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Caracterização das pesquisas de acordo com sua distribuição temporal (periodização)

5 INDICADORES BIBLIOMÉTRICOS DA PESQUISA EM EDUCAÇÃO FÍSICA DESENVOLVIDA NA REGIÃO CENTRO-OESTE DO BRASIL

5.1 Análise bibliométrica das dissertações e teses

5.1.5 Caracterização das pesquisas de acordo com sua distribuição temporal (periodização)

No que diz respeito à distribuição temporal das pesquisas que compõe a amostra, seu período de produção compreendeu o levantamento de 1992 a 2010. Na Figura 7 podemos visualizar a dimensão temporal das pesquisas e tecer algumas considerações sobre o seu desenvolvimento histórico ao longo desse período.

Figura 7– Periodização das pesquisas nos PPGE (Programas de Pós-Graduação em Educação) à esquerda

e das pesquisas nos Programas de PPGEF(Programas de Pós-Graduação em Educação Física) à direita.

Podemos observar que as pesquisas produzidas na região Centro-Oeste, as quais tiveram como objeto de estudo a Educação Física, correspondeu a 18 anos39 de produção. Podemos ver que a primeira dissertação com temática voltada a essa área, defendida nos Programas da Educação40 dessa região,data-se de 1992.Mais recente

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Fazendo uma analogia as fases da vida, podemos dizer que esta produção encontra-se em plena fase de desenvolvimento e transição – da adolescência à juventude / adulta.

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Vale explicar que no Programa de Pós-Graduação em Educação da UNB por se tratar do programa mais antigo nesta região do país com início de curso em 1975, identificamos dissertações com temáticas em educação física produzidas a partir do final da década de 1970. Uma delas em 1977 desenvolvida por Maria Ângela Gouveia de Mello, intitulada “Enfoques estratégicos (...) – danças no ensino de 1° e 2°

1 1 2 3 1 2 1 1 8 5 6 3 1 1 Diss tese 2 2 4 1 3 7 6 2 1 1 1 Diss tese

ainda foi a produção da primeira tese, 2007. Já os programas da Educação Física dão os seus primeiros passos, com a primeira dissertação defendida em 2003, e a primeira tese, em 2008.

De fato, uma produção científica que podemos considerar bastante “jovem”,se comparada à trajetória da Pós-Graduação brasileira, já numa fase relativamente “madura”, a qual foi marcada na década de 1970,por sua institucionalização, regulamentação e expansão. Na área da Educação Física, somente no final dos anos 70, mais especificamente em 1977, teve início o primeiro mestrado da área no Brasil e na América Latina, na USP, São Paulo.Em 1979, nessa mesma universidade, a defesa da primeira dissertação (SILVA, 2005)

Diante dessa verificação, percebemos que a amostra estudada desde sua fase embrionária até 2010, se se considerar os estudos mais antigos, identificados no programa da Educação da UNB, acompanham em parte as fases de desenvolvimento da trajetória histórica da produção da pós-graduação brasileira.

Vale lembrar que enquanto os primeiros programas na área da Educação Física, localizados na região Sudeste e Sul já faziam mais de 20 anos de existência, iniciava-se em 1999, o primeiro programa de mestrado nessa área na região Centro-Oeste, na UCB/DF e, em 2003, como consta no gráfico acima, suas primeiras dissertações.

Pelos dados da Figura 7, podemos observar também que as pesquisas selecionadas para comporem a amostra estão distribuídas a partir da década de 1990 até 2010, de modo que, do total de 66 pesquisas, 61 dissertações e 5 teses, a maior concentração de defesas se dá na década de 2000, mais intensamente nos anos de 2006, 2007 e 2008 e 2009. Tal concentração corrobora com o crescimento vigoroso da pós- graduação da área 21, principalmente na área EF, pois em 2000 existiam 10 programas na área e em 2010, esse número passou para mais de 20 Programas em funcionamento, ou seja, num período de 10 anos, a quantidade de Programas de Pós-Graduação em Educação Física, mais que dobrou.

