A1 - Vigilância, promoção da saúde e prevenção da doença nas diversas fases da vida:
● Geral;
● Saúde da mulher;
● Saúde do recém nascido, da criança e do adolescente; ● Saúde do adulto e do idoso;
● Cuidadois em situação de doença aguda;
● Acompanhamento clínico das situações de doença crónica e patologia múltipla; ● Cuidados no domicílio;
● Interligação e colaboração com outros serviços
B - Secretariado clínico/ administrativo
B1 - Atendimento e encaminhamento do cidadão: ● Programação e marcação de consultas
● Monitorização do tempo de espera e desistências; ● Gestão da comunicação;
● Difusão actualizada do funcionamento dos serviços; ● Informação a pedido;
● Gestão de procedimentos administrativos; ● Participação na gestão dos processos clínicos;
● Participação nos procedimentos referentes a prescrição crónica; ● Registo e acompanhamento relativos à referenciação;
● Gestão dos dados administrativos do cidadão; ● Gestão das áreas de apoio administrativo; ● Participação na gestãodo sistema de informação;
● participação na recepção e na resposta a queixas, reclamações e sugestões dos cidadãos.
C- Horário de funcionamento
C1 - Nos dias úteis, entre as 8 e as 20h
D - Dimensão da Lista de utentes
D1 - Dever ter no mínimo 1917 unidades ponderadas da carteira básica de serviços, que corresponde em média a 1550 utentes por médico
E - Formação contínua
E1 - A USF deve ter um espaço de formação e inovação, uma vez que a formação é um requisito indispensável para o sucesso e busca pela melhoria contínua.
Não nos é possível falar nas USF sem mencionar a Gestão por Objectivos, já que este é um ponto fulcral na sua criação, porque a gestão por Objectivos é uma filosofia que substitui a preocupação de “como gerir” por “porquê” ou “para quê”, estabelecendo uma melhoria no estilo de gestão, uma vez que coloca a tónica no cliente/ cidadão e não no processo, preocupa-se mais com o que deve ser feito do que propriamente como se vai fazer; às coisas certas e não ao modo certo (Bilhim, “”Teoria Organizacional, Estruturas e Pessoas, Lisboa, 1998, pp. 327)4.
Distribuição dos Indicadores base a seleccionar pelas USF – Quadro 10 Area Nº de indicadores base Pontuação máx.
possível Pontução min. a obter Acesso 4 8 7 Desempenho Assistencial 8 16 14 Qualidade Percepcionada 1 2 2 Desempenho Económico 2 4 4
Fonte: Diário da República, 1ª série – Nº 77 – 18 de Abril de 2008; Figura 10.
Segundo Peter Drucker a Gestão por Objectivos consiste num sistema de gestão participada, descrita na obra de 1954 “The practice of managment”, onde aborda as questões da gestão e que passou a ser considerado como a base desta nova metodologia de gestão, apesar de Peter Drucker nunca ter utilizado a expressão gestão por objectivos ou gestão participativa por objectivos, o seu objectivo é conseguir um funcionamento eficiente de toda a organização através do funcionamento eficiente e integração das suas partes.
São desenvolvidos objectivos tangíveis e verificáveis susceptíveis de medição e estabelecidos processos pelos quais os gestores, superiores e subordinados de uma organização identificam objectivos comuns, estabelecendo as áreas de responsabilidade de cada um em termos de resultados esperados, que socorrem-se de medidas como guias para a operação da actividade, a relação entre os objectivos de cada um dos elementos e o objectivo comum é de importância fulcral, de modo que na Gestão por Objectivos os gestores de topo e os colaboradores definem em conjunto qual é o objectivo final do trabalho, como satisfazer essas metas, como avaliar o esforço despendido e o tempo preciso para realizar as tarefas, tem que ver com os objectivos em sí, a descrição funcional e as competências de cada colaborador e avaliação em função dos resultados esperados e mesuráveis que são os objectivos.
