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Capítulo Um Metodologia

3. Caracterização da escola

Passemos agora à caracterização da escola onde decorreu a investigação. É uma Escola Secundária com 3º ciclo, bem conceituada e bem posicionada no ranking nacional, situada na zona ocidental de Lisboa. Os seus alunos pertencem a um estrato social médio alto e alto. Do Projecto Educativo (2005) da Escola, foram extraídos os seguintes princípios gerais que a regem:

• A educação e a cultura são direitos das pessoas - têm valor por si mesmos e constituem o

objectivo a alcançar tanto pelos jovens como por todos os outros elementos da comunidade educativa;

• A liberdade de aprender e ensinar deve caracterizar a acção de todos os intervenientes da

Escola, no respeito pelo espírito democrático e pluralista, aberto ao diálogo e à livre troca de opiniões;

• O pluralismo cultural deve ser entendido como fonte de enriquecimento, pelo que os

membros desta comunidade educativa devem combater os preconceitos raciais e culturais promovendo o esclarecimento sobre o valor das diferentes culturas e formas de pensar;

• A Escola é entendida como local privilegiado de intervenção pedagógica e cultural;

• O ensino deve promover o pleno desenvolvimento e valorização dos alunos, pelo que

deve ser personalizado;

• A Escola quer reconhecer os interesses legítimos e as expectativas daqueles que serve;

• A Escola reconhece a família como primeira educadora dos jovens e adolescentes que a

procurem, tornando-a como principal e habitual interlocutora no que diz respeito à educação e à aprendizagem.

Os objectivos gerais desta escola são os que se apresentam a seguir: valorizar o saber; respeitar e valorizar as diferenças e o pluralismo cultural; inculcar o respeito pelos direitos dos outros; valorizar o estudo e a aquisição de conhecimentos; promover o sucesso escolar; promover a igualdade de oportunidades do sucesso escolar; incentivar a leitura e a escrita; desenvolver o gosto pela ciência e pelas actividades experimentais; estimular o gosto pela partilha de conhecimentos e saberes; estimular a criatividade e a sensibilidade estética dos alunos; desenvolver o espírito crítico e de iniciativa dos alunos; promover o respeito pelo ambiente; promover o respeito pelo património histórico-cultural; contribuir para o estabelecimento de hábitos de vida saudável; orientar na escolha de percursos escolares adaptados aos alunos; manter na escola a disciplina necessária para a existência de um clima de trabalho e de convivência que permita o cumprimento destes objectivos. (op. cit., 2005) Quanto aos espaços, recursos e serviços, esta escola dispõe de vinte e uma salas destinadas à leccionação de aulas, várias com utilização polivalente. Para além destas salas, a escola

oferece os seguintes espaços para a prática lectiva: Atelier de Artes (três); Laboratório de Biologia; Laboratório de Física; Laboratório de Matemática equipado com 8 computadores; Laboratório de Química; Oficina de Educação Tecnológica equipada com 2 computadores; Sala de Audiovisuais com 1 computador pessoal; Sala de Desenho (duas); Sala de Geografia equipada com 2 computadores; Sala de Informática (com 16 computadores); Sala Multimédia (equipada com 16 computadores); Ginásio; Campo exterior relvado; Campos de jogos exteriores; Sala de Musculação e sala 16 equipada com 1 computador.

A escola dispõe ainda de: Biblioteca/Centro de Recursos equipada com 6 computadores; Sala CEM – Centro de Estudos Multiusos equipado com 1 computador; Papelaria/Reprografia; Refeitório; Bar; SASE – Serviços de Acção Social Escolar e o SPO – Serviços de Orientação Profissional; duas Salas de Professores, uma sala de Directores de turma e Serviços Administrativos.

