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MATERIAL E MÉTODOS

CARACTERIZAÇÃO DAS FAZENDAS HISTÓRICAS

Para a elaboração da pesquisa foram selecionadas três fazendas históricas paulistas como estudos de caso, a saber: Fazenda Bela Vista, Fazenda Quilombo e Fazenda Santo Antônio da Água Limpa. A escolha destas propriedades seguiu o seguinte critério de seleção:

1. Serem membros da Associação Fazendas Históricas Paulistas e terem estado inseridas como participantes no Projeto de Pesquisa em

Políticas Públicas/FAPESP - Patrimônio Rural Paulista: espaço privilegiado para o ensino, a pesquisa e o turismo.

2. O seu patrimônio material e imaterial existente, levando em consideração a riqueza histórica e cultural das propriedades e aspectos arquitetônicos, paisagísticos e ambientais (áreas naturais e campos de cultivo agrícola).

3. Ofertarem programas de recepção de pessoas para atividades de turismo cultural e/ou rural, contando com atividades recreativas, turísticas ou com programas de educação patrimonial e/ou ambiental desenvolvidos nas propriedades.

4. Estarem localizadas em Regiões de Governo distintas no Estado de São Paulo.

Os ambientes das três fazendas são bastante distintos, tanto do ponto de vista de suas características geográficas e ambientais, como de suas atividades produtivas. Dessa forma, seu entorno e suas áreas de domínio apresentam locais que ainda mantém suas fisionomias naturais bem conservadas, mesmo que tenham sido degradadas no passado, bem como áreas de cultivo agrícola (tradicional ou não) e estão próximas de núcleos urbanos consolidados, permitindo que sua paisagem seja bastante diversificada.

O Grupo Fazendas criou também uma classificação das fazendas por tipologia, baseada no grau de interesse dos proprietários, na expectativa que possuíam do PPPP-FAPESP, na sua capacidade de organização e nos recursos disponíveis para promover suas atividades relacionadas ao patrimônio material e imaterial que possuem. São três tipologias, a saber:

Tipologia 1: Aquelas que possuem patrimônios material e imaterial significativos, em fase de pesquisa e registro. Tais propriedades se encontram em fase de organização para receber turistas e escolares, mas ainda não iniciaram a divulgação da sua riqueza cultural e desejam uma assessoria especializada da universidade, através da presente pesquisa54, para realizar essa tarefa com competência e qualidade.

Tipologia 2: Aquelas que, tendo seu patrimônio cultural (material e imaterial) pesquisado e registrado, já se organizaram e iniciaram timidamente processos de divulgação, atraindo localmente grupos interessados em conhecer a propriedade e desfrutar de um turismo tipo ‘day use’, explorando seus espaços e vivenciando algumas atividades culturais. Gostariam de receber orientação da equipe de pesquisadores para melhorarem o acolhimento aos visitantes e proporcionarem a eles vivências culturais mais significativas. Algumas dessas propriedades já recebem turistas (principalmente estrangeiros) que permanecem por um fim de semana, acompanhando as atividades realizadas na fazenda, vivendo nos quartos desocupados da casa- sede e se alimentando à mesa com os membros da família proprietária, numa modalidade turística denominada ‘turismo de habitação’. Também costumam receber crianças e adolescentes, trazidos pelas escolas dos municípios vizinhos que experimentam uma educação patrimonial in loco, orientada por professores locais ou pelo proprietário, que possui formação universitária. Quando os grupos de visitantes são muito numerosos os fazendeiros costumam contratar estudantes universitários da região para realizar, na função de estagiários/monitores, as explicações de caráter histórico dos seus acervos patrimoniais de caráter material e imaterial.

Tipologia 3: Aquelas que investiram capital significativo e adaptaram seus espaços para o recebimento de hóspedes, se transformando em hotéis-fazenda. Elas oferecem hospedagem de alto nível, acompanhada de atividades como ‘trecking’ por trilhas especialmente preparadas, cavalgadas diurnas e ao luar ou, até mesmo, expedições de vários dias, a cavalo, para conhecer o interior do estado e outras propriedades da região. Na maioria delas, entretanto, quem realiza o atendimento diferenciado dos hóspedes, agregando às atrações oferecidas o toque da narração de saborosas histórias sobre o passado da fazenda, são os proprietários ou seus familiares (raramente encontramos um funcionário, que já vive há muitos anos na propriedade, prestando alguma ajuda), pois fica muito difícil delegar essa tarefa a jovens estagiários de nível universitário, porque além da formação histórica, há de estar presente também um conhecimento especial sobre as especificidades locais.55.

