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Categorias provisórias resultantes da análise de conteúdo e potenciadoras de

No documento Relatório dissertação Joana Regufe 2015 (páginas 196-200)

CAPÍTULO 3: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

3.1. Os Dados Utilizados pelos Enfermeiros para Ajuizar sobre o Foco Papel Parental

3.1.3. Categorias provisórias resultantes da análise de conteúdo e potenciadoras de

Ao longo da análise de conteúdo, surgiram algumas unidades de registo que, por não se enquadrarem nos critérios de categorização definidos, geraram a necessidade de criar categorias provisórias, nas quais se pudessem enquadrar temática e conceptualmente. No caso particular destas unidades de registo, optou-se por não criar, de forma definitiva, categorias, subcategorias ou subsubcategorias, por existir alguma dúvida quanto à sua relevância e pertinência. Considerou-se que mereciam uma análise mais particular e cuidada. As categorias provisórias criadas são: (1) Eliminação, (2) Tratamentos e (3) Regime terapêutico.

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Apresentamos algumas unidades de registo incluídas na Eliminação:

Tratam-se de unidades de registo que não especificam o tipo de eliminação ou, por outro lado, referem-se aos dois tipos de eliminação: intestinal e vesical. No entanto, caso especificassem o tipo de eliminação, poderiam enquadrar-se nos critérios de categorização dos processos corporais do sistema gastrointestinal e urinário, integrando a subsubcategoria Conhecimentos – Características normais/habituais. Portanto, optamos por realizar uma análise às mesmas, com o intuito de perceber se os seus conteúdos acrescentariam algo, para além do que já foi discutido, o que não se verificou. Desta forma, a categoria provisória Eliminação não passou a definitiva.

Passando para a análise da categoria provisória Tratamentos, apresentamos exemplos de algumas unidades de registo:

A impossibilidade de categorização destas unidades de registo deve-se à a iguidade i e e te ao te o co u a todas elas: t ata e tos . Po o se efe i e ao tipo de tratamentos, e pela possi ilidade de i te p eta t ata e tos co se tidos distintos – p. ex.: tratamentos de ferida ou tratamentos/cuidados associados a cuidados especiais –, optámos pela criação desta categoria provisória. Da análise realizada às unidades de registo, verificou-se que todas se centram na dimensão do conhecimento ou habilidades sobre/para tratamentos/executar tratamentos. Como tal, tratam-se de unidades de registo que não acrescentam informação, ou valor, à análise já realizada às subsubcategorias com que se poderiam associar: Conhecimentos – Cuidados especiais/técnicas específicas e Habilidades – Executar cuidados especiais/técnicas específicas. Por esse motivo, a categoria Tratamentos também não passou a definitiva.

Por fim, centremo-nos na análise da categoria provisória Regime Terapêutico. Apresentamos alguns exemplos de unidades de registo que mereceram a sua criação:

Importa realçar que um regime terapêutico pressupõe o recurso a múltiplas estratégias em simultâneo, tanto farmacológicas, como não farmacológicas. A diabetes mellitus é um exemplo, pela necessidade de integração de um regime alimentar, um regime

Ensinar os pais sobre gestão do regime terapêutico (IntSAPE)

Papel Parental Aprendizagem de habilidades dos pais para gerir regime terapêutico Não Demonstrado (DxSAPE)

Ensinar os pais sobre os tratamentos (IntSAPE)

Papel Parental Aprendizagem de Capacidades dos pais para executar tratamentos à criança Não Demonstrado (DxSAPE)

Papel Parental Conhecimento dos pais sobre hábitos de eliminação Não Demonstrado (DxSAPE) Papel Parental Conhecimento sobre padrão eliminação intestinal e vesical Não Demonstrado

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de exercício e um regime medicamentoso (Hockenberry & Wilson, 2014), tipos de regime já incluídos no nosso modelo de análise. É a inespecificação existente que inviabiliza a adequada categorização destas unidades de registo. Aliás, a própria CIPE substituiu o termo do eixo do foco adesão ao regime terapêutico, por adesão ao regime, por se considerar que a maior especificação do regime é benéfica, uma vez que a pessoa pode apresentar adesão a um tipo de regime e não adesão a outro. Como tal, já não existe nenhum foco das versões mais atuais da CIPE ue i clua o te o egi e te ap utico , e o a se co p ee da o seu significado e sentido nos diagnósticos e intervenções. Por isso, optamos por analisar as unidades de registo, de forma a compreender se acrescentariam algum valor à análise, caso se referissem ao regime alimentar, de exercício ou medicamentoso.

Desta análise salientamos a presença de unidades de registo que se focam no envolvimento da criança na gestão ao regime terapêutico:

Ao longo de toda a análise, foi enfatizada a importância da promoção da autonomia da criança no autocuidado e autocontrolo dos sinais e sintomas da doença, apesar da ausência de unidades de registo que se pudessem incluir nas respetivas subsubcategorias. Assim, estas unidades de registo confirmam, também do ponto de vista da prática dos cuidados, a importância de considerarmos na atividade diagnóstica dados relacionados com a promoção da autonomia da criança. Importa referir que as restantes unidades de registo não acrescentam nenhuma informação, pelo que, também, a categoria Regime Terapêutico não passou a definitiva no nosso modelo de análise.

Apoiar os pais no envolvimento da criança na gestão do regime terapêutico (IntSAPE) Apoiar pais no envolvimento da criança na gestão do regime terapêutico (IntSAPE)

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CONCLUSÃO

A investigação constitui uma via privilegiada de desenvolvimento contínuo da profissão de enfermagem, sendo responsável por estabelecer uma base para o crescimento do conhecimento teórico, sobre o qual alicerça a sua prática. No cerne dos SIE, e considerando que a informação clínica produzida pelos enfermeiros é decisiva para a tomada de decisão e intervenção de enfermagem, torna-se evidente a utilidade de MCD que viabilizem uma melhor organização dos conceitos envolvidos nas tomadas de decisão a partir de um determinado foco de atenção.

O desenvolvimento de MCD, cuja edificação esteja apoiada no melhor conhecimento formal disponível, suporta a decisão clínica de enfermagem, ao mesmo tempo que influencia decisões mais congruentes com as reais necessidades do cliente. Neste estudo, procurou-se contribuir para a construção de parte de um MCD – dados e diagnósticos – centrado no domínio das intencionalidades terapêuticas, enquadradas nas parcerias de cuidados entre os enfermeiros e os pais de crianças com necessidades especiais permanentes inaugurais ou já estabelecidas.

Cingimos a presente investigação a este contexto particular da pediatria por se tratar de uma das transições mais complexas vivenciadas na parentalidade, devido à reorganização profunda da dinâmica familiar e das competências parentais que o surgimento de uma doença crónica da criança instiga. Ao deixarem de ser pais de crianças saudáveis, para serem pais de crianças com uma doença, que implica cuidados muito específicos, assumem um novo papel e identidade. A enfermagem tem, neste âmbito, um papel crucial, no que respeita à potencialização das competências parentais, que agora se apresentam com um cariz mais específico, bem como, no que respeita à facilitação dos processos de transição vivenciados.

Logo, compreende-se a enorme pertinência do desenvolvimento de um MCD focado nesta realidade, que apoie a decisão clínica e que influencie uma prática de enfermagem menos centrada na gestão de sinais e sintomas, mais integradora dos pressupostos da transição parental e, por isso, mais significativa para os pais, e para a forma como os mesmos encaram as mudanças.

No documento Relatório dissertação Joana Regufe 2015 (páginas 196-200)