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A GRANDE VIAGEM

No documento Um Habitante de Dois Planetas (páginas 172-186)

CAPITULO XVI A VIAGEM A SUERN

A GRANDE VIAGEM

Rai Gwauxln me convocou a ir ao Agacoe antes de retomar minha viagem de férias, embora tivesse confirmado antes do funeral < le Ernon que minhas ações em Suern tinham sido aprovadas por ele.

Obedeci quase que imediatamente, pois estávamos todos pron-IOS para

recomeçar a viagem. Gwauxln, na presença de seus ministros de estado, nomeou-me Suzerano da terra de Suern, o que me deixou enormemente surpreso, embora eu sentisse que poderia aceitar o cargo e prestar bons serviços na condução dos assuntos daquele país; mas o fato de eu ainda não ter me formado no Xioquithlon me fez hesitar, e respondi:

"Zo Rai, estou feliz por conferires tão grande honra a este teu servidor. Não obstante, meu soberano, sentindo que ainda não adquiri todo o conhecimento que desejo, pois sou ainda um simples xioqene, peço tua permissão para recusar."

Gwauxln sorriu e disse.

"Pois bem. O governador que indicaste cumprirá tua função nos três anos que te faltam - os quatro anos, eu diria, já que não voltarás aos estudos neste período. Depois disso assumirás legalmente esses deveres. Tenho um objetivo ao te nomear, que está além da mera forma; acredito que o homem que tem um propósito direto em vista tem mais possibilidade de sucesso do que outro que não tem propósito. É uma boa motivação. Portanto eu te nomeio Suzerano dos Suernis e te libero para fazeres a viagem de recreação com teus amigos, assim que assinares este documento. Está muito bem escrito, embora tua mão trema um pouco devido ao nervosismo. Acalma-te!" Estas últimas palavras foram ditas enquanto eu assinava tremulamente o documento de nomeação.

Mais uma vez estávamos viajando. Anzimee, o elfo, persistia em me chamar "meu senhor Zailm" desde que ouvira a história de minha transformação em Suzerano.

Nosso curso novamente nos levou para o leste, mas com um desvio para o sul, pois não pretendíamos visitar Suern desta vez, e sim nossas colônias americanas, obedecendo o itinerário original que tínhamos planejado para depois da momentosa visita a Suern.

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Voamos por sobre Necropan (África) equatorial, depois o Oce-.ino Índico e as atuais índias Ocidentais, que na época eram colônias suernis chamadas Uz, para em seguida voarmos por sobre o vasto Pacífico, sempre na direção leste.

"Umaur", a costa de Umaur!" -foi a exclamação que atraiu todos para as janelas, a fim de olharem para uma linha denteada e escura que surgira no horizonte oriental. Era a distante Cordilhei-ni dos Andes, que aparecera quase ao nível do vailx, pois se elevava duas milhas acima do oceano. Abaixo, estava o imenso espelho azul do Pacífico, aparentemente sem ondas devido à distância.

Umaur, terra dos incas num distante futuro. Umaur, onde depois de oito séculos encontrariam refúgio os que teriam a felicidade de escapar de Poseid antes que a "Rainha do Mundo" afundasse nas águas do Atlântico. Oito séculos que viram os orgulhosos atlantes se tornarem corruptos a tal ponto que sua alma não mais refletia a sabedoria do Lado-Noite, pois, com o desaparecimento da moralidade, a chave para o segredo da natureza tinha se perdido e com ela o domínio atlante sobre o ar e as profundezas do mar. Oh, pobre Atiântida!