54

A pesquisa a que se refere este trecho do texto está relacionada com os objetivos globais do

PPPP-FAPESP - Patrimônio Rural Paulista: espaço privilegiado para o ensino, a pesquisa e o turismo.

55

A fazenda Bela Vista se enquadra na tipologia 3, enquanto as fazendas Quilombo e Santo Antônio da Água Limpa estão categorizadas na tipologia 2. Ressalta-se, entretanto, que a fazenda Quilombo não recebe hóspedes para pernoite, restringindo sua atuação às atividades de turismo cultural e ao seu programa próprio de educação patrimonial, cujo público é formado por grupos específicos de turistas ou de escolas e universidades nacionais ou internacionais.

Para poder caracterizar cada uma das três fazendas selecionadas, cabe apresentar sua localização, bem como de seus municípios, no mapa do Estado de São Paulo. Assim, segundo os dados da Secretaria de Planejamento e Gestão, o Estado possui 13 Regiões Administrativas (RA), que contabilizam 41 Regiões de Governo (RG), conforme pode ser observado na Figura 1. A RG de Araraquara e a RG de São Carlos, na qual está inserido o município de Dourado (Fazenda Bela Vista), estão subordinadas à RA Central. A RG de Limeira (município da Fazenda Quilombo) e a RG de São João da Boa Vista, na qual está inserido o município de Mococa (Fazenda Santo Antônio da Água Limpa), estão subordinadas à RA de Campinas. Na Figura 2 é possível notar a localização dos municípios através das marcas de destaque no mapa do Estado de São Paulo.

Figura 1 – Mapa das Regiões de Governo do Estado de São Paulo. (fonte: Instituto Geográfico e Cartográfico -

IGC – Secretaria de Planejamento. Governo do Estado de São Paulo. 2002).

Figura 2 - Mapa das Regiões de Governo do Estado de São Paulo – Localização dos municípios de Dourado,

Limeira e Mococa. (Imagem editada a partir de: Instituto Geográfico e Cartográfico - IGC – Secretaria de Planejamento. Governo do Estado de São Paulo. 2002).

Fazenda Bela Vista

A fazenda Bela Vista está localizada no município de Dourado, inserido na Região de Governo de São Carlos, subordinada à Região Administrativa Central do Estado de São Paulo. O município de Dourado foi fundado em 19 de maio de 1897, está a 699 metros de altitude, possui 202 quilômetros quadrados de relevo montanhoso e com predomínio de Cerrado. A produção agrícola e a pecuária são preponderantes em seu território, que conta com aproximadamente 10 mil habitantes, sendo que destes, 92% vivem em área urbana. Dourado está localizado em uma zona de clima quente, com temperaturas anuais médias em torno de 20 graus Celsius, com rica hidrografia, em que se destaca o Rio Jacaré-Pepira.56

Figura 3 - Mapa de localização do município de Dourado no Estado de São Paulo. Extraído de

https://pt.wikipedia.org/wiki/Dourado em 21 de dezembro de 2015.

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As fontes de informação utilizadas para a caracterização do município foram: (DOURADO-SP, 2016), (BENINCASA, 2007), (CORREIA; BORTOLUCCI, 2013), (HEFLINGER, 2013), (PARAIZO, 2013).

Figura 4 – Mapa de Divisão Administrativa da Região Central do Estado de São Paulo. (Imagem editada a partir

de: Instituto Geográfico e Cartográfico – IGC / Secretaria de Planejamento e Gestão. Governo do Estado de São Paulo. 2015).

As origens do município remontam ao movimento migratório iniciado a partir de Minas Gerais no início do século XIX, em virtude do declínio produtivo das minas de ouro, ocasião em que houve deslocamento de pessoas para a região de Araraquara e São Carlos, conhecida então como “Boca do Sertão”. Esse movimento migratório originou uma série de municípios paulistas, em especial na região Norte e Central do Estado de São Paulo. Assim, no sítio conhecido por “Serra do Dourado”, algumas famílias foram se estabelecendo desde 1850. Pouco depois, o capitão José Modesto de Abreu, um dos mais antigos moradores do local, doou uma gleba de terras incultas, situadas na “Serra do Dourado”, dando início à formação do povoado local, que recebeu o nome de São João Batista de Dourados.

