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Caracterização da amostra

1. Metodologia

1.3. Caracterização da amostra

O trabalho desenvolvido na distribuição e recolha das respostas, via inquérito às famílias, reflete as dificuldades que um autor isolado na sua ação, na sua disponibilidade e na imprescindível logística enfrenta. O alcance atingido limita-se ao seu meio sócio-profissional

– as escolas e suas envolventes, pois o autor é docente do ensino secundário – obtendo-se, com espectável probabilidade, uma amostra algo enviesada a ter em atenção.

Como já referido, a amostra é composta por 135 respondentes, cujas respostas são apresentadas na tabela 10, seguindo uma ordem de acordo com a avaliação pessoal dos respondentes.

Tabela 7 –Caracterização do agregado familiar: frequência amostral Parte I: Caracterização do agregado familiar

1. Idade do Encarregado de Educação 134 99,3%

Menos de 30 anos 7 5,2%

30 a 40 anos 54 40,0%

41 a 50 anos 58 43,0%

Mais de 50 anos 15 11,1%

2. Género do Encarregado de Educação do(a) aluno(a) 135 100%

Masculino 45 33,3%

Feminino 90 66,7%

3. O grau de parentesco do Encarregado de Educação com o(a) aluno(a) 135 100%

Mãe 87 64,4%

Pai 43 31,9%

Outro 5 3,7%

4. Habilitações literárias do Encarregado de Educação 133 98,5%

menos da 4ª classe 1 0,7%

1.º ciclo 6 4,4%

2.º Ciclo 6 4,4%

3.º Ciclo 25 18,5%

Ensino Secundário 45 33,3%

Curso Médio ou Superior 50 37,0%

5. Nível de rendimentos colectáveis anuais 130 96,3%

menos de 7.250€ 20 14,8%

de 7.250€ até 18.000€ 63 46,7%

de 18.000€ até 41.500€ 37 27,4%

de 41.500€ até 60.000€ 8 5,9%

mais de 60.000€ 2 1,5%

6. Profissão Encarregado de Educação 131 97,0% Trabalhador(a) por conta de outrem 94 69,6%

Sector privado 35 25,9%

Sector público 57 42,2%

Trabalhador(a) por conta própria 26 19,3%

Administrador(a) ou Gestor(a) 4 3,0%

Reformado(a) 3 2,2%

Com ocupação fiscalmente não tributável 4 3,0%

7. O sector de actividade 135 100%

Primário (agricultura, silvicultura, pescas, indústria extractiva, construção civil…) 13 9,6% Secundário (indústria transformadora…) 17 12,6%

Terciário (comércio, serviços…) 99 73,3%

Outra 6 4,4%

9. Vive numa… 128 94,8%

Aldeia. 42 31,1%

Se sim, é sede de freguesia? 28 20,7%

Vila. 30 22,2%

Se sim, é sede de concelho? 22 16,3%

Cidade. 56 41,5%

O tratamento das respostas obtidas, por comodidade de leitura dos resultados, transpõe-se para a forma gráfica, permitindo a análise da informação e a sua inferição pertinente.

5,2% 40,0% 11,1% 43,0% 0% 15% 30% 45% Menos de 30 anos 30 a 40 anos 41 a 50 anos Mais de 50 anos

1. Idade do Encarregado de Educação

Gráfico 10

De acordo com o gráfico n.º 10, e quanto à faixa etária, estamos perante um universo de larga maioria de Encarregados de Educação (EEs) – 83,0% – entre os 30 e os 50 anos. Portanto, tendo a sua experiência de vida ativa decorrido já num Portugal democrático e tendo acompanhado e percecionado as mutações sociais no país que influenciaram e afetaram o ensino. Residualmente – 5,2% – surge a faixa etária mais jovem – menor de 30 anos – com a sua experiência de vida já mais imbuída nas ações reformistas de Roberto Carneiro e Marçal Grilo.

De acordo com o gráfico n.º 11 é o género feminino que lidera a assunção da responsabilidade de encarregados de educação, numa proporção de ⅔ dos respondentes, e assim se estabelecerem como os interlocutores das famílias perante a escola. Esta realidade gera uma necessidade de aprimorar e especializar discursos e ações dos responsáveis da escola, seja a nível de topo seja a nível intermédio, no sentido de bem comunicar e de bem responder aos seus anseios e suas preocupações. Também, porque não dizê-lo, a perspetiva feminina da resposta aos conflitos e a jogo de interesses é mais empática e inclusiva que autoritária e então será na parceria cúmplice das relações estabelecidas, e só assim, que se motivará o seu empenho participativo na vida escolar.

A abertura e acolhimento que se exigem da “organização escola” ao meio social onde se insere serão assim, por este fundamental contributo, verificadas.