Segundo Bilhim (”Teoria Organizacional, Estruturas e Pessoas”, Lisboa,1998), “... entre os diversos tipos de definição de Gestão por Objectivos, encontramos um conjunto de elementos comuns que se podem salientar:
Estabelecimento conjunto de objectivos entre os trabalhadores e o seu superior hierárquico; 4 A Gestão por Objectivos tem vindo a criar organizações do tipo matricial, que incorpora as vantagens da estrutura funcional e da estrutura divisionária, aumentando a capacidade da organização para a recolha e circulação de informações e tomada de decisões.
Estabelecimento de objectivos para cada posição; Interligação de objectivos;
Estabelecimento do sistema de revisão; Ênfase na mensuração e no controlo; Participação activa da Chefia;
Apoio intenso do “staff”, durante os primeiros períodos”.
A Fixação de Objectivos (Edwin Locke) constitui a maior fonte de motivação, cujos objectivos indicam ao empregado o que é necessário fazer e o esforço necessário para fazer determinda tarefa. Constata-se que “... objectivos específicos aumentam a realização; objectivos difíceis, quando aceites, resultam numa realização mais lata do que a dos fáceis; o feed-back leva a uma maior realização dpo que a ausência de feed-back” (Bilhim, Teoria Organizacional, Estruturas e Pessoas”, Lisboa,1998 ).
Por isso a eficácia5 é medida ou avaliada em função das metas atingidas e por atingir, pelo
que se torna inevitável:
As organizações tenham metas;
As metas estejam identificadas e definidas de forma a serem bem compreendidas; As metas não sejam demasiadas de forma a poderem ser geridas;
Haja consenso e concordância geral sobre as metas.
Para que as USF cumpram as metas a que se propõem, é vital que exista o apoio e o compromisso de todos os envolvidos, pelo que ao longo do tempo os Governos têm tentado introduzir a Gestão por Objetivos na Administração Pública, encarado como sendo capaz de lidar com vários problemas (má imagem dos serviços, baixa qualidade, gastos excessivos com salários, burocracia e centralização, opacidade aos olhos do cidadão, perceção de que os dirigentes não querem resolver os problemas dos cidadãos e a corrupção).
Para que Portugal possa sair da crise em que se encontra, é crucial que a Administração Pública não fique aquém deste modelo de gestão, porque encontra-se sujeita ao mesmo tipo de pressões e constrangimentos que o sector privado, levando a reconverter métodos de gestão e funcionamento, sistemas de organização e princípios de legitimação, para obtenção de uma melhoria da qualidade dos serviços prestados aos cidadãos e à acção governativa.
A Gestão por Objectivos existente, é encarada basicamente como Gestão dos Resultados, terá como função medir a relação entre os recursos utilizados (materiais, económicos e humanos) e os resultados obtidos no funcionamento das organizações, contudo é importante incluir nos objectivos dos serviços públicos a qualidade dos mesmos (sobretudo se estivermos a falar no sector da saúde
5 Eficácia – Medida normativa do alcance dos resultados globais da organização, ou seja, fazer as coisas certas. Bilhim, João Abreu de Faria (1996). Teoria Organizacional Estruturas e Pessoas, Lisboa, ISCSP, p.319.
como é aqui abordado) e este objectivo só poderá ser prosseguido se previamente for introduzido um conjunto de reformas e principalmente uma profunda mudança do modo de pensar.
IV.II – Modelos de USF`s existentes: A B e C
Contudo, as USF não se encontram no mesmo estádio (apesar de se regerem pelos mesmos Príncipios - Gravura 11 – Princípios), existindo por sua vez 3 modelos de USF, A, B e C que é resultado do grau de autonomia organizacional, conduzindo a uma diferenciação do modelo retributivo e de incentivos profissionais modelo de financiamento e respectivo estatuto jurídico.