Com a abolição e a introdução do café no interior paulista, o povoado sofreu grande transformação, em especial com o significativo volume de imigrantes italianos e espanhóis que foram trabalhar na lavoura cafeeira. Cabia ao Doutor Carlos Botelho, a responsabilidade pelo serviço de imigração, e com ele trabalhava Everaldo Valin Pereira de Sousa, avô do Sr. Pedro Luis de Aguiar (Pedroca – proprietário da fazenda Bela Vista), que tinha a função de acomodar os colonos imigrantes nas fazendas locais. De 1891 a 1930, a agricultura exerceu papel determinante na vida econômica do recém-criado município, em especial depois da virada do século.

Contando com a instalação da Companhia de Estrada de Ferro do Dourado (Douradense), o café chegou a quase 60% das propriedades de Dourado, ocupando mais de 60% do território, antes da crise de 1929. A cidade contava com 18 mil habitantes, a imensa maioria estabelecida na zona rural. Pela ferrovia, Dourado estava conectado a outros municípios próximos e também a Santos e São Paulo, de forma a viabilizar as exportações do café da região. Após a crise internacional de 1929, o algodão e o milho substituíram o café de forma gradual, assim como outras culturas de subsistência. A população, que chegou a cerca de 18 mil habitantes, regrediu para os atuais 10 mil habitantes, e destes, não chega a 10% os que vivem na zona rural da cidade atualmente.

Foi nesse contexto que foi fundada, em 1860, a fazenda Bela Vista. Como ocorreu com a grande maioria das propriedades históricas do mesmo tipo, suas dimensões originais foram sendo repartidas em glebas e divididas entre herdeiros e/ou foram repassados mediante arrendamento ou venda para outros interessados. Atualmente ela possui 32 alqueires, dos 504 alqueires da época de sua fundação, em que se destacam uma topográfica singular, formada por um platô bastante plano, que está rodeado à Sudoeste por escarpas com cerca de 200 metros de desnível, até a planície do Ribeirão Bebedouro, afluente do Rio Jacaré-Pepira. Tal situação se repete em outras propriedades, sendo uma característica do município essa conformação topográfica, de maneira que nestas escarpas, justamente pela impossibilidade de mecanização agrícola, a vegetação nativa conseguiu se reestabelecer desde os tempos do café. No restante das áreas mecanizáveis, sobressai o plantio de cana de açúcar e de outras culturas em menor proporção, como milho, café e algodão.

No caso da Bela Vista a abundância natural é ainda mais evidente, pois o Sr. Pedroca e demais moradores do local, desde muito tempo, tem por hábito efetuar plantios de árvores e preservar as áreas de matas e de topográfica acidentada, o que faz com que a região onde estão localizadas as edificações do hotel fazenda, casa sede e as antigas casas de colonos (chalés), sejam resguardadas por natureza exuberante, em que se destacam a vegetação típica de Cerrado e de Cerradão, com predominância de espécies vegetais nativas desses biomas, além de variedades nativas e exóticas plantadas pelos habitantes, sobretudo frutíferas como as mangueiras, sapotis, jerivás, jabuticabeiras entre outras.

O Hotel Fazenda, que se define como uma “fazenda que recebe”, foi criado em 1983 por uma necessidade financeira, tendo em vista que as plantações de café, milho e algodão tinham deixado de ser rentáveis na região na década de 1980. A idéia da criação do hotel na fazenda partiu de amigos norte-americanos do Sr. Pedroca em razão de um de seus filhos, costumeiramente, passar temporadas realizando intercâmbios em fazendas de produção agrícola no estado de Indiana nos Estados Unidos.

A Fazenda se destaca especialmente pelas cavalgadas, coordenadas pelo proprietário com o apoio de pessoal capacitado e alinhado com a filosofia de trabalho da fazenda. O Sr. Pedroca é internacionalmente reconhecido pelo ofício de cavaleiro, sendo membro do Royal Geographical Society57 e do Long Rider´s

Guild58. Tais passeios a cavalo, bem como as caminhadas em trilhas e os banhos em cachoeiras, que contam com organização profissional, são muito procurados pelos visitantes, em especial, pelos estrangeiros.

