• Nenhum resultado encontrado

A caracterização estrutural das RS da EAD: a produção de diagramas de co-ocorrência das evocações, com o processamento dos dados pelo

9.1.1 Diploma por ensino presencial X diploma por EAD: diferentes valorações

10 Dedicação 20 Tecnologia 30 Focalizada

9.3 A caracterização estrutural das RS da EAD: a produção de diagramas de co-ocorrência das evocações, com o processamento dos dados pelo

sistema SIMILITUDE

Com a mesma base de dados a partir da solicitação inicial aos entrevistados, de que manifestassem as cinco primeiras palavras ou expressões que lhe viessem à mente sobre EAD, um segundo processamento dos dados coletados foi realizado para o estabelecimento de co-ocorrências. Este procedimento faz uma pesquisa nos dados identificando pares de elementos presentes nas respostas de ‘n’ respondentes, apresentando estatística e graficamente as ‘n’ ocorrências de formação de pares de elementos presentes em ‘n’ diferentes respostas de ‘n’ sujeitos, de modo a permitir a visualização das co-ocorrências de categorias mencionadas

por resposta, no grupo. Esta análise por similitude propicia a percepção de como se articulam entre si os elementos determinantes da representação social em forma gráfica e estatística.

Flament (2003), destaca ser útil explicitar pela análise de similitude o essencial da estrutura de associação que existe sobre o conjunto dos elementos. E, ainda, de que

um elemento de representação pode assim ser caracterizado por uma quantidade cujos limites são conhecidos, exprimindo [...] sua capacidade relacional, e que resulta diretamente em possibilidades de comparação, que são particularmente úteis tanto para um diagnóstico prático quanto para fins de pesquisas experimentais. (FLAMENT, 2003, p. 98).

A base de dados utilizada para este processamento, portanto, foi a mesma que serviu de fonte para o processamento EVOC. A estrutura de apresentação da análise por similitude é dada pela análise frequencial das principais co-ocorrências de evocações que se verificam em diferentes entrevistados de um mesmo grupo. O resultado do processamento, com filtros mínimos de co-ocorrências para oferecer a visualização apenas dos elementos de maior centralidade na representação, está nas figuras que trazem os diagramas de co-ocorrências. As linhas de corte estabelecidas para os gráficos de caracterização estrutural das representações sociais das amostras selecionadas foi de um mínimo de 20 co-ocorrências para cada um dos pares integrantes da figura do Grupo A, e de 19 co-ocorrências para o Grupo B. E, para os subgrupos A1, A2, B1 e B2, o ponto de corte foi de pelo menos 10 co-ocorrências. Esta caracterização está na figura 1.

Figura 1 - Análise de similitude para as co-ocorrências no Grupo A: alunos da EAD

O diagrama da figura 1 permite a oservação dos principais pares de associação que estão relacionados à categoria ‘facilidade’, com as principais inte-ocorrências dos alunos de cursos de graduação a distância estarem associadas às questões de a EAD oferecer um horário flexível, e de representar uma oportunidade que ainda oferece aos alunos economia e comodidade para os estudos. Um outro plano de interpretação das informações obtidas pela análise de similitude mostra que o fato de a metodologia da EAD exigir dedicação aos estudos, este quesito não tem centralidade na caracterização da estrutura da representação social nesta forma de apresentação gráfica. O eixo de maiores co-ocorrências está daso pelo triângulo ‘facilidade – horário flexível – oportunidade’.

A visualização desta forma de se caracterizar a estrutura da representação social da EAD para o grupo A foi processada também para as amostras dos subgrupos A1 e A2. Os diagramas permitem a observação de como a centralidade da representação social para os alunos veteranos da EAD, no subgrupo A2, está associada ao caráter instrumental da modalidade, articulando os elementos ‘facilidade – horário flexível – economia – oportunidade’, como mostra a seguir a caracterização da estrutura da RS por co-ocorrências para o subgrupo A1, dos alunos calouros.

Figura 2 - Análise de similitude para as co-ocorrências no subgrupo A1

Esta caracterização da figura 2 mostra que, para os alunos calouros da EAD, do subgrupo A1, a centralidade está difusa e distribuída num conjunto de três triangulações de co-ocorrências, que têm um primeiro vértice de centralidade em ‘facilidade – horário flexível – oportunidade’ e duas variações laterais co-relacionando ora ‘economia a ‘facilidade e horário flexível’, e ora dedicação e oportunidade a horário flexível’, sendo este último elemento o vértice de centralidade neste triângulo, como mostrou a figura 2.

