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4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.2. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

O objetivo deste capítulo é descrever as características da amostra, para tanto, será analisado: (1) a distribuição geográfica das empresas; (2) o desempenho dessas empresas; (3) o tempo de atuação; (4) o enfoque de atuação; e (5) as características dos gestores que responderam o questionário.

A amostra, conforme exposto anteriormente, é composta por 219 casos, a tabela 7 abaixo demonstra a distribuição geográfica das empresas:

Tabela 7. Distribuição geográfica da amostra

Região Nº de empresas Porcentual

Norte 30 14%

Nordeste 61 28%

Centro-Oeste 35 16%

Sudeste 32 15%

Sul 61 28%

Fonte: Dados da pesquisa (2018)

Pode-se observar que apesar da listagem de empresas ter uma divisão semelhante de empresas entre estados e estar randomizada, houve uma concentração de respostas nas regiões sul e nordeste.

Tabela 8. Porte dos hotéis por região

Região até 10 funcionários 11 - 49 funcionários funcionários 50 - 100

Norte 30,00% 56,67% 13,33% Nordeste 13,11% 59,02% 27,87% Centro-Oeste 17,14% 60,00% 22,86% Sudeste 12,50% 62,50% 25,00% Sul 24,59% 59,02% 16,39% Total Geral 19,18% 59,36% 21,46%

Fonte: Dados da pesquisa (2018)

Em relação ao porte das empresas, é possível observar que aproximadamente 20% das empresas seriam microempresas, 60% empresas de pequeno porte e as demais empresas médias.

Tabela 9. Foco de atuação dos hotéis por região

Região Business Eventos Lazer Outros

Norte 70,00% 6,67% 23,33% 0,00% Nordeste 56,67% 3,33% 30,00% 10,00% Centro-Oeste 85,71% 5,71% 8,57% 0,00% Sudeste 64,52% 3,23% 22,58% 9,68% Sul 78,69% 4,92% 14,75% 1,64% Total Geral 70,51% 4,61% 20,28% 4,61%

Fonte: Dados da pesquisa (2018)

Sobre o enfoque de atuação dos hotéis, é possível notar que a maioria dos hotéis da amostra atuam no setor de business, isso, pode ocorrer devido ao fato da lista de empresas ter sido baseada em capitais, que geralmente concentram essa atividade, não considerando regiões turísticas especificas.

Ao mesmo tempo através dos dados da tabela 9, é possível visualizar uma concentração de hotéis de lazer na região nordeste, que é condizente com os apontamentos que os gestores de hotelaria fizeram durante as validações desta pesquisa, onde afirmaram que dado ao alto investimento turístico na região nordeste, lá se desenvolve um polo de hotéis voltados ao turismo de lazer.

Tabela 10. Hotéis de rede e independentes por região

Região Independente Parte de uma rede

Norte 56,67% 43,33% Nordeste 49,18% 50,82% Centro-Oeste 71,43% 28,57% Sudeste 59,38% 40,63% Sul 53,33% 46,67% Total Geral 56,42% 43,58%

Fonte: Dados da pesquisa (2018)

Outro fator importante ao se analisar o setor de hotelaria e que foi destacado pelos gestores durante as validações, é referente a composição do hotel, existindo empresas independentes e também hotéis que fazem parte de uma rede maior, que acaba por definir certas normas de operação.

A tabela 10 demonstra que a maioria dos hotéis da amostra são independentes, porém, dado o fato da pesquisa ter sido realizada em capitais, é possível que o número de hotéis pertencentes a redes seja maior em comparado ao Brasil como um todo.

Tabela 11. Tempo médio de operação dos hotéis por região

Região Supereconomico Budget/ Economico Mid-Scale(4 estrelas) Upper-Scale (5 estrelas)

Norte 16 anos 15 anos 21 anos -

Nordeste 15 anos 16 anos 7 anos 9 anos

Centro-

Oeste 16 anos 12 anos 17 anos 8 anos

Sudeste 18 anos 24 anos 14 anos 30 anos

Sul 23 anos 15 anos 21 anos 17 anos

Fonte: Dados da pesquisa (2018)

Em relação ao tempo de operação dos hotéis estudados é possível observar que em média são empresas já estabelecidas no mercado, isso ocorre em todas as regiões. Isso se mostra condizente com os dados do BNDES (2011), que afirmam a necessidade de um alto investimento para o desenvolvimento de um hotel, que consequentemente caracteriza o setor hoteleiro como um investimento de longo-prazo.

