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A sala de atividades onde realizámos a nossa prática era a única que acolhia crianças em idade pré-escolar, pelo que a faixa etária se situava entre os 3 os 6 anos de idade.

Tal como Silva, Marques, Mata, & Rosa (2016, 23) referem, “O estabelecimento educativo deve organizar-se como um contexto facilitador do desenvolvimento e da aprendizagem das crianças, proporcionando também oportunidades de formação dos adultos que nele trabalham.” No caso da sala de atividades que tivemos a oportunidade de integrar, esta não era muito ampla, mas reunia as condições necessárias para o desenvolvimento e aprendizagens das crianças. Por sua vez, o facto de o grupo ser reduzido permitia que as crianças se movimentassem com maior facilidade, proporcionando assim um ambiente agradável e facilitador de aprendizagens nas várias áreas de conteúdo.

O espaço educativo requer uma constante atenção por parte do educador, pois em conjunto com as crianças este pode e deve ser alterado sempre que assim se justificar. Esta situação foi visível na sala de atividades onde decorreu a nossa prática. Inicialmente eram oito as áreas que constituíam a sala: as construções, a garagem, as expressões, a casinha, a escrita, os jogos, a leitura e o quadro. Posteriormente, em conversa com o grupo, a educadora chegou à conclusão que seria importante realizar algumas alterações na sala de atividades. Foi então que surgiu a área do teatro e se reduziu a área da casinha. Segundo a educadora cooperante, é importante que as crianças se sintam bem na sala de atividades, uma vez que este é um espaço delas. Desta forma, sempre que se justifique, o educador em conjunto com as crianças deverá

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proceder às alterações que considerarem necessárias na organização da sala. Silva, Marques, Mata, & Rosa (2016, 17) salientam que “A apropriação desse ambiente por parte das crianças contribui para o desenvolvimento da sua independência, sendo que as oportunidades de participação nas decisões sobre essa organização favorecem a sua autonomia.”

As áreas das construções e da garagem encontravam-se ao lado uma da outra, onde encontrávamos legos, outros elementos de construção, carros, uma garagem e um tapete alusivo a uma estrada. De seguida, apresentava-se a área das expressões, que se encontrava junto à bancada de pedra, onde estava uma torneira de água. Como sabemos, é frequente as crianças utilizarem a água para lavar pinceis, as mãos e outros materiais que utilizem nos seus trabalhos. A esta área pertencia um cavalete para pintar com tintas e uma mesa onde podiam utilizar aguarelas, brincar com a plasticina e/ou massa de cores, bem como com os seus moldes. A área da casinha foi aquela que sofreu alterações. Inicialmente era composta pelo fogão, pelo móvel onde se arrumavam os utensílios de cozinha, uma mesa com bancos, uma cama com bonecos, um guarda-roupa, e a loja, bem como todos os elementos que fazem parte desta área, desde frutas, pratos, copos, talheres, perfumes, roupas, entre outros. Após a alteração, a casinha deixou de ter a cama e o guarda-roupa, para que outra área pudesse surgir. Foi então que se introduziu uma nova área, do teatro. Esta tinha um baú com alguns fantoches e peças de roupa, para que as crianças pudessem dramatizar. Em relação à área da escrita, era nesta que decorriam as atividades orientadas pela educadora cooperante. Desta faziam parte tesouras, cola, lápis, canetas de feltro e picos. Neste seguimento apresentava-se a área dos jogos. Esta era composta por uma panóplia de jogos que estavam à disposição das crianças numa estante de madeira. Ao lado encontrava-se a área da leitura, sendo aqui que o grupo podia “ler” os livros de histórias que se encontravam na estante à sua disposição. Por fim, na área do quadro as crianças podiam desenhar com giz no mesmo.

Para que existisse organização nas áreas, cada uma tinha um determinado número de elementos que a podiam frequentar. O número era determinado pelas tiras de velcro que estavam na placa com o nome da área. Cada criança tinha um boneco desenhado por ela própria, o seu autorretrato, que posteriormente foi recortado e plastificado. Este boneco era colocado no velcro que estava na placa com a designação da área em questão, de modo a saber- se quantas crianças lá se encontravam. Podemos dar como exemplo a área dos jogos, sendo esta a área que podia acolher mais elementos. Nos jogos podiam estar seis crianças, o que significa que na placa com a designação de “JOGOS” encontrávamos seis tiras de velcro. Quando todas elas estivessem ocupadas, mais nenhuma criança poderia escolher esta área, tendo que optar por outra que não estivesse totalmente preenchida.

A sala de atividades era decorada com a documentação realizada pelo grupo, quer nos placares, quer nas paredes. Por sua vez, e para que também a família tivesse conhecimento do que ia sendo desenvolvido, no hall de entrada também eram expostos alguns trabalhos. Na sala constava também um quadro de presenças e a folha de registo do estado de tempo. Diariamente uma criança era designada de “chefe”. Este cargo era atribuído consoante a ordem que se

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encontrava no quadro das presenças. Ao “chefe” cabia-lhe chamar as crianças para marcar a sua presença, fazer o registo do tempo e ajudar quando fosse solicitado.