Umaur estava à nossa frente e nós, ignorando a futura insensatez de nossos descendentes atlantes, ficamos olhando para a cosia de que nos aproximávamos rapidamente, fazendo comentários sobre as majestosas cordilheiras que observávamos pelos telescópios. * Ali vimos uma terra onde milhares de anos depois chegariam

* Nota - Quando tua ciência abordar a natureza por seu lado divino, como o fizeram os

poseidanos; quando, ao invés de ascenderes até a força-chave de toda a Natureza, a energia ódica, pela síntese dos fenômenos ambientais, aprenderes a olhar a partir da Odicidade para o rio da Energia, então terás tudo que Poseid teve (pois és Poseid rediviva), inclusive seus vailx, naims c telescópios. Os telescópios atlantes não eram os grosseiros instrumentos que hoje possui tua ciência. Mesmo a mais remota estrela emitindo sua fraca luz das profundezas do espaço podia ser trazida para perto e, se houvesse um organismo diminuto como uma folha no "solo" daquela estrela, ficava visível aos nossos olhos. Não consegues acreditar? Ouve esta proposição: a luz não é apenas um reflexo ou refração de força de uma substância, mas um prolongamento de toda forma substancial, pois embora só exista uma Substância com muitas variações dinâmicas, essas variações são confundidas por ti com substâncias diferentes. Só existe UMA SUBSTÂNCIA! A Luz de Arcturus, por exemplo, é o prolongamento da substância daquela estrela. A eletricidade obtida por máquinas é, em comparação, uma força sem forma. É possível fazer com que uma reforce a outra e que o Sem Forma adquira a imagem do que é Forma. Entendes agora o princípio de nossos telescópios? Tua mente salta para a frente e te ouço perguntar: "Marte será habitado? E Júpiter? Saturno? Vênus?" Ah, meu amigo, não responderei sim nem não, pois quando a visão poseidana da natureza ressurgir na Terra, SABERÁS. Busca e encontrarás, mas busca corretamente. Caminha pela Via cru-ciforme.

os conquistadores castelhanos liderados por Pizarro e encontrariam uma raça liderada pelos Incas, um nome preservado por muitos séculos desde o tempo em que seus remotos ancestrais haviam fugido da obliterada Poseid, e que se diziam "Filhos do Sol".

Umaur era a região das pedreiras e de muitas das ricas minas de Poseid. Havia também ali vastas plantações; a leste das montanhas havia bosques regulares de seringueiras, da genuína espécie Siphonia Elástica da tua botânica. Também existiam viçosas Cin-chonas e outras árvores nativas da América do Sul, mas originárias de Poseid. Antes de serem plantadas no estrangeiro pelos atlan-tes, esses tesouros vegetais nunca haviam crescido em outra parte a não ser em Poseid; as grandes selvas com peculiares árvores e arbustos sulamericanos são descendentes diretas das fazendas e bosques que estabelecemos em Umaur. Naquele tempo o Rio Amazonas corria por dentro de diques e atravessava o continente, e as cerradas selvas do Brasil eram áreas drenadas e cultivadas, assim como o território adjacente ao Mississippi o é atualmente. Um dia, esse rio, o "Pai das águas" no Norte, correrá sem resistência e sem diques por essas terras. Assim será, porque tais coisas com certeza farão parte das mutações que ocorrerão nos próximos séculos, e também porque a história se repete. Não imagineis que sereis herdeiros das glórias reencarnadas da Atlântida sem as suas sombras. Todas as coisas se movem em círculos, mas o círculo é como o que vemos na rosca dos parafusos, sempre subindo para um plano mais elevado a cada volta que dá. Devo dizer entretanto que o tempo em que essas coisas ocorrerão, e que nenhum homem pode negar, ainda está muito longe, no horizonte do futuro; tão distante quanto está a recessão do Amazonas no horizonte do passado.

Seguimos nossa rota, começando nas grandes hortas, plantações e casas de Umaur, que ficavam no Norte daquele continente, e nos dirigimos para os selvagens ermos do Sul, onde uma grande dificuldade me assolaria no futuro; e de lá para o norte, ao longo das costas orientais, deixando os afazeres de nossos milhões de colonos à imaginação do leitor.

Sucessivamente, chegamos ao Istmo do Panamá, que naquela época tinha quatrocentas milhas de largura; ao México (Incalia do Sul) e às imensas planícies do Mississippi. Estas últimas formavam as grandes pastagens de onde Poseid recebia a maior parte de seus suprimentos de carne e onde, quando o homem moderno as descobriu, encontrou enormes rebanhos de bovídeos des-

tendentes de nosso gado, que ali vagavam livremente: búfalos, ursos, veados, alces e carneiros montanheses, todos representando a progenie de remotas eras. Angustia-me vê-los dizimados de forma tão insensata quanto agora -raças tão antigas deviam ser preservadas.

