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Ciência do Clima – Século XX (parte I)

CO2 CLIMÁTICO: CIÊNCIA, GEOMETRIA E COMPORTAMENTO

1. BREVE CRONOLOGIA DA CIÊNCIA CLIMÁTICA 1 Ciência do Clima – Século

1.2 Ciência do Clima – Século XX (parte I)

Apesar de um relativo avanço no conhecimento sobre a teoria do dióxido de carbono, essa caiu em descrença nas primeiras décadas do séc. XX. Foi reto- mada em 1938 pelo o engenheiro inglês Guy Stewart Callendar. A partir dos trabalhos de Arrhenius, publicou vários estudos sobre o ciclo do carbono a par- tir de dados de estações meteorológicas da época.

Callendar argumentava que a queima de combustíveis fósseis seria responsá- vel pelo aumento de 6% da concentração de CO2 na atmosfera entre 1900 e 1936, e isso seria o responsável pelo aumento da temperatura observada nes- se mesmo período. Callendar, assim como Arrhenius, não considerava que isso seria um problema para gerações futuras.

Em 1955 o pesquisador norte americano Gilbert Plass, utilizando uma nova ge- ração de equipamentos consegue analisar em detalhe a absorção de infraver- melho de diferentes gases de efeito estufa. Sua conclusão indica que ao dob- rar a concentração de CO2 na atmosfera (de 300 para 600 ppm) a temperatura média atual na superfície do planeta (18ºC) será acrescida de 3ºC a 4ºC. A ci- ência atual, mais de cinquenta anos depois, endossa essa análise.

Poucos anos depois, em 1957, os norte americanos Roger Revelle (oceanó- grafo) e Hans Suess (químico) deduziram que os oceanos não são capazes de absorver todo o CO2 lançado na atmosfera, como era aceito anteriormente. Revelle em texto afirmou que “atualmente, os seres humanos estão realizando um experimento geofísico em larga escala…”

Charles David (Dave) Keeling no ano seguinte, em 1958, utilizando-se de um equipamento desenvolvido por ele mesmo, inicia a medição periodica de CO2 na atmosfera em duas regiões, Havaí (Mauna Loa) e na Antártica. Após quatro

anos apresenta a primeira prova inequívoca, o nível de CO2 na atmosfera está aumentado. As medições continuam até hoje.

Figura 1. No gráfico se observa um aumento nas concentrações de CO2 na atmosfera

desde o final da década de 1950 até 2010, medidos na estação de Mauna Loa. A concentração desse gás na atmosfera passou de 315 ppmv em 1958 para 385 ppmv (partes

por milhão em volume) em 2010, ou seja, em 52 anos houve um aumento de 70 ppmv (22%). A linha vermelha indica as variações sazonais de CO2 por conta da fotossíntese, a absorção pelas plantas no período de seu crescimento (redução da concentração de CO2

Já em 1965 a Presidência dos Estados Unidos é alertada, por uma Comissão de Aconselhamento, de que o efeito estufa é uma preocupação real.

A crescente preocupação ambiental no início da década de 1970 era sobre po- luição química, testes nucleares e caça à baleia. Por conta disso é organizada a primeira conferência da ONU sobre o meio ambiente, em 1972 em Estocol- mo (Suécia). Nesse evento é oficializada a UNEP (Programa das Nações Uni- das para o Meio Ambiente), a agência da ONU para o meio ambiente. Nota-se que a questão sobre mudança climática ainda era muito incipiente nesse mo- mento.

Três anos após a conferência da ONU, em 1975, pela primeira vez aparece o termo “aquecimento global”, utilizado pelo cientista Wallace Broecker (norte americano) no título de um de seus trabalhos científicos.

Já em 1979 acontece a primeira conferência mundial sobre o clima (World Cli- mate Conference – WCC) organizada pela World Meteorological Organization (WMO). Esse evento reuniu grande parte dos maiores especialistas em clima de todo o mundo. O relatório decorrente deste encontro alertava para a possi- bilidade da influência humana no clima e recomendava pesquisas para investi- gar essa questão – o acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera e o seu efeito sobre o clima terrestre.

O Protocolo de Montreal, de 1987, restringi o uso de substâncias químicas que destroem a camada de ozônio, esta protege a pele das pessoas contra os rai- os Ultra Violeta. Acaba tendo um efeito, não previsto, de maior ação a favor do clima (redução das emissões de gases do efeito estufa) do que o próprio Pro- tocolo de Kyoto que surgiu dez anos depois, em 1997.

Num intervalo de 91 anos a população mundial cresce duas vezes e meia, pas- sando de 2 para 5 bilhões de pessoas (1896 a 1987).

É lançado o Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da ONU em 1988. Reúne cientistas do mundo todo para reunir estudos e avaliações sobre as evidências em torno das alterações no clima na forma de relatórios a cada 6 anos aproximadamente, além de incluir recomen- dações de ações.

A segunda edição da conferência do clima, em 1990 foi realizada com base no primeiro relatório produzido pelo IPCC (AR1 de 1988). Esse evento iria impulsi- onar a realização da segunda Cúpula da Terra, a Rio-92.

Dave Keeling – EUA Guy Stewart Callendar (engenheiro inglês)

Em 1938 – a queima de combustíveis fósseis seria responsável pelo aumento da concentração de CO2 na atmosfera, resultando no aumento da temperatura. Segundo os estudos apresentados por Callendar.

Gilbert Plass (pesquisador norte americano)

Em 1955 –  se a concentração de CO2 atmosfera dobrar a temperatura média na superfície do planeta será acrescida de 3ºC a 4ºC. Chegou muito próximo dos estudos atuais. Roger Revelle

(oceanógrafo) e Hans Suess (químico) – EUA

Em 1957 –  deduziram que os oceanos não são capazes de absorver todo o CO2 lançado na atmosfera, como se imagina anteriormente.

Em 1958 –  inicia as medições de CO2, e após quatro anos apresenta a primeira prova inequívoca, de que o nível de CO2 na atmosfera está aumentado.

Comissão de Aconselhamento

Em 1965 – a presidência dos Estados Unidos é alertada, pela comissão de que o efeito estufa é uma preocupação real.

Tabela 2. Resumo dos principais fatos científicos, acerca do CO2, efeito estufa, aquecimen-

to global, mudanças climáticas e conferências internacionais, ocorridos no século XX, até 1988.