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MATERIAL E MÉTODOS

FICHA TÉCNICA DA FAZENDA BELA VISTA

Proprietários: Pedro Luis Dias de Aguiar (Pedroca) e Ana Marta Murgel Dias de Aguiar (Tuxa).

Endereço: Estrada de Dourado a Brotas, km 4,5 - Dourado – SP. Telefone: (16) 3345-1108

E-mail: fazenda.belavista@uol.com.br. Website: www.fazendabelavista.com.br

Área da Fazenda: 32 alqueires (76,80 hectares) – originalmente possuía 540 alqueires (cerca de 1.300 hectares).

Ano de Fundação: 1860.

Tipo de Habitação: Hotel fazenda com 65 leitos e acomodações distintas, variando de hospedagem na casa sede, em suítes anexas e em chalés independentes com excelente qualidade. Pensão completa, facilidades de pagamento e de reservas, monitores esporádicos e 15 funcionários treinados. O acesso ao local é bem sinalizado.

Programa de Educação Patrimonial/Ambiental: Não possui um programa oficial de educação, porém oferece uma série de atividades para escolas e grupos organizados, como estudos do meio, treinamentos em montaria e cavalgadas, bem como temporadas de imersão equestre cujo objetivo é o treinamento nas técnicas e práticas associadas ao trato com os cavalos. Atividades Turísticas e Recreativas: São inúmeras atividades recreativas ofertadas, com destaque para as cavalgadas (principal passeio da fazenda), mas também toda a sorte de ações de ecoturismo desenvolvida na região de Brotas, caminhadas em trilhas e em outras áreas rurais, massagens, banhos de cachoeira, confraternizações, festas e eventos diversos.

Fazenda Quilombo

A fazenda Quilombo está localizada no município de Limeira, na Região de Governo de Limeira, e inserida na Região Administrativa de Campinas do Estado de São Paulo. O município foi fundado em 09 de dezembro de 1830, está a 588 metros de altitude, possui 580 quilômetros quadrados e está situado na Depressão

Periférica60 com predomínio de solos férteis de terra roxa. Seu ponto mais alto é o Morro Azul, com 831 metros de altitude, referência para tropeiros e bandeirantes em seus percursos para o interior. Conta com aproximadamente 270 mil habitantes (4% na área rural), e são destaques a produção industrial, o setor de serviços bastante desenvolvido e a agricultura, fazendo do município a 24ª maior população do estado e uma das suas 25 maiores economias. Limeira está localizada em uma zona de clima tropical de altitude, com temperaturas anuais médias em torno de 22 graus Celsius, com rica hidrografia, em que se destacam o Rio Piracicaba e o Rio Jaguari, fonte de abastecimento da cidade61.

Figura 18 - Mapa de localização do município de Limeira no Estado de São Paulo. Extraído de

https://pt.wikipedia.org/wiki/Limeira em 21 de dezembro de 2015.

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A Depressão Periférica Paulista tem início na região de Monte Santo de Minas, onde se apresenta estreita; sua largura média, entretanto, chega a cem quilômetros. Caracteriza-se como uma faixa deprimida entre as escarpas de diabásio e arenitobasálticas, que delimitam sua borda ocidental e o Planalto Cristalino Atlântico, que delimita sua borda oriental. (VIEIRA, 1982).

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As fontes de informação utilizadas para a caracterização do município foram: (SCARIATO, 2011), (LIMEIRA-SP, 2016), (BENINCASA, 2007), (PARAIZO, 2013), (HEFLINGER, 2013), (CORREIA; BORTOLUCCI, 2013).

Figura 19 - Mapa de Divisão Administrativa da Região Central do Estado de São Paulo. (Imagem editada a partir

de: Instituto Geográfico e Cartográfico – IGC / Secretaria de Planejamento e Gestão. Governo do Estado de São Paulo. 2015).

