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5 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

5.2 Caracterização do tipo de pesquisa

Segundo Silva e Meneses (2005) pesquisa é um conjunto de ações e propostas para encontrar a solução de problemas, que tem por base procedimentos racionais e sistemáticos. Segundo as mesmas autoras existem várias formas de se classificar as pesquisas dentro dos pontos de vista: de sua natureza, dos objetivos e dos procedimentos técnicos.

A presente pesquisa caracteriza-se como aplicada, qualitativa e exploratória. É uma pesquisa-ação e o método adotado utilizado é o hipotético dedutivo, e a técnica de coleta de dados é a de observação.

A pesquisa qualitativa ajuda a identificar questões e entender porque elas são importantes (ETHOS, 2004). A presente pesquisa do ponto de vista de sua natureza é aplicada, pois objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática.

Em relação ao ponto de vista dos objetivos, a pesquisa é considerada exploratória, pois Mattar (2001) descreve que este estudo tem o objetivo de dar ao pesquisador um maior conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa em perspectiva, e devido ao fato de realizar-se em uma localidade onde não existem trabalhos semelhantes ao proposto aqui. Silva e Meneses (2005) complementam dando envolvimento no levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado. Ainda sobre a pesquisa exploratória Marconi e Lakatos (1999) explicam que é investigação de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de questões, com tripla finalidade: desenvolve hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com o ambiente, fato ou fenômeno para a realização de pesquisa futura mais precisa, ou modificar e clarificar conceitos.

Sobre as pesquisas exploratórias Gil (apud PASSA, 2004, p.17) diz:

As pesquisas exploratórias têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores.

Pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato.

Muitas vezes as pesquisas exploratórias constituem a primeira etapa de uma investigação mais ampla.

O produto final deste processo passa a ser um problema mais esclarecido, passível de investigação mediante procedimentos mais sistematizados.

Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, a pesquisa é bibliográfica, pois utiliza fundamentação baseada em trabalhos publicados, como livros, artigos, teses e dissertações (Vergara, 2004). Ainda nesta mesma classificação o trabalho é caracterizado como uma pesquisa-ação, pois conforme Thiollent (2002) além da proposta desenvolvida na pesquisa, supõe uma forma de ação planejada de caráter social, educacional, técnico ou outro, onde os pesquisadores buscam desempenhar um papel ativo na própria realidade dos fatos observados.

A palavra método é derivada do grego e quer dizer caminho, sendo neste caso a ordenação de um conjunto de etapas a serem cumpridas no estudo de uma

ciência, ou seja, é o conjunto de processos aos quais é possível conhecer uma dada realidade, produzir determinado objeto ou desempenhar certo comportamento. Significa caminho para chegar a um fim ou pelo qual se atinge um objetivo (FERREIRA, 1986).

Método, segundo Martins (1997 p. s/nº):

A questão do método vem acompanhando a ciência desde seu estabelecimento. O método é reflexo das nossas necessidades e possibilidades materiais, ao mesmo tempo em que nelas interfere. Poder- se-ia afirmar, genericamente, que o método consiste em uma tentativa de desenvolver concepções sobre o homem, a natureza, o conhecimento. segundo o momento histórico e as convicções da comunidade científica nesse tempo. As tentativas em estabelecer um método para a explicação científica, remontam a época de Aristóteles com seu Organum, contudo é a partir da publicação do Novo Organum de Francis Bacon em 1620, que foram estabelecidas as bases para o método empírico. A proposição de Bacon é estabelecer o método indutivo, o qual penetra com ordem na experiência e sobe, sem saltos e por degraus, do sentido e das coisas particulares aos axiomas mais gerais.

