu melhor

mrbante verde em volta da cabeça e fechando-o com um alfinete que trazia uma pedra de quartzo cinzento com veios verdes como azinhavre nele engastada, o que denotava minha categoria so-t ial, entrei no naim e chamei um vailx citadino, como chamadas um taxi. O veículo logo chegou; embora pequeno, era amplo o bastante para acomodar dois, três e até quatro passageiros. Dan-<lo boa noite à minha mãe, logo me pus a caminho. O condutor me deixou sossegado e eu fiquei ouvindo a furiosa arremetida das lorrentes de chuva que faziam a noite inclemente ao extremo.

O palácio de Menax não ficava distante do cais interior do canal, no ponto mais próximo entre este e minha casa suburbana. A distância era de dez milhas e por isto a viagem aérea de lá até o canal durou o mesmo tempo que durou para o vailx encostar no amplo piso de mármore da estação, arrastando um pouco o fundo, anunciando assim a sua chegada.

Um sentinela se aproximou para saber o que eu queria e, ten-

< lc > sido atendido, chamou um servidor para me escoltar até

Menax.

Vários funcionários categorizados do séquito do príncipe estavam no grande aposento, laboriosamente ocupados em fazer nada em particular, ocupação na qual estavam sendo auxiliados por várias damas que residiam no palácio. O Príncipe Menax estava deitado num diva colocado na frente de uma grade cheia de Indaços de alguma substância refratária aquecida pela força universal.

No tempo que levou para o atendente me conduzir à presença do príncipe e anunciar minha chegada, tive oportunidade de notar um grupo de funcionários e senhoras reunidos em volta • Io uma mulher de tão grande graça e beleza que nem sua eviden-te tristeza e aflição nem a distância entre a entrada e o canto on-

< Io ela estava sentada conseguiram ocultá-la completamente. Suas

roupas, suas feições e sua tez mostravam que ela não era filha do Poseid, pois não tinha os olhos e cabelos escuros, e a pele cla ra mas distintamente acobreada. Aquela mulher triste e aflita era i > contrário disso, pelo que minha rápida vista de olhos pôde dis cernir na distância que nos separava.

Menax disse, saudando-me:

"Sê bem-vindo. Senta-te. A noite está tempestuosa mas eu te conheço bem. Como prometeste vir, vieste."

Ele ficou em silêncio por algum tempo, olhando fixamente pa- < ra a grelha que ardia, e então perguntou: "Zailm, participarás na competição em Xio nos nove dias reservados para o exame anual j dos Xioqueni?"

"Tenho essa intenção, meu Astika."

"Tens o direito de adiar o exame até o último ano do sep-termo." "É assim para todos os Xioqueni?"

"Aprovo enfaticamente tua determinação. Eu mesmo agi assim, quando estudante. Espero que sejas aprovado, para que te alegres com teu êxito, embora isso não diminua o número de teus anos de estudo. Mas o que acontecerá após o exame? Terás um mês para fazer o que tiveres vontade. Quisera eu ter trinta e três dias de descanso dos meus deveres!" Menax fez uma pausa meditativa e continuou:

"Zailm, tens algum plano especial para estas férias?" "Nenhum, meu príncipe."

"Nenhum. . . Muito bem. Agradar-te-ia me prestar um serviço, indo para um país distante para fazer-me esta gentileza? Após completares esse rápido dever, poderás ficar lá pelo tempo que quise-res, ou ir para onde a fantasia te chame."

Não vi razão para me negar a fazer o que ele queria, e como o serviço solicitado me levou a uma terra até aqui só de passagem mencionada, considero justificado prefaciar meu relato sobre aquela longínqua viagem com uma descrição de Suernis, hoje chamada Hindustão, e de Necropan ou Egito, as mais civilizadas nações que não estavam sob a supremacia de Poseid.

Quando as nações tentam tornar a religião absolutamente dominante em seus assuntos, o resultado não pode deixar de ser marcado pelo desastre. A política teocrática dos israelitas é uma ilustração disso e, como o leitor deve ter percebido há muito, Suernis e Necropan foram exemplos ainda mais antigos na história do mundo. A razão disso não é a de que a religião seja um fracasso; a força deste registro de minha vida deve transmitir a verdade de que julgo nada haver de melhor do que a religião pura, sem máculas. Não, a razão por que uma teocracia bem-sucedida não

l»ode durar é que a atenção de seus dirigentes deve ser dada às c < >isas espirituais para que o espiritual tenha êxito, e as coisas 11< > Reino de Deus nunca podem ser as coisas da terra. Pelo menos não até que o homem esteja totalmente desenvolvido em seu wxio ou sétimo princípio e tenha se purificado de toda mancha <le animalidade, pelo fogo do Espírito.

Suernis e Necropan tinham uma civilização que hoje percebo icr sido tão adiantada quanto a nossa, embora diferente. Mas, porque não tinha quase nenhum ponto em comum com a de roseid, o povo deste país a considerava com certo desprezo quan-<lo a ela se referia entre seus iguais. Entretanto, os poseidanos ciam muito respeitosos em seus contatos com aqueles povos, por i i/.ões que ficarão claras no decorrer da narrativa.

As diferenças entre essas duas civilizações contemporâneas se

No documento Um Habitante de Dois Planetas (páginas 100-128)