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DOMINA A TT MESMO

No documento Um Habitante de Dois Planetas (páginas 90-94)

CAPÍTULO V A VIDA EM CAIPHUL

DOMINA A TT MESMO

Foi no período do intervalo anual dos estudos que cheguei à < I pitai Os Xioqua e os Incala participavam dessas férias-, a maio-i i t procurava primeiro seus lares, por uma temporada, mas em uèi-al logo voltavam à Capital para usufruir dos programas espe-I .ais de lazer. Alguns, entretanto, dirigiam-se por mar para Umaur ou para Incalia, ou seja, sul ou norte da América, respectivamen-«- outros se limitavam a visitar as províncias mais distantes da própria Altântida.

Até agora, leitor, tiveste de tentar adivinhar que tipo de religião ria o culto a Incal; podes inclusive ter inferido que os poseida-nos eram politeístas, por causa das referências que fiz a vários • Uuses deste ou daquele nome, classe ou grau. Na verdade eu disse que acreditávamos em Incal e o simbolizávamos na forma do IHus-Sol. Mas o Sol propriamente dito era apenas um emblema. Afirmar que nós, a despeito de nosso esclarecimento, adorávamos o orbe do dia, séria tão absurdo quanto dizer que os cristãos adorassem a cruz do Calvário pelo que ela é como objeto. Em ambos os casos foi o significado a eles atribuído que fez o Sol e a cruz nceberem alguma espécie de consideração.

Os atlantes tinham a tendência de personificar os princípios da natureza e os objetos da terra, do mar e do ar. Isso era resultado do puro amor nacional pela poesia e poderia ser facilmente lidado ao favorecimento com que o gosto popular sempre tratara uma história épico-cronológica de Poseid, na qual os principais homens e mulheres figuravam como heróis e heroínas. Os pode-res da natureza como o vento, a chuva, o raio, o calor, o frio e fe- nômenos afins eram deuses de variados graus, enquanto que o princípio germinativo da vida, o princípio destrutivo da morte e outros grandes mistérios eram caracterizados por deuses maiores. Pntretanto, todos e cada um desses deuses eram uma extensão do altíssimo Incal. Essa história épica foi contada em versos e rimas constituindo um poema em que todas as linhas denotavam o toque magistral do gênio. Supostamente foi seu autor um Filho da Solitude. Havia um adendo abrangendo acontecimentos e épo- cas posteriores, que era claramente um trabalho inferior, ao qual se atribuía menos valor que à parte principal do poema.

Temos como fato que o culto a Incal jamais abrangeu outra coisa além da adoração de Deus como entidade espiritual, e os "deuses" não eram incluídos nos serviços religiosos realizados nos dois domingos de cada semana, ou seja, o primeiro e décimo primeiro dia, pois a semana poseidana tinha onze dias, o mês compreendia três semanas, um ano onze meses, com um ou mais dias acrescentados ao final (como no nosso "ano bissexto") conforme as exigências do calendário solar, sendo que esses dias a mais eram feriados, como o nosso Dia de Ano Novo atual. O feto de tantos deuses e deusas terem sido aparentemente venerados foi devido à influência nacional da história épica de que falei acima, sendo apenas um hábito mental falar a respeito deles.

Em nosso monoteísmo, diferíamos pouco da religião que domina a civilização hebraica; não reconhecíamos a Trindade divina, nem o espírito crístico, nem qualquer Salvador; só reconhecíamos a necessidade de agirmos da melhor maneira que nos fosse possível perante Incal. Considerávamos toda a raça humana filha de Deus, não apenas uma pessoa misteriosamente concebida como Seu único filho. Milagres eram uma coisa impossível, pois considerávamos todas as coisas racionalmente passíveis de serem referidas a uma lei inegável. Mas os poseidanos acreditavam que Incal certa vez vivera em forma humana na Terra e depois lançara fora o grosseiro corpo mundano para assumir a forma de espírito livre. Naquele tempo ele havia criado a humanidade e, como os poseidanos eram evolucionistas, a palavra "humanidade" também abrangia os animais inferiores. Com o decorrer do tempo, evoluiu o gênero homo na forma de um homem e uma mulher, quando então Incal colocou a mulher espiritualmente acima do homem, posição que ela perdeu pela tentativa de se deleitar com um fruto que crescia na árvore da Vida, no Jardim do Céu. Segundo a lenda, ao agir dessa forma ela desobedeceu a Incal, que havia dito que Seus filhos mais superiores e avançados não deveriam provar daquele fruto, pois quem o fizesse certamente morreria, já que nenhum ser poderia ter a vida imortal e ao mesmo tempo reproduzir sua espécie. A lenda diz: "Eu disse a minhas criaturas, alcançai a perfeição e estudai-a sempre, e tereis a vida eterna. Mas aqueles que comerem dos frutos desta árvore não poderão conter o Eu".