A região de Limeira teve seu desenvolvimento atrelado à expansão da cultura do café, principalmente no fim do século XIX, avançando na urbanização e na industrialização que caracterizaram a evolução econômica de São Paulo. Conta a principal lenda de fundação da cidade que nas margens do Ribeirão Tatuibi, um afluente do Rio Piracicaba, havia uma parada utilizada pelos desbravadores das rotas dos sertões, conhecido como Rancho do Morro Azul. Numa dessas expedições viajava o Frei franciscano João das Mêrces, que ali morreu delirando de febre. Diz a lenda que o frei carregava “limas” para combater enfermidades, cujas sementes germinaram, dando nome à localidade, conhecida então como “Rancho da Limeira”. Em 1817, o Senador Vergueiro (Nicolau Pereira de Campos Vergueiro) formou a

fazenda Ibicaba na região com plantio de cana-de-açúcar. Por volta de 1830 o povoado passou à condição de freguesia e, em 1842, à Vila, com o nome de Limeira, iniciando-se ali a introdução do colono estrangeiro na agricultura paulista. Em 1863, Limeira foi reconhecida como cidade, chegando à comarca em 1875.

Da década de 1850, o Senador Vergueiro contratou imigrantes alemães, suíços, belgas e portugueses, para formar os cafezais da fazenda Ibicaba que se tornou grande produtora de café em 1865, tendo sido a maior produtora de café do Brasil. Atualmente, trata-se de um importante conjunto histórico formado pela sua sede, senzala, terreiros, aquedutos e outras dependências, fazendo parte do conjunto de fazendas históricas da cidade, em que também se destacam a fazenda Santa Tereza, a fazenda Ibicaba, a fazenda São Gerônimo, a fazenda Morro Azul e, posteriormente, a fazenda Quilombo.

A identificação histórica do município com a lavoura da laranja tornou a cidade conhecida como a “capital da laranja” e “berço da citricultura nacional”, em especial representado pelo cultivo da variedade “bahia”. Atualmente, apesar do cultivo da laranja ter perdido terras para a cana de açúcar e diminuído em importância em relação a outros setores econômicos, a cidade ainda figura como um dos maiores produtores do estado. Se em um primeiro momento o café impulsionou o desenvolvimento do município, posteriormente foi a laranja quem assumiu esse papel e ampliou sua participação produtiva, em especial a partir de 1970.

Limeira figurou como expoente de modernização agrícola, cujo desenvolvimento foi ainda facilitado pela proximidade com a capital e pela infraestrutura existente desde a época do café, tanto em termos ferroviários como de boas estradas, alavancando os empreendimentos agroindustriais e áreas de plantio agrícola na região. Sua posição estratégica no eixo São Paulo-Ribeirão Preto, bem como a ligação facilitada com outras cidades paulistas importantes regionalmente, como Araraquara e São Carlos, permitiu a diversificação da economia local, que progressivamente foi substituindo os produtos agrícolas pelas indústrias

metal/mecânica, de papel e celulose e, mais recentemente, pelo conhecido Arranjo

Produtivo Local62 de joias e folheados.

A fazenda Quilombo não está aberta à hospedagem, estando bem adaptada ao turismo de passeio. Trata-se de uma fazenda produtiva que possui entre suas atividades corriqueiras a produção de capim para feno (para alimentação de animais), de mangas e de café, sendo a única fazenda da região a manter o cultivo da rubiácea. Está especializada em inseminação artificial de equinos, e dispõe de pastagens para a criação e hospedagem de matrizes e controle de partos. Possui estrutura para hospedaria e para cuidados veterinários para cavalos de raças distintas, porém não promove a engorda de rebanhos na propriedade. Entre os demais animais produzidos com objetivos econômicos destacam-se as aves, sobretudo os gansos, perus e pavões.