Quanto a equipamentos informáticos a escola possui ao serviço dos alunos 53 computadores pessoais e 14 computadores portáteis ao serviço dos alunos, o que equivale a um total de 64 computadores com acesso à Internet e a uma média de 12,7 alunos por computador. Este valor é muito semelhante ao rácio nacional que é de 12,8 alunos por computador no ano de 2006/2007 para o ensino Público, conforme publicado no site do GEPE.

Relativamente ao Projecto Curricular de Escola, esta ministra o 3º Ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário, em ensino diurno. A nível do ensino nocturno, possui o 3º Ciclo do Ensino Básico Recorrente, o Curso EFA e ainda o Ensino Secundário Recorrente por Módulos.

A escola tem uma capacidade definida de 800 alunos, correspondentes a 35/37 turmas no ensino diurno e de 300 alunos no ensino nocturno.

No que diz respeito à área curricular, a escola desenvolve um esforço de adequação da sua oferta específica à estruturação de currículos coerentes que respondam às expectativas dos alunos, que se adaptem às capacidades dos espaços físicos e ao quadro de competências dos professores/profissionais que possui. O quadro de organização curricular apresenta as seguintes características:

E n si n o d iu rn

o Ensino Básico - 3º Ciclo do Ensino Básico

Ensino Secundário

- Curso de Ciências e Tecnologias - Curso de Ciências Socioeconómicas

- Curso de Ciências Sociais e Humanas - Curso de Artes Visuais

E n si n o n o ct u rn o Ensino Básico

- 3º Ciclo do Ensino Básico Recorrente por Unidades Capitalizáveis

- Curso EFA B3 Ensino recorrente de nível

Secundário por Módulos

- Curso de Ciências Sociais e Humanas – 11º e 12º anos

Tabela 1 – Organização curricular da escola

De acordo com a organização curricular, relativamente ao Ensino Básico, no ano lectivo de 2007/2008, a escola foi autorizada a abrir 6 turmas do 7º ano, 6 turmas do 8º ano e mais 6 turmas do 9º ano do Ensino Básico. Assim, no 3º ciclo deste nível de ensino, matricularam- se 441 alunos, distribuídos por 18 turmas.

No Ensino Secundário estão matriculados 412 alunos distribuídos do seguinte modo: No décimo ano por: três turmas de Ciências e Tecnologias com Biologia e Geologia e Física e Química, como disciplinas bienais de opção; duas turmas de Ciências Socio-económicas, ambas com Economia A, sendo a segunda opção Geografia A ou História B; uma turma de Artes Visuais com Geometria Descritiva e História da Cultura e das Artes e uma turma de Línguas e Humanidades com Geografia e Literatura Portuguesa.

No décimo primeiro ano, por duas turmas de Ciências e Tecnologias; uma turma de Ciências Socio-Económicas e uma turma de Artes Visuais, com a disciplina bienal de História da Cultura e das Artes.

No décimo segundo ano, a escola tem duas turmas de Ciências e Tecnologias, uma com Biologia, a segunda com Física ou Psicologia B como opções anuais; uma turma de Ciências Socio-económicas com Sociologia; uma turma de Artes Visuais com Oficina Multimédia; estas duas turmas estão juntas na Formação Geral e uma turma de Ciências Sociais e Humanas com Sociologia ou Psicologia B.

Se, no ensino diurno, a escola tem cerca de oitocentos e cinquenta alunos, já no ensino nocturno tem pouco mais do que 40 alunos, distribuídos pelos Ensino Básico Recorrente e

11º e 12º anos do Curso de Ciências Sociais e Humanas do Ensino Recorrente de nível secundário por Módulos. Neste curso, não se abriu o décimo ano, por haver em Julho, data em que é decidido pelo Ministério de Educação o número de turmas e cursos que a escola abrirá, um reduzido número de alunos matriculados. Como os adultos podem matricular-se até Dezembro, há um desfasamento entre a data das reuniões da rede escolar e as datas de matrícula dos alunos. Também o Ensino Secundário Recorrente por Unidades Capitalizáveis foi extinto, o que justifica um número tão reduzido de alunos no nocturno. O presente ano lectivo, 2007/2008, será o último em que existirá o Ensino Básico Recorrente. Entretanto, este foi já substituído pelos Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA), tendo sido criada uma turma.

