Eixo V – Inovação e Qualidade
VII.II Conclusão Relativa às Questão Complementares
1 - As obrigações por parte dos profissionais que compõem as Unidades de Saúde Familiar passam pelo cumprimento de metas a que se propõem, sendo crucial que exista o apoio e o compromisso de todos os envolvidos da USF pois são avaliadas de acordo com sete Indicadores de Desempenho, a Informação Geográfica; Disponibilidade; Acessibilidade; Produtividade; Qualidade técnico-científico; Efectividade e a Eficiência.
2 - Em termos de controlo/ responsabilidade cabe ao médico coordenador da Unidade de Saúde Familiar executar a gestão e controlo da USF que por sua vez reporta ao Director Executivo do ACE (Agrupamento de Centros de Saúde) e este último reporta à Administração Regional de Saúde (ARS).
3 - Os doentes encaram as USF como uma vantagem,outro dos pontos positivos das Unidades de Saúde Familiar são o facto de os utentes pertencentes a determinada USF terem hora marcada para as suas consultas excepto com carácter de urgência.
4 - A actual Reforma tem dois grandes focos, o 1º para garantir melhor prestação de cuidados de saúde, o 2º melhorar a prestação sem comprometer os custos, nova legislação com menor burocracia, com a separação das funções da regulação, do financiamento e da aplicação dos
serviços de saúde, passa por introduzir metas/ custos menos flexíveis, cumprimento de objectivos e a devida recompensa, reforço e aumento da qualidade e permitir ao serviço privado ter um maior papel na prestação de cuidados de saúde e por uma maior promoção dos medicamentos genéricos através da DCI (Denominação Comum Internacional).
5 - Outro dos problemas com que o Sistema Nacional de Saúde Português se debate é com a disparidade geográfica de serviços que tem para oferecer, Hospitais, equipamento de última geração, estão concentrados fundamentalmente em Lisboa, Porto e Coimbra deixando uma grande área por cobrir, além disso constatamos que as USF estão mais localizadas junto ao litoral do que ao interior.
6 - Observa-se que as USF revelam um novo modo de fazer chegar a saúde aos cidadãos, por sua vez, este novo modelo organizacional vai de encontro aquilo que é a doutrina do New Public Managment (gestão por objectivos, redução de custos, mais eficiência) onde se premeia o trabalho em equipa e o profissionalismo, contudo um factor negativo prende-se com o fato de não estar disponível a toda a população, a utentes não pertencentes às Unidades de Saúde Familiar.
Ao longo deste trabalho, constatou-se que a criação das USF foram criadas com vista à redução da despesa no sector da saúde, em que existe um contrato programa que tem de ser respeito e cumprido por toda a equipa multidisciplinar; outro fator que se observa é que este modelo de gestão se coaduna com a actualidade em matéria de saúde e de remuneração (gestão por objectivos); as Unidades de Saúde Familiar prestam contas ao Agrupamento de Centro de Saúde (ACE) do qual fazem parte, são da responsabilidade do próprio país, neste caso, estão debaixo da tutela do Ministério da Saúde, conforme se pode perceber pelas entrevistas aos coordenadores das Unidades de Saúde Familiar, os utentes estão mais satisfeitos e encaram este modelo com mais agrado, não esperam tanto pelas suas consultas, as Unidades estão totalmente informatizados (desde que retiram a senha ao chegarem até serem atendidos, a mesma senha permite acesso a vários serviços), com a criação das Unidades de Saúde Familiar existiu uma melhoria muito significativa em termos da prestação de cuidados nomeadamente, na falta do próprio médico de família, o utente é sempre consultado por outro médico da mesma Unidade de Saúde Familiar.
Por fim, conclui-se que a reforma dos Cuidados de Saúde Primários passa por uma cobertura integral do País, a um maior desenvolvimento organizacional e a um melhor controlo de gestão de modo a atingir a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde e onde cidadãos com mais
e menos recursos possam ter acesso aos mesmos serviços sem restrições e da próxima vez que for ao seu médico de família, terá uma ideia de toda a logística que tem sido criada para o servir melhor.
Nas entrevistas realizadas existiram alguns constragimentos na realização das mesmas e mesmo na análise de dados, as entrevistas poderiam ter sido realizadas por forma a que os dados obtidos não permitissem divagar e serem mais concisos/ objectivos.
Pelo que a matéria aqui apresentada poderá ser mais aprofundada, levando a conclusões mais concretas.
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Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo Sub-Região de Saúde de Lisboa