• Nenhum resultado encontrado

Capítulo III Análise de dados

1. Componente Descritivo-interpretativa dos dados

1.1. Caracterização do Contexto Institucional: O CNO da Escola Secundária de

Como tem vindo a ser clarificado nos capítulos anteriores, a investigação foi desenvolvida no Centro Novas Oportunidades (CNO) promovido pela Escola Secundária de Loulé, entidade que conta com uma vasta experiência educativa no concelho e, desde há cerca de 40 anos, tem vindo a desenvolver ações educativas para adultos. Importa referir que, para além deste CNO, existem mais quatro no mesmo concelho, o que, apesar de Loulé ser o maior concelho do Algarve, não deixa de ser um constrangimento à sua atividade.

Este CNO foi legalmente instituído pelo Despacho 6950/2008, de 10 de Março, pelo que iniciou a sua atividade em 2008, sendo os seus recursos humanos constituídos por: nove Formadores, três Profissionais de RVC, uma Técnica de Diagnóstico e Encaminhamento (TDE), uma Funcionária Administrativa, um Coordenador e um Diretor.

A equipa técnico-pedagógica deste centro é constituída por: nove formadores e três profissionais de RVC. As formações de base desta equipa são diversificadas, dado que os formadores são professores de áreas como a Filosofia, a Geografia, a História, a Matemática, o Português, entre outras. No que diz respeito à formação académica das Profissionais de RVC, duas derivam das Ciências Sociais e Humanas, licenciadas em Psicologia e em Educação e Intervenção Comunitária e uma licenciada em Português e Francês.

As instalações do CNO situam-se no primeiro andar do Bloco A da Escola Secundária de Loulé, sem elevador e, são compostas por uma sala comum, onde habitualmente trabalha a equipa residente, como passaremos a designá-la, constituída pelas três profissionais de RVC, pela Técnica de Diagnóstico e Encaminhamento (TDE) e pela funcionária administrativa. Contíguos a esta sala há, ainda, o gabinete do Coordenador do CNO, bem como dois gabinetes para realizar atendimentos individuais quer pelas Profissionais de RVC, quer pela TDE ou pelos formadores. Há que acrescentar que estes dois gabinetes são, muitas vezes, necessários, em simultâneo para todos os que deles precisem, além de que somente um dispõe de um computador. As

115 sessões de grupo são dinamizadas nas salas de aula dos blocos B, C ou D e, atualmente nos monoblocos, devido às obras em curso, ao abrigo da parque escolar.

No que concerne aos Processos de Suporte do CNO, estes são assegurados, quase que exclusivamente, pela entidade promotora, Escola Secundária de Loulé. Assim, todos os aspetos logísticos, administrativos, recursos humanos e financeiros, são proporcionados pela entidade promotora.

Neste sentido, o CNO beneficia de bens como, para além das instalações, equipamento/mobiliário de escritório, material de desgaste, despesas com eletricidade, telefone, manutenção do equipamento informático, fornecimento de Internet e serviço de limpeza, entre outros.

Para além dos aspetos acima mencionados, é possível recorrer às ofertas formativas da Escola, no sentido de dar um mais eficaz e eficiente encaminhamento aos adultos, sempre que o Processo de RVCC não seja a opção mais viável ou favorável.

Desde o início da sua atividade, este Centro Novas Oportunidades, certificou 127 adultos33, 89 de Nível Básico e 38 de Nível Secundário, através de um Processo estruturado de acordo com as orientações da Carta da Qualidade dos Centros Novas Oportunidades. Não obstante, cada CNO tem a possibilidade de adequar o modelo ou estrutura de Processo RVCC, que respeite os eixos de ação (Reconhecimento, Validação e Certificação), bem como a metodologia de Histórias de Vida e de Balanço de Competências mas que possa ser adaptado ou reformulado sempre que tal se justifique. Em suma, o Processo-chave é igual para toda a rede de Centros, de que já falámos no ponto 2 do primeiro capítulo, mas a estrutura do Processo de RVCC pode ser variável de Centro para Centro, adequando metodologias, estratégias e número de sessões em grupo ou individuais, dependendo do público que o desenvolve, pelo que, ao longo deste capítulo, procuraremos dar conta do que se passa no nosso caso, em particular.

Toda a atividade desenvolvida pelos Centros da rede tem, forçosamente, de ser registada numa plataforma comum a todos os Centros, a nível nacional. O Despacho nº 14 019/2007, de 3 de Julho, criou o Conselho de Gestão do Sistema de Informação e Gestão da Oferta Educativa e Formativa (SIGO), com a missão de gerir as condições de desenvolvimento desta plataforma, tendo em vista a concretização de uma medida crucial inscrita na Iniciativa Novas Oportunidades, que já foi apresentada, anteriormente, nos seus aspetos essenciais. Esta plataforma, de facto, permitiu

116 sistematizar toda a informação de cada um dos adultos inscritos na rede, o que constituiu uma grande mais-valia, já que um dos grandes problemas existentes, até 2007, era a dispersão da informação. Não obstante as vantagens obtidas com a implementação deste sistema de informação e gestão, rapidamente, se começou a avolumar “o trabalho de secretária” porque todas as ações devem ser inseridas na plataforma e, a par desta, é necessário atualizar toda a informação em cada base de dados interna, bem como manter toda a documentação em suporte de papel, em arquivo nos Dossiers Técnico-pedagógicos. É evidente que o tempo despendido nestas tarefas não é utilizado no trabalho educativo e, portanto, esta plataforma pode estar relacionada com o reforço que houve no trabalho técnico-burocrático que já existia mas de forma bastante menos vincada.

Assim, e para que fique mais clara a forma como este Centro que, é o alvo do nosso estudo de caso, como já foi dito, está a desenvolver quer o Processo-chave, quer o Processo de RVCC, apresentamos uma versão sumária da estrutura34, atualmente em vigor.

Figura 2 – Fluxograma das etapas de intervenção dos Centros Novas Oportunidades

34

117

1.2. Descritivo das fases sequenciais do Processo-Chave no CNO da