O número de professores efectivos da escola é de 103, encontram-se destacados noutras escolas 13 professores, requisitados por instituições oficiais 5 e 1 em comissão de serviço. Os Departamentos Curriculares e os Grupos Disciplinares, no plano curricular, exercem um papel essencial na coordenação da implementação dos currículos, de forma exigente e coerente e, em cada momento, adaptada às realidades específicas da escola. (Projecto Educativo, 2005)

Esta escola desenvolve várias actividades que visam a apropriação do saber e do saber fazer, recorrendo quando necessário à colaboração de entidades exteriores ou especialistas que, pontualmente ou de forma continuada, se constituem como parceiros na missão educativa, em função das propostas provenientes dos Departamentos Curriculares, dos Grupos Disciplinares, de projectos multidisciplinares e dos Conselhos de Turma.

No que concerne a projectos de complemento curricular, a escola tem privilegiado os projectos que, centrados no envolvimento dos alunos, contribuem para a aquisição de saberes diversos. Para além do desenvolvimento de programas a que a escola adere pontualmente, como resultado de um intercâmbio com outras entidades promotoras de ensino, formação e cultura, as actividades de complemento curricular encontram-se focalizadas em projectos plurianuais que, em concordância com os objectivos anuais definidos, desenvolvem a realização de actividades em diversas áreas. (Projecto Educativo, 2005) A escola está envolvida nos seguintes projectos: Ambiente e Reciclagem; Arquivo de

Memórias; CEM – Grupo Cem Ideias; CETA – Cessação de Tabagismo na Adolescência; Desporto Escolar; Educação para a Saúde – Alimentação; Festa de Encerramento do Ano Lectivo – “Smashing Awards”; Jornal da Escola; Oficina da Ciência; Oficina da Matemática; Oficina Multimédia; Oficina da Escrita e Página da Escola na Internet.

4. A amostra

Conforme Carmo e Ferreira (1998), entende-se por amostra “uma parte ou subconjunto de uma dada população ou universo” que se pretende estudar. (p.191)

Coexistem dois tipos de amostragem: a probabilística e a não probabilística. Na primeira, a amostra é obrigatoriamente aleatória; já na segunda a amostra é seleccionada em função de critérios considerados pertinentes pelo investigador, tendo em conta os objectivos do estudo. Os elementos que compuseram a nossa amostra foram os alunos de três turmas do nono ano de escolaridade e de três turmas do décimo segundo ano, que se encontram, respectivamente, no último ano do Ensino Básico e no último ano de Ensino Secundário, cujas idades se situam entre os 13 e os 15 anos e entre os 16 e 18 anos de uma Escola Secundária com 3º Ciclo de Lisboa, num total de 132 alunos. Desta forma, podemos referir que utilizámos uma amostra não probabilística, mais concretamente uma amostragem por conveniência ou intencional, já que utilizámos um grupo de alunos que estava disponível e em que a escolha das turmas foi da competência da Presidente do Conselho Executivo da Escola.

Como referido por Hill & Hill (2005) “Neste método os casos escolhidos são os casos facilmente disponíveis (muitas vezes, os amigos e os amigos dos amigos).” (p. 49)

Embora o método de amostragem por conveniência seja fácil, barato e rápido, tem, no entanto, uma desvantagem; os resultados e as conclusões não podem ser extrapolados com confiança para o universo, aplicam-se unicamente à amostra, o que tem a sua justificação no facto de não existir a garantia de que a amostra seja representativa do universo em estudo. (Hill & Hill, 2005) Referem estes autores que “No caso de uma amostra por conveniência muitas vezes não é óbvio identificar o Universo do estudo.” (p. 50)