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Após a coleta de dados e a leitura dos resumos e dos textos completos, realizou-se um roteiro de análise, no formato de fichas, com base na literatura pertinente e nos objetivos previamente definidos. Os trabalhos de revisão de literatura de Rosenthal (1995), Nunes e cols. (1999) e Mendes e cols. (2002, 2004) foram tomados como pontos de partida importantes para este empreendimento, já que constituem referências idôneas para pesquisas científicas voltadas exclusivamente ao tratamento de material bibliográfico. Assim sendo, no roteiro elaborado, as categorias de análise foram:

Título: nome completo do trabalho.

Idioma de origem: idioma no qual o artigo foi originalmente escrito.

Autores: autor principal e co-autores do trabalho.

Afiliação institucional: foram apresentadas as instituições de trabalho de todos os autores da pesquisa, com indicação dos países de sua localização.

Objetivo do trabalho: destacou-se o objetivo principal do artigo analisado.

Natureza do trabalho: as pesquisas foram classificadas em empíricas ou teóricas.

Mediação teórica: a partir da leitura integral dos textos completos e dos resumos, foram registradas as abordagens que deram sustentação teórica à argumentação desenvolvida pelos autores.

Área do conhecimento, subárea e especialidade: foram adotadas as categorias elaboradas pelo CNPq. Para a delimitação da área, subárea e especialidade, nas quais as pesquisas se inseriram, foram utilizados os seguintes critérios norteadores: tema do artigo, fundamentação teórica utilizada na pesquisa, título do periódico e formação dos autores do trabalho, quando esta informação estava presente no documento analisado.

Metodologia: descreveu-se o modo como os dados foram analisados, tanto nas pesquisas empíricas, como nas teóricas. Portanto, considerando o método utilizado, os trabalhos teóricos foram divididos em três grandes grupos: 1) estudos de revisão de literatura: artigos que demarcaram claramente as bases de dados científicas que serviram como fonte para a coleta de material bibliográfico, selecionando previamente algumas palavras-chaves para busca desse material, e considerando, também, um período específico, no qual se deu sua publicação; 2) pesquisas de revisão bibliográfica: estudos que discutiram vários trabalhos, sem a sistematização rigorosa presente nos estudos de revisão de literatura. Trata-se de artigos que promoveram uma reflexão sobre um tema específico, a partir da compilação de dados extraídos de livros, artigos, dissertações e teses, porém, sem a preocupação de delimitar bases de dados, palavras-chaves ou um período de publicação específico; 3) estudos historiográficos: pesquisas documentais que se valeram de fontes históricas de comprovação científica, para narrar a constituição e/ou a evolução de fatos relacionados ao desenvolvimento da Teoria do Apego. Os trabalhos empíricos foram divididos em quatro categorias, de acordo com a técnica de tratamento de dados utilizada pelos pesquisadores: 1) estudos quantitativos: pesquisas que realizaram análise estatística dos dados coletados; 2) estudos qualitativos: pesquisas que realizaram análises qualitativas de conteúdo, por meio da construção de categorias analíticas nitidamente diferenciadas, com critérios de inclusão e de exclusão precisos, estabelecendo, ao final, relações entre tais categorias, comentando nuanças que aí se expressaram; 3) estudos de caso: pesquisas que se concentraram em um único caso,

escolhido por seu caráter exemplar e descrito com riqueza de detalhes; e, por fim, 4) estudos quali-quantitativos: pesquisas que combinaram técnicas qualitativas e quantitativas na análise do corpus de dados obtido nas investigações. Nos trabalhos empíricos, também foram considerados os instrumentos utilizados para a realização da coleta de dados, tais como questionários, inventários, escalas e testes.

Palavras-chave: para uma padronização, foram consideradas as palavras-chave em inglês presentes nos abstracts dos trabalhos. Esse procedimento foi necessário para a análise de documentos escritos em idiomas como o polonês, turco, dinamarquês e esloveno, por exemplo.

Indexadores da base: foram registrados todos indexadores associados aos artigos científicos. No caso de um mesmo trabalho estar presente em mais de uma base de dados, optou-se por indicar, nas seções do roteiro destinadas à apresentação dos trabalhos encontrados nas bases Lilacs e Eric, apenas o título do trabalho, seguido dos indexadores que permitem localizá-lo na base em questão. Esse procedimento se justificou pelo fato das bases Scielo, Lilacs, PsycInfo e Eric associarem indexadores distintos a um mesmo artigo.

População-alvo do estudo empreendido: foram registradas as características das amostras descritas nos trabalhos empíricos analisados.

Considerações do trabalho: foram sublinhadas as considerações principais de cada trabalho.

Tema do trabalho: em cada trabalho analisado, destacou-se um único tema. A delimitação de um tema principal foi necessária para permitir uma maior objetividade na análise qualitativa. Para demarcação dos temas, além da leitura dos resumos e/ou dos textos completos, foram consideradas, também, as palavras-chave presentes nos trabalhos e os indexadores associados pelas bases de dados.

Os dados descritos nas fichas foram alocados, posteriormente, em tabelas e gráficos. Pelo fato de haver reunido um maior volume de publicações, as bases PsycInfo e Scielo foram consideradas referência para a análise quantitativa. Deste modo, foram contabilizados, primeiramente, os trabalhos presentes nessas duas bases de dados. A seguir, operou-se a

quantificação do material reunido nas bases Eric e Lilacs. Artigos iguais e traduções do mesmo artigo em línguas diferentes foram descartados.

Da pesquisa realizada nas bases consultadas, obteve-se um total de 215 trabalhos, sendo 154 provenientes da base PsycInfo, 30 da base Scielo, 19 da base Eric e 12 da base Lilacs.

Na base PsycInfo, constatou-se que um mesmo artigo, publicado em língua inglesa no ano de 2008, foi re-indexado em 2010, pelo fato de ter sido traduzido em língua alemã e republicado em outra revista científica nesse mesmo ano. Logo, para fins de contabilização, considerou-se apenas a primeira publicação realizada em 2008.

Na base Eric, verificou-se que 14 trabalhos também estavam indexados na base PsycInfo. Na base Lilacs, dos 12 trabalhos encontrados, 3 já estavam presentes na base Scielo. Por esse motivo, tais artigos não foram contabilizados na análise quantitativa. Considerando-se as subtrações efetuadas, a base Lilacs reuniu, ao final, 6 artigos, enquanto na base Eric ficou com 5. Assim sendo, o volume total de artigos encontrados nas quatro bases reduziu-se para 194. Destes trabalhos, 107 foram lidos integralmente e 87 foram lidos no formato de resumo.

RESULTADOS

Os resultados obtidos na presente pesquisa foram divididos em três seções. A primeira seção compreende a caracterização geral dos artigos encontrados nas bases selecionadas, incluindo a apresentação da freqüência de trabalhos, distribuição anual, autores, idiomas, países e periódicos com maior volume de publicação. A segunda seção abrange a natureza dos trabalhos, a metodologia empregada em cada um deles, os instrumentos de avaliação psicológica mais utilizados nas investigações e a caracterização da população-alvo das pesquisas empíricas em termos de faixa etária e gênero. A terceira seção abarca os temas discutidos nos artigos obtidos, áreas do conhecimento, em que se encontram inseridos e, por fim, as principais abordagens teóricas que lhes dão fundamento.

I – CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS ARTIGOS: FREQUÊNCIA DE