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Viagens de trem e outros modais de transporte

CO2 CLIMÁTICO: CIÊNCIA, GEOMETRIA E COMPORTAMENTO

3. Flygskam, comportamento e dilema ético

3.1 Viagens de trem e outros modais de transporte

Existe uma alternativa muito menos intensiva em emissões de CO2, os trens. Os trens europeus apesar de serem elétricos apresentam emissão de CO2 in- direta, resultante da matriz de geração de eletricidade, termelétricas a carvão, a gás natural. Além disso existem as usinas termelétricas nucleares.

Numa viagem de trem a emissão de dióxido de carbono (CO2) por quilômetro é de 15 gramas por passageiro. Numa viagem de avião esse fator é bem mai- or, 170 gramas. Na aviação além das emissões de CO2 há também a de óxido nitroso (N2O), igualmente um gás de efeito estufa.

Tabela 12. Apresenta os fatores de emissão de cinco diferentes meios de transporte.

O gráfico da figura 5. representa o deslocamento de 100 pessoas utilizando di- ferentes meios de transporte. Nessa simulação percorrem a distância de 400 km (São Paulo – Rio de Janeiro). Foram utilizados alternadamente: 1 Trem elé- trico, 50 Carros elétricos, 50 Carros a Gasolina E22 (22% de Etanol), 3 Ônibus de viagem a Biodiesel B11 (11% de Biodiesel), 1 Avião (querosene de

aviação). Foram utilizados os fatores de emissão da tabela 12.

Obs.: Cada carro foi ocupado por duas pessoas (motorista e passageiro) e cada ônibus transportou de 33 a 34 pessoas.

Figura 5. O gráfico representa as emissões de CO2 relativas ao deslocamento fictício de

um grupo de 100 utilizando 5 diferentes meios de transporte. *Tanto o trem quanto os car- ros elétricos utilizam energia elétrica da rede, portanto tem emissões de CO2 associadas in-

diretamente (termelétricas a óleo, carvão e gás natural).

Pode-se concluir que três meios de transporte são pouco intensivos em CO2, os movidos por eletricidade – trem e carros e o ônibus a Biodiesel B11 – por ser coletivo.

Considerações

A ciência do aquecimento global antropogênico (emissão de gases de efeito estufa pela atividade humana) hoje é inequívoca, se apresenta com certeza de 99,99%. Mas nem sempre houve concordância plena entre os cientistas sobre quais fatores são dominantes na determinação do clima do planeta. A partir de 1940 havia uma tendência para acreditar no resfriamento do clima por parte de alguns cientistas. Essa controvérsia se intensificou nas décadas de 1960 e 1970, em seguida a teoria do resfriamento perdeu força.

Porém após mais de um século de muita pesquisa e trabalho, foram sendo acumulados argumentos e evidências suficientes para convencer a ampla mai- oria da comunidade científica de que aquecimento global antropogênico é uma teoria muito consistente.

Diante dessa realidade resta agora agir com urgência. Mudanças de comporta- mento são muito bem vindas. Isso vale para a sociedade global em geral, como mostrado no atual exemplo da Suécia, mas necessariamente deve al- cançar as empresas e governos de todos os países que apresentem importan- te contribuição nas emissões de CO2.

Do ponto de vista biológico a manutenção da vida no planeta Terra depende de um clima mais ameno (drástica redução das emissões de CO2), mas além dis- so, também depende da redução significativa da pegada ecológica (exigência dos ecossistemas) dos países mais desenvolvidos.

Para uma civilização humana mais digna também existe urgência para um IDH (índice de desenvolvimento humano) acima de 0,8 para os países menos de- senvolvidos e um índice de GINI (desigualdade social) mais próximo de zero.

As principais bandeiras da atualidade são a Economia de baixo carbono e Bio- economia (mais recente). Para tanto não só a sociedade e as organizações ci- vis, mas também lideranças públicas, formadores de opinião e tomadores de decisão deverão arregaçar as mangas.

Por fim, o futuro da civilização humana e da qualidade de vida para todos os seres vivos dependerá de uma governança global sustentável, alinhada com valores morais mais elevados.

Referências

Álvares Jr, Olimpio de Melo e Linke, Renato Ricardo Antonio. Metodologia simplificada de cálculo das emissões de gases de efeito estufa de frotas de veículos no Brasil.

Link: https://www.sinaldetransito.com.br/artigos/gases_efeito_estufa.pdf BBC – Cronologia das Mudanças Climáticas, 2013.