A respeito do desempenho dos hotéis pesquisados, conforme exposto na sessão sobre validações, os entrevistados apontaram a necessidade de se avaliar os hotéis através de métricas do setor, dessa forma, foi coletado a diária média e a taxa de ocupação daqueles hotéis, o que possibilita o cálculo do RevPar. As tabelas 12,13, 14 e 15 demonstram esses dados

Tabela 12. Desempenho dos hotéis por região

Independente Parte de uma rede Região Média de taxa de

ocupação Diária média RevPar

Média de taxa de

ocupação Diária média RevPar Norte 62,18% R$ 113,92 R$ 70,83 62,92% R$ 150,27 R$ 94,54 Nordeste 59,31% R$ 170,30 R$ 101,00 70,27% R$ 196,54 R$ 138,11 Centro- Oeste 54,62% R$ 161,07 R$ 87,98 64,00% R$ 223,33 R$ 142,93 Sudeste 62,94% R$ 179,76 R$ 113,14 69,50% R$ 200,50 R$ 139,35 Sul 60,74% R$ 182,17 R$ 110,65 68,82% R$ 195,84 R$ 134,78 Total 59,96% R$161,44 R$96,72 67,10% R$193,30 R$129,94

Fonte: Dados da pesquisa (2018)

Pode-se observar que em geral a taxa de ocupação dos hotéis de rede é superior à taxa dos hotéis independentes, isso vem de acordo com os dados do BNDES (2011), que apontam que esses hotéis devido à sua experiência e

melhor capacidade de gestão no geral são capazes de obter melhores resultados.

Regionalmente o destaque é a região sudeste, que apresenta as maiores taxas de ocupação, o que é pode ser atribuído ao desenvolvimento econômico da região e dado ao fato que a presente pesquisa se concentra em capitais.

Tabela 13. Desempenho nacional dos hotéis nos últimos anos

Ano Taxa de ocupação Diária média RevPar

2015 59,6% R$248,00 R$148,00

2016 55,2% R$244,00 R$135,00

2017 56,5% R$227,70 R$ 129,00

Amostra pesquisada 63,53% R$177,37 R$ 113,33 Fonte: Hotelaria em números – FOHB (2017) e Dados da Pesquisa (2018)

Ao comparar-se o desempenho da amostra com o desempenho apresentado pela pesquisa Hotelaria em números do FOHB (2017) pode-se observar que a diária média da amostra e o RevPar são inferiores aos pesquisados pelo FOHB (2017), ao mesmo tempo, a taxa de ocupação dos hotéis da amostra é superior ao traçado pelo FOHB (2017). Pode-se entender então que os hotéis pesquisados apresentam uma menor eficiência em suas operações do que os pesquisados pelo FOHB (2017), isso pode ser explicado pelo fato da pesquisa do FOHB (2017) focar principalmente nas redes hoteleiras, nesse caso incluindo grandes hotéis também.

Tabela 14. Desempenho do hotel por porte

Independente Parte de uma rede Porte do Hotel Média de taxa de

ocupação Diária média RevPar Média de taxa de ocupação Diária média RevPar 50 - 100 funcionários 54,14% R$ 228,20 R$ 123,55 65,63% R$ 215,35 R$ 141,33 10 - 49 funcionários 61,74% R$ 163,84 R$ 101,15 69,03% R$ 177,84 R$ 122,76 até 10 funcionários 57,78% R$ 148,53 R$ 85,82 75,00% R$ 177,50 R$ 133,13 Fonte: Dados da pesquisa (2018)

Quando observado o porte do hotel, pode-se entender que os hotéis de rede novamente apresentam melhores resultados, ao mesmo tempo, hotéis de

porte médio (50-100 funcionários) são capazes de operar com uma diária média consideravelmente acima dos pequenos e microempreendimentos.

Também é possível observar que a diferença de diária média entre as microempresas e pequena empresas é muito pequena, o que leva a refletir sobre a dificuldade das pequenas empresas, que apresentam uma faixa de preço similar às microempresas, e ao mesmo tempo já apresentam uma estrutura de funcionamento maior.