A recepção aos visitantes ocorre em ambientes adaptados para tais finalidades, em especial na edificação que abrigava a antiga tulha, mas também nos demais relacionados com a produção e beneficiamento do café, que podem ser acessados pelos visitantes em pleno funcionamento. Tal situação permite desfrutar de um ambiente de imersão na história da fazenda, sobretudo no que se relaciona com essa cultura agrícola em especial. A antiga tulha possui, além dos ambientes adaptados para o programa de educação patrimonial da fazenda, uma boa infraestrutura de apoio. Conta com cozinha profissional, sanitários acessíveis e demais comodidades para eventos diversos, que foram mais explorados no passado pelos proprietários. Atualmente as locações dos espaços para eventos externos estão suspensas em virtude de riscos à segurança da família.

Entre as demais atividades de lazer disponibilizadas, que são acompanhadas pelos proprietários e/ou estagiários esporádicos, na medida em que exista o interesse e a vontade dos visitantes em realizar tais ações (devendo ser comunicadas previamente), destacam-se os passeios a cavalo e a trilha de turismo pedagógico até o topo do Morro Azul, através dos cafezais da fazenda. As atividades de lazer e educação desenvolvem-se em dias da semana para o turismo

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O Arranjo Produtivo Local (APL) é uma aglomeração industrial representando um tipo específico de rede, que pode contar com benefícios fiscais de interesse regional. Em Limeira, dentro desta

perspectiva, estão localizados todos os elos da cadeia produtiva do setor de semijoias, incluindo insumos; design; prestação de serviços; fabricação de peças brutas e acabadas e diversos canais de comercialização para o mercado nacional ou internacional. (THOMAZ et al., 2011).

pedagógico (turmas escolares) ou aos finais de semana para grupos diversos, preferencialmente, sendo que os principais visitantes têm origem nas escolas da região ou nas cidades de Campinas e de São Paulo.

A trilha de turismo pedagógico – em que os grupos de visitantes são conduzidos através das etapas da produção cafeeira, incluindo os campos de cultivo do café que ficam localizados morro acima, passando pelo topo do Morro Azul (ponto mais alto da topografia regional), até finalizar com a sua degustação na antiga tulha é a principal atração da fazenda. A dinâmica do programa educacional envolve um percurso na história de formação das fazendas da região, da cidade de Limeira e nas trajetórias de vida das gerações passadas da família, que remontam ao período de fundação da cidade. Tais atividades eram disponibilizadas pela Sra. Maria José Ferreira de Araújo Ribeiro (Zezé), doutora em educação pela UNICAMP e especialista em movimentos migratórios, sobretudo os regionais. Contando com o apoio de toda a família, em especial do Sr. Francisco, seu esposo e herdeiro da fazenda, tal situação promovia uma importante interação entre os participantes com o patrimônio material, imaterial e com os moradores da Quilombo.

Merecem destaque as atrações culinárias típicas da fazenda, que possuem forte embasamento em ingredientes cultivados na propriedade e em produtos criados pela família, caso dos pães e bolos diversos, do cordeiro assado entre outros. Vários produtos são produzidos, degustados e comercializados como parte do programa de educação patrimonial. Ao final das atividades, eram sempre servidos lanches especialmente preparados para os visitantes. Entre os produtos com grande aceitação figuram os queijos, as compotas e doces diversos, biscoitos e pães e, principalmente, o café.

Percebe-se, pelas imagens atuais de satélite, que na região em que está localizada a fazenda, na divisa entre os municípios de Iracemápolis e de Limeira, existe grande proximidade entre as áreas de cultivo agrícola (Iracemápolis) e a área urbanizada da cidade, sendo que a principal segregação entre a fazenda e o núcleo urbano é a Rodovia dos Bandeirantes / SP–348. Entre todos os produtos se sobressai a cana de açúcar, ocupando a maior parte da área plantada do município, conforme fica evidente na imagem da Figura 20.