Em relação ao método de abordagem, neste trabalho, é adotado o método hipotético dedutivo, no qual a percepção de uma lacuna nos conhecimentos acerca da qual se formulam as hipóteses, é seguida pelo processo de inferência dedutiva, testando-se a predição da ocorrência de fenômenos abrangidos pela hipótese (QUINTELLA; ROCHA; ALVES, 2005). Desta forma, foram desenvolvidas hipóteses iniciais como solução provisória, as quais foram corroboradas por meio da coleta de informações em pesquisa de campo e análise dos resultados obtidos em um primeiro momento de forma teórica.

A amostragem neste trabalho é não-probabilística e intencional, pois é escolhido um caso que represente o bom julgamento do universo da população e não faz uso de formas aleatórias de seleção (SILVA E MENESES, 2005). Marconi e Lakatos (1999) complementam afirmando que na pesquisa intencional o pesquisador está interessado na opinião de determinados elementos da população, no caso gerentes, mas não representativos dela. a amostragem não probabilística.

Na pesquisa de campo é utilizado o estudo de caso, pois Gil (1996) caracteriza este estudo profundo em um objeto (ou uma empresas) de maneira que permita o amplo detalhamento do conhecimento. A difusão do estudo de caso, ainda

segundo Gil (1996) está ligada a prática, onde sua aplicabilidade é de maior utilidade na pesquisa exploratória. Segundo Yin (2001), o estudo de caso é recomendado em situações onde se estuda um fenômeno social complexo e busca-se preservar as características holísticas da vida real. O autor afirma ainda que o estudo da gestão de uma organização enquadra-se nessa descrição, pois apesar de se conhecer as diversas variáveis em análise, os vínculos causais entre elas são complexos demais para uma análise quantitativa.

O roteiro aplicado na entrevista estruturada contém questões de formato aberto (opinião) e fechado (sim ou não), portanto, as entrevistas são de forma padronizada e estruturada.

O Quadro 3 resume os métodos, técnicas e fontes utilizadas na primeira parte da pesquisa, englobando a problemática, as hipóteses e estudo bibliográfico, e na segunda etapa da tese englobando o estudo de campo e s proposta da Gestão estratégica da Manufatura.

Problema de Pesq. Hipóteses, est. Bibliog.

Estudo de Campo - GEM

Método Hipotético dedutivo Não probabilística

Técnica Aplicada Qualitativa Pesquisa bibliográfica Pesquisa ação Observação Exploratória Entrevista estruturada Estudo de caso

Fontes Livros, artigos, teses, dissertações. Empresa (est. campo)

Quadro 3 – Métodos, Técnicas e fontes

A observação é utilizada como técnica na pesquisa de campo, para Marconi e Lakatos (1999) observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste em apenas ver ou ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar. É um elemento básico da investigação científica utilizado na pesquisa de campo.

A observação ajuda o pesquisador a obter provas a respeito dos objetivos, desempenhando importante papel nos processos observacionais, no contexto da descoberta, e obriga o investigador a um contato direto com a realidade, torna-se científica a medida que: (SELLTIZ apud MARCONI; LAKATOS, 1999 p. 90):

a) É desenvolvido um plano de pesquisa. b) É planejada sistematicamente.

c) É registrada metodicamente e está relacionada as proposições mais gerais.

d) Está sujeita a verificações e controles.

Do ponto de vista científico a observação possui ainda segundo Marconi; Lakatos (1999) algumas vantagens:

a) Possibilita meios diretos e satisfatórios para estudar uma ampla variedade de fenômenos;

b) Permite coleta de dados sobre um conjunto de atitudes comportamentais típicas;

c) Depende menos da introspecção ou da reflexão;

d) Permite a evidência de dados não constantes do roteiro de entrevista ou de questionários.

Para Gil (1996) observação pode ser classificada em assistemática quando permite relações entre os fatos no dia a dia e fornece indícios para a solução dos problemas propostos pela ciência. Pode ser sistemática quando as condições são controladas para responder propósitos preestabelecidos, ou ainda participante quando há a participação real do pesquisador com o grupo, podendo confundir-se com ele.

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ESTUDO DE CAMPO – ANÁLISE E CORRELAÇÕES ENTRE