Séculos mais tarde, chegaram a esse largo vale e ao distante ist-mo ao norte onde agora só restam vestígios (as ilhas Aleutas) hordas invasoras em canoas e outros tipos de embarcações. Esses invasores vieram da Ásia, que em grande parte era o lar de semibár-baros, a não ser onde Suernis havia exercido uma influência civili-zadora através de tribos que, num período posterior, ocupariam um lugar tão importante na história, com o nome de raças semíti-cas. Mas os bárbaros que penetraram na Incalia, ocupando as planícies americanas e regiões dos lagos, esses no futuro desapareceriam da terra para sempre; mais tarde ainda, arqueólogos curio- sos diriam ao analisarem certas escavações: "Aqui viveram os construtores de túmulos em forma de montes".

Mais adiante na direção norte, na atual "região dos lagos", havia grandes minas de cobre que nos forneciam a maior parte desse material, além de certa quantidade de prata e outros metais. Era uma região fria, muito mais do que é hoje, já que se encontrava próxima dos limites das forças de retração da era glacial, uma época que terminou muito mais recentemente do que os geólogos imaginaram -e ainda imaginam. . .

A oeste se encontravam as chamadas "grandes planícies" dos primeiros tempos da América. Nos dias de Poseid tinham uma aparência muito diferente da de hoje. Não eram tão áridas nem tão esparsamente habitadas, embora fossem muito mais frias no inverno devido à proximidade das vastas geleiras ao norte. Os lagos de Nevada não eram, então, meros leitos ressequidos de bórax e soda, nem o Grande Lago Salgado de Utah era a massa comparativamente pequena de água salobra e amarga que é hoje. Todos os lagos eram grandes massas de água fresca e o "Grande Lago Salgado" era uma ilha interior de água doce onde flutuavam ice-bergs vindos das geleiras existentes em sua margem norte. O Arizona, esse tesouro geológico, tinha o seu atual deserto coberto pelas águas do "Miti", como chamávamos o grande mar interior daquela região. Havia vegetação abundante nas centenas de milhas quadradas não cobertas pela água. Uma população considerável de colonos da Atlântida vivia nas margens do Miti e numa cidade de bom tamanho.

Leitor, lembras a promessa que te fiz em páginas anteriores ' de que te brindaria com uma descrição primorosa, dizendo que i provinha de outra pena que não a minha? Cumpro-a agora, pois existe um geólogo me perseguindo por eu ter declarado que o Arizona já teve um lago ou mar interior tão vasto quanto o Miti, há apenas treze mil anos. Lembro que ele concluiu, pelas evidências da erosão e do desgaste das rochas naquela notável região, | que embora o deserto do Arizona tivesse realmente sido um lago , ou mar de pouca profundidade desde a era paleozóica, aquele lago era "mais antigo que o Pliocene, sendo provavelmente da época do cretáceo". Não, meu amigo. As estupendas gargantas e des-filadeiros não são meramente o produto do tempo, da água e do clima. Ao contrário, provieram de uma formação súbita, pelo rachar e rasgar de extratos numa escala semelhante, embora muito maior, à da explosão do vulcão em Pitach Rhok, descrita no primeiro capítulo deste relato. As maravilhas do Arizona e a formação do "Grande Canyon do Colorado" foram o resultado de uma terrível dança da crosta sólida do globo. Mesmo hoje os leitos de lava no retângulo entre os paralelos 32 e 34, latitude norte, e 107 graus longitude oeste de Greenwich, na região dos Montes Taylor e São Francisco, têm poucos paralelos na terra, em questão de tamanho. Nesse terrificante trabalho de destruição, depois que o mar Miti se escoou para o Ixal (Golfo da Califórnia), as chuvas e torrentes de treze mil invernos e os poderes pulverizantes e desse-cantes de muitos verões tórridos alisaram, esculpiram e cinzelaram as superfícies rompidas e recortadas, dando-lhes formas ainda mais fantásticas, e reclamaram para si a autoria da obra, negando a participação de Plutão como principal artista. O geólogo parece ter aceito essa reivindicação e admitiu a existência do lago num tempo muito anterior, para justificar o tempo necessário para a execução da descomunal obra. Mas não foi assim, pois vi o lago faz apenas doze mil anos. Mas vamos à dádiva literária prometida; foi extraída de um escrito bem moderno, mas que faz uma descrição tão fiel da aparência atual da região que desejo compartilhá-la com meu leitor. As palavras que se seguem são do Major J. W. Powell, do Exército dos Estados Unidos:

"As paredes do canyon têm grandes contrafortes nos quais há profundas cavidades; fendas rochosas coroam os penhascos e o rio corre lá embaixo. O Sol brilha com esplendor nas paredes avermelhadas e sombreia-se com tons verdes e cinzentos ao bater em rochas cobertas de líquens; o rio ocupa todo o canal de um paredão a outro e o canyon se abre como um lindo portal para a glória. Mas ao anoitecer, quando o Sol baixa e as sombras se

põem no canyon, os matizes avermelhados e róseos, misturados <om pinceladas de verde e cinza, lentamente mudam para o castanho em cima e se fazem sombras negras mais no fundo -e então c > canyon parece o obscuro portal para uma região de trevas. Deitados, olhamos diretamente para cima pela fenda do canyon e só vimos uma nesga azul de céu -um crescente de Armamento quase azul-marinho, com duas ou três constelações nos espiando. Não consegui adormecer logo, pois a excitação do dia não tinha amainado ainda. Vi uma estrela brilhante que parecia descansar na beira do penhasco. Parecia flutuar lentamente e se dirigir de seu ponto de repouso nas rochas para o canyon. De início, pareceu uma pedra preciosa engastada na beira do despenhadeiro, mas ao deslocar-se me fez imaginar que logo despencaria. Na realidade, ela dava a impressão de estar descendo numa curva suave, como se o céu no qual as estrelas se encontravam estivesse esticado por cima do canyon, preso nos dois lados do mesmo, curvando-se para baixo sob seu próprio peso. A estrela parecia estar realmente no canyon, tão altas eram as escarpas. O Sol da manhã brilhou com esplendor em suas coloridas faces. Os ângulos salientes pareciam estar em fogo e os ângulos retraídos mergulhados na sombra-, as rochas, vermelhas e castanhas, brilhavam como um fogo vermelho, em contraste com seus engastes de trevas, embaixo. A luz lá de cima, que se fazia mais brilhante por causa das rochas de vivas cores, e as sombras lá embaixo, tornadas mais densas pelos tons obscuros intocados pelo Sol, aumentavam a profundidade aparente das portentosas gargantas, fazendo parecer muito longo o caminho para o mundo do Sol, lá no alto - o caminho mede, na realidade, uma milha!"

Nem as extensas águas do Miti, pontilhadas de elevados picos no passado, lindos como um sonho, eram mais impressionantes e gloriosas do que as esmagadoras gargantas que vieram tomar o seu lugar.

Da cidade de Tolta, nas praias do Miti, nosso vaibe subiu e voou para o norte, por sobre o lago Ui (Grande Salgado), para alcançar sua praia noroeste, a centenas de milhas de distância. Naquela praia tão distante erguiam-se três majestosos picos cobertos de neve, os Pitachi Ui, que davam seu nome ao lago. No mais elevado desses picos havia existido talvez por cinco séculos uma edificação de pesadas lajes de granito. Tinha sido inicialmente erigida com o duplo propósito de culto a Incal e cálculos de astronomia, mas no meu tempo era um mosteiro. Não havia trilhas que levassem ao pico e o único meio de acesso era o vailx.

Faz uns vinte anos, contados deste ano de 1886, um intrépido explorador americano descobriu a famosa região de Yellowstone, e no decorrer da mesma expedição chegou até Three Tetons, em Idaho. * Essa tripla montanha era o conjunto dos Pitachi Ui dos atlantes. O Professor Hayden, depois de chegar à base desses majestosos gigantes, conseguiu após ingentes esforços chegar ao topo do pico mais alto, fazendo a primeira escalada dos tempos modernos. Em seu topo encontrou a estrutura de granito, já sem telhado, dentro da qual, segundo ele, "os restos de granito formavam uma camada muito espessa, indicando que não tinham sido perturbados por onze mil anos". Sua inferência foi a de que esse período de tempo tinha decorrido desde a construção daquelas paredes de granito. O professor estava certo, como bem o sei. Ele encontrou uma estrutura construída por mãos poseidanas cento e vinte séculos e meio antes, e foi pelo fato de o Professor Hayden ter sido um poseidano com um cargo no governo atlante, o de adido governamental de cientistas destacados para estudar os Pitachi Ui, que ele foi carmicamente atraído ao local de seu antigo trabalho. Creio que o conhecimento desse fato emprestou maior ênfase ao interesse que ele sentiu pelos Three Tetons.

Nosso vailx desceu numa saliência de rocha diante do templo de Ui, ao cair da noite. Fazia muito frio, não só por causa da altitude, mas também porque estávamos bem ao norte. Quanto aos monges que viviam no sólido e bem construído edifício nunca passavam frio, pois eram adantes e tinham as forças do Lado-Noi-te à sua disposição. O principal motivo de nossa visita foi o desejo de prestar culto a Incal quando seu símbolo surgisse no céu, na manhã seguinte. Por toda a noite os brilhantes raios de luz de nossas lanternas de rubi emitiram o aviso de que uma nave real estava na região, para qualquer poseidano que por acaso nos visse. No dia seguinte, ao amanhecer, nossa nave decolou para o leste, para uma visita às minas de cobre localizadas na atual região do Lago Superior. Fomos conduzidos em troles elétricos pelos labirintos de galerias e túneis. Quando nos preparávamos para partir, o capataz oficial presenteou cada membro da comitiva com variados artigos de cobre temperado. Eu ganhei um instrumento parecido com o moderno canivete, que guardei comigo até o dia de minha morte, valorizando-o muito pela refinada tempera que

* Os Três Tetons estão situados na parte noroeste do Wyoming que, como território, não existia naquele tempo, tendo sido formado em 1868 com partes de Idaho, Dako- ta e Utah. Uma pequena parte do Parque de Yellowstone fica em Idaho. - Guia King dos Estados Unidos.

< lava ao instrumento um corte afiado que raramente requeria cuidados e inclusive permitia que eu me barbeasse com ele. Os pose idanos eram aficcionados da hoje perdida arte da tempera do * obre. Em retribuição, dei ao capataz uma pepita de ouro em estado natural e ele me perguntou de onde provinha; ouvindo minha resposta, comentou:

"Qualquer amostra da famosa mina de Pitach Rhok será muito apreciada por um velho mineiro como eu, especialmente sendo um presente do próprio descobridor da mina."

Dessa forma, a mina por mim encontrada quando eu ainda era um jovenzinho obscuro, havia retribuído com seu tesouro o trabalho das pás e picaretas que a tinham tornado famosa em todo o mundo civilizado.

Após confabularmos, decidimos não penetrar mais no Norte, pois todos nós já tínhamos visto as geleiras árticas pelo menos uma vez e alguns de nós várias vezes. Resolvemos permanecer em Incalia mais uma semana, passando onze dias visitando com mais vagar o imenso território onde, embora obviamente o ignorássemos, os anglo-saxões um dia fundariam a gloriosa União Americana. Dizem que a história se repete e acredito que seja mesmo assim. É inegável que as raças seguem os passos de outras ra- ças e, assim como a mais importante e populosa parte das colônias americanas de Poseid ficava a oeste da grande cordilheira hoje chamada Montanhas Rochosas, a grandeza da América moderna será levada ao auge pelos estados do oeste e sudoeste da União Americana.

O homem prefere viver em locais aprazíveis, nas terras onde a Mãe Natureza é amigável e dá abundantes colheitas. Aprecia viver numa terra que dê muitos frutos - e onde encontraria coisa melhor que o Oeste e Sudoeste da Incalia de outrora? Ao longo da costa oceânica até as

No documento Um Habitante de Dois Planetas (páginas 172-186)