Figura 20 – Foto aérea da fazenda Quilombo. Fonte: Imagem Basemap do ArcGIS 10.3. – Escala 1: 52.000 /

Embrapa Monitoramento por Satélites / 2016.

Pela visualização da Figura 20 pode-se notar que o crescimento do núcleo urbano de Limeira mantém-se acentuado em direção à sua divisa territorial, visto sua vocação agrícola estar migrando para a produção industrial e de serviços desde os anos 1950, fazendo da cidade pólo de atração regional. A fazenda localiza-se em um recorte da área do municipio que ainda possui campos de cultivo, e segregada da cidade pela Rodovia, porém em que as áreas protegidas vegetadas não são tão abundantes, situação distinta da que é encontrada no território vizinho, de Iracemápolis. Neste ponto, percebe-se que o recorte territorial se justifica pela presença do Morro Azul, marco natural da paisagem e historicamente importante para a região e para o estado desde antes da fundação de Limeira.

Figura 21 - Foto aérea da fazenda Quilombo (limites da propriedade). Fonte: Imagem Basemap do ArcGIS 10.3.

– Escala 1: 12.500 / Embrapa Monitoramento por Satélites / 2016.

Pela imagem da Figura 21 pode-se notar a presença da Rodovia dos Bandeirantes na porção Sudeste, a região do Morro Azul na parcela Norte da imagem, em que se destacam as manchas de cobertura vegetal preservadas, e a região do entorno da casa sede, com a plantação de café no centro da imagem (formando um desenho escalonado na vertical), os campos de cultivo de feno à Sul/Sudeste, o bosque de mangas a Sul e as demais áreas recobertas de cana de açúcar, também predominante na região.

Figura 22 - Foto aérea da fazenda Quilombo (sede e entorno). Fonte: Imagem Basemap do ArcGIS 10.3.

Escala 1: 3.000 / Embrapa Monitoramento por Satélites / 2016.

Na perspectiva aproximada, representada pela Figura 22, a paisagem da fazenda fica bem nítida, em que se destacam o terreiro de café na região central e próxima à casa sede e as demais edificações, a plantação de manga “Bourbon” na parcela Sul, os campos de cultivo de feno à Leste e a plantação de café, a única existente no município atualmente, à Oeste na imagem.

As próximas imagens (Figuras 23-32) pretendem apresentar ao leitor a paisagem rural encontrada na região do entorno da casa sede e demais edificações, representadas na Figura 22, a partir do plano de visão do observador no solo.

Figura 23 – Imagem da casa sede, do terreiro de café e entorno a partir do Morro Azul. Autor: Francisco Raphael de Araújo Ribeiro/2011.

Figura 24 – Imagem da casa sede, do terreiro de café, com as palmeiras imperiais (Roystonea oleracea) e com campos de cultivo ao fundo, com destaque para a plantação de laranja e de cana de açucar. Autor: Andre Graziano/2015.

Figura 25 – Imagem da cidade de Limeira a partir do patamar intermediário do Morro Azul. Autor: Andre

Figura 26 – Imagem de Mulungu (Erythrina verna) florida na base do Morro Azul, em que se destacam a parcela

de mata recuperada e as torres de transmissão de sinais de rádio, TV e telefonia celular. Autor: Andre Graziano/2015.

Figura 27 – Imagem da alameda de eucaliptos do acesso principal da fazenda com os campos de feno à direita. Autor: Francisco Raphael de Araújo Ribeiro/2011.

Figura 29 – Imagem do portão de acesso ao terreiro da fazenda, com palmeiras imperiais em destaque. Autor:

Figura 30 – Imagem da antiga tulha adaptada para a recepção de grupos e eventos, com arado de tração animal

Figura 31 – Imagem da casa sede da fazenda com o Morro Azul ao fundo. Autor: Haroldo Palo/2012.

Figura 32 – Imagem do armazém de beneficiamento de café da fazenda com o Morro Azul ao fundo. Autor Haroldo Palo/2012.