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Na pesquisa realizada, pôde-se observar que, no período de 2005 a 2010, a base PsycInfo reuniu o maior número de publicações na área (N=153), seguida pela base Scielo (N=30). O ano de 2007 apresentou o maior volume de artigos indexados (N=50), no entanto, pelo fato de a coleta de dados ter se encerrado em dezembro de 2010, é provável que a freqüência de artigos indexados em 2010 seja maior do que o observado (N=20), visto que mais trabalhos podem, ainda, ser integrados às bases consultadas ao longo de 2011.

Quanto aos autores com maior número de publicações, apesar de quase metade dos estudiosos da Teoria do Apego estar concentrada nos Estados Unidos (N=66) e no Reino Unido (N=22), foi uma pesquisadora chilena – a professora Maria Pía Santelices, da Pontifícia Universidad Católica de Chile – que se destacou, em comparação aos outros autores, pela maior freqüencia de investigações divulgadas em periódicos da área de Psicologia indexados nas bases

PsycInfo, Scielo, Lilacs e Eric. Um autor igualmente importante na atualidade é Philipe Van

Haute, da Universidade de Nijmegen, Bélgica. Embora tenha apresentado um único trabalho indexado na base PsycInfo no período considerado, faz-se necessário ressaltar que Van Haute vem trazendo contribuições interessantes no campo dos estudos de Epistemologia da Psicanálise.

De modo geral, o inglês foi o idioma mais utilizado nos trabalhos obtidos em todas as bases pesquisadas, não só em virtude de ser a língua mãe de autores concentrados em instituições norte-americanas e inglesas, mas, principalmente, pelo fato de que, pesquisadores holandeses e israelenses, que também se notabilizam no cenário acadêmico atual, tendem a divulgar seus artigos nesse idioma. Há que se considerar, também, que as revistas inglesas e norte-americanas,

pela excelência dos trabalhos que publicam, destacam-se como meios de divulgação de investigações teóricas e empíricas originais, promovendo a comunicação de idéias novas e de relevância social, o que tem como consequência sua valorização por pesquisadores do mundo inteiro. Mesmo a professora Maria Pía Santelices, que apresentou quase toda sua produção científica em sua língua materna, já começou a redigir seus trabalhos em inglês. Verificou-se que, no ano de 2010, a pesquisadora chilena publicou uma pesquisa em língua inglesa no conceituado periódico suíço “Child Care, Health & Development”. Em 2009, ela também já havia publicado, como co-autora, um trabalho em inglês, realizado em parceria com pesquisadores da Suíça e da Itália.

Em relação aos países nos quais os pesquisadores atuam profissionalmente, observou-se que 48% dos autores encontram-se filiados a instituições norte-americanas e inglesas. Na América do Sul, Brasil e Chile se destacaram, apresentando quase o mesmo número de publicações, com uma diferença de apenas um artigo a mais para o primeiro país. Especificamente, no Brasil, constatou-se que, grande parte dos pesquisadores que aplicam a Teoria do Apego em seus estudos, ou que promovem discussões de natureza conceitual, atuam em instituições localizadas na região sul do país. Muito provavelmente, tal concentração se explique em função da proximidade geográfica dessa região a nações latino-americanas que foram influenciados, em maior ou menor intensidade, por diferentes correntes da Psicanálise e, também, por seus dissidentes (GUEDENEY; GUEDENEY, 2006). Além do que, há que se ressaltar que a região sul concentra, na atualidade, importantes pólos de pesquisa na área de Desenvolvimento Humano, haja vista a boa avaliação3 recebida pelos cursos de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina e da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, ambos com nota cinco no primeiro semestre de 2011, sendo que o curso da Universidade Federal do Rio Grande Sul apresentou, no mesmo período, nota sete.

Os estudos brasileiros obtidos nas bases consultadas foram escritos em língua portuguesa e indexados, majoritariamente, nas bases Scielo (N=8) e Lilacs (N=3). Em acréscimo, observou- se que, dos 153 artigos presentes na base PsycInfo, apenas dois foram produzidos no Brasil. Na base Eric, não foi encontrado nenhum trabalho realizado por autores brasileiros. Logo, pode-se afirmar que, na presente pesquisa, a busca de trabalhos na base Scielo foi determinante para a inclusão do Brasil no rol de países que mais contribuíram para os estudos na área no período investigado. Por outro lado, dada a relevância científica e social dos trabalhos de seus profissionais, as instituições públicas e privadas de ensino superior no Chile parecem estar constituindo pólos de pesquisa extremamente importantes e promissores. De fato, a análise dos

3 Informação extraída do site oficial da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior – CAPES,

artigos indexados nas bases Scielo, Lilacs e PsycInfo comprovou que as investigações teóricas e empíricas realizadas por pesquisadores chilenos caracterizaram-se por um delineamento metodológico criterioso e pela descrição pormenorizada das variáveis consideradas e dos resultados obtidos.

Quanto aos periódicos com maior volume de publicações, constatou-se que Attachment &

Human Development, produzido no Reino Unido, e indexado na base PsycInfo, não apenas se

destacou como a revista científica que apresentou maior freqüência de trabalhos (N=14), mas, principalmente, como o único periódico especializado na área, o que pode ser comprovado pelo próprio título da publicação. Embora o campo de estudos sobre apego não possua revistas representativas da área, verificou-se, em contrapartida, que as pesquisas, fundamentadas na Teoria do Apego, encontraram-se dispersas em periódicos de diferentes áreas da Psicologia e, mesmo, de outras áreas do conhecimento, tais como a Enfermagem e a Medicina, por exemplo.

Natureza dos trabalhos, metodologia, instrumentos de avaliação