Na figura 3 é possível perceber a caracterização estrutural das co-ocorrências para os alunos do subgrupo A2, dos veteranos, o caráter instrumental, utilitários que estes emprestam para formular a representação social da educação a distância está evidenciado por um losango centralo, que reúne os eixos de co-ocorrências de dois triângulos principais que têm na configuração do losango uma diagonal principal representada pelas 23 co-ocorrências entre “horário flexível” e “facilidade” com os lados superiores ligados a “aluno ativo”, em 10 ocorrências a partir de cada um dos vértices. E, e, no triângulo inferior, um peso ainda maior com os lados levando aos vértices 16 co-ocorrências de “economia” até “facilidade”; e de 17 co-ocorrências até “horário flexível”.

.

Figura 3 - Análise de similitude para as co-ocorrências do subgrupo A2: Veteranos da EAD

O diagrama de caracterização estrutural da representação social da educação a distância relacionado ao Grupo B oferece, na figura 4, a visualização de dois eixos de co- ocorrências em torno do elemento ‘facilidade’, associando-o em pares distintos a ‘horário flexível’ e à ‘comodidade’ que este fator propicia, e, no outro eixo, associando ‘facilidade’aos elementos ‘aluno ativo’ e a ‘conhecimento’. No entando, o triângulo principal de co-ocorrências que se forma a partir do elemento ‘facilidade’ como vértice relaciona-o às co-ocorrências de ‘conhecimento’ e de ‘horário flexível’. Esta apresentação gráfica é distinta, portanto, das informações apresentadas no gráfico correspondente ao Grupo A, onde os elementos de ‘oportunidade’ e de ‘economia’ que apresentavam-se determinantes nas co- ocorrências ligadas ao caráter utilitário do Grupo A em relação à EAD, e que estão ausentes nas representações de co-ocorrências deste Grupo B.

Figura 4 - Análise de similitude para as co-ocorrências no Grupo B: Alunos presenciais

O processamento da mesma análise de similitude para os subgrupos B1 e B2, permite incluir pela linha de corte inferior nas co-ocorrências como o grupo B1 estabelece a dúvida em relação à modalidade da EAD, e mostra como diferem entre si as co-ocorrências observadas estesa os alunos do ensino presencial que experienciam uma forma híbrida de ensino, no subgrupo B1, com ao menos uma das diciplinas do semestre cursada a distância, daqueles alunos do subgrupo B2, sem nenhum contato com a educação a distância. No diagrama de caracterização estrutural da representação social da EAD do subgrupo B1, observa-se que gravitam com maior destaque em torno do elemento ‘facilidade’ os elementos ‘horário flexível’, ‘comodidade’e ‘oportunidade’, sendo que um ruído na estabilidade da representação para este subgrupo surge com as co-ocorrências para o elemento ‘duvidosa’, conforme a figura 5.

Figura 5 - Análise de similitude para as co-ocorrências no subgrupo B1

A presença em destaque do elemento ‘duvidosa’ pode indicar de que ao experimentar ao mesmo tempo duas modalidade de ensino, uma presencial e outra a distância, este subgrupo de alunos pode estar a enfrentar uma dissonância em relação à EAD. O mesmo fenômeno em relação a este subgrupo surgiu nas respostas coletadas para a identificação do perfil dos entrevistados na questão da valoração de um diploma obtido por educação a distância em relação a um diploma obtido por educação presencial. Este subgrupo B1 foi o que mais valorou o diploma ‘presencial’ em relação ao diploma ‘a distância’.

Por outro lado, o diagrama de caracterização estrutural da representação social da EAD obtido com os dados referentes ao subgrupo B2, de alunos do ensino presencial e sem vinculação com a EAD, não registra na figura 6 o elemento “duvidosa” com o destaque em que o mesmo aparecia no diagrama da figura 5. As linhas de co-ocorrência apresentam-se formando os principais triângulos entre os elementos ‘facilidade – horário flexível – conhecimento’, e entre ‘facilidade – comodidade – conhecimento’. Como se observa na figura 6, em formações secundárias do subgrupo B2 surgem co-ocorrências que relacionam ‘aluno ativo’ e ‘internet’ aos elementos de maior centralidade na representação social.

Figura 6 - Análise de similitude para as co-ocorrências no subgrupo B1

9.4 As Representações Sociais da EAD por análise textual: a investigação