Tabela 15. Desempenho do hotel por foco de atuação

Independente Parte de uma rede Foco de atuação Média de taxa de ocupação Diária média RevPar Média de taxa de ocupação Diária média RevPar Business 57,15% R$143,53 R$82,02 67,21% 193,57 R$130,09 Eventos 68,75% R$180,00 R$123,75 80,83% 161,33 R$130,40 Lazer 63,06% R$201,03 R$126,76 68,26% 198,08 R$135,20 Outros 65,83% R$184,17 R$121,23 70,00% 189,67 R$132,76

O foco de atuação também é relevante no setor de hotelaria, onde é possível observar que os hotéis com enfoque em eventos apresentam maiores taxas de ocupação, algo que é apontado pelo BNDES (2011), que afirma que os eventos e viagens de negócios devem ser estimulados pelos hotéis, com o objetivo de aumentar a lucratividade perante o efeito da sazonalidade.

Em geral, pode-se observar que os hotéis da amostra apresentam um valor de diária média baixo em comparação com dados de pesquisa como o do FOHB (2017), isso pode ser associado à atual crise econômica e política pela qual o Brasil passa, que reduziu consideravelmente a capacidade de gastos da população, ao mesmo tempo observa-se um potencial de crescimento na taxa de ocupação e uma perspectiva positiva dada pela retomada do crescimento econômico nacional.

Sobre o perfil dos entrevistados pode-se observar que a maioria dos entrevistados ocupa o cargo de gerente dentro do hotel, isso ocorre devido à dificuldade de acesso de sócios e diretores, principalmente nos hotéis de médio porte e em hotéis de rede. Já nas microempresas é possível obter um maior acesso a esses profissionais.

Tabela 16. Cargo dos respondentes

Porte do Hotel Sócio/Proprietário Diretor Geral Gerente Outro 10 - 49 funcionários 1,83% 2,75% 75,23% 20,18% 50 - 100 funcionários 2,63% 2,63% 71,05% 23,68% até 10 funcionários 15,79% 0,00% 76,32% 7,89%

Total Geral 4,86% 2,16% 74,59% 18,38%

Tabela 17. Tempo médio de atividade dos entrevistados Tempo médio de atuação Cargo do

Entrevistado Supereconômico Budget/ Econômico Mid-Scale(4 estrelas) Upper-Scale (5 estrelas) Geral Total Sócio/Proprietário 20,5 anos 9,7 anos 5,0 anos - 11,6 anos

Diretor Geral 8,0 anos 5,0 anos 16,0 anos - 9,3 anos Gerente 6,9 anos 6,0 anos 5,2 anos 9,5 anos 6,1 anos Outro 4,0 anos 4,7 anos 3,8 anos 3,5 anos 4,3 anos Fonte: Dados da pesquisa (2018)

Ainda, é possível observar que no geral, os profissionais entrevistados atuam a bastante tempo dentro do mercado, o que é condizente com dados anteriores, uma vez que o setor de hotelaria se caracteriza como um investimento de longo-prazo.

Tabela 18. Envolvimento dos entrevistados com inovação Envolvimento com inovação

Cargo do entrevistado Não envolvido Pouco envolvido Envolvido Muito envolvido

Sócio/Proprietário - - 3 6

Diretor Geral 1 - 1 2

Gerente 4 8 55 71

Outro 1 5 7 21

Total Geral 6 13 66 100

Fonte: Dados da pesquisa (2018)

Tabela 19. Envolvimento dos entrevistados com marketing Envolvimento com marketing

Cargo do entrevistado Não envolvido Pouco envolvido Envolvido Muito envolvido

Sócio/Proprietário - 1 2 6 Diretor Geral - - - 4 Gerente 7 24 46 61 Outro 3 13 11 7 Não Responderam 3 9 4 18 Total Geral 13 47 63 96

Outro ponto pesquisado era sobre o envolvimento dos profissionais entrevistados com as atividades de marketing e inovação, observa-se que a maioria apontou estar envolvido com essas questões.

Uma vez que o processo de CIM é o tema central deste trabalho, optou- se após essa análise por excluir da amostra os 13 respondentes que afirmaram não estar envolvidos com as atividades de marketing, com o objetivo de não incorporar na amostra final respondentes que não fossem capazes de entender como se dá o processo de comunicação dentro de sua empresa.

Ao mesmo tempo, os respondentes que afirmaram não estar envolvidos com as atividades de inovação foram mantidos, uma vez que, o presente trabalho analisa a questão da OI, que não envolve apenas as atividades de inovação, mas sim o comportamento da empresa como um todo, assim, se justifica mantê-los dentro da amostra.

Dessa forma, após essa análise, a amostra final encontra-se em 206 casos, mantendo-se dentro dos critérios anteriormente estabelecidos.