33,3%

66,7%

0% 35% 70%

Masculino Feminino

2. Género do Encarregado de Educação do(a) aluno(a)

Gráfico 11

Se o género maioritário é o feminino, confirma-se que são as mães (64,4%), conforme gráfico n.º 12, a assegurar maioritariamente as funções educativas na família, intra ou interportas. Decorre igualmente da análise do gráfico que a figura paterna representa cerca de metade (31,9%), relativamente ao score da figura materna, na assunção destas funções – o que confirma a realidade vivida nas escolas.

64,4% 31,9% 3,7% 0% 35% 70% Mãe Pai Outro

3. O grau de parentesco do Encarregado de Educação com o(a) aluno(a)

Gráfico 12

Não se investigou do exercício conjunto ou partilhado das funções de Encarregado de Educação (EE) mas resulta da experiência no dia a dia nas escolas que são efetivamente as mães que aparecem às reuniões, que telefonam aos Diretores de Turma, que assinam as informações ou alertas prestados na caderneta do aluno ou nos cadernos diários, que justificam as ausências ou mesmo que se constituem representantes dos Encarregados de Educação da turma. No entanto na análise dos resultados sequentes considera-se que são cumulativamente ambos.

Da análise do gráfico n.º 13 constata-se que os EEs com curso médio ou superior são o segmento mais representativo, com 37,0%, com o segundo segmento mais representativo os EEs com o curso secundário, 33,3%, perfazendo juntos 70,3% dos respondentes. Os segmentos de menor escolaridade – com o 2º ciclo ou menos – representam em conjunto 9,5%, tendo sido omissos 1,5% dos respondentes.

Serão estes segmentos da população de instrução mais elevada que pela sua formação, conhecimento, informação e capacidade de ação melhor poderão aquilatar da pertinência e oportunidade da livre escolha da sua escola. Assim como aqueles que podem manifestar maior abertura a novas ou diferenciadas propostas sociais.

0,7% 4,4% 4,4% 18,5% 33,3% 37,0% 0% 10% 20% 30% 40% menos da 4ª classe 1.º ciclo 2.º Ciclo 3.º Ciclo Ensino Secundário Curso Médio ou Superior

4. Habilitações literárias do Encarregado de Educação

Gráfico 13

Pode inferir-se da análise um desvio, por excesso, do valor percentual dos EEs com habilitações académicas de nível superior (37,0%). O mesmo será espectável inferir relativamente à situação dos EEs com habilitação de nível secundário (33,3%) e de nível básico (3º ciclo, 18,5%).

Reconhece-se que nem toda a população residente (Continente) com habilitação superior assume o encargo de encarregado de educação, tendo-se por tal em devida conta o evidente erro de ponderação.

Se se contrapuser os resultados obtidos com os valores estimados, tabela n.º 8, a partir dos dados disponíveis do INE (apenas estão disponíveis dados de 2001, à data do census 2011,) pode-se constatar que a população – homens e mulheres do continente – com curso de ensino superior completo representa 13,7% em relação à população ativa e com o 3º ciclo completo 38,2%.

Tabela 8 - Habilitações literárias do Encarregado de Educação vs. população residente (Continente)

Ensino INE67 2001 Inquérito desvio

Superior68 13,7% 37,0% + 23,3%

Secundário --//-- 33,3% --//--

Básico (3º ciclo)69 38,2% 18,5% -19,7%

Assim confirma-se um desvio por excesso de 23,3% relativamente aos EEs com habilitações superiores e um desvio por defeito de 19,7% relativamente aos EEs com habilitações de nível básico. Não se encontraram junto do INE dados relativamente ao ensino secundário.

Este enviesamento da amostra, porém, não tem tanto reflexo, tanta influência na distribuição percentual do nível de rendimentos das famílias, mais em linha com a realidade vivida no país, com percetível exceção, por defeito, dos escalões mais baixos (1º e 2º) de IRS (até 7.250€ anuais; 14,8%), conforme análise do gráfico 14. Constata-se também que o nível de rendimentos mais representativo (3º escalão) se situa na chamada “classe média, média baixa” (46,7%), com rendimentos mensais médios de cerca de 900€, e o segundo nível mais representativo (3º escalão, 27,4%) com rendimentos mensais médios de cerca de 2.000€ –

embora, neste nível, com um intervalo entre extremos muito amplo para a realidade portuguesa, 1.285€ a 2.965€ mensais. Os níveis mais elevados (6º e 7º escalões) representam 7,4% das respostas obtidas. Foram omissos 3,7% dos respondentes.

67

Instituto Nacional de Estatística.

68

http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=ine_censos_indicador&contexto=ind&indOcorrCod =0000536&selTab=tab10 (acedido em 29.Out.º/2011).