Além destas atividades é possível aos visitantes ter contato direto com o dia a dia de diversas culturas agrícolas da região, pois a fazenda possui boa convivência com as demais propriedades de seu entorno, o que permite que os passeios a cavalo tenham abrangência muito maior do que o território específico da propriedade. Dentre estas culturas, destacam-se a cana de açúcar, o café, o milho, eucalipto, capins diversos para consumo animal, entre outras que podem ser visitadas em diversos momentos do ciclo de produção, desde o plantio, passando pelo corte ou manutenção, até a colheita.

Também são observados muitos animais na fazenda e em seu entorno, sejam de pecuária diversa, com destaque para equinos, bovinos, suínos, caprinos e avinos, que podem ser observados ao longo dos passeios, além dos inúmeros animais selvagens existentes, em especial, os macacos e os quatis, muito frequentes na Bela Vista pela manhã e ao final do dia. São mais raros, mas ocorrem, encontros

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Fundada em 1830 na Inglaterra, a Royal Geographical Society se dedica desde então ao desenvolvimento e à promoção do conhecimento geográfico, bem como de sua aplicação aos desafios da sociedade e do meio ambiente. Para maiores esclarecimentos acessar:

http://www.rgs.org.

58 Fundada em 1994, a “The Long Riders' Guild” é a primeira associação internacional de

exploradores equestres, cuja admissão de membros ocorre somente por convite. Representa homens e mulheres que tenham cavalgado mais de 1.000 milhas continuas (1.600 quilômetros) em uma única viagem a cavalo. Para maiores esclarecimentos, acessar: http://www.thelongridersguild.com.

com cobras e outros animais típicos dos biomas de Cerrado, sem que tenham consequências prejudiciais aos visitantes. Em todas estas oportunidades existe a preocupação dos funcionários e proprietários de passar informações de ecologia e de aspectos de colaboração com a natureza local para os visitantes, ação que produz reflexão e entendimento de situações inusitadas aos moradores de centros urbanos, mas que são corriqueiras aos habitantes de zonas rurais.

Algumas atividades turísticas contam com auxílio de monitores esporádicos e/ou profissionais especializados, como é o caso das trilhas e das ações de observação de pássaros, cada vez mais frequentes na fazenda, uma vez que esta conta com grande diversidade de avifauna, com destaque para algumas espécies raras, que atraem visitantes interessados e especializados no assunto. Entre as atividades de ecoturismo, lazer e recreação disponíveis estão: bóiacross59, mountain- bike, rapel, canoagem, tirolesa, rafting, dentre outros esportes de aventura, típicos da região de Brotas. A fazenda dispõe ainda de um bom espaço para lazer com piscina, quadra esportiva, restaurante, salões e chalés para acomodação, além de quartos disponíveis na própria casa sede. Também estão disponíveis outras atividades recreativas para crianças na área do hotel, em especial jogos e ambientes destinados para ações lúdicas, como tênis de mesa, bilhar, playground coberto entre outras.

Em virtude do aumento da visitação de idosos, existe a intenção de contar com atividades específicas voltadas para a terceira idade, uma vez que a fazenda recebe mensalmente grupos de idosos provenientes da cidade de Americana / SP. A Bela Vista também se organiza mais fortemente para melhorar a recepção de grupos da rede de ensino, sobretudo de escolas da capital, que costumam se utilizar da fazenda para incursões de estudos do meio de maior duração (uma semana).

Tendo em vista que na época de apogeu do café na região, Dourado chegou a contar com cerca de 18 mil pessoas que habitavam a zona rural (e perto de 1.500 na cidade), existiam muitas festividades nas fazendas, sobretudo com a presença dos imigrantes que viviam em colônias. Dessa maneira, além de um significativo patrimônio material, representado por edificações, utensílios, móveis e tantos outros

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Atividade recreativa que consiste em seguir flutuando em bóias o curso hídrico de um rio ou córrego com quedas d’água.

itens, ainda podem ser observados depoimentos de pessoas relatando que eram famosos os bailes da Fazenda Santo Antônio, as festas de São João (com diferentes padroeiros), as Quermesses, as rodas de viola e os jogos de futebol entre os times das fazendas.

