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6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.2 RESULTADOS

6.2.2 Resultado por categoria de análise

6.2.2.1 Categoria infraestrutura geral

As subcategorias desta dimensão são: (i) capacidade de atendimento médico para o turista no destino; (ii) fornecimento de energia; (iii) serviço de proteção ao turista; e (iv) estrutura urbana nas áreas turísticas.

Houve 21 incidentes críticos nesta categoria, correspondendo a uma taxa de participação nos incidentes de 27%. Todos esses incidentes foram em relação à subcategoria (iv) de estrutura urbana nas áreas turísticas, cujos indicadores são baseados em: oferta e conservação do mobiliário urbano, drenagem fluvial e sinalização viária.

Os seguintes relatos de entrevistados foram identificados como exemplos de incidentes da subcategoria (iv) estrutura urbana nas áreas turísticas. O primeiro entrevistado decepciona- se com o estado em que encontrou a cidade:

“[...] Me chocou muito o estado de Salvador, estava abandonada, não sei... parecia que estava, não sei... muito suja , degradada [...]fiquei impressionada, quanto lugar abandonado, parecendo desmoronando... Não voltaria para Salvador por causa da cidade [...]” (ENTREVISTADO 9, 2013)

Já outro turista se encanta com a boa conservação da cidade que visitou:

“[...] A cidade é limpa (Curitiba), isso me agrada bastante, eu comparo muito com o Rio de Janeiro onde moro hoje onde os pontos turísticos até são bem cuidados, mas quando você se desloca pela cidade você vê muita sujeira [...] Eu acho que em Curitiba as calçadas são mais limpas, mais largas, não estão destruídas, tudo isso me agrada em Curitiba”. (ENTREVISTADO 11, 2013)

A falta de infraestrutura da cidade fica patente neste relato: [...] “Quando chove em Fortaleza a cidade inteira alaga, não tem infraestrutura e fica um cheiro muito forte de esgoto [...]” (ENTREVISTADO 47, 2013)

Em contra partida, um visitante que foi a negócios em Ribeirão Preto gostou muito da urbanização da cidade: [...] “a cidade é superorganizada, muito organizada, muito limpa, muito bem sinalizada, você não via lixo pelo chão, muito urbanizada, muito bonita [...]” (ENTREVISTADO 60, 2013)

6.2.2.2Acesso

As subcategorias analisadas em acesso foram: (i) acesso aéreo 1; (ii) acesso rodoviário; (iii) sistema de transporte no destino; (iv) proximidade de grandes centros emissivos de turistas; (v) acesso aquaviário; (vi) acesso ferroviário; e (vi) acesso aéreo 2.

Na categoria acesso houve 25 incidentes. O que significa que 32% de entrevistados relataram incidentes dessa natureza. Esses incidentes ficaram divididos pelas subcategorias de acesso aéreo 1 (3 casos) e acesso aéreo 2 (3 casos), acesso rodoviário (5 casos) e sistema de transportes no destino (14 casos). Não foram descritos incidentes nas demais subcategorias.

Exemplo de incidente relatado na subcategoria (i) acesso aéreo 1:

“O aeroporto. Quando você desembarca, para lá no meio da pista, se está chovendo você pega chuva, eu peguei uma garoa [...]. As acomodações do setor nacional enquanto você aguarda o voo são horríveis, não tem cadeira para todo mundo enquanto você aguarda; teve caso de pessoas idosas e crianças no braço que não tinham lugar para sentar. [...] Aglomera passageiros de cinco, seis voos no mesmo espaço e ai não dá. O local é inadequado para acomodar todo mundo. As nossas rodoviárias têm mais acomodação para quem vai embarcar do que esses dois aeroportos de São Paulo, principalmente, quem vai embarcar pela manhã. Guarulhos e Congonhas, Guarulhos é o pior, é uma pena chamar aquilo de internacional”. (ENTREVISTADO 34, 2013)

Um relato de incidente na subcategoria (iv) acesso aéreo 2 em que se ressalta a distância do aeroporto que serve ao destino: “[...] o fato de estar longe do aeroporto de Porto Alegre, é que dificulta, fica caro para o traslado, é melhor alugar um carro” [...] (ENTREVISTADO 53, 2013)

Em relação à subcategoria (ii) acesso rodoviário, este incidente ilustra bem o caso do turista que se dirigia à Chapada de Veadeiros em Goiás: “a estrada é péssima, porque é muita buraqueira, irritante, sentia até mal. Alugamos um carro em Brasília, ainda bem, porque o carro fica ‘detonado’ [...]” (ENTREVISTADO 8, 2013)