Link: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/09/130927_cronologia_m udancas_climaticas#orb-banner

Brasil – Alexandre Luis Junges e Brasil, Neusa Teresinha Massoni. O Consen- so Científico sobre Aquecimento Global Antropogênico: Considerações Históricas e Epistemológicas e Reflexões para o Ensino dessa Temática. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências RBPEC 18(2), pági- nas 455 a 491. Agosto 2018.

Carbon Visuals. O mundo afogado em CO2 – Empresa transforma a polui- ção do ar em imagens,

Link: https://www.ecycle.com.br/component/content/article/9-no-mundo/1290-o- mundo-afogado-em-co2.html

CETESB – PROCLIMA. Linha do Tempo. Link: https://cetesb.sp.gov.br/procli- ma/linha-do-tempo/

CIENCIAECLIMA. 5 gráficos sobre as emissões de CO2 dos países, 2019. link: https://cienciaeclima.com.br/5-graficos-emissoes-co2/

Earth Charter International. Um Guia para Usar a Carta da Terra na Educa- ção, versão 1 2009.

Link: http://www.dhnet.org.br/dados/guias/edh/guia_usar_carta_terra_na_educ acao.pdf

EUROPARL (Parlamento Europeu) – Emissões de gases com efeito de estu- fa por país e setor

(Infografia). Link: https://www.europarl.europa.eu/news/pt/headlines/society/20 180301STO98928/emissoes-de-gases-com-efeito-de-estufa-por-pais-e-setor- infografia

FAPESP – Quinto relatório do IPCC mostra intensificação das mudanças climáticas, setembro 2013, Link: http://agencia.fapesp.br/quinto-relatorio-do- ipcc-mostra-intensificacao-das-mudancas-climaticas/17944/

Goldemberg, Jose., Villanueva, Luz Dondero. Energia, Meio Ambiente e De- senvolvimento. Sao Paulo: Edusp, 2003.

Lopes, Reinaldo José e Fioravanti, Carlos. Ondas de calor – mais intensas, longas e frequentes, FAPESP 2017.

Link: https://revistapesquisa.fapesp.br/wp-content/uploads/2017/12/026- 029_ondas-de-calor_262_novo-1.pdf

MMA – Ministério do Meio Ambiente. Linha dos tempo das relaizações das COPs, Link: https://www.mma.gov.br/clima/convencao-das-nacoes-

unidas/conferencia-das-partes.html

Nobre, Carlos A. – Reid, Julia – Veiga, Ana Paula Soares. Fundamentos cien- tíficos das mudanças climáticas. São José dos Campos, SP – Rede

Clima/INPE, 2012.

Prolo, Caroline.O que falta para o Acordo de Paris funcionar? Observatório do Clima, Link: https://medium.com/@observatorioclima/o-que-falta-para-o- acordo-de-paris-funcionar-558402a63637

RFI – Rádio França Internacional. “Vergonha” de voar: viajantes abando- nam o avião para proteger o planeta. Link: http://br.rfi.fr/europa/20190425- vergonha-de-voar-viajantes-abandonam-o-aviao-para-proteger-o-planeta Skeptical Science. A Historia da Ciência do Clima,

WWF-Brasil. Novo relatório do IPCC sobre aquecimento de 1,5°C pede mais esforços para ação climática, 2018. Link: https://www.wwf.org.br/? 67822/Relatrio-do-IPCC-2018-sobre-aquecimento-global-de-15C-incita-mais- esforos-para-ao-climtica-global

ANEXO

Emissões de CO2e na EU em 2017

Figura 6. O gráfico apresenta as emissões de CO2e, em 2017, dos países que integram a

Maiores emissores mundiais em 2015

Figura 7. O gráfico apresenta as emissões de CO2e, em 2015, dos países maiores emisso-

res do mundo. Fonte: Emissões de gases com efeito de estufa por país e setor (Infografia) 2018 https://www.europarl.europa.eu/news/pt/

Emissões cumulativas de CO2 (265 anos)

Figura 8. O gráfico apresenta a participação dos países nas emissões de CO2 cumulativas

ao logo de 265 anos (1751 a 2016). Nota-se que as emissões aceleraram principalmente a partir do século XX. Fonte: Global Carbon Project (GCP); Carbon Dioxide Information Ana- lysis Centre (CDIAC). Disponível em https://cienciaeclima.com.br/5-graficos-emissoes-co2/

Linha do tempo das COPs

Figura 9. Linha do tempo das COPs. A primeira teve lugar em Berlim (1995) e a mais recen-

te, a COP 24, em Katowice na Polônia (2018). Destaque para as COP 3 em Kyoto (1997), COP 15 em Copenhague (2009) e COP21 em Paris (2015).