Havia tradição de comidas típicas como vatapá, galinhada, nhoque, carne de caça conservada na banha de porco, além de arroz, feijão, linguiça e muitos doces, com destaque para as geleias e compotas de frutas de época. Assim, também se produzia muito artesanato em função das necessidades das fazendas, como capas e roupas a partir de sacos de açúcar, balaios de taquara, assentos de palha de milho, tranças de couro, costuras e bordados.

Ainda existem muitos causos e lendas que envolvem a região, desde ocorrências de Lobisomem, Saci, Mula sem Cabeça até personagens locais, que por morrerem em locais específicos de algumas fazendas, ficaram eternizados, como ocorre na Bela Vista com o Dominguinhos da Tulha do café e a Velha da bica. Os contos mais recentes dão conta da existência e do contato com discos voadores que eventualmente frequentariam a região. Tais relatos ampliam em diferentes possibilidades as potencialidades de utilização do patrimônio material e imaterial da fazenda em atividades educativas, com ênfase considerável nas paisagens existentes, percebidas ou idealizadas.

Percebe-se pelas imagens atuais de satélite que na região de Dourado ainda predominam as atividades agrícolas, com uma série de campos de cultivo de produtos sazonais e de plantações perenes de eucalipto, de café e de citrus, além de áreas de pecuária bovina, principalmente. Entre todos os produtos sobressai a cana de açúcar, ocupando a maior parte da área plantada do município.

Nota-se que a área urbanizada da cidade é pequena em proporção à área rural, em contraste com o local de moradia de seus habitantes, predominantemente citadino, o que não impede uma parcela da população de trabalhar nas propriedades rurais, como ocorre com boa parte dos funcionários da Bela Vista, uma vez que as distâncias são relativamente curtas.

Figura 5 – Imagem aérea da localização da Fazenda Bela Vista em relação ao centro urbano do Município de

Dourado. Fonte: Imagem Basemap do ArcGIS 10.3. – Escala 1: 52.000 / Embrapa Monitoramento por Satélites / 2016.

Pode ser notada com nitidez a demarcação natural da encosta que configura o planalto em que esta situada a área urbana do município, como é verificado na Bela Vista. Trata-se da mancha mais escura, constituída de vegetação em estádio secundário de regeneração natural, que percorre o eixo Sudoeste-Nordeste na Figura 5, exibindo uma linha curvilínea mais escura (entre os campos de cultivo com recorte geométrico) na imagem. Nota-se que a fazenda Bela Vista ocupa uma posição incrustrada em uma das franjas da topografia, estando rodeada pela declividade vegetada por mata, o que configura a sua paisagem e os grandes pontos de visão a partir da região mais alta do terreno.

Figura 6 - Foto aérea da fazenda Bela Vista (limites da propriedade). Fonte: Imagem Basemap do ArcGIS 10.3.

– Escala 1: 12.500 / Embrapa Monitoramento por Satélites / 2016.

Pela Figura 6, em escala mais aproximada, é possível verificar a posição da fazenda entre a região coberta de vegetação arbórea, constituindo uma região aberta gramada em que estão localizadas as edificações principais do hotel fazenda, como as antigas casas de colonos, que são utilizadas como chalés para a hospedagem dos visitantes. São nítidas as áreas de pastagem e de plantação de eucaliptos (tom mais escuro ao Norte da imagem), além dos inúmeros campos de cultivo de cana de açúcar (tons de verde mais claro em que se percebem com maior destaque as curvas de nível do terreno), e das áreas de matas preservadas, que se localizam nas encostas da topografia.

Figura 7 - Foto aérea da fazenda Bela Vista (sede e entorno). Fonte: Imagem Basemap do ArcGIS 10.3.

Escala 1: 3.000 / Embrapa Monitoramento por Satélites / 2016.

A Figura 7 apresenta a situação da região que envolve a casa sede da fazenda e as demais edificações existentes, utilizadas diariamente para as atividades de recepção de visitantes e hospedagem. Na parte Sudeste da imagem estão localizadas as cocheiras e o terreiro de café, mais ao Norte/Nordeste as instalações da casa sede e do restaurante (centralizadas), junto ao espaço livre em