A subcategoria do (iii) sistema de transporte no destino foi citada como crítico pela maioria dos entrevistados na categoria acesso, conforme este relato de um turista em Salvador:

“O sistema de transporte é muito ruim, o metrô não existe, está há vinte anos sendo construído. [...] Os ônibus são desconfortáveis, são irregulares, são ruins e não passam à noite depois de certo horário. [...] táxi é muito difícil de encontrar, se não tiver um rádio táxi, você não consegue encontrar um táxi na rua”. (ENTREVISTADO 10, 2013)

6.2.2.3Serviços e equipamentos turísticos

Na categoria serviços e equipamentos turísticos analisaram-se as seguintes subcategorias: (i) sinalização turística; (ii) centro de atendimento ao turista; (iii) espaços para eventos; (iv) capacidade dos meios de hospedagem; (v) capacidade do turismo receptivo; (vi) estrutura de qualificação para o turismo; (vii) capacidade dos restaurantes.

Foram 12 relatos sobre incidentes nesta categoria, perfazendo 16% de taxa de participação de incidentes. As subcategorias que contribuíram nesta análise foram (i) sinalização turística (3 casos), (ii) centro de atendimento ao turista (2 casos), (v) capacidade de turismo receptivo (4 casos) e (vii) capacidade de restaurantes (3 casos). Não foram apresentados incidentes para as demais subcategorias.

Em relação à (i) sinalização turística, em especial a sinalização interpretativa, um bom exemplo pode ser encontrado nesta narrativa de um turista em visita a São Luiz do Maranhão: [...] “contém bastantes lugares com folhetos, murais, banners, que mesmo se você está sem guia, você consegue se situar do que aconteceu ali, quando aconteceu, a arquitetura, de quando foi” [...] (ENTREVISTADO 52, 2013)

O (ii) centro de atendimento ao turista também foi citado como importante para um visitante de Gramado: “Além da estrutura física, a cidade tinha um apoio ao turista muito grande com informações de pontos turísticos [...]” (ENTREVISTADO 41, 2013).

Em Guarapari (ES), a ausência de (v) serviço receptivo na baixa temporada foi motivo de insatisfação para um entrevistado:

“A estrutura que eles têm para receber o turista é apenas em alta temporada, como eu fui em baixa temporada não tinha muita coisa a se fazer; como tinha pouca gente, então, eles não ofereciam os mesmos passeios para quem vai em alta temporada”. (ENTREVISTADO 51, 2013)

A falta de opção para restaurante foi citado como problemática para uma turista que foi a Salvador:

“[...] tem pouca opção de bar restaurante, opção de comida mesmo, e eu fiquei num lugar de boêmia lá, em Salvador. Colegas minhas que eram vegetarianas, não tinham onde comer. A culinária baiana é muito específica, e você acaba tendo certa dificuldade, porque tudo tem dendê, você não tem opção [...]” (ENTREVISTADO 14, 2013)

6.2.2.4Atrativos turísticos

As subcategorias classificadas desta natureza são: (i) atrativos naturais; (ii) atrativos culturais; (iii) eventos programados; (iv) realizações técnicas, científicas ou artísticas.

A categoria atrativos turísticos foi a que mais contabilizou incidentes, um total de 45, sendo citado por 58% dos entrevistados. Foram 31 incidentes atribuídos aos (i) atrativos naturais, sete aos (ii) atrativos culturais e sete aos (ii) eventos programados. Não houve relato identificado para (iv) realizações técnicas, científicas ou artísticas.

Os atrativos naturais foram os mais citados pelos entrevistados: de maneira positiva, “Maceió é uma cidade muito bonita, praias maravilhosas, adorei as paisagens” [...] (ENTREVISTADO 30, 2013); e negativa, “achei as praias sujas, muito poluídas, sacola, lata no mar, ali, na Ponta Verde (Maceió)[...] (ENTREVISTADO, 35, 2013)

Esta narrativa exemplifica como pertencendo à subcategoria (ii) atrativos culturais: “O que mais me interessava era a parte histórica da cidade, então o Rio de Janeiro é maravilhoso, construções fantásticas, prédios maravilhosos, mas o

que me chamou muita atenção foram os museus, fui a alguns e realmente, assim, eram contagiantes”. (ENTREVISTADO 50, 2013)

Já um exemplo de incidente na subcategoria (iii) eventos programados pode ser observado no relato do entrevistado 3 (2013) que esteve em Cabo Frio (RJ): “Fui em uma época de data festiva, Réveillon, então tinha muita atividade, muitos eventos na cidade, estava com família, foi bem divertido, íamos juntos aos eventos e divertíamos bastante”.