Outro fato pode estar relacionado às atuais demandas por mestres e doutores para suprir os cursos de graduação que, em âmbito nacional, está em torno de 800 cursos de EF e, mais especificamente, como já comentamos na Introdução deste estudo,

graus”; outra em 1982 por Mário Ribeiro Cantarino Filho, intitulada “A educação física no Estado novo: história e doutrina”; e, mais uma em 1991 por Paulo Roberto Corbucci, intitulada “Um esporte na escola em busca da emancipação do homem”. No entanto, por serem estudos mais antigos não encontramos estes trabalhos completos, razão pela qual não foi possível selecioná-los para compor esta amostra analisada.

na região Centro-Oeste já conta com 86 cursos de formação (graduação) na área, 18 cursos públicos e 68 privados.

Nessa lógica, a partir da dimensão temporal das pesquisas,foi possível estabelecer no percurso das análises, algumas denominações dos períodos e/ou fases dessa produção científica. Num primeiro momento, observamos uma fase

embrionária/gênese (1977 – 1992), período em que ocorreram as primeiras produções

que tinham como objeto de estudo a Educação Física em Programas de Pós-Graduação de áreas distintas, mais especificamente, naqueles em Educação. Posteriormente, observamos outra fase que denominamos de precursora (1993 – 2003), pois continuou o desenvolvimento de pesquisas em Educação Física nos programas da Educação, como também demarcou a chegada das primeiras dissertações (2003), defendidas em Programas de Pós-Graduação específicos da Educação Física nessa região do país.

A partir daí, observamos outra fase que denominamos de promissora (2004 – 2010) que alavanca um período de grande expansão e desenvolvimento, cujos pontos altos de produções se estendem de 2006 a 2009, período em que se concentrou o maior número de defesas tanto nos programas da Educação (20 defesas) quanto naqueles da Educação Física (15 defesas), correspondendo a mais de 50% da produção dos estudos aqui analisados.

Além disso, também no decorrer desse período, mais especificamente nos anos de 2007 e 2008, que foram produzidas as primeiras teses de doutorado nessa área do conhecimento. No ano de 2007, identificamos a primeira tese de doutorado que teve como objeto de estudo a área da Educação Física, defendida num Programa de Pós- Graduação em Educação (PPGE/UFG) desenvolvida por Tadeu João Ribeiro Baptista,intitulada “Educação do corpo: produção e reprodução”.Já no ano de 2008, as duas primeiras teses de doutorado produzidas no Programa específico da área da Educação Física (PPGEF/UCB/DF),uma desenvolvida por Gislane Ferreira de Melo, intitulada “Perfil psicológico de atletas brasileiros baseado na teoria do individualismo- coletivismo e na metodologia do modelo interativo” e a outra, por Gisele Arsa da Cunha, intitulada “Papel do sistema calicreína-cininas sobre os efeitos hipotensores e hipoglicemiantes do exercício em diabéticos tipo 2”.

Podemos designar esses fatos como um dos momentos marcantes na história da produção científica em Educação Física na região Centro-Oeste, bem como já apontam as características epistemológicas distintas das primeiras teses produzidas. De fato, a partir dos estudos analisados, constatamos que a produção de teses de doutorado

continua a crescer nesses programas e, portanto, suscitam autonomia dos pesquisadores para a formação de grupos de pesquisa na região. Por essa razão, podemos dizer que é uma produção que se encontra em sua fase promissora, que está em pleno

desenvolvimento e expansão. Portanto, não podemos ainda falar de um perfil ou

tendência de uma produção científica consolidada, mas em consolidação, pois, a partir de sua gênese e desenvolvimento, observamos características de uma produção que já exprime seus interesses, conflitos e hegemonia no campo.

Tais achados podem se tornar extremamente determinantes para compreendermos não apenas os rumos que a pesquisa em Educação Física nessa região tende a tomar, mas, sobretudo, oferecem a possibilidade de, a partir desses indicadores e características, intervenções por meio de novos estudos - com problematizações que surjam da prática e dos fenômenos da realidade - que ainda não foram motivo de preocupação,ou seja, dependendo da maneira de abordar uma problemática/uma realidade/um fenômeno/um objeto, os indicadores de análise da produção científica, tornam-se mediações e possibilidades concretas para apontar mudanças nos rumos de determinadas problemáticas/necessidades do conhecimento a ser produzido e consolidado.

No próximo capítulo, retomaremos essas análises, dando maior ênfase às periodizações, com intuito de retratar as dimensões históricas dessa produção científica, chamando a atenção aos momentos marcantes embutidos nesse contexto.

5.1.6 Áreas temáticas das pesquisas e as abordagens epistemológicas que orientam