69

http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=ine_censos_indicador&contexto=ind&indOcorrCod =0000662&selTab=tab10 (acedido em 29.Out.º/2011).

14,8% 46,7% 27,4% 5,9% 1,5% 0% 10% 20% 30% 40% 50% menos de 7.250€ de 7.250€ até 18.000€ de 18.000€ até 41.500€ de 41.500€ até 60.000€ mais de 60.000€

5. Nível de rendimentos colectáveis anuais

Gráfico 14

Não se pode garantir que a informação prestada e apresentada corresponde ao rendimento tributável do EE ou sim do agregado familiar (no seu conjunto), mesmo até se não se obtém do rendimento salarial líquido anual.

Resulta da leitura do gráfico 15 que os Encarregados de Educação são maioritariamente trabalhadores por conta de outrem (69,6%) e afetos ao setor público (42,2%), surgindo como segunda atividade profissional mais significativa os trabalhadores por conta própria ou independentes (19,3%). Juntas, estas duas áreas profissionais representam 88,9% dos respondentes. Foram omissos 2,9% dos respondentes.

69,6% 25,9% 42,2% 19,3% 3,0% 2,2% 3,0% 0% 15% 30% 45% 60% 75%

Trabalhador(a) por conta de outrem Sector privado Sector público Trabalhador(a) por conta própria Administrador(a) ou Gestor(a) Reformado(a) Com ocupação fiscalmente não tributável

6. Profissão Encarregado de Educação

Gráfico 15

De inferir que se se assumir que os trabalhadores independentes (19,3%) operam exclusivamente no setor privado da economia, estes em conjunto com os “trabalhadores por conta de outrem” afetos ao setor privado (25,9%) representam 45,2% dos respondentes, “contra” 42,2% a operar no setor público (exclui-se intencionalmente deste cálculo os

reformados), o que confere na prática uma igualitária distribuição dos respondentes entre estes setores. 9,6% 12,6% 4,4% 73,3% 0% 15% 30% 45% 60% 75%

Primário (agricultura, silvicultura, pescas, indústria extractiva, construção civil…)

Secundário (indústria transformadora…)

Terciário (comércio, serviços…)

Outra

7. O sector de actividade

Gráfico 16

Quanto ao setor de atividade, gráfico n.º 16, surge em grande destaque o setor terciário (73,3%) em linha coerente com a formação e a profissão dos respondentes. O valor supera a média do país (65,5%) o que se entende face à amostra obtida. Os resultados obtidos são concordantes com dados nacionais, atendendo à área geográfica de aplicação do inquérito, à sua envolvente sócio-económica e assim, consequentemente, seria espectável um peso menor no setor secundário (12,6%) em relação ao valor obtido a nível nacional (29,9%), e, opostamente, um peso maior no setor primário (9,6%), em relação ao valor obtido a nível nacional (1,6%). Não identificaram o setor de atividade económica 4,4% dos respondentes, correspondendo aos EEs reformados ou com profissão fiscalmente não tributável (pode englobar situações de desemprego, trabalho doméstico, etc.).

Tabela 9–VABvs. Setor de atividade

SETOR DE ATIVIDADE70-(2009)

PORTUGAL

Primário 1,6%

Secundário 29,9%

Terciário 68,5% Fonte: INE

70

http://www.portugalglobal.pt/PT/InvestirPortugal/PorquePortugal/Norte/Paginas/AsRegioesdePortugal_Norte_ Economia.aspx (acedido em 30.Out.º/2011).

A distribuição urbana dos respondentes é maioritariamente citadina (41,5%) e nesta com 31,9% na sede de distrito. Na graduação descendente de representatividade surge a residência em “Aldeia” (31,1%) e nesta com 20,7% na sede de freguesia e por último verifica-se a vivência em “Vila” (22,2%) e nesta com 16,3% na sede concelhia. Pode inferir-se, com relativa segurança, de um grau, com algum significado, de urbanização social.

Esta “concentração” permite a existência, ou facilita o processo de estabelecimento de meios de transporte coletivos, sobretudo aqueles organizados e disponibilizados pelas entidades municipais, sendo por tal um fator de mobilidade facilitadora do eventual processo decisório na liberdade de escolher a sua escola.

31,1% 20,7% 22,2% 16,3% 41,5% 31,9% 0% 15% 30% 45% Aldeia. Se sim, é sede de freguesia?

Vila. Se sim, é sede de concelho? Cidade.

Se sim, é sede de distrito? 9. Vive numa…

Gráfico 17

De realçar que a urbanidade citadina com maior oferta de estabelecimentos de ensino e disponibilidade de uma rede (maior ou menor) de transportes coletivos permite repetir o argumento que serão estes segmentos da população a poder manifestar maior abertura a novas ou diferenciadas propostas sociais: a liberdade de escolher a escola….