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3. ESTUDO DE CASO, 1ª ETAPA: COLETA DE DADOS EM CAMPO

3.2 Hospital Belvedere

3.2.1 Caracterização geral do hospital

De acordo com os dados gerais e técnicos levantados durante as visitas ao Hospital Belvedere, e ainda segundo informações do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)57, este classifica-se como hospital geral58 de administração

privada e presta atendimento ambulatorial e hospitalar de média complexidade59,

particular, com internação.

O estabelecimento conta com um total de 36 leitos, cuja distribuição pode ser verificada no QUADRO 3 a seguir, e com um quadro de 130 funcionários, que atendem a um regime de funcionamento de 8h/dia para o setor administrativo e de 24h/dia (inclusive sábados, domingos e feriados) para os demais.

QUADRO 3 Distribuição de leitos por unidade/ambiente no Hospital Belvedere, out/nov. 2011

Unidade/ambiente

Enfermarias Apartamentos Hospital Dia Internação Semi- Intensiva 3 masculinos

18 9 3

3 femininos

Total 36

Fonte: Dados coletados pela autora.

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http://www.hospitalbelvedere.com.br/novo/site/index.php 57

<http://cnes.datasus.gov.br>. Segundo informações do site do CNES na internet, Estabelecimento de Saúde (ES) é a “denominação dada a qualquer local destinado a realização de ações e/ou serviços de saúde, coletiva ou individual, qualquer que seja o seu porte ou nível de complexidade. [...] Estabelecimento de Saúde poderá ser tanto um hospital de grande porte, quanto um consultório médico isolado ou, ainda, uma Unidade de Vigilância Sanitária ou Epidemiológica.”

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Hospital Geral é o hospital destinado a atender pacientes portadores de doenças das várias especialidades médicas. Poderá ter a sua ação limitada a um grupo etário (hospital infantil), a determinada camada da população (hospital militar, hospital previdenciário) ou a finalidade específica (hospital de ensino) (BRASIL, 1977, p. 9).

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Os três níveis de atenção à saúde no âmbito do SUS são a atenção básica, média complexidade e alta complexidade. A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. A média complexidade compõe-se por ações e serviços que visam a atender aos principais problemas de saúde e agravos da população, cuja prática clínica demande disponibilidade de profissionais especializados e o uso de recursos tecnológicos de apoio diagnóstico e terapêutico. A alta complexidade corresponde ao conjunto de procedimentos que envolvem alta tecnologia e alto custo, tais como assistência ao paciente portador de doença renal crônica; assistência ao paciente oncológico; cirurgia cardiovascular; procedimentos de neurocirurgia; cirurgia das vias aéreas superiores e da região cervical; procedimentos em fissuras lábio palatais; assistência aos pacientes portadores de queimaduras; dentre outros (BRASIL, 2009, p. 33, 45 e 208).

O Hospital Belvedere tem como foco principal a realização de procedimentos cirúrgicos. Desse modo, suas demais atividades, tais como consultas e internação de pacientes, realização de exames, coleta de material para análise, serviço de nutrição e dietética, esterilização de materiais, dentre outras, são voltadas prioritariamente para dar suporte às cirurgias realizadas diariamente na instituição. As especialidades, atividades e serviços desenvolvidos no Hospital Belvedere, conforme informado durante o preenchimento do formulário de dados gerais e técnicos da instituição, bem como com base nas unidades, ambientes e atividades definidas na RDC nº 50 encontram-se listadas no QUADRO 4 abaixo.

QUADRO 4 Especialidades, atividades e serviços desenvolvidos no Hospital Belvedere, out/nov. 2011

Atividades e serviços Especialidades/unidades Cirurgia Anestesiologia Angiologia Oftalmologia Otorrinolaringologia Plástica Transplante de córnea Ortopedia e traumatologia Urologia

Internação Internação cirúrgica Ortopedia

Angiologia Atendimento/terapia Hospital dia

Neurologia Saúde bucal Oftalmologia

Patologia Clínica Coleta de material para análise

Imagenologia Radiologia, através de unidade radiológica transportável Nutrição e dietética Copa de distribuição (preparo de alimentos terceirizado)

Serviço de nutricionista

Apoio técnico Central de esterilização própria Ensino e pesquisa _

Fonte: Dados coletados pela autora.

Com relação à sua área física, o hospital conta com aproximadamente 2.300m2 de área construída, além de uma área externa de estacionamento, conforme levantamento cadastral fornecido pela instituição, o qual pode ser consultado no ANEXO B deste trabalho.

No que diz respeito a ações voltadas à redução do consumo energético e economia de recursos, o Hospital Belvedere apresenta-se bastante incipiente e não possui Comissão Interna de Conservação de Energia (CICE).

No entanto, foram observados alguns aspectos da edificação, bem como características comportamentais e atividades já praticadas pelos funcionários do hospital que certamente contribuem para a redução do consumo de energia elétrica, e que poderiam ser consideradas como ponto de partida para elaboração de um plano de ação bem estruturado e mais eficaz com vistas a tornar o hospital mais eficiente do ponto de vista energético.

Pode-se mencionar, por exemplo, que, conforme informado por representantes do hospital durante a realização das visitas, é realizado controle do uso dos aparelhos de ar condicionado no bloco cirúrgico, onde os equipamentos permanecem ligados somente durante a realização de procedimentos, e nos apartamentos de internação, onde os aparelhos de ar condicionado são automaticamente desligados quando é alcançada a temperatura ambiente programada.

Com relação à iluminação artificial, foi possível observar que durante o período diurno, em diversos locais, algumas das luminárias permaneciam desligadas, sem prejuízo aparente da iluminação ambiente. Tal fato se deve ao aproveitamento da iluminação natural através de janelas e aberturas zenitais (claraboias), cuja utilização foi possível devido à volumetria da edificação.

A iluminação zenital se concentra principalmente nas circulações (FIG. 13) e em alguns dos consultórios médicos. No bloco cirúrgico também foi verificado o uso complementar da iluminação natural, por meio de janelas altas. Na área de recuperação pós-anestésica, por exemplo, o formato inclinado do forro reflete a luz diurna, possibilitando uma iluminação mais homogênea do ambiente, além de proporcionar proteção contra a radiação direta do sol (FIG. 14). Em algumas salas de cirurgia as janelas altas contam com proteção contra a radiação solar direta por meio de persianas móveis.

Durante visita realizada ao local, a equipe de enfermagem do bloco expressou sua satisfação com relação à presença de luz natural em seus ambientes.

FIGURA 13 - Hospital Belvedere, circulação do primeiro pavimento.

Claraboias à direita e luminárias à esquerda. Fonte: Foto tirada pela autora.

FIGURA 14 - Hospital Belvedere, bloco cirúrgico, recuperação pós-anestésica.

Fonte: Foto tirada pela autora.

A seguir serão apresentadas informações sobre a área física do bloco cirúrgico do Hospital Belvedere, bem como os dados relativos aos sistemas de climatização e iluminação artificial, focos cirúrgicos e equipamentos encontrados em seu interior.

3.2.2 Bloco cirúrgico do Hospital Belvedere: área física e dados de sistemas e