A punição que foi aplicada teve uma forma racionalista, já que a finalidade da mulher foi obter prazeres proibidos, o que ela, por não ser instruída, desconhecia. A mão com que ela pegou no fruto não firmou seu aperto e este se abriu, de modo que sua

semente caiu na terra e se transformou em pedras de sílex, e o Iruto ainda aderido à árvore tornou-se igual a uma serpente de fo-(.;(>, cujo hálito queimou as mãos da culpada. Sentindo grande «lor, ela largou a Árvore da Vida e caiu no chão, jamais se recuperando totalmente dos seus ferimentos. E o homem se tornou superior pelo desenvolvimento de sua natureza, por causa da necessidade que sentiu de preservar a companheira e ele mesmo do frio e de condições semelhantes, trazidas pelas pedras de sílex (A última Era Glacial). Tendo caído nessas condições materiais, a reprodução das espécies voltou a ser uma necessidade e a lei da continência, supostamente ordenada por Incal, foi violada. Então a morte voltou a ser parte do conhecimento humano e, até que a Palavra, o Verbo, fosse observado, nenhum ser humano conheceria a condição da não- morte. DOMINA A TI MESMO! Disto de-liende todo o conhecimento; nenhuma lei oculta é tão grandiosa quanto esta. Usa todas as coisas deste mundo sem abusar de nenhuma. (I. Cora. vii., 31).

Esta era a crença popular sobre a criação da humanidade por Incal. Os sumos sacerdotes seguiam uma religião que era virtualmente a essência, embora por razões óbvias o vulgo desconhecesse esse fato. A data dessa ocorrência mítica era teologicamente explicada como tendo acontecido pelo menos mil séculos antes, e algumas autoridades a remontavam a um passado ainda mais distante.

Não se supunha que Incal, o Pai da Vida, punisse Seus filhos, mas que apenas havia feito leis de natureza auto-executora, que eram fruto de Sua vontade imanente, e se alguém transgredisse essas leis seria inexoravelmente punido pela natureza, sendo im-ixjssível colocar uma causa em movimento sem o conseqüente efeito. Se a causa fosse boa, bom também seria o seu efeito. Nisso eles estavam absolutamente corretos. Nenhum mediador pode evitar que soframos os resultados de nossas más ações.* A nação poseidana acreditava na existência de um céu de bons efeitos para os que pusessem boas causas em movimento, e que havia uma região cheia de maus efeitos para os maus; os dois locais eram adjacentes, e os que não fossem nem bons nem maus, supostamente viveriam num território intermediário, por assim dizer. Entretanto, ambas essas condições do pós-vida estavam inseridas na Terra das Sombras, pois poderíamos traduzir literalmen-le o termo "Navazzamin" como "O país das almas que partiram".

* NOTA -Não confundir "compensar" com "remir". Cristo remiu, nós deve- mos fazer compensação. (Ver também nota à página 245.)

Embora a religião de Incal fosse baseada em causa e efeito, havia uma leve incoerência na crença mais ou menos prevalecente de que Ele supostamente recompensaria os muito bons.

Hoje, amigo, estás no umbral de um novo desabrochar. A religião de hoje ainda está tingida por esse conceito de um Criador onipotente mas antropomórfico, o que é legado de uma antigüidade já morta. Tu vives nos anos derradeiros de um antigo Ciclo Humano, o Sexto. Embora seja minha decisão não explicar o que isso significa, desejo-te a paz de Deus. Mas direi que o novo conceito da Causa Eterna dessa humanidade será mais elevado, sublime, puro e amplo, uma maior aproximação do ilimitado, do que qualquer outro que eras há muito passadas já sonharam. Cristo efetivamente vive e está entre os Seus, que em breve o conhecerão como nenhum homem exotérico já o fez. Conhecendo-o, terão ciência das coisas do Pai e as farão, porque está escrito: "Faço a vontade de meu Pai".

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GLORIA IN EXCELSIS!

Em breve a fé será co- nhecimento. A crença será irmã gêmea da ciência e o Verbo arderá como um Sol de novo significado, pois a verdadeira religião significa "Eu faço a união".

RESURGAM CHRISTOS A Igreja Exotérica fe- chou as extremidades de Sua Cruz. Por isso ela é exotérica e nunca será esotérica até que abra os braços do Caminho de Quatro Vias. Abri os olhos e os ouvidos!

"Não fecheis os braços de Minha Cruz" A